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Revista da Abordagem Gestáltica

versão impressa ISSN 1809-6867

Rev. abordagem gestalt. vol.19 no.1 Goiânia jul. 2013

 

DISSERTAÇÕES E TESES

 

Título: Sobre um Conceito Integral de Empatia: Intercâmbios entre filosofia, psicanálise e neuropsicologia

Autor: Adriana de Simone

Instituição: Universidade de São Paulo

Programa: Doutorado em Psicologia Experimental

Banca: Klaus Bruno Tiedeman (Orientador)

Renato Rodrigues Kinouchi (Universidade Federal de São Carlos)

Fernando Tula Molina (Consejo Nacional de Investigaciones Cientificas y Técnicas)

Jose Tolentino Rosa (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior)

Ailton Amelio da Silva (Universidade de São Paulo)

Defesa: 26 de maio de 2010

Resumo: Este trabalho faz uma revisão das principais teorias em psicanálise, fenomenologia, e neurociência na tentativa desenvolver um conceito integral de empatia. Em Freud empatia depende da identificação e dos laços emocionais que decorrem da pulsão de vida; em Klein se apresenta como identificação projetiva benéfica; em Bion relaciona-se aos vínculos (L, K, H), o Outro é transcendência (O); em Winnicott traduz-se em holding e propicia o surgimento do verdadeiro self; na neurociência cognitiva depende de inferências cognitivas (teorias sobre teoria da mente), e de imitação implícita (Gallese); na neuropsicologia da emoção depende de um componente emocional básico, ou das emoções primárias; na neuropsicanálise relaciona-se com a maturação do hemisfério direito (Allan Shore) e à identificação projetiva; na fenomenologia de Husserl empatia está relacionada à intersubjetividade (o outro é outro eu); em Heidegger é a própria abertura do ser-aí, ou compreensão; Lévinas o rosto significa outramente, pressupõe a relação de responsabilidade e a superação do Mesmo. Relaciona-se ainda com bondade e amor. Pautados nos conceitos destes autores, consideramos que a empatia pertence a duas qualidades de experiência: (1) contágio emocional ou ressonância de afeto pela qual o eu-outro perdem suas fronteiras definidas; que não acompanha a ideia do Outro como alteridade (emoções primárias, comunicação inconsciente de afeto, identificação projetiva, compreensão originária do ser-no-mundo) e, (2) identificação que decorre da imagem/representação do corpo por espelhamento e mimetismo. Nosso conceito integral, portanto, considera o psiquismo como uma estrutura psíquica enquadrante (Green) e vazia a ser preenchida pelo cuidado e bons objetos primordiais. A empatia ou comunhão afetiva decorre da preconcepção (Bion) ou de uma abertura originária do ser, de caráter inato e filogenético, de responsabilidade para com o outro como outro eu, que é, também, diferente. Em termos neuroanatomofuncionais se identificam dois sistemas sobrepostos que tem seus epicentros no hemisfério direito sendo o primeiro epicentro o córtex órbitofrontal (relacionado ao sentimento de si mesmo); e, o segundo, a área somatosensorial (formador da autoimagem) e suas aferencias-eferências, provindos de áreas motoras e de linguagem (Broca). A empatia (do grego empatheia) pode ser descrita, portanto como duas formas básicas de funcionamento, que nos remete à sua relação léxica com a palavra grega sympátheia como fator unificador (Plotino). As traduções adequadas a ambos os termos seria sentir-com (Mitfühlung) e sentir-dentro (Einfühlung).

Palavras-chave: Empatia. Espelhamento. Identificação projetiva. Intersubjetividade. Neuropsicanálise.

Abstract: Text not informed by the author.

Keywords: Empathy. Intersubjectivity. Mirroring. Neuropsychoanalysis. Projective identification.

Texto completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47132/tde-30072010-100914/pt-br.php