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Pesquisas e Práticas Psicossociais

On-line version ISSN 1809-8908

Pesqui. prát. psicossociais vol.10 no.1 São João del-Rei June 2015

 

ARTIGOS

 

Entre imagens e palavras: as Agentes Comunitárias de Saúde como artífices

 

Between images and words: the Community Health Agent as artisans

 

Entre imágenes y palabras: el agente comunitario de salud como artesanos

 

 

Luis Carlos Nunes VieiraI; Jaqueline TittoniII

IMestre em Psicologia Social e Institucional pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Endereço: luiscfisio@yahoo.com.br
IIPsicóloga. Mestre e Doutora em Sociologia. Pós-doutora em Psicologia Social. Professora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social e Institucional da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Endereço: jatittoni@gmail.com

 

 


RESUMO

Este artigo tem por objetivo discutir imagens criadas por Agentes Comunitárias de Saúde (ACS) sobre o seu trabalho. Operando com a pesquisa intervenção, produzimos imagens que mostram certos enunciados que produzem subjetividade no trabalho desses sujeitos. Adotamos a intervenção fotográfica, entendendo que o enunciado também passa pelo olhar. Partindo do imaginado para revelar múltiplos sentidos, tomamos a imagem como dispositivo que opera no sentido de transformar para conhecer. O trabalho foi desenvolvido com equipes de saúde da família no município de Porto Alegre, Brasil, entre os meses de junho de 2012 e fevereiro de 2013. A imagem do artífice, como indicativo do trabalho e da condição de ACS, foi problematizada mostrando a importância da integração dos conhecimentos cotidianos e técnicos. O artífice produz o trabalho na criação de algo novo, articulando conhecimento técnico e a experiência se assemelhando ao trabalho das ACS

Palavras-chave: Agentes Comunitários de Saúde; Imagem; Ética; Modos de Subjetivação; Trabalho.


ABSTRACT

This article discusses images created by Community Health Agents (CHA) about their work. Operating with intervention research, produce images that show certain statements that produce subjectivity in the work of these subjects We adopt a photographic intervention, understanding that the statement also passes by the look. Starting from the imagined to reveal multiple meanings, we took the image as a device that operates to transform to know. The work was developed in the family health teams in the city of Porto Alegre, Brazil, between the months of June 2012 and February 2013. Yet when problematized like a need for collective knowledge production, integrating every day and technical knowledge, the image of the "craftsmen" was considered very significant. The "craftsman" produces work creating something new in the articulation between technical knowledge and experience and resembles greatly on the work of community health workers.

Keywords: Community Health Agents; Image; Ethics; Subjectivity Modes; Work.


RESUMEN

Este artículo tiene como objetivo discutir las imágenes creadas por las Agentes Comunitarias de Salud (ACS) sobre su trabajo. Operando con la investigación de intervención, producimos imágenes que muestran ciertos enunciados que producen subjetividad en el trabajo de estos sujetos. Adoptamos la intervención fotográfica con la comprensión de que el enunciado va a pasar por el mirar. Con base en la noción de imaginación para revelar múltiples significados, tomamos la imagen como dispositivo que opera en el sentido de transformar para conocer. El estudio se llevó a cabo en equipos de salud de la familia en Porto Alegre, Brasil, entre junio de 2012 y febrero de 2013. La imagen artífice como indicativo del trabajo y de la condición de trabajador AEC, fue cuestionada, para muestrar la importancia de integración de los conocimientos del cuotidiano y el conocimiento técnico. El artífice produce el trabajo en la creación de algo nuevo en la articulación entre conocimiento técnico y la experiencia y se asemeja al trabajo de la AEC.

Palabras clave: Agentes comunitarios de Salud; Imagen; Ética; Modos de Subjetivación; Trabajo.


