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Revista da Abordagem Gestáltica

versão impressa ISSN 1809-6867

Rev. abordagem gestalt. vol.26 no.1 Goiânia jan./abr. 2020

http://dx.doi.org/10.18065/RAG.2020v26n1.10 

REVISÃO CRÍTICA DE LITERATURA

 

Revista da Abordagem Gestáltica - phenomenological studies: sua produção científica entre 2007 - 2017

 

Revista da Abordagem Gestáltica - phenomenological Studies: it's scientific production between 2007-2017

 

Revista da Abordagem Gestáltica - phenomenological Studies: su producción científica entre 2007-2017

 

 

Adriano Furtado HolandaI; Jéssica Caroline de SouzaII; Yuri Alexandre FerreteIII

IDoutor em Psicologia, Docente do Curso de Psicologia e dos Programas de Pós-Graduação em Psicologia (Mestrado) e Educação (Mestrado e Doutorado) da Universidade Federal do Paraná. Endereço Institucional: Departamento de Psicologia/Universidade Federal do Paraná. Praça Santos Andrade, 50 - Sala 215 (Ala Alfredo Buffren). 80020.300 - Curitiba / PR - BRASIL / (Orcid: 0000-0002-7171-644X) / Email: aholanda@yahoo.com
IIGraduada em Psicologia pela Universidade Federal do Paraná / (Orcid: 0000-0001-8307-8038) / Email: jessica@lynnux.com.br
IIIGraduado em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas e Mestre em Psicologia pela Universidade Federal do Paraná. Atualmente é Docente do Curso de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná / (Orcid: 0000-0001-6141-2437) / Email: yuriferrete@gmail.com

 

 


RESUMO

O presente artigo tem como objetivo analisar o perfil do periódico Revista da Abordagem Gestáltica - Phenomenological Studies, utilizando como base os artigos publicados entre 2007 e 2017, disponíveis online. Inicialmente é feita uma retomada histórica do surgimento da revista, passando por suas mudanças essenciais para o seu atual estado, a qual foi um dos primeiros periódicos brasileiros com foco em fenomenologia. Para realizar a análise, foi escolhido o método da Revisão Sistemática de Literatura, pretendendo-se compreender a expressividade da revista no meio científico no qual se insere, utilizando, para tanto, os resumos e palavras-chave dos artigos. A análise apontou um maior número de publicações de Ensaios Teóricos ou Históricos, com inversão nos últimos anos para maior foco em Relatos de Pesquisa. A maioria dos artigos são de instituições de ensino superior públicas. Apesar da proximidade de valores, artigos com única autoria são mais numerosos. Por fim, utilizando as palavras-chave, foi construída uma nuvem de palavras que demonstrou que a palavra mais utilizada foi Fenomenologia, confirmando o foco da revista.

Palavras-chave: Revisão Sistemática de Literatura; Periódico; Fenomenologia; Gestalt.


ABSTRACT

The aim of this article is to analyze the profile of the journal Revista da Abordagem Gestáltica - Phenomenological Studies, based on articles published between 2007 and 2017, available online. Initially a historical resumption of the journal's appearance is made, passing through its essential changes to its current state, which was one of the first Brazilian journals focusing on phenomenology. In order to carry out the analysis, the method of the Systematic Review of Literature was chosen, aiming to understand the expressiveness of the journal in the scientific environment in which it is inserted, using, for that, the abstracts and keywords of the articles. The analysis pointed out a greater number of publications of Theoretical or Historical Essays, with inversion in recent years for a greater focus on Research Reports. Most articles are from public educational institutions. Despite the proximity of values, articles with single authorship are more numerous. Finally, using the keywords, a cloud of words was constructed that demonstrated that the most used word was Phenomenology, confirming the focus of the magazine.

Keywords: Systematic Review of Literature; Journal; Phenomenology; Gestalt.


RESUMEN

El presente artículo tiene como objetivo analizar el perfil del periódico Revista da Abordagem Gestáltica - Phenomenological Studies, utilizando como base los artículos publicados entre 2007 y 2017, disponibles online. En primer lugar se hace una reanudación histórica del surgimiento de la revista, pasando por sus cambios esenciales para el actual estado de la misma, la cual fue uno de los primeros periódicos brasileños con foco en fenomenología. Para realizar el análisis, fue elegido el método de la Revisión Sistemática de Literatura, pretendiendo comprender la expresividad de la revista en el medio científico en la cual se inserta, utilizando, para tanto, los resúmenes y palabras clave de los artículos. El análisis apuntó un mayor número de publicaciones de Ensayos Teóricos o Históricos, con inversión en los últimos años para mayor foco en Relatos de Investigación. La mayoría de los artículos son de instituciones de enseñanza públicas. A pesar de la proximidad de valores, artículos con única autoría son más numerosos. Por último, utilizando las palabras clave, se construyó una nube de palabras que demostró que la palabra más utilizada fue Fenomenología, confirmando el foco de la revista.

