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Pesquisas e Práticas Psicossociais

versão On-line ISSN 1809-8908

Pesqui. prát. psicossociais vol.13 no.1 São João del-Rei abr. 2018

 

A representação social da felicidade e a sociedade de consumo na visão de jovens universitários

 

Social representation of happiness and consumers society in the eyes of young university students

 

La representación social de la felicidad y la sociedad de consumo de acuerdo con jóvenes universitarios

 

 

Marcio AcselradI; Felipe Cardoso ValeII

IProfessor colaborador do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal do Ceará e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Unifor. Professor Titular da Universidade de Fortaleza. Membro do Laboratório de Estudos sobre Psicanálise, Cultura e Subjetividade do Programa de Pós-graduação em Psicologia (LAECCUS). Mestre e Doutor em Comunicação e Cultura pela UFRJ
IIGraduado em Psicologia pela Universidade de Fortaleza, foi Bolsista de Iniciação Científica Pibict/Funcap. Atualmente é mestrando em psicologia pela Universidade Federal do Ceará

 

 


RESUMO

O presente artigo busca tornar públicos os resultados da pesquisa "O que faz você feliz? - um estudo sobre a felicidade e a sociedade de consumo", em que, por meio da metodologia de grupo focal, aliada à revisão bibliográfica, buscou-se abordar o tema da felicidade e sua representação social com jovens universitários de Fortaleza, bem como da relação existente entre felicidade e consumo na contemporaneidade. A questão da felicidade encontra-se entre as primeiras que preocuparam os pensadores ocidentais e não foram poucos os que tentaram encontrar respostas. Ainda hoje, ela é alvo de preocupação de psicólogos sociais e psicanalistas. Pudemos, com a escuta de dois grupos focais realizados com estudantes universitários, levantar uma ampla gama de problemas acerca do assunto, bem como lançar esclarecimentos sobre a representação social contemporânea da felicidade em sua relação com a sociedade de consumo.

Palavras-chave: Felicidade. Sociedade de consumo. Representação social. Jovens.


ABSTRACT

The present article aims to publicize the results of the research entitled "What makes you happy? - a study on happiness and consumers society", in which, using the focal group method allied to bibliographical revision, we studied the subject of happiness and its social representation in young university students from Fortaleza, Ceará, as well as the relationship between happiness and consumption in current days. The issue of happiness is one of the first to call the attention of western philosophers and many tried to find answers. Today it is still an issue of concern among social psychologists and psychoanalysts. By listening to what was said in two focal groups, we managed to raise a large number of questions concerning the subject, as well as to find out about contemporary social representation of happiness and its relation to consumers´ society.

Key-words: Happiness. Consumers' Society. Social Representation. Youngsters.


RESUMEN

Este artículo pretende hacer públicos los resultados de la encuesta "¿Qué te hace feliz? - un estudio sobre la felicidad y la sociedad de consumo", en que, a través de la metodología de grupo focal aliado a la revisión de la literatura, se intentó abordar el tema de la felicidad y su representación social con estudiantes universitarios de Fortaleza, así como la relación entre felicidad y consumo en la contemporaneidad. La cuestión de la felicidad se encuentra entre las primeras a ocupar los pensadores occidentales y no fueron pocos los que intentaron encontrar respuestas/]. Hoy en día es objeto de preocupación de los psicólogos sociales y psicoanalistas. Al escuchar a dos grupos de discusión realizados con estudiantes universitarios, fue posible plantear una amplia gama de cuestiones sobre el tema, así como lanzar luces sobre la representación social contemporánea de la felicidad en su relación con la sociedad de consumo.

Palabras clave: Felicidad, Representación Social, Sociedad de Consumo, Jóvenes.


 

 

Viver de modo feliz, todos almejam,
mas quando se trata de ver, com nitidez,
o que torna feliz a vida,
então os olhos ficam ofuscados.
(Sêneca)

 

Introdução

Felicidade. A simples menção da palavra provoca polêmica entre os teóricos bem como no senso comum. Perguntas sem conta proliferam sobre o tema. Sua realização encontra-se no campo de possibilidades da vida humana? Se sim, como se pode atingi-la? Com a aquisição de bens materiais? Com a busca pelo prazer? Ou pela realização de atos justos? Voltando-se para dentro de si ou lançando-se em direção ao outro? Está mais próxima do culto hedonista do prazer individual ou da ação altruísta e humanitária de doação de si?