 

 

Apresentação

Esta exposição é fruto da dissertação de mestrado Agente Comunitário de Saúde: imagens de um sujeito ético-político no cotidiano de trabalho, que tem como eixo central a análise dos modos éticos e estéticos de trabalhar e de viver no cotidiano de trabalho de agentes comunitários de saúde. Ele faz parte de um estudo mais amplo, chamado "o trabalho como uma arte: as praticas e os saberes produzidos nos cotidianos de trabalho", que envolveu outras quatro equipes de saúde da atenção básica no distrito de saúde Gloria-Cruzeiro-Cristal da cidade do Porto Alegre e foi aprovado no Comite de Ética e Pesquisa do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul em abril de 2014. Esse estudo ampliado está em fase final de produção e relatoria e parte do pressuposto de que o trabalho, para além dos produtos e objetos técnicos que resultam de sua realização, produz sujeitos e agencia afetos que transbordam das experiências dos trabalhadores e podem abrir passagem para a invenção de modos de viver e de trabalhar. Por abrir essas passagens, o trabalho pode ser pensando como arte, que pode se recriar e reinventar nas práticas cotidianas de resistência aos modelos prescritivos e centrados nas abordagens técnicas e administrativas. O foco do nosso olhar dirige-se, então, para as práticas cotidianas e anônimas, os afetos e as imaterialidades do trabalho na saúde e, sobretudo, nas atividades de agentes comunitários de saúde.

Nesta exposição, as experiências do trabalhar são abordadas desde o trabalho realizado por Agentes Comunitários de Saúde (ACS), buscando as práticas que constroem sua atividade como um trabalho para a promoção de saúde. Esse trabalho tem sido tematizado por uma série de estudos que abordam diferentes aspectos de suas experiência, sendo que esses estudos foram objeto de análise de uma revisão de literatura específica (Pereira & Oliveira, 2013), em que as autoras identificaram 2.176 estudos que envolviam esses profissionais, nas bases de dados BDTD, LILACS e SciELO. Segundo critérios propostos em sua revisão, definiram três eixos empíricos: a promoção da saúde, as práticas educativas no cotidiano de trabalho de ACS e a formação profissional na perspectiva da Atenção Primária em Saúde. Essa revisão foi realizada no ano de 2011 e 2012 e buscou estudos realizados a partir de 1991, ano de formalização da atividade de ACS. Chama atenção o aumento significativo de estudos com essa temática e, sobretudo, sua associação à educação, tanto em termos do caráter educativo presente na perspectiva da promoção de saúde quanto da capacitação ou formação de agentes comunitários (Fonseca, Mendonça, 2014; Modesto et al., 2012; Melo et al., 2009; Nunes, Trad, Almeida, Homem &, Melo, 2002; Morosine, Corbo & Guimarães, 2007). Pode-se perceber também que as ACS estão presentes em diferentes áreas de atenção em saúde como zoonoses (Fraga & Monteiro, 2014), fonoaudiologia (Santos, 2012), saúde mental (Santos & Nunes, 2014; Waidman, Costa & Paiano, 2012), violência contra a mulher (Hesler, 2013), uso de drogas (Habimorad & Martins, 2013; Cordeiro, 2014), idosos e idosas (Bezerra, Espírito Santo & Batista Filho, 2005), saúde bucal (Koyashiki, Alves-Souza & Garanhani, 2008), somente para citar alguns de maior incidência. Outro ponto importante é a referência ao ACS no trabalho com comunidades indígenas e rurais e sua função na aproximação e expansão da discussão da saúde nesses contextos de inserção. Esses estudos mostram a diversidade dessa atividade e os desafios presentes na produção de um modelo de saúde calcado na promoção de saúde. Diante dessa multiplicidade de temas e pesquisas, definimos a especificidade de nossa abordagem por meio do olhar sobre o trabalho de ACS buscando pistas sobre o lugar que ocupa nas equipes de saúde e sua importância na construção desse novo modelo de atenção.

Este estudo foi realizado com ACS de uma unidade de saúde da família do distrito da saúde Glória-Cruzeiro-Cristal, da cidade de Porto Alegre, localizada no bairro Belém Velho. Foi realizado com dez agentes de saúde das das duas equipes que compõem a unidade, tendo sido desenvolvido entre de junho de 2012 e fevereiro de 2013, com encontros semanais que transitaram entre o acompanhamento do trabalho das ACS na área, bem como a participação em reuniões de equipe e em eventos de promoção de saúde realizados pelas equipes nesse período.