Palabras clave: Revisión Sistemática de Literatura; Periódico; Fenomenología; Gestalt


 

 

Introdução

As produções científicas que circulam por meio de revistas acadêmicas são fundamentais para o contexto nas quais estão inseridas, sendo fonte de conhecimento e divulgação para a comunidade interessada nos assuntos abordados, principalmente para cientistas, acadêmicos, estudiosos e pesquisadores da área de publicação. Ademais, as produções que circulam via revistas são fontes mais confiáveis para a difusão de pesquisas científicas, dada a credibilidade decorrente de um crivo de avaliação (Leal, Aguillera & Melo-Silva, 2011).

Outro aspecto que acrescenta a importância deste veículo de divulgação científico é o fato de funcionar como banco de dados que podem ser retomados a qualquer instante, uma vez que estão compilados em periódicos reconhecidos. Portanto, observa-se o quanto as revistas científicas são formas importantes para disseminação de estudos e pesquisas, distribuindo o conhecimento dos artigos publicados (Miranda & Pereira, 1996), como também servindo de âmbito para perpetuação do conhecimento registrado neles. (Mueller, 2000)

Ao retomarmos um pouco da história, identificamos que as primeiras revistas científicas surgiram em 1665, na Europa. Contudo, nos primórdios, tais revistas sofreram constantes interferências em relação a sua circulação, sendo frequentemente interrompidas pelas autoridades europeias, as quais consideravam o material científico ofensivo à Inquisição. No Brasil, os primeiros periódicos surgiram em meados do século XIX, sendo que a primeira revista publicada de maneira regular foram os Anais da Academia de Ciências, nomeada como Revista da Sociedade Brasileira de Ciências, em 1917 (Souza, 2006).

Partindo do geral para o específico, as duas primeiras revistas brasileiras especializadas em Psicologia surgiram em 1949 (Sampaio, 2008), sendo elas o Boletim de Psicologia (editado pela Associação de Psicologia de São Paulo) e os Arquivos Brasileiros de Psicologia (inicialmente chamados de Arquivos Brasileiros de Psicotécnica1), sendo que ambas são publicadas até os tempos atuais em formato eletrônico.

Durante quase todo o século XX as revistas circulavam de modo impresso, com o acesso tanto para a população geral, como para os acadêmicos. Ao longo deste período era possível encontrar alguns periódicos em bancas de jornais comuns, como também, outros nos acervos das universidades. Com o advento das tecnologias nos anos 1990, como por exemplo a chegada dos computadores pessoais, as revistas foram expandidas para além da maneira impressa, passando a utilizar de outros meios, como os CD-Rom, por exemplo. A década de 1990 também foi o período em que surgiu a Internet, e com sua rápida expansão para a população em geral, os periódicos passaram a se adaptar a esta tecnologia, que passaram, gradativamente, a serem encontrados em um espaço online. No ano de 2006 foi registrada a primeira revista totalmente eletrônica, firmando assim esta nova forma de divulgação destes periódicos. Com isto, houve um aumento tanto na distribuição, como na acessibilidade, sendo possível encontrar e utilizar artigos publicados em outras partes do mundo com facilidade, via computador (Natansohn, Cunha, Barros & Silva, 2010).

Desta forma, observando o grande volume de revistas e publicações ao longo dos anos, é indicado analisar o perfil desses periódicos, de modo a contextualizar suas produções e inseri-los num perfil histórico. Diante disto, a presente pesquisa retorna à Revista da Abordagem Gestáltica - Phenomenological Studies, editada pelo Instituto de Treinamento e Pesquisa em Gestalt-terapia de Goiânia (ITGT), tendo por objetivo compreender a diversidade e composição dos artigos publicados nos últimos onze anos (2007-2017). No princípio de sua circulação, o foco da revista era destinado a estudos sobre a Gestalt-terapia e a Abordagem Gestáltica, Psicologia Humanista e Existencial, Psicologias e Psicoterapias de orientação Fenomenológica e Existencial. Com o passar do tempo, esse foco foi sendo paulatinamente ampliado, com vistas a privilegiar a Fenomenologia pura e aplicada, como também, as Pesquisas Qualitativas e Fenomenológicas, sem esquecer o seu escopo original.

Ao catalogarmos os artigos desta revista, encontramos mais de duas centenas de publicações eletrônicas, voltadas e publicadas tanto para profissionais da área da Psicologia, como de Filosofia. A mesma revista também abarca conceitos e práticas do campo da Saúde e Educação, possuindo perspectivas multiprofissionais e interdisciplinares. Uma outra característica da Revista da Abordagem Gestáltica é sua constante presença nos mais altos níveis de avaliação Qualis da CAPES. Atualmente a revista possui uma avaliação Qualis/CAPES como B1, mas já teve seu nome inserido no extrato A2. Somando-se a isto, a revista está presente em dez fontes de indexação: Index Psi Periódicos (BVS-Psi Brasil), Lilacs, CLASE, LATINDEX, PSICODOC, RedAlyc, SCOPUS, EBSCO, Dialnet e ProQuest. Ademais, este periódico possui publicações de autores de países como Peru, Portugal, Argentina, Estados Unidos, Rússia, entre outros.