Ao longo da história do pensamento, não foram poucos os autores que se preocuparam com a questão. Debruçaram-se sobre ela filósofos de diversas origens e modos de pensar, tanto antigos quanto modernos, bem como recentemente psicólogos de vertentes variadas. Nesse sentido, propomos uma revisão bibliográfica seguida da realização de um grupo focal com a finalidade de refletirmos sobre a relação de antigos e modernos a respeito do tema. Será que estamos mais próximos da aquisição da felicidade que nossos antepassados? O que pensam os jovens de hoje a esse respeito?

A noção de felicidade no mundo antigo

Doravante, trataremos de revisitar alguns dos autores que primeiro se debruçaram sobre o tema ao longo da história do pensamento ocidental: os helenos Epicuro, Epiteto e Aristóteles. Em comum, aqui se encontra a ideia de que o objetivo da vida humana é a eudaimonia, que pode ser traduzida por felicidade, mas que tem em realidade o sentido de "a boa vida" ou "o bem viver", entendida de forma bastante diversa do que geralmente os modernos consideram que seja a boa vida, isto é, uma vida de conforto e luxo.

Epicuro (1973), em "Carta a Meneceu", afirma que a finalidade da vida humana é o prazer. Ele coloca que todas as ações humanas devem ter em vista um bem último, qual seja o prazer. Desde o nascimento, as pessoas buscam o prazer e evitam a dor. Mas, ao contrário do que possa parecer à primeira vista, o prazer, para o autor, não está na busca desenfreada e hedonista pela satisfação pessoal:

Não nos referimos aos prazeres dos intemperantes... ou aos que ignoram nosso pensamento, ou não concordam com ele, ou o interpretam erroneamente, mas ao prazer que é a ausência de sofrimentos físicos e de perturbações da alma. Não são, pois, bebidas nem banquetes contínuos, nem a posse de mulheres e rapazes, nem o sabor de peixe e iguarias de uma festa farta que tornam doce uma vida, mas um exame cuidadoso que investigue as causas de toda a escolha e de toda a rejeição e que remova as opiniões falsas em virtude das quais uma imensa perturbação toma conta dos espíritos. (Epicuro, 1973, p. 4)

Prazer, nesse contexto, não se refere à busca de realização, mas antes a uma visão de mundo que trate o desejo com moderação e as ações sem exagero, o que leva o homem a um estado de estabilidade. Assim, a felicidade se refere ao bem do corpo e da alma que, uma vez alcançados, tornam desnecessário ao homem continuar a buscar algo que o satisfaça, uma vez que, na presença do prazer, a satisfação é plena. Só há necessidade se o prazer estiver ausente (Epicuro, 1973).

Ainda segundo Epicuro (1973), tanto o prazer como a dor da alma são maiores do que os do corpo, uma vez que o prazer da alma supera a dor do corpo e a dor da alma sufoca o prazer do corpo, além de remeter a sofrimentos presentes, passados e futuros. Ele ainda afirma que existem dores que podem levar a maiores prazeres e prazeres que podem causar dores maiores, por isso é importante fazer escolhas e rejeições usando a razão, a única ferramenta capaz de avaliar que prazeres momentâneos muitas vezes não compensam pelo sofrimento futuro que podem causar.

O estoico Epiteto, discípulo de Zenão, enfatizava a responsabilidade dos seres humanos pela felicidade, insistindo que "cabe a nós controlar o destino e a fortuna" (McMahon, 2007, p. 68). Seguindo a tradição do estoicismo, a receita de Epiteto para a felicidade é a supressão do desejo. Aqui, o meio mais garantido de se proteger da fome é sufocar as vontades. O segredo da felicidade é abrir mão do apetite. A força de vontade e o esforço pessoal permitem que se alcance a eudaimonia, independentemente das condições externas, uma filosofia apropriada a tempos complexos em que não era possível prever ou controlar as circunstâncias ao redor.