Consideramos como pressuposto a noção do conhecimento como construção e como processo, em que o pesquisador é o sujeito que toma a pesquisa como espaço-tempo de produção de sentidos, com a multiplicidade de relações que aí se produzem. Nesta pesquisa, em específico, temos a produção de imagens como ponto central de nossas experiências e análises, identificando o olhar do pesquisador e dos demais sujeitos da pesquisa como ponto fundamental. Para além do olhar, a leitura das imagens provoca as imagens e as palavras em relações que evidenciam e visibilizam enunciados. Assim, este trabalho é composto por imagens-texto que buscam produzir uma cinética entre os campos do visível e do dizível para possibilitar o fazer ver os enunciados (Deleuze, 2005) e os modos de subjetivação. Essa maneira de produzir sentidos convoca o pesquisador a se apropriar, e até mesmo criar, o "tear conceitual" que possibilita tecer o olhar sobre o campo a partir dos diversos elementos que ele encontra.

Este estudo propõe-se a buscar intervenções nos modos de ver institucionalizados, de forma a provocar outros modos de ver os cotidianos de trabalho e, assim, permitir que os múltiplos olhares tecidos sobre o trabalho possam ser colocados a serviço de uma produção coletiva de reflexão e problematização dessas formas cotidianas de trabalhar. Os modos de ver acessados pelos sujeitos revelam certas racionalidades e, ao mesmo tempo, escondem outras, dando visibilidade a enunciados que emergem da rede de relações entre as imagens e as palavras (Deleuze, 2005). A pesquisa, assim, é um exercício que "descobre" as insignificâncias do cotidiano para poder refletir sobre as forças que atuam nos jogos de visibilidade do trabalho. A pesquisa intervenção e a intervenção fotográfica, neste estudo, são estratégias que buscam criar movimentos no olhar, provocar diferentes pontos de vista e novas condições de visibilidade.

Nesta exposição, trataremos, no primeiro momento, do modo de pesquisar "andarilho" adotado para acompanhar as atividades das agentes. Após faremos uma breve discussão sobre o trabalho das ACS, tendo as imagens de "elo" e "ponte" como elementos que compõem os enunciados que definem o trabalho de ACS e, assim, sua própria condição como trabalhadoras. Para finalizar, a proposta de ACS como "artífices" do cotidiano será brevemente apresentada. Ressalta-se que o gênero será deslocado para o feminino, dando visibilidade à importância do gênero no trabalho das ACS, de modo que a categoria gênero possa produzir efeitos de politização da escrita.

 

Estratégias do pesquisar ou imagens de um pesquisar "andarilho"

Mostrar os caminhos de uma pesquisa é um exercício de tradução da experiência de produção de um campo de pesquisa, assim como da análise das condições de emergência para a produção do conhecimento possível nos encontros entre pesquisador, agentes comunitários de saúde, demais profissionais da equipe, território geográfico, concepções teóricas, éticas e tantos outros elementos que formam as redes de afetos e de produções que compõem esse processo. A pesquisa assume a parcialidade como pressuposto ético e a abertura aos movimentos do campo como forma de intervir e conhecer e foi, justamente, a partir de movimentos no campo de pesquisa que emergiu o "pesquisador andarilho", como aquele que acompanhava as ACS em suas visitas, transitando pelo território geográfico e pelas relações que compõe esse espaço-tempo como um território vivo. O andarilho ainda é aquele que anda com pouca bagagem, enxergando alguns caminhos e outros não, porém sem deixar de andarilhar. Ele caminha apenas com o que é necessário para não se perder, mesmo que por vezes isso possa acontecer. Dessa forma, o andarilhar compunha, ao mesmo tempo, uma forma de pesquisar e um eixo fundamental do trabalho das ACS, na medida em que, também elas, tinham um trabalho "andarilho", que, de casa em casa, compunha redes de cuidado, visibilizava sofrimentos e angústias na forma de adoecimento e aproximava profissionais de saúde e os demais sujeitos da comunidade.

O pesquisador andarilho raramente caminha sozinho, e os pressupostos da pesquisa intervenção (Aguiar e Rocha, 2007) foram estratégias que deram suporte ao andarilhar, de modo que o conhecimento pudesse ser, também, um exercício de reflexão e de provocação dos modos cotidianos de trabalhar e de viver. Dessa maneira, buscou-se uma forma de pesquisa pautada em uma intervenção política e ética, visibilizada como experimentação artesanal de uma intervenção fotográfica (Tittoni, 2011). Este estudo buscou, assim, intervir nos modos de ver e viver o trabalho, tomando a imagem e as visibilidades como elementos centrais na definição das estratégias de pesquisa e, sobretudo, as imagens produzidas como fotografias.