A revista em questão goza de certo protagonismo, visto ser uma das pioneiras, no que diz respeito ao Brasil, a adotar como escopo principal a Fenomenologia e suas derivações como cerne de sua produção. Até muito recentemente, as produções em Fenomenologia se davam de modo disperso, em variados periódicos - tanto no âmbito da Filosofia, quanto da Psicologia. Assim, a Revista da Abordagem Gestáltica é indicada como uma das grandes organizadoras do pensamento husserliano em território brasileiro, particularmente no contexto da Psicologia.

Atualmente existem outras revistas cientificas que publicam conteúdos relacionados a fenomenologia, como são os casos das revistas Estudos e Pesquisas em Psicologia (UERJ), Memorandum (UFMG), Arquivos Brasileiros de Psicologia (UFRJ), Psicologia em Estudo (UEM), Estudos de Psicologia (PUC-Campinas), Estudos de Psicologia (UFRN) ou Temas de Psicologia (SBP), a título de exemplo, baseando-nos em uma busca rápida. Contudo, podemos distanciá-los da revista em foco, uma vez que todos esses periódicos têm em comum o fato de serem revistas ditas generalistas. No tocante a revistas que se propõem a ser mais específicas, no contexto nacional, a revista Natureza Humana - Filosofia e Psicanálise, editada pela Sociedade Brasileira de Fenomenologia e Sociedade Brasileira de Psicanálise Winnicottiana, desde 1999, é um desses exemplos, sendo um dos principais veículos de difusão de reflexões heideggerianas desde a década passada. Ainda no âmbito da Psicologia ou da Filosofia, temos a Revista do NUFEN (Phenomenology and Interdisciplinarity), publicada pelo Núcleo de Pesquisas Fenomenológicas da Universidade Federal do Pará, desde 2003 em forma impressa e desde 2009 em modo eletrônico; a revista Psicopatologia Fenomenológica Contemporânea (editada pela Sociedade Brasileira de Psicopatologia Fenômeno-Estrutural), publicada online desde 2012; e, bem mais recentemente, em 2017, surgiu a revista Aoristo - International Journal of Phenomenology, Hermeneutics and Metaphysics, vinculada ao Grupo de Pesquisa de Fenomenologia, hermenêutica e metafísica da UNIOESTE (Universidade Estadual do Oeste do Paraná).

Podemos citar ainda outros projetos que, de modo direto ou indireto, apresentam-se como vinculados ao pensamento fenomenológico, mas cuja periodicidade assistemática prejudica uma avaliação mais criteriosa (como é o caso da revista Daseinsanalyse, editada pela Sociedade Brasileira de Daseinsanalyse, desde 1974; ou da revista Fenomenologia e Psicologia, publicada desde 2013 e vinculada a um grupo de pesquisas de Psicologia, da Universidade Federal do Maranhão). Não sendo nosso objetivo uma análise exaustiva de toda a produção fenomenológica em nosso país, deixamos aqui esses exemplos.

 

Justificando um protagonismo: um pouco da sua história

Justificar um certo protagonismo impõe resgatar elementos formais e históricos. O caso da Revista da Abordagem Gestáltica - Phenomenological Studies é singular pela sua temporalidade e pela dinâmica de sua mudança. A revista em questão não nasceu, exclusivamente e por princípio, fenomenológica, mas atrelada a toda a tradição da Psicologia Humanista (particularmente em solo brasileiro), que a associa à vertente fenomenológica em termos de fundamentos. Como a Gestalt-terapia, historicamente, compartilha do movimento humanista estadunidense e, ademais, chega ao Brasil na esteira do pensamento rogeriano, finda por indicar e compartilhar das mesmas associações ao pensamento fenomenológico (Gomes, Holanda & Gauer, 2004a, 2004b; Holanda & Karwowski, 2004; Suassuna & Holanda, 2009; Holanda, 2009). A revista nasceu juntamente com os Encontros Goianos de Gestalt-terapia. Trata-se de um dos mais antigos encontros de Gestalt-terapeutas do Brasil, ativo e ininterrupto, que acontece anualmente desde 1995 (Andrade, 2004) - sendo que os encontros ou congressos nacionais principiam em 1987 - e que sempre vinha acompanhado de uma publicação, compilação das apresentações dos referidos encontros, cujo nome reproduzia o dos Encontros.