Longe de ser uma filosofia arcaica, o estoicismo parece ter muito a nos ensinar, dadas as semelhanças, ao menos no que concerne à imprevisibilidade, entre as circunstâncias em que viveram (a decadência do mundo grego e a desagregação das polis) e o mundo atual. No entanto, podemos nos perguntar, que remédio é esse, que tratamento tão radical é buscar a felicidade pela erradicação do próprio desejo? Como é possível buscar a felicidade privando-nos de necessidades básicas, aceitando com indiferença os sofrimentos e misérias do mundo? Seria essa renúncia estoica, de fato, a solução para o problema, ou apenas uma forma de conviver com o sofrimento e a escassez de garantias? (McMahon, 2007, p. 74).

Aristóteles, por sua vez, em seu tratado sobre a ética, tratou da felicidade como sendo uma "sorte de especulação e de ação" (1990, p. 161) que acontece na intimidade da vida. Porém, a ideia aristotélica de felicidade se relaciona ao coletivo e é considerada como responsabilidade do Estado, a instância de governo dos cidadãos livres. O estabelecimento da felicidade, aqui, advém da perfeição da ação (Aristóteles, 1990). O Estado era responsável pelo estabelecimento de uma polis onde os homens, como cidadãos de ideais políticos, pudessem ser felizes.

Com isso o pensamento de Aristóteles se aproxima e antecipa o de Epicuro e dos estoicos por considerar que "a felicidade não consiste em divertimentos... que feliz é a vida conforme a virtude" (1990, p. 153). Ele coloca a felicidade como algo que se conquista em longo prazo, por meio da maturidade e da longevidade. E isso se dá porque nada de imperfeito existe na felicidade. Essa é outra característica comum à teoria de Epicuro, uma vez que ele coloca a felicidade como a ausência de toda perturbação, nesse ponto aproximando-se do estoicismo de Zenão e Epiteto.

A diferenciar essa filosofia do ponto de vista aristotélico, contudo, está a visão que cada um tem do papel do Estado na produção da felicidade. Enquanto Aristóteles, vivendo na era de apogeu da polis grega, não concebe a felicidade fora da dimensão política, Epicuro, vivendo num período posterior e podendo testemunhar a crise das cidades-estados gregas, subsumidas dentro do império macedônio de Alexandre, busca a felicidade no encontro com amigos em seu jardim, distante das atribulações e perturbações da polis, enquanto os estoicos apontam para a supressão pura e simples do desejo. Para Epicuro, bem como para os estoicos, portanto, o homem feliz deve afastar-se da vida política e das perturbações que ela causa. Cuide do seu jardim, dirá o iluminista Voltaire séculos mais tarde, diante de nova crise política.

A felicidade no mundo moderno

Segundo Giannetti (2002), propor uma definição de felicidade é uma tarefa pretensiosa, pois além de estar sujeita a objeções a "felicidade não é uma coisa absoluta. Como as noções de quente e frio, ela só se define pelo contraste com seu oposto" (p. 155). Porém, tratando a felicidade como uma vivência global, ele coloca que quem é feliz "deve ter encontrado inúmeras coisas que o deixaram feliz e, naturalmente, deve ter desfrutado de muitos momentos felizes" (p. 36).

Giannetti (2002) também afirma que a felicidade sempre foi e continua sendo considerada a grande finalidade da vida e que, em nome dela, "se justificam escolhas na vida pública e privada" (p. 68). Contudo, citando a ética kantiana que desconsidera a felicidade como o bem supremo, ele apresenta a convergência da autonomia - valor central da vida ética - e o bem-estar como componente da felicidade.

Aos olhos de Kant, portanto, a felicidade não se reduzia ao cálculo hedonista ou à otimização do saldo de afetos positivos (prazer) sobre afetos negativos (desprazer). Ela seria uma espécie de bônus ou prenda involuntária coroando uma boa-fé inquebrantável e a consciência do dever cumprido (Giannetti, 2002, pp. 28-29).

Nesse sentido, percebe-se que a ideia de felicidade está diretamente ligada à noção de bem-estar. O bem-estar, por sua vez, pode ocorrer tanto objetivamente como subjetivamente. Isso vai depender das interpretações que o indivíduo dá à situação, ao meio e às transformações ocorridas (Giannetti, 2002).

O Iluminismo, movimento que ocorreu na Europa entre os séculos XVII e XVIII, tinha como objetivo primordial emancipar o sujeito por meio da razão. Objetivava libertar os homens dos mitos e dogmas que até então regiam a sociedade tradicional (Bachur, 2006; Teixeira, 2003). Nesse momento, há um deslocamento do lugar ocupado por Deus, um afastamento gradual de uma concepção teocêntrica rumo a outra, mais antropocêntrica, em que o homem passa de coadjuvante a protagonista (Queiroz Neto, 2013). Dessa forma, o sujeito, por meio da razão, passa a ser responsável pelos seus atos, ou seja, um ser autônomo (Teixeira, 2003).