Foucault (2011), ao escrever sobre a obra do fotógrafo Duane Michels, dá pistas de como podemos tratar a fotografia, sem que sejamos capturados por uma pesada ética do olhar, de modo a minimizar a função ocular da fotografia e realizar experimentações que possam incidir sobre os campos de visibilidade. Deleuze (2005), tratando da obra de Foucault, refere que campos de visibilidade e de dizibilidade se entrelaçam para mostrar certos enunciados, porém, os campos de visibilidade não são acessados diretamente pelo sentido do olhar, não são dados imediatamente à vista. As visibilidades emergem quando "rachamos" as imagens, e "rachar" imagens é fazer um salto até as condições de extraibilidade do enunciado. É uma produção que encontra em outros lugares os elementos que relacionam o visível e o dizível em sentidos historicamente condicionados. A irredutibilidade entre o que é visto e o que é dito gera tensão entre as imagens e as palavras, permitindo análises que façam surgir, dentro de campos historicamente produzidos, as formas de saber-poder que atuam neles (Deleuze, 2005).

A imagem e a fotografia, no entanto, não se apresentam como campos de visibilidade unicamente. Existe uma relação sensorial em que "as visibilidades não se definem pela visão, mas são complexos de ação e paixões, de ação e reações, de complexos multissensoriais que vêm à luz" (Deleuze, 2005, p. 68). Desse modo, visibilidades não são apenas os elementos visuais, mas são formas de olhar determinadas por certa composição histórico-institucional que se apresenta ao saber. A imagem, nesse sentido, assume uma posição estratégica no modo de pesquisar, pois cria formas de desnaturalização dos campos de visibilidade para que possam emergir os modos de ver e as éticas do ver (Sontag, 2004) implicadas na produção de imagens e na produção do conhecimento.

Neste estudo, tomamos a intervenção fotográfica como estratégia para pensar as linhas de visibilidade que compunham um modo de ver o trabalho das ACS fortemente institucionalizado. Na prática, pesquisadores e pesquisadoras passaram a acompanhar as atividades das ACS, buscando os jogos de visibilidade e de invisibilidade que poderiam traduzir os modos de trabalhar dessas trabalhadoras.

Esse acompanhamento trouxe uma série de questões relatadas em diários de campo pelos pesquisadores e pesquisadoras, que iam sendo discutidos com as ACS na medida mesma em que a caminhada acontecia. O primeiro tema que emerge dessas reflexões é a invisibilidade do trabalho das ACS. O saber técnico expresso pelos profissionais da equipe de saúde com formação técnica e universitária e os saberes tácitos produzidos nas experiências das ACS criavam tensões nas relações de poder e tendiam a garantir uma maior legitimidade para os saberes técnicos e formais da equipe.

Essa configuração das relações de poder trazia uma certa invisibilidade para o trabalho das ACS e, ao mesmo tempo, indicava uma forma de conceber saúde calcada nos saberes técnicos e formais que era, inclusive, compartilhada pela própria comunidade. O primeiro passo, assim, foi "abrir" essa invisbilidade, fotografando o trabalho realizado. Foram realizadas oficinas de fotografia, nas quais foram distribuídas câmeras descartáveis, com capacidade de 27 imagens cada, e as agentes foram convidadas para fotografar o seu trabalho. As fotografias poderiam ser realizadas com ou sem a presença de pesquisadores, de modo que tivessem a possibilidade de fotografar enquanto realizavam suas atividades. A feitura das fotografias foi acompanhada, de modo a seguir andarilhando com elas, pelo território.

As fotografias foram reveladas e trazidas à discussão com as ACS, de modo a pensar sobre o trabalho e as linhas de visibilidade e de reconhecimento que as imagens produzidas estavam indicando. As fotografias foram realizadas durante duas semanas e foram propostos dois encontros coletivos para a discussão das imagens, porém, a discussão que as oficinas provocavam ecoavam nos acompanhamentos, nos encontros casuais nas unidade de saúde, nas atividades de promoção de saúde realizadas nos fins de semana.