Esse modelo perdurou até o ano de 2005 quando, no esteio de uma preocupação com a qualificação de seu discurso, a Revista do XI Encontro Goiano da Abordagem Gestáltica se apresenta igualmente como Anais do referido encontro, já acenando para um projeto de redirecionamento e valorização da publicação. No ano seguinte, em 2006, a edição do 12º volume da publicação traz, pela primeira vez e mais explicitamente, a aproximação com a Fenomenologia, como se lê em seu editorial:

A fenomenologia tem sido o fundamento do discurso gestáltico, de sua metodologia e de suas técnicas ou procedimentos de intervenção (...). Ela aparece nesse momento como figura, integrando o título do acontecimento: XII Encontro Goiano da Abordagem Gestáltica e I Encontro de Fenomenologia do Centro-Oeste (Andrade, 2006, p. 7).

É a partir desse ano que ocorre a mudança do nome para Revista da Abordagem Gestáltica, junto à ambição de promover um caráter mais sistemático, inaugurando um perfil mais acadêmico, a partir da inscrição no ISSN, bem como a formalização de um Conselho Editorial e, finalmente, a alteração de seu corpo de Editores. Do princípio até o ano de 2005, a revista fica sob a editoria da Prof.ª Celana Cardoso Andrade. Após o segundo número de 2006, a editoria fica a cargo do Prof. Dr. Adriano Furtado Holanda, que propõe a reformatação da revista2. Como se lê no Editorial da segunda edição de 2006 - que, acompanhando o processo de transição, herda o ISSN, com vistas a manter a periodicidade da publicação, a partir de então passando a ser semestral - a revista passa a apresentar um projeto de qualificação visando um reposicionamento da mesma no esteio das publicações científicas.

O título do periódico ora em análise aponta para sua vinculação histórica e também para uma certa tradição que o pensamento fenomenológico carrega na sua vinculação com a Psicologia brasileira, qual seja, a de associação com as práticas clínicas denominadas humanistas ou existenciais. Mesmo que essas relações sejam complexas, passíveis de críticas, não nos cabe neste espaço tecer elaborações acerca disto. Convidamos o leitor a compartilhar de discussão mais aprofundada e crítica em relação a esta aproximação, na literatura já consolidada nesta direção (Campos, 2006; Goto, 2008; Amatuzzi & Carpes, 2010; Bezerra & Bezerra, 2012; Holanda, 2014, 2016; Feijoo & Goto, 2016).

Ainda fortemente atrelada à tradição brasileira de aproximar a fenomenologia de Husserl às abordagens humanistas e existenciais de Psicologia, a revista trazia em sua linha editorial a preocupação em privilegiar "reflexões - numa perspectiva multiprofissional e interdisciplinar - em torno dos seguintes temas: a) Gestalt-terapia e Abordagem Gestáltica; b) Psicologia Humanista e Existencial; c) Psicologias e Psicoterapias de orientação fenomenológica e existencial; d) Fenomenologia pura e aplicada; e) Pesquisa Qualitativa e Fenomenológica". Foi a partir desse momento que a revista adotou critérios típicos da comunidade científica e acadêmica, como avaliação duplo-cego, corpo de consultores com titulação, dentre outros.

Uma das características desse novo perfil da revista, que a diferencia e que a acompanha desde então é o fato de trazer - ao lado de artigos de variados tipos - a tradução para o português, de um texto clássico, de autoria de alguma personalidade importante para a Psicologia ou para o pensamento fenomenológico, principiando por um artigo de Kurt Koffka (On the Structure of Uncounscious, publicado originalmente em inglês, em 1928), que na sequência passa a ter a companhia de autores de renome como Karen Horney, Eugène Minkowski, Carl Rogers, Paul Tillich, Van der Leeuw, dentre outros, incluso filósofos como Gabriel Marcel, Karl Jaspers e Edmund Husserl.

Outra alteração significativa foi o fato da revista passar a integrar, a partir de outubro de 2008, as coleções publicadas pelos Periódicos Eletrônicos em Psicologia (PePSIC), fonte da Biblioteca Virtual de Psicologia da União Latino-Americana de Entidades de Psicologia (BVS-Psi ULAPSI), utilizando a metodologia SciELO de publicação eletrônica, ficando disponível totalmente online e em acesso aberto. Por fim, após o ano de 2013, a revista agrega um subtítulo em inglês - Phenomenological Studies - anunciando tanto seu projeto de internacionalização, quanto mais uma alteração em seu perfil editorial, ao realizar uma inversão na ordem dos itens em seu perfil editorial para: "a) Fenomenologia; b) Psicologia Fenomenológica; c) Filosofias da Existência; d) Psicologias Humanistas e Existenciais; e) Pesquisa em Ciências da Saúde, Humanas e Sociais".