A religião sofre um considerável enfraquecimento e o homem, doravante cognominado indivíduo, o indivisível, passa a voltar-se a si mesmo, pois a religião já não possibilita os recursos suficientes para que ele se estruture subjetivamente. Nesse momento de crise e de oportunidade, o indivíduo tem seu processo de autofundação, sendo colocado em uma relação de diferenciação entre si e os demais, pois, por meio da razão, é necessário que haja um contraponto entre experiências subjetivas públicas e privadas (Teixeira, 2003).

De acordo com o que foi citado, percebe-se que um ponto importante do movimento iluminista é a utilização da razão como maneira de atingir a liberdade e a autonomia intelectual, como também a forma de o sujeito obter participação democrática e oportunidade de satisfação individual por meio do uso de bens e serviços (Teixeira, 2003). Tais ideias, no entanto, serão abaladas por uma nova interpretação do mundo psíquico que nascerá no fim do século XIX, partindo da noção de que boa parte de nossa vida mental não é racional ou consciente.

A psicanálise e a felicidade

Em o "Mal-estar na civilização", obra escrita em 1930, Freud (2010) retoma o tema da busca da felicidade e afirma que as respostas à questão até então encontradas seriam insatisfatórias. De acordo com a teoria freudiana do princípio do prazer e do princípio da realidade, a felicidade ou a finalidade da vida que é alcançada por meio do princípio do prazer, o qual se refere ao desejo de gratificação imediata, leva o indivíduo a buscar o prazer e evitar a dor (Freud, 2010). Sendo assim, seria a felicidade uma espécie de satisfação repentina que ocorre em momentos passageiros, deixando ao indivíduo algo da ordem do bem-estar. "Logo, nossas possibilidades de felicidade são restringidas por nossa constituição" (Freud, 1930, p. 31). Segundo Freud (2010), é mais fácil ao homem ter acesso à dor e ao sofrimento, os quais ameaçam suas vivências pelo corpo (em constante processo de deterioração), do mundo (pelas inúmeras catástrofes naturais) e das próprias relações humanas (que tampouco, no mais das vezes, contribuem para a concretização da felicidade). O mal-estar existente na cultura seria, portanto, inerente à condição humana e à vida em sociedade, decorrência do próprio funcionamento social, uma contradição intrínseca entre o princípio que rege a constituição psíquica do homem e as diversas demandas e exigências culturais. Giannetti (2002) denomina essa ideia de "teoria da permuta civilizatória".

Segundo Freud (2010), a finalidade da vida humana se prova pela busca da felicidade, tendo essa um direcionamento positivo (a procura pela vivência de fortes prazeres), e um direcionamento negativo (buscar a ausência de desprazer ou de dor). Tal objetivo de vida tem relação com o que fora teorizado acerca do princípio do prazer, que representa parte do funcionamento do aparelho psíquico, com o princípio da realidade do qual diverge. O princípio do prazer demonstra a energia que parte do inconsciente e que não cessa de demandar para a consciência a sua necessidade de esvaziar e, consequentemente, gerar prazer em nível inconsciente. Mas a existência do princípio da realidade, representando tudo o que diz respeito aos aspectos conscientes, morais e culturais, impede que tal energia ligada ao prazer seja completamente liberada, ou seja, trazida para a consciência.

Assim, os dois princípios funcionam de modo que o sujeito produza sintomas e outras manifestações inconscientes que são geradoras de prazer inconsciente e que sejam aceitáveis e suportáveis fontes de prazer ou sofrimento à consciência, sendo que cada indivíduo, na sua singularidade, produz as mais diversas formas sintomáticas. Sendo assim, em franca oposição ao que afirmavam os filósofos antigos, para Freud, a felicidade não pode ser alcançada plenamente, pois é possível ao sujeito experimentar nada mais que satisfações repentinas de impulsos represados, consequentemente alcançando apenas o que ele denomina de "morno bem-estar" (2010, p. 31).