Considerando que o trabalho das ACS ocorre em um espaço físico diferente da unidade de saúde e que elas dificilmente se encontram para conversar entre si, o próprio encontro, a discussão, a troca e a reflexão já se mostraram como elementos importantes de seu processo de pensar o trabalho. As imagens trazidas nas oficinas mostravam, sobretudo, o território geográfico, com evidência para as casas, as ruas, as pessoas e as conversas como uma tentativa de dar visibilidade a um trabalho que se dá no encontro, na conversa e na escuta.

Os boletins de atendimento individual, os arquivos e prontuários das famílias acompanhadas, o mapa do território foram fotografados, também, como formas de dar visibilidade ao trabalho, mas vinham sempre acompanhados de comentários de que "não expressavam bem o que era o seu trabalho".

De certa forma, essas imagens mostravam os indicadores de produtividade e os modos como as experiências dessas trabalhadoras iam se transformando em informações e dados quantitativos que controlavam o número de famílias que cada uma delas acompanhava, mas não poderiam visibilizar os afetos, como a tristeza, diante da precariedade da vida trazida pelo adoecimento ou a precariedade dos recursos para sobreviver que muitas famílias enfrentavam cotidianamente.

A imaterialidade do trabalho, nesse jogo de imagens e palavras, poderia mostrar algumas linhas de visibilidade, nas quais, paradoxalmente, a invisibilidade dos afetos mostrava-se como o que efetivamente sustentava o trabalho diário. O viver a vida da comunidade e na comunidade, traduzida nas inúmeras imagens sobre o território geográfico, indicavam uma condição para o trabalho - as ACS obrigatoriamente moram na comunidade - e um limite, uma passagem e uma barreira.

A imagem da ponte aparece, assim, como uma forma de lidar com esses paradoxos, ainda que de forma muito precária. As diversas pontes do território foram fotografadas diversas vezes e geraram muita discussão, na medida em que essa imagem indica não só a experiência de um trabalho que se faz como "ponte", mas como um lugar que é atribuído às agentes pelos demais colegas da equipe de saúde. Com essa atribuição, ficam reféns de um espaço-tempo na forma de "ponte" que liga, mas que, também, separa, como veremos ao longo de nossa exposição.

Essas experiências com o fotografar foram uma estratégia para buscar linhas de visibilidade que pudessem mostrar os elementos de visibilidade de um trabalho considerado "invisível" e foram muito efetivas. Ao mostrar essa "invisibilidade", indicaram os modos fortemente institucionalizados de conceber a saúde como um saber técnico e formal legitimado pela figura do médico, dentista ou enfermeiro. Ao refletir sobre esses modos de ver institucionalizados que podem gerar efeitos de desqualificação do trabalho, buscaram a imagem de "ponte" como forma de dar visibilidade a um lugar e a um modo de trabalhar. Esses movimentos foram "abrindo" o trabalho na medida mesma em que as imagens iam sendo "abertas" à reflexão e ao pensamento crítico, criando laços que ligam as diferentes formas de falar e ver o próprio trabalho.

Esse exercício experimental criou condições para buscar diferentes enunciados de uma cinética disparada pela relação entre as imagens produzidas, seja pelos sujeitos da pesquisa ou pelos sujeitos pesquisadores, e a definição de elementos que podem compor um contexto histórico em que as ACS e seu trabalho se inscrevem.

A estratégia principal foi a realização de oficinas fotográficas que buscaram torcer o status de representação das coisas e do mundo que usualmente tem a fotografia para inscrevê-la como produto da articulação da subjetividade do fotógrafo com a subjetividade do observador, mediadas pela técnica fotográfica (Flusser, 2002). Aliadas ao acompanhamento do trabalho das ACS, a partir dessa discussão foram escolhidas algumas imagens que compuseram uma imagem das ACS como artífice, para além de um elo ou ponte entre a equipe e o território.

 

O trabalho das Agentes Comunitárias de Saúde

Para compreender o surgimento das ACS e seu impacto na política de saúde, é preciso entender como a Estratégia de Saúde da Família (ESF) se torna "o modelo" de serviço de saúde que busca imprimir mudanças no modelo técnico-assistencial do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil (Brasil, 2012). À ESF cabe o reordenamento do sistema de saúde e a recolocação dos saberes nas práticas de saúde de modo a produzir outras bases tecnológicas para o trabalho, como o saber territorial, o trabalho em equipe, planejamento e coordenação das atividades a partir do saber epidemiológico e acompanhamento de populações especificas, apontando ainda para a inserção de saberes cotidianos nos processos de trabalho, que tencionam o discurso científico (Brasil, 2012). Dentro da ESF, a Agente Comunitária de Saúde é a trabalhadora que corporifica boa parte desses tensionamentos ao imprimir nos serviços de saúde novas relações referentes aos territórios da vida, comunitários, afetivos, geográficos, informacionais e comunicacionais. Ela inclui novos elementos nos jogos de saber-poder do fazer em saúde.