Ao longo dos seus anos de existência, a revista publicou algumas seções que não prosperaram, como Ensaios ou Teses e Dissertações, e uma seção de Resenhas que aparece assistematicamente. Apesar da inconstância em relação a estas seções, a revista mantém o padrão de publicação de Artigos e Textos Clássicos.

 

Método

O objetivo do presente artigo é identificar e analisar as publicações da Revista da Abordagem Gestáltica - Phenomenological Studies, usando como objeto de pesquisa todos os artigos publicados exclusivamente online, durante o período entre os anos 2007 e 2017.

Levando em conta a importância das revistas científicas, é indicado ressaltar que diversos outros autores fizeram revisões sobre publicações em revistas específicas, como encontramos em Yamamoto, Souza e Yamamoto (1999), que analisaram as revistas Psicologia: Teoria e Pesquisa, Psicologia: Reflexão e Crítica, Psico, Arquivos Brasileiros de Psicologia, Psicologia USP e Boletim de Psicologia; ou Oliveira, Cantalice, Joly e Santos (2006) sobre a revista Psicologia Escolar e Educacional; Suehiro, Cunha, Oliveira e Pacanaro (2007) sobre a revista Psico-USF; e Sacomano, Faria e Ferrete (2016), sobre a revista Psicologia Atual. Portanto, percebe-se que a revisão de um periódico é um método recorrente na literatura, cuja importância científica se vincula à ideia de resgatar a história e a relevância da revista estudada, analisando assim sua expressividade no meio em que está inserida.

Para tanto, escolhemos como método de análise a Revisão Sistemática de Literatura (RSL) que, segundo o manual Diretrizes Metodológicas (Brasil, 2012), é "um sumário de evidências provenientes de estudos primários conduzidos para responder uma questão específica de pesquisa" (p. 13). Sampaio e Mancini (2007), por sua vez, afirmam que para haver uma revisão sistemática é necessária a existência de uma pergunta, além da definição de uma estratégia de pesquisa, junto a uma ordem de critérios para incluir ou excluir artigos e, como mais importante, a análise da qualidade da literatura resultante. Ferreira e Yoshida (2004) delimitam que a RSL tem como objetivo "delinear o estado da arte, identificar principais autores e/ou pesquisas, ou estimar a eficiência de uma técnica" (p. 525). Para Conforto, Amaral e Silva (2011), a RSL é um bom primeiro passo para qualquer pesquisa científica, possuindo caráter exploratório, contribuindo, assim, para o desenvolvimento de uma base sólida de conhecimentos na área em que é aplicada.

Em outras palavras, a RSL é adequada para sintetizar o conhecimento em determinada área, identificando, selecionando e avaliando de maneira crítica os estudos colhidos, visando responder uma questão específica. Tal estudo é importante para aprofundar o conhecimento e apontar possíveis lacunas nas publicações da área em questão, isto é, pontos específicos aos quais devem ser atentados em investigações futuras.

Sendo assim, o presente artigo busca identificar e analisar as publicações da revista citada, visando compreender sua relevância para o meio científico da qual faz parte, verificando seus métodos de publicação e formas de expressão. Entende-se que o processo, meticulosamente realizado e revisado, é de importância para que a própria comunidade acadêmica tenha um retorno sobre a qualidade das publicações feitas em sua área. Como, num geral, tais publicações estão espalhadas em diversos periódicos e bases de dados, preferiu-se escolher uma revista de nome, idade e relevância científica atual.

 

Material e Procedimento

Foram analisados 223 artigos da Revista da Abordagem Gestáltica - Phenomenological Studies, entre 2007 e 2017, disponíveis online na base de dados PePSIC, divididos do volume 13 ao volume 23, cada um com dois números publicados (com exceção do mais recente, que torna a revista quadrimestral). Dos artigos analisados, foram extraídos os títulos, autores, filiação declarada dos autores, volume, número, resumo e palavras-chave. A análise principiou pelos resumos, que foram separados em categorias pré-determinadas pela própria revista:

a) Relato de Pesquisa (RP): artigos de cunho empírico, que utiliza metodologias quantitativas ou qualitativas, apresentando resultados e discussão dos dados;

b) Revisão Crítica de Literatura (RCL): artigos que resgatam revistas, livros ou quaisquer outros veículos de divulgação sobre estudos em áreas específicas anteriores;

c) Estudo Teórico ou Histórico (ETH): engloba os artigos focados em análises de construtos teóricos ou análise de cunho histórico sobre um determinado tema.

Apesar das categorias pré-determinadas citadas, alguns artigos foram publicados em categorias especiais, os quais foram catalogados nas três categorias anteriores, a partir da consulta aos resumos e à designação de submissão dos artigos. As seções especiais foram: a) Conferências do I Congresso Brasileiro de Fenomenologia; b) Fenomenologia e Geografia: espaços, lugares e paisagens; e c) Dossier - Fenomenologia das Idades da Vida: Infância e Adolescência.