Dessa forma, fica evidente que a felicidade nos é impedida pela própria constituição humana, representada pelo corpo, limitado e entregue ao declínio; pelo mundo externo, que pode se voltar contra o humano por meio de sua indiferença; e pelas relações com outros sujeitos, demonstrada pela dificuldade de se conviver com o próprio desejo e o desejo do outro. Diante disso, segundo Freud (2010), o sujeito sempre busca formas diversas de fugir do sofrimento e de se aproximar da felicidade, tais como o afastamento do mundo e das relações, a busca pela quietude, as drogas, que agem diretamente na sensação do organismo e subtraem a pressão da realidade ou a sublimação, que se processa quando o prazer obtido pelo sujeito está associado a trabalhos psíquicos e intelectuais, quando há um deslocamento da meta original das pulsões.

Outra busca de fuga do sofrimento importante abordada por Freud foi o amor. De acordo com o autor, o ser humano, a partir da forte experiência de prazer obtida pelo amor sexual, constrói muitas vezes seu modelo de busca da felicidade. Mas, assim como essa condição do amar é geradora de intensos prazeres, segundo Freud (2010), nunca estamos tão vulneráveis diante do sofrimento do que quando amamos. A felicidade, nesse âmbito, se processa, portanto, como uma contradição, em que o que deixa o sujeito imensamente feliz é ao mesmo tempo o que pode destruí-lo pela angústia.

Assim sendo forma, a felicidade, para a psicanálise, é um estado eternamente buscado pelo sujeito, mas que é ambíguo em sua própria constituição, pois nunca se realiza plenamente. "O problema de ser feliz, que nos é imposto pelo princípio do prazer, é irrealizável, mas não nos é permitido - ou melhor, não somos capazes de - abandonar os esforços para, de alguma maneira, tornar menos distante a sua realização" (Freud, 2010, p. 40).

Assim, a teoria psicanalítica se propõe a não estabelecer um imperativo do ser feliz, ou mesmo um padrão de felicidade. Freud conclui afirmando que "cada um tem que descobrir a sua maneira particular de ser feliz" (Freud, 2010, p. 41).

 

Metodologia

Foi desenvolvido um estudo qualitativo (Minayo, 1993), com a aplicação da técnica de grupo focal, para buscar dados sobre o que seria felicidade na visão de estudantes universitários. Posteriormente, esses dados foram inseridos no mapa de associação de ideias proposto por Spink e Lima (2000) para posterior análise de forma consistente.

O grupo focal consiste em uma técnica de pesquisa que utiliza sessões grupais como um espaço facilitador para obtenção de dados que expressam características de cunho psicológico, social e cultural. Essa técnica prevê a obtenção de dados a partir de discussões planejadas, nas quais os participantes expressam suas percepções, suas crenças, seus valores, suas atitudes e representações sociais sobre uma questão específica em um ambiente receptivo e não constrangedor criado pelo facilitador do grupo. Os critérios para a seleção dos participantes são determinados pelos objetivos do estudo. As reuniões são gravadas e depois transcritas para análise, de acordo com o referencial teórico e conceitual adotado (Westphal, Bógus, & Faria, 1996).

O grupo focal pode ser constituído por seis a dez pessoas que são selecionadas com base em suas características, homogêneas ou heterogêneas, em relação ao assunto a ser discutido. O número de pessoas deve ser tal que estimule a participação e a interação de todos, de forma relativamente ordenada (Dias, 2000). Trata-se de metodologia importante, pois por meio dela é possível identificar o processo de produção de sentido no aqui e agora da interação social a partir de uma conversação de caráter informal, podendo-se perceber as contradições entre os diversos pontos de vista e os deslocamentos de significados ali operados.

Para a presente pesquisa, foram realizados dois grupos nos meses de abril de 2014, para os quais foram convidados estudantes universitários, independentemente de idade, curso e instituição para discutir sobre o tema da felicidade na contemporaneidade. Foram convidados 12 participantes para os dois grupos, tendo comparecido oito e nove respectivamente em cada grupo. Os estudantes que aceitaram o convite para compor o grupo focal foram estudantes de graduação da Universidade de Fortaleza (Unifor) e da Universidade do Ceará (UFC), dos cursos de Psicologia, Arquitetura, Comunicação, Direito e Farmácia. Os encontros foram realizados na Universidade de Fortaleza e foram gravados e transcritos com o consentimento dos participantes.