Segundo Morosine et al. (2007), as ACS existiram na história da saúde pública no Brasil antes mesmo do surgimento do Sistema Único de Saúde (SUS), mas ganharam evidência a partir da delimitação da ESF como modelo de atenção básica. Na ESF, sua evidência mostra-se por fazer o elo entre as equipes de saúde e os usuários, assim como do saber cotidiano e de seus desdobramentos como saber técnico na saúde. A institucionalização das ACS como parte da política de Estado recoloca um campo relacional das práticas em saúde a partir da entrada de saberes cotidianos na política de saúde. Essa institucionalização, com efeito, amplia e capilariza o campo de ação de uma forma de governo sobre a população, ao mesmo tempo em que tenciona o conhecimento científico pela absorção de saberes e práticas cotidianas da comunidade pelos serviços de saúde.

Neste estudo, entendemos o trabalho como jogos de verdade (Foucault, 1995), que articula e configura relações de poder em determinadas situações. Essas relações são móveis e reversíveis, colocando uma dinâmica entre o exercício do poder e as formas de resistência, que são imanentes à existência própria do poder (Foucault, 1995). Ao pensar o poder como relações que produzem sujeitos, Foucault (2010) abriu um campo de possibilidades em que o sujeito cria certas relações de si para consigo, ao realizar sobre si um certo número de práticas e de exercícios aos quais ele denomina práticas de si. As práticas de si são um conjunto de atividades que o sujeito faz sobre si mesmo, buscando modificar a relação de si para consigo. São as práticas de si que dão ao sujeito a possibilidade de se tornar diferente daquilo que ele era (Foucault, 2010).

As práticas de si, conforme o autor, comportam um grande número de elementos e transformações históricas, permitindo ao sujeito acessar, histórica e socialmente, em sua cultura, campos de conhecimentos e de práticas. O conhecimento na relação com as praticas de si é o saber sobre o mundo que, ao ser acessado, modifica a relação que o sujeito tem consigo mesmo. Esse conhecimento é menos ordenado pela técnica (apesar de a técnica fazer parte desse campo de conhecimentos) do que pela vida.

O conjunto de saberes que os sujeitos acessam para a produção da relação de si para consigo, está inscrito em uma determinada cultura, na qual os valores são organizados e distribuídos hierarquicamente. Essa organização define o acesso a eles por meio de uma série de técnicas refletidas e regradas, apresentadas ao sujeito em um campo de saber definido (Foucault, 2010). O conhecimento acessado pelo sujeito é útil, na medida em que ele opera transformações nos modos de viver. É um conhecimento relacional que modifica o éthos do sujeito, a maneira como ele vive e se relaciona com os outros e com o mundo. "É preciso que essa verdade afete o sujeito, e não que o sujeito se torne objeto de um discurso verdadeiro" (Foucault, 2010, p. 225.)

Os jogos de verdade (Foucault, 1995, 2006), que incidem entre o modo de produção capitalista e os modos como o sujeito pode se colocar como sujeito do trabalho, indicam que o trabalho pode ser analisado como a forma de articulação entre elementos naturais e sociais que comportam potências criadoras e produzem a manutenção da vida. O trabalho se produz, então, como experiência de criação e como estratégia de sobrevivência (Tittoni, 1999).

O trabalho em saúde, particularmente, está marcado pela imaterialidade (Lazzarato & Negri, 2001). O principal ator do trabalho imaterial é um "saber social geral", seja sob a forma de apropriação do trabalho científico ou sob a forma de pôr em relação as atividades sociais (cooperação). O trabalho imaterial dá forma, materializa necessidades e fabrica gostos, pondo em movimento o que é produzido e a forma como é consumido na relação que a interface comunicacional do trabalho impõe (Lazzarato & Negri, 2001).