Em um segundo momento, os dados foram analisados conforme a região de publicação dos autores dos artigos, levando em conta apenas o primeiro autor e a filiação declarada com instituições de Ensino Superior. Em seguida, estes dados foram considerados em relação às instituições de Ensino Superior serem de cunho privado ou público e, depois, ao número de autores dos artigos (única autoria, dupla autoria ou múltipla autoria). Por último, foi construída uma nuvem de palavras seguidas por tabelas e gráficos utilizando as palavras-chave dos artigos analisados.

 

Resultados e Discussão

Seguindo o método e o procedimento apresentados, conforme as categorias pré-determinadas, foram construídos tabelas e gráficos sobre os dados obtidos, visando ilustrar uma melhor discussão. A seguir apresentamos o número total de artigos, em cada categoria:

Percebe-se que a categoria Ensaio Teórico ou Histórico (ETH), segundo a Tabela 1, compreende aproximadamente 62,3% do total de artigos, equivalente a 139 do total de 223 dados coletados, representando a maior parcela destes. Relato de Pesquisa (RP), por sua vez, aponta 68 artigos, representando 30,5% do total, sendo o segundo de maior aparição. Revisão Crítica de Literatura (RCL) tem 16 artigos, sendo estes relativos a 7,2% da totalidade. A relação entre essas categorias - ETH como o dobro de RP, e cerca de oito vezes a frequência de RCL - apontam a dimensão teórica como preponderante, um incremento gradual e sensível de pesquisas empíricas, e uma categoria (RCL) ainda incipiente. Seguindo a lógica da demonstração dos números de artigos em cada categoria, construiu-se um gráfico que ilustra a disposição de tais publicações ao longo dos anos, separando estas conforme os volumes e números. O gráfico 1 abaixo ilustra estas variações:

 

 

Os ETH, ao longo dos anos, aparecem com mais destaque em duas ocasiões, nos volumes 15 (número 2) e volume 18 (número 2), com 10 artigos em cada; enquanto sua menor aparição ocorreu em dois momentos, sendo estes os volumes 14 (número 2) e 23 (número 2), com apenas 2 artigos em cada. A média da categoria, por fim, é de 6 artigos. As RP possuem como maior frequência, 6 artigos, nos volumes 18 (número 1) e 22 (números 1 e 2), e como menor aparição - nenhum artigo - nos volumes 13 (número 1), 14 (número 1), e 16 (número 1). A média das RP ao longo dos anos é de três artigos. As RCL tem como maior número de aparições quatro artigos no volume 23 (número 2) e, como menor (nenhum artigo) nos volumes do 13 ao 16, volume 19 (número 2), volume 20 (número 2), volume 21 (número 2), e volume 22 (números 1 e 2). Sua média, portanto, é de 0,7 artigos.

Levando-se em conta a média de seis artigos de ETH, observou-se que a mesma mantém o padrão de ser duas vezes maior que os RP. A predominância de ETH está associada a uma longa história que vincula o pensamento das psicologias de cunho humanista e existencial a uma tradição teórica - e, por conseguinte, alheia às problematizações empíricas - bem como ao fato que a tradição filosófica se desenvolve em torno de reflexões da mesma natureza. No caso das perspectivas psicológicas, há que se destacar uma certa inapropriação de recursos metodológicos, direcionando os estudos para uma vertente anticientificista, típica dos modelos humanistas das décadas de 60/70 do século passado, oriundos de críticas facilmente associadas a modelos como a Gestalt-terapia ou mesmo ao pensamento de Carl Rogers3 (Branco & Cirino, 2016; Branco & Silva, 2017).

Todavia, há que se destacar uma mudança significativa, que é o aumento do número de pesquisas empíricas desenvolvidas e apresentadas - eventualmente decorrente de um incremento na qualificação profissional ou na procura por espaços de pós-graduação, como apontado, por exemplo, no cenário da Gestalt-terapia, por exemplo (Holanda & Karwowski, 2004; Holanda, 2009); ou mesmo um reflexo do incremento da produção científica em geral, na psicologia brasileira (Sampaio, 2008; Costa & Yamamoto, 2015). Esse aumento se observa, a título de exemplo, numa inversão nos últimos anos na própria revista: em 2016 e 2017, em cinco números publicados, o número de RP (23) ultrapassou o de ETH (20) e de RCL (11). Essa inversão de dominância parece representar uma mudança no próprio modo de se perceber o fazer científico, e também reflete uma maior presença de metodologias qualitativas e do método fenomenológico nas produções de manuscritos.

A seguir, no gráfico 2, apresentamos um panorama das publicações por região geográfica do país, segundo filiação declarada a instituições de Ensino Superior. Todavia, como a revista em questão possui publicações de autores estrangeiros, estes estudos foram alocados numa categoria especial, denominada "exterior". Por fim, os dados dos artigos sem filiação ou com filiação relativa a instituições que não são de Ensino Superior, foram colocados na categoria "Outros".