A análise desses dados foi feita a partir da transcrição do grupo focal, o que possibilitou o surgimento de categorias para serem inseridas nos mapas de associações de ideias, que são recursos que ajudam na visualização dos dados coletados. Segundo Spink e Lima (2000), o objetivo dos mapas é dar suporte à interpretação e facilitar a visualização dos dados. Após a construção dos mapas de associações de ideias, foram criadas categorias com base na análise categorial de conteúdo (Bardin, 1977), para uma melhor distribuição do conteúdo dos grupos focais.

É importante ressaltar que uma das maiores riquezas da metodologia do grupo focal é a diversidade de pontos de vista, uma vez que nem todos os presentes concordam em todos os pontos. O que buscamos encontrar aqui são tendências majoritárias, opiniões hegemônicas e reiteradas, respeitando sempre os pontos de vista divergentes.

Os mapas de associações de ideias dispõem de categorias que foram preenchidas a partir da transcrição dos grupos. Trechos da transcrição são transpostos para os mapas sem alterar a sequência e o conteúdo da entrevista, buscando-se encontrar similitudes entre os depoimentos.

A partir dos depoimentos dos integrantes do grupo, foram elaboradas 15 categorias, divididas em três eixos de discussão: "O que é felicidade?" (Categorias: equilíbrio, prazer, relações, momentos e tempo); "O que o homem precisa para ser feliz?" (Categorias: paz, amor, compreensão, dependência e preenchimento); e "Felicidade na atualidade" (Categorias: consumo, imperativo e liberdade). Para o presente artigo, foram escolhidas as três categorias, a saber, a sociedade de consumo, o imperativo da felicidade e a relação entre felicidade e prazer, os mais recorrentes e considerados mais relevantes nos dois grupos focais realizados. Entretanto, essas categorias não podem ser vistas de forma isolada, tendo elas relação com todas as outras esboçadas no grupo em algum momento.

As questões apontadas aqui se referem a uma pequena parcela da população, indicando jovens com determinadas estruturas sociais, estudantes universitários da cidade de Fortaleza e que estão imersos em uma sociedade capitalista. Esse pequeno grupo mostra os conflitos e as incongruências relacionadas à felicidade: dos três temas que foram escolhidos, nenhum deles se apresenta como unânime no grupo, mas foram os que geraram conflito de ideias entre os participantes, o que, acreditamos, se mostra como um reflexo dos integrantes de nossa sociedade, que buscam a felicidade, mas cada um a sua maneira.

Felicidade e sociedade de consumo

O homem da modernidade busca, de forma intensa, a felicidade. Essa felicidade muitas vezes está atrelada aos objetos ao redor desse sujeito, o que ele consome. De acordo com o filósofo francês Jean Baudrillard, "o miraculoso do consumo serve de sinais de felicidade" (Baudrillard, 1995, p.. 22). Felicidade e consumo na modernidade andam juntas, mas não necessariamente são sinônimas. A felicidade é comercializada em tudo o que é consumido e, quando se tem esses objetos, supostamente, se é feliz e próspero (Baudrillard, 1995).

Gilles Lipovetsky, em "A felicidade paradoxal" (2007), argumenta que nunca na história do mundo ocidental tivemos tantas oportunidades e acesso a tal felicidade como agora. No entanto, paradoxalmente ainda continuamos infelizes. O consumismo desenfreado conseguiu moldar o termo felicidade, emparelhando-o agora aos objetos que consumimos freneticamente. Com isso, nossa sociedade integra o pensamento de que quem tem mais e quem consome mais é feliz, mesmo com a consciência já plenamente estabelecida de que o planeta não é capaz de suportar essa torrente de consumo e descarte. A consequência desse consumo hedonista e efêmero, de acordo com Baudrillard (1995), é um vazio pós-consumo, em que as pessoas, para tentar diminuir o vazio, consomem cada vez mais em um intervalo de tempo cada vez menor para se sentirem felizes, fazendo disso um vício sem fim. O processo assemelha-se ao do consumo de substâncias psicoativas, em que há constantemente a necessidade de novas e maiores doses para se produzir o mesmo efeito.