O trabalho das ACS é marcado por relações de forças que assentam certos comportamentos e modos de trabalhar como verdade nos jogos de força entre a política pública, os conhecimentos da área da saúde coletiva e os saberes cotidianos. Ao direcionar o olhar para o trabalho que aparece na unidade de saúde, vemos as ACS sendo convocadas a estabelecer relações com a normatividade e os fatores prescritivos do trabalho. Essas relações podem ser visibilizadas pela manutenção de uma proximidade com fichas, formulários e prontuários que elas preenchem, organizam e distribuem entre os técnicos da equipe para que estes realizem os atendimentos. Essas práticas mostram toda uma série de moralizações que ganham visibilidade no trabalho realizado dentro da unidade de saúde e as formas de criar algumas brechas, introduzindo temas da vida cotidiana como elementos de promoção de saúde, conforme vemos nas imagens produzidas nas oficinas pelas ACS.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Os enunciados que a moralidade técnica e as normatizações imprimem ao trabalho feito dentro da unidade de saúde podem ser vistos quando as ACS mostram como dentro da unidade tudo é mantido no lugar que deveria estar, ordenando e fazendo ver a ordem das coisas, a ordem do trabalho e as ordens de uma moralidade. Porém, em outros espaços, como no território, essa ordem escapa, mostrando que aquilo que ordena, delimita, organiza e silencia o trabalho em um lugar pode se tornar uma resistência repleta de palavras e de imagens em outro. Escapando à normatividade em que se encontra o trabalho dentro da unidade de saúde, as ACS fazem ver o trabalho no território como resistências criativas em potencial.

Estudos sobre as ACS (Nunes et al., 2002; Pedrosa & Telles, 2001; Mendonça, 2004; Gomes et al., 2011) dão visibilidade a certos aspectos do trabalho que, como efeito, demarcam um lugar das agentes de saúde na política pública, partindo de duas imagens: o "elo" e a "ponte". A objetivação no lugar do "entre" precisa torcer certos espaços institucionais para que eles criem o espaço no qual as ACS exercerá seu trabalho. Assim as ACS podem aparecer como "elo" entre os saberes científicos e os cotidianos, ao mesmo tempo em que é uma "ponte" entre uma mudança esperada no modelo de assistência à saúde.

Essas imagens, no entanto, podem não dar conta da complexidade de relações que s ACS produzem em sua atuação na política de saúde e no território. Se, por um lado, a "ponte" e o "elo" são as estruturas que ligam uma coisa a outra, também podem funcionar como aquilo que impossibilita o encontro. Além disso, essas imagens podem sugerir um processo de desresponsabilização da equipe de saúde para construir estratégias de aproximação com os usuários, seus saberes, sua cultura e seus modos de vida, na medida em que esses movimentos são delegados apenas às ACS. A equipe não é convocada a ser "elo" ou "ponte", a fazer essas aproximações no seu cotidiano de trabalho. Ao mostrar as ACS como "elo" e "ponte", o discurso sobre as agentes indica que é possível olhar para elas como

...um elo entre os objetivos das políticas sociais do Estado e os objetivos próprios ao modo de vida da comunidade; entre as necessidades de saúde e outros tipos de necessidades das pessoas; entre o conhecimento popular e o conhecimento científico sobre saúde; entre a capacidade de auto-ajuda própria da comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado. (Nogueira et al., 2000, p. 10)

A imagem produzida sobre o trabalho das ACS se conecta à produção de um sujeito que se dá "entre" o que se passa no Estado, como aquilo que é público e normativo, e, no território, com o que é privado e diz respeito aos indivíduos. Nesse campo de forças, as ACS vibram em função da produção de si como um sujeito que vive na comunidade e que precisa de certos conhecimentos sobre a saúde e sobre o cotidiano das pessoas. Ela deve realizar uma série de procedimentos prescritos, como visitas domiciliares, preenchimento de boletins de produção, atividades educativas, orientações, cadastramento das famílias e articulação entre as diferentes áreas das políticas sociais que atuam no território (Brasil, 2012). A dimensão moral do trabalho amplia a atuação da política pública, ao mesmo tempo em que delimita os espaços do trabalho em que os saberes cotidianos podem emergir.