Com base nesses dados, observa-se que a Região Sudeste, com 56 artigos, representa 25% do total de artigos analisados, seguida pela categoria Outros, que possui 53 artigos, sendo 24% do total, o que representa 49% do total das publicações. Em seguida, a Região Nordeste tem 39 publicações (18%), a Região Sul possui 36 (16%) e a Região Centro-Oeste tem 22 artigos (10%). Por último, as publicações da categoria Exterior somam 12 artigos (5%), a frente da Região Norte, com apenas 5 artigos (2%). No contexto brasileiro, a maior expressividade da Região Sudeste é compatível com a centralização das IES e com a própria produção acadêmica brasileira, sendo seguida de perto pelas regiões Nordeste, Sul e Centro-Oeste. A expressividade de publicações da categoria Outros, no entanto, é maior que das outras regiões brasileiras, indicando um volume considerável de produções não vinculadas a faculdades ou universidades, mas a instituições ou pesquisadores variados.

Outra maneira de visualizar os dados é através da divisão das filiações segundo seu cunho - privado ou público -, sendo que, para tal divisão, levou-se em conta apenas os artigos que o primeiro autor declarou sua filiação com uma instituição de ensino superior, totalizando assim 171 artigos (Gráfico 3):

 

 

No Gráfico 3 verificamos que 30 instituições declaradas são de cunho público, enquanto 22 são privadas e 11 são de um país exterior. Do total de 171 artigos, 108 foram publicados por IES públicas, 51 foram de instituições privadas e apenas 12 de instituições internacionais. Esses dados reiteram o domínio da pesquisa e da produção sistemática de conhecimento vinculada às instituições públicas de ensino, onde estão concentrados os programas de pós-graduação, tradicionalmente espaços de pesquisa e difusão de conhecimento.

Por fim, analisamos a relação em torno da autoria dos artigos, enquanto autoria única, dupla ou múltipla (tabela e gráfico abaixo):

 

 

Nos baseando na Tabela 2, observamos que os artigos com único autor representam 45,3% (101 no total), enquanto os artigos com dois autores, com suas 77 publicações, representam 34,2%. A múltipla autoria, isto é, aqueles com três ou mais autores, somam 45 artigos (20,2%). Entende-se, portanto, que a predominância da autoria singular ainda aponta para a tradição de elaborações teóricas vinculada a essas abordagens. Ao levarmos em conta a média, destacamos que os artigos com um ou dois autores possuem média aproximada, sendo que a média dos artigos de múltipla autoria é aproximadamente metade da encontrada nos artigos de única autoria, o que pode ainda indicar a necessidade de se incrementar as parcerias no tocante às produções nesta área.

 

 

Por último, fizemos a construção de uma nuvem de palavras utilizando as palavras-chave de todos os resumos colhidos - um total de 1421 palavras-chave - buscando delimitar o perfil mais destacado da revista (Figura 1):

A tabela 3 aponta para as des palavras-chave mais frequentes:

 

 

Utilizando a Figura 1 e a Tabela 3 como referências, notamos a prevalência de aparições da palavra-chave Fenomenologia, com 85 aparições, quase o dobro que a segunda palavra, Psicologia, com 49 aparições. Em terceira posição está a palavra-chave Terapia, com 45 aparições, seguida por Gestalt (41), Clínica e Psicoterapia, ambas com 21. As palavras Fenomenológica e Existencial possuem 20 aparições cada. Por fim, as palavras Centrada e Pessoa possuem 18 aparições cada. Realizando alguns cruzamentos simples, entre as palavras mais citadas, observamos que a vinculação originária (Gestalt + Terapia) representam 86 aparições, ficando pouco abaixo do caráter "clínico" como ênfase (cruzamento entre Terapia + Clínica + Psicoterapia), como 87; mas distando significativamente de um caráter mais "fenomenológico", que parece ser a tônica da revista nos últimos anos, a partir de 2009 (cruzando-se as palavras Fenomenologia + Existencial + Fenomenológica), com 125 aparições.

O gráfico 5, a seguir, demonstra o percurso das palavras Fenomenologia, Psicologia e Gestalt durante as publicações, as quais são focos da revista:

 

 

No Gráfico 5 é possível observar que os momentos com maior utilização da palavra-chave Fenomenologia foram nos volumes 15, 18, 22 e 23, com 11 utilizações em cada, sendo os menores momentos nos volumes 14 e 20, com 3 aparições. A palavra-chave Gestalt, por sua vez, apareceu em maior quantidade no volume 15 com 7 aparições e, em menor quantidade, no volume 2, com apenas 1 aparição. Psicologia apareceu em maior quantidade nos volumes 15 e 23, com 8 aparições e nos volumes 14 e 19, em menor quantidade, com 1 aparição.

