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Revista da Abordagem Gestáltica

versão impressa ISSN 1809-6867

Rev. abordagem gestalt. vol.19 no.2 Goiânia dez. 2013

 

Editorial

 

 

Encerramos o ano de 2013, que principiou com celebrações e mudanças. Neste novo número da agora intitulada Revista da Abordagem Gestáltica - Phenomenological Studies, apresentamos mais pesquisas e reflexões sobre Fenomenologia, Psicologia, Psicopatologia e outros temas.

Começamos com três relatos de pesquisa. Em Experiência Materna de Perda de um Filho com Câncer Infantil: Um Estudo Fenomenológico, as autoras - Patricia Karla de Souza e Silva e Symone Fernandes de Melo, vinculadas à Universidade Federal do Rio Grande do Norte - fazem um estudo de caso, a partir de narrativas, acerca da experiência materna de perda de um filho. Em seguida, no artigo Reflexões acerca do Fazer Ético na Clínica Gestáltica: Um Estudo Exploratório, os autores - Lázaro Castro Silva Nascimento e Kamilly Souza do Vale, vinculados à Universidade Federal do Pará - discutem o tema da ética na prática psicoterapêutica em Gestalt-Terapia. O terceiro texto, intitulado Disfunção Erétil e Fenomenologia: O Corpo Vivido em seus Contornos Diacríticos, de autores vinculados à Universidade de Fortaleza (Fabiana De Zorzi e Georges Daniel Janja Bloc Boris), discute a experiência da disfunção erétil a partir da linguagem do corpo vivido.

Em seguida, são apresentados sete estudos teóricos, principiando com a colaboração de Lester Embree (Florida Atlantic University), com Uma Análise Reflexiva do Desejar - que apresentamos no original em inglês e em português - onde se descreve, metodologicamente, o encontro afetivo do "desejar" (desiring). Em A Questão da Psicopatologia na Perspectiva da Abordagem Centrada na Pessoa: Diálogos com Arthur Tatossian, as autoras Camila Pereira de Souza, Virgínia Torquato Callou e Virginia Moreira, da Universidade de Fortaleza, discutem possíveis correlações entre a perspectiva clínica de Carl Rogers e proposta de psicopatologia fenomenológica de Arthur Tatossian.

No artigo seguinte, Suicídio e Manejo Psicoterapêutico em Situações de Crise: Uma Abordagem Gestáltica, de Karina Okajima Fukumitsu (Universidade Presbitariana Mackenzie, São Paulo) e Karen Scavacini (Instituto Vita Alere de Prevenção e Posvenção do Suicídio/ São Paulo), o suicídio é discutido como um gesto de comunicação, tomando por referência os pressupostos da Gestalt-Terapia. No artigo Formação do Psicólogo Clínico na Perspectiva Fenomenológico-Existencial: Dilemas e Desafios em Tempos de Técnica, de Elza Dutra, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, o tema é discutido sob a ótica heideggeriana, na direção da constituição de um espaço no qual o pensamento meditante seja exercitado como uma atitude fenomenológica.

As experiências de Medard Boss com psicoterapia de grupo são objeto de discussão no artigo Um Breve Comentário de Medard Boss sobre Psicoterapia de Grupo: A Transferência na Situação Grupal, de Paulo Evangelista (Universidade de São Paulo/Universidade Paulista), que traz igualmente uma reflexão sobre transferência e resistência. A Logoterapia se faz presente no artigo A Espiritualidade em Logoterapia e Análise Existencial: O Espírito em uma Perspectiva Fenomenológica e Existencial, de autoria de Valdir Barbosa Lima Neto (Instituto Sherpa de Psicologia e Desenvolvimento Humano), que aborda a dimensão noética do homem, a partir das ideias de Viktor Frankl.

Por fim, os vínculos ou relações entre o pensamento fenomenológico e o movimento da reforma em saúde mental no Brasil são discutidos no texto A Reforma na Saúde Mental no Brasil e suas Vinculações com o Pensamento Fenomenológico, onde os autores - Mariana Cardoso Puchivailo, Guilherme Bertassoni da Silva e Adriano Furtado Holanda, vinculados à Universidade Federal do Paraná - trazem as diretrizes norteadoras do movimento, em torno da experiência de Franco Basaglia, e algumas referências aos psiquiatras fenomenólogos, como Jaspers e Minkowski.

Apresentamos ainda a tradução de um importante texto de Fritz Kaufmann, publicado em 1941, e intitulado Arte e Religião. Kaufmann (1891-1958), fez parte do chamado grupo de Göttingen, ali chegando em 1913, oriundo de Leipzig, exatamente no momento em que Husserl publica suas Ideen. Obteve seu doutorado com o mestre Husserl, passando a desenvolver pesquisas no campo da estética.

E finalizamos com a resenha do livro "Psicologia da Religião no Mundo Ocidental Contemporâneo: Desafios da Interdisciplinaridade", organizado por Marta Helena de Freitas; Geraldo José de Paiva e Célia Carvalho de Moraes, em torno dos trabalhos apresentados na mais recente reunião de pesquisadores de Psicologia e Religião no Brasil. Assinam a resenha, Janaína Bahia Oliveira (Universidade Católica de Brasília) e Maria de Fátima Gondim (Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde/DF).

Boa leitura a todos.

 

Adriano Furtado Holanda
- Editor -