A possibilidade de refletir e problematizar sobre os elementos que podem dar uma conotação "moral" ao trabalho das ACS indica outras imagens para definição destas e de seu trabalho. Ao dar visibilidade a essa potência para refletir sobre a técnica e o prescrito, elas podem trazer outras ferramentas para o trabalho, tencionar o espaço institucional a se abrir aos saberes cotidianos.

Essa imagem de uma ACS que encara a política de saúde reflexivamente, trazendo elementos de sua experiência singular de vida para a micropolítica do trabalho, mostra uma artesanalidade no fazer das ACS. Pela tensão exercida sobre as ACS, entre o saber tácito e cotidiano e o saber científico, emerge a imagem de uma artífice que permite pensar a criação de outros saberes possíveis no trabalho.

 

 

 

 

Para finalizar, as Agentes Comunitárias de Saúde como artífices

O artífice é um sujeito que realiza um trabalho no qual o saber técnico é fundamental, na medida em que sua experiência é significada pelo trabalho e produz outros saberes e modos de trabalhar. O artífice, para Sennett (2009), mantém uma relação estreita entre o seu trabalho e a sociedade, pois este ganha significado na experiência que os sujeitos podem ter com os produtos desse trabalho. O fazer do artífice, assim como o das ACS, é significado a partir dos usos que os outros podem fazer dele, mas é preciso que o sujeito realize exercícios sobre si que possam torná-lo um artífice que dê "...ênfase às lições da experiência através de um diálogo entre o conhecimento tácito e a crítica explícita" (Sennett, 2009, p. 64). Ao trazer essa imagem, o autor mostra como o "pensar como artífice" é carregado por uma aguda posição crítica da sociedade, entendendo que o conhecimento do artífice é adquirido com o corpo e com a mão, mas é condicionado pela linguagem e pela forma que ela é mais ou menos capaz de ordenar, de maneira criativa, o como fazer algo (Sennett, 2009).

As condições sociais e econômicas do trabalho são tomadas como caminhos pelos quais s ACS-artífices constroem as "ferramentas" e as implicações que mobilizam a singularidade do seu trabalho. Assim, o artífice explora as dimensões da habilidade, da implicação e da reflexão, em um diálogo constante entre as práticas e as ideias, entre a mão e a cabeça (Sennett, 2009).

A artesania que as ACS podem imprimir no trabalho se dá por uma torção em que a técnica deixa de ser um procedimento maquinal, passando a ser entendida como uma questão cultural e política. Nessa torção, o pensamento e o sentimento são fundidos no processo de um fazer reflexivo que produz um éthos de artífice.

As ACS-artífices encarnam esse trânsito de saberes ao deslocar o conhecimento por uma vontade de apreensão de certos saberes técnicos. Esse conhecimento dá credibilidade a ações e permite, de maneira geral, ampliar o escopo de atuação. Além disso, poder fazer uso de um conhecimento técnico da área da saúde, a diferencia dos moradores do território, dando às ACS condições para realizar uma tradução, tanto do saberes técnicos para os saberes cotidianos como no sentido inverso. É também um movimento que coloca as ACS como detentoras de verdades científicas, deixando-as em uma posição mais próxima dos técnicos da equipe. Assim o éthos das ACS é a forma que emerge da composição entre saberes técnico- científicos e os saberes do cotidiano, significados na experiência singular de cada ACS, colocados a serviço de uma política, ou seja, de ações intencionais e estratégicas no território.

Este estudo mostrou, assim, que as imagens e as palavras podem criar relações que se tocam, tangenciam-se e podem criar relações de similitude. A imagem das ACS e de seu trabalho cotidiano como "ponte" e como "elo" foram amplamente explorados nas oficinas de fotografia, mas foi a imagem do "artífice" produzida na literatura que abriu as noções de "ponte" e de "elo", criando modos de ver o trabalho como potência de transformação e de criação. Esse jogo de visibilidades e dizibilidades marcou um modo de pesquisar no qual o andarilhar também se deu por entre as imagens e as palavras, para além dos caminhos que nos levaram ao território e aos seus processos.

 

Referências

Aguiar, K. F., Rocha, M. L. Micropolíticas e o exercício da pesquisa intervenção: referenciais e dispositivos em análise. Psicologia, ciência e profissão, n. 27, v. 4, 2007, 648-663.

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Recebido em: 10/08/2014
Reformulado em: 03/04/2015
Aprovado em: 13/04/2015

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