Quem consome acredita que está buscando algo para preenchê-lo e torná-lo feliz, mas tudo que encontra é um vazio pós consumo que só pode ser preenchido por um novo produto, um novo consumo, tornando os sujeitos da modernidade dependentes dessa vida. Essa associação entre objeto e realização da felicidade faz com que não se tenha um objeto único que possa nos fazer felizes, e sim qualquer objeto, como podemos ver no relato a seguir:

No mundo em que a gente vive, tudo está atrelado a dinheiro, tudo, o outdoor, a propaganda, está relacionado à compra, então, querendo ou não, a gente vai absorvendo, os conceitos tanto da felicidade, do amor, de tudo, então você acaba criando a ideias do capitalismo para muita coisa na vida, inclusive para a felicidade.

A questão que se coloca é: será que esses produtos que nos são ofertados incessantemente realmente trazem a felicidade? Baudrillard (1995) afirma que a associação feita pela publicidade não é verdade, mas também não é mentira. A publicidade, por meio das propagandas, faz uma associação sutil e indireta entre os produtos e a felicidade, mostrando que pessoas bem-sucedidas e felizes têm certos produtos, mas não que os produtos trazem a felicidade. Nos grupos focais, encontramos algumas respostas relacionadas ao fato de que, ao consumir, as pessoas se tornam felizes: "Eu vou dizer uma coisa agora que vocês vão me matar, mas eu acho que felicidade está muito ligada a consumo"; "Nós precisamos consumir, somos induzidos a achar que sim para estarmos plenos".

Os participantes dos grupos focais apresentaram uma relação muito insistente entre consumo, dinheiro e a aquisição de objetos e bens, um imperativo de que temos que consumir para estarmos plenos, uma felicidade pautada em uma relação quase sagrada com os objetos, como afirma Baudrillard (1995), atrelando essa ideia do consumo ao desenfreado capitalismo em que vivemos nos dias de hoje. Entretanto, os grupos não se restringiram a pensar no consumo em relação a objetos e dinheiro, mas também a bens materiais da cultura, como músicas, filmes e livros, mas não colocando como a ideia de que precisam disso para serem felizes, mas para se sentirem pertencentes no mundo.

Os jovens do grupo, em sua maioria, apontaram o imperativo do consumo atrelado à questão da felicidade, afirmando, por exemplo, que "até para as coisas de graça e que trazem felicidade como um pôr do sol, você precisa ter certas condições de consumo, como um carro, gasolina, para chegar no local do pôr do sol". Apontando para a questão do consumo como um verdadeiro vício, como afirma Lipovetsky (2007), pois estamos consumindo a todo momento e até mesmo o que deveria ser gratuito é agora transformado em objeto de consumo de alguma forma, os jovens que participaram do grupo focal colocaram o consumo quase como um ser divino, que está em todo canto a todo momento e que sempre estamos a mercê dele, quer o desejemos quer não.

O imperativo da felicidade

O grupo também se manifestou a respeito do imperativo da felicidade, com a ideia de que ela se tornou mais uma obrigação a ser alcançada e, portanto, paradoxalmente, como fonte de sofrimento. Surgiu, então, a preocupação de que "não podemos mais nos sentir tristes, passarmos por algum processo de luto, sofrer por algo que deve ser sofrido". De acordo com Castro (2011), a felicidade se tornou um atributo central e hipervalorizado nos discursos sociais. O espaço da não felicidade não mais existe, o "direito de ser triste" (Di Loreto, 1997) parece estar sendo abolido, pois temos diversos mecanismos para ficarmos felizes. Os discursos de hoje insistem na felicidade, sejam eles familiares, midiáticos, farmacológicos, sejam outros (Castro, 2011).

Durante as discussões do grupo focal, as ideias de liberdade e felicidade foram muito citadas, geralmente atreladas à ideia do imperativo da felicidade, de não temos liberdade, pois somos, de certa forma, obrigados a estarmos (ou ao menos a parecermos) sempre felizes. Os participantes do grupo afirmaram que eles têm que passar para o outro uma ideia de que estão felizes, mesmo que não estejam, como se existisse uma competitividade de quem é mais feliz (Freire Filho, 2010). Tal fenômeno é particularmente presente nas redes sociais, em que parecer feliz é, muitas vezes, o principal objetivo a ser alcançado.