A partir desses dados (decorrentes da Figura 1, Tabela 3 e Gráfico 5) é possível compreender que a revista confirma seu foco em artigos que versam sobre Abordagem Gestáltica e Fenomenologia. Com o Gráfico 5, no entanto, identificamos o quanto, ao longo dos volumes publicados, o foco se voltou mais para a Fenomenologia em si, caindo a aparição da palavra-chave Gestalt.

 

Considerações Finais

Ao retornarmos a uma revista para analisar seu perfil, notamos a riqueza de dados que são possíveis de serem coletados durante tal análise. Após esse trabalho, concluímos que a revista em questão tem grande representatividade no cenário de publicações científicas brasileiras. Esta revista pode ser considerada um espaço crucial para a divulgação da Abordagem Gestáltica e da Fenomenologia no meio científico nacional, sendo destacado veículo destas para maior propagação dos estudos e conhecimentos acadêmicos para a população interessada nos assuntos nela abordados.

O estudo demonstrou prevalência dos ensaios teóricos ou históricos nas publicações da revista, mostrando o interesse dos autores em estudar, rever e discutir conceitos e ideias do meio. Além disso, apesar do maior número de publicações vindas da região sudeste do Brasil e de filiações não declaradas, atenta-se para o fato de já se apresentar publicação significativa do exterior, e uma ainda incipiente produção na região Norte. Mesmo que o número de publicações exterior seja pequeno, demonstra-se que, aos poucos, a revista ganha o cenário internacional e, consecutivamente, visibilidade neste sobre o papel e local do Brasil no meio científico.

Ademais, apesar do número de instituições de Ensino Superior declaradas ser aproximado, entre públicas e privadas, a quantidade superior de artigos publicados pelo ensino público demonstra sua importância nas pesquisas e discussões acadêmicas e científicas. Por fim, os artigos de autoria única se mostraram mais numerosos que os demais, o que ainda pode refletir a necessidade de se pensar em mais parcerias e interlocuções na realização de pesquisas, apontando ainda para a manutenção de um perfil de reflexão isolado.

O foco da revista, dito fenomenológico, confirmou-se com os estudos das palavras-chave. Além da própria palavra-chave Fenomenologia, observou-se grande aparição de outras palavras relacionadas à ela, como fenomenológico(a). Portanto, a revista cumpre o que promete sobre sua abordagem focalizada. Observa-se também a possibilidade da utilização das palavras Terapia e Psicoterapia ser aproximada ao da Fenomenologia em relação ao seu sentido, necessitando-se, portanto, maior análise neste quesito.

Percebeu-se a relevância deste tipo de revisão, a qual pretende retornar às publicações e retomar os estudos realizados, visando demonstrar o que está sendo produzido atualmente no país. Observa-se que tal tipo de estudo, apesar de existente, ainda é de tímida expressão. Além disso, retomar periódicos para análise resgata a história da Psicologia, podendo-se, desta maneira, entender um pouco mais sobre o que já foi publicado, discutido e repassado para outros estudiosos e curiosos da área. Relembrar o que foi feito e o que comumente é visto é vital para a formação e atualização de bons profissionais.

 

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Recebido em 23.08.2018
Primeira decisão editorial em 13.02.2019
Aceito em 20.02.2019

 

 

1 Os Arquivos Brasileiros de Psicotécnica foram editados de 1949 até 1968, pelo ISOP (Instituto de Seleção e Orientação Profissional, que funcionou de 1947 a 1990), posteriormente passa a se denominar, em 1969, Arquivos Brasileiros de Psicologia Aplicada, permanecendo assim até 1978, quando - ao completar 30 anos de existência ininterrupta - passa à denominação atual de Arquivos Brasileiros de Psicologia. Em 1990 tem seu último número editado a cargo do ISOP/FGV. Permanece ativa, atualmente sob a responsabilidade da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Mais informações e o acervo vinculado ao ISOP estão disponíveis em: http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/abpt
2 Convém assinalar que, tanto em 2005, quanto em 2006, a Prof.ª Celana Andrade ocupa a Editoria principal, acompanhada de dois editores associados, Marta Carmo e Danilo Suassuna, ambos vinculados ao ITGT. A partir de 2006, quando muda a editoria principal, esses três nomes permanecem como associados, em todo o processo de reformulação e crescimento do periódico.
3 Em que pese o fato desta associação ser "clássica", há que se destacar que Rogers nunca foi avesso ou alheio às elaborações empíricas, muito menos poderia ser considerando anticientificista. Sua obra é um exemplo de um profícuo diálogo entre diferenças, e ele próprio apresenta inúmeros exemplos de pesquisas empíricas em suas elaborações, bem como desenvolve investigações nesta direção (Rogers, 1959, 1961; Rogers, Gendlin, Kiesler & Truax, 1967; Rogers & Coulson, 1973).

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