Entre os relatos a esse respeito temos: "Quando você está triste, alguém sempre chega para tentar colocar alguma coisa na sua cabeça, dizendo que você deve estar feliz por conta do número de coisas que pode fazer". Tal demanda vem na forma de certa imposição que advém do imperativo de gozo, em que o sujeito tem infinitas possibilidades de gozar e consequentemente ser feliz. Então porque ele deve se sentir triste? (Zizek, 1996). Essa demanda da cultura, que coloca o sujeito na posição de uma busca por sua felicidade como uma imposição, é vista de uma forma contrária pela psicanálise. Como vimos, Freud (2010), em "O mal-estar na civilização", afirma que "não há, aqui, um conselho válido para todos; cada um tem que descobrir a sua maneira particular de ser feliz" (p. 41).

A indagação de Freud (2010) nos faz refletir sobre a dificuldade de se alcançar a felicidade por meio do imperativo de gozo, consequentemente o imperativo da felicidade, pois no imperativo se está sempre à mercê do outro/objeto para se sentir feliz. Mas vemos que, na contemporaneidade, as pessoas se veem (estando ou não) obrigadas a essa busca, como podemos ver em relatos do grupo focal: "Eu me obrigo a procurar a minha felicidade"; "a felicidade é tanto uma obrigação que quando a pessoa está triste a gente diz, ah vai ver que é um jeito dela de ser feliz".

A felicidade torna-se, na visão das pessoas, basicamente um dever mais do que um direito. Diante de tal ideia, pode-se visualizar facilmente num contexto social diversa variedade de objetos, sejam eles em quaisquer aspectos, que têm por finalidade serem adeptos a proporcionar esse ideal ilusório de uma felicidade mascarada, pautada pela completude, que se refere à concretização de desejos momentâneos. Tais desejos momentâneos podem definir prazer, de acordo com Jabor (2003). O escritor pontua a necessidade humana pela intensidade, assim como a celebração de vivências efêmeras e desinteresse pela plenitude. Com isso, em vez da felicidade, cresce o prazer. O prazer é visto como primeiro instante de felicidade e, por isso, demanda mais prazer. Já a felicidade é composta também por sofrimentos e questionamentos, é construída, praticada e redefinida em longo prazo. Percebe-se aqui um sentido de prazer bastante distinto daquele tratado pelos autores da antiguidade tratados na primeira parte deste artigo. Igualmente escassa é a relação entre felicidade e virtude, essencial ao pensamento antigo.

Porém, apesar de os grupos focais se deterem muito na ideia de um imperativo da felicidade, no qual devemos ser felizes a qualquer custo e evitar o sofrimento, seja com medicamentos, injeções, seja com amigos, também foi colocada a necessidade de sofrimento como algo importante para se tornar alguém melhor, indicando que a felicidade está nessa busca para se tornar alguém melhor, colocando a felicidade também no campo do aprendizado, pois com isso podemos descobrir aquilo de que realmente gostamos, como no relato a seguir. "Vou dar um exemplo bem banal. Você leva um pé na bunda do teu namorado. Você não queria passar por aquilo, você queria ficar naquele namoro, mas aquilo te transforma num ser humano melhor." Ou então: "A gente acha, ainda que inconscientemente, que o sofrimento é necessário. Quando a gente está sofrendo muito, a gente pensa: vai dar tudo certo, porque, eu já sofri demais."

Por mais que a ideia de um imperativo da felicidade tenha se apresentado como muito presente nos grupos focais, assim como se mostra na sociedade, não podemos dizer que houve um consenso no grupo, pois foi destacada também a importância do sofrimento por alguns participantes, atrelando esse sofrimento à aprendizagem que podemos ter e com isso podemos nos tornar melhores e alcançar a felicidade. Buscar ser feliz implica quase que necessariamente passar por momentos de tristeza.

Felicidade e prazer

Retomando a ideia de Epicuro (1973), em Carta a Meneceu, temos que o objetivo principal da vida dos humanos é o prazer, que para o filósofo é essencial à felicidade. No entanto, não é unânime entre os autores, como também não foi unânime nos grupos focais observados, o que se entende exatamente por prazer e como ele se relaciona com a felicidade almejada. Há algum tempo, a felicidade podia estar relacionada a grandes conquistas, a missões, e até mesmo sacrifícios, de maneira diferente do que comumente entendemos como felicidade hoje, que está mais relacionada a interesses dinâmicos, privados e à ausência de sacrifícios, como no caso das sociedades de consumo.

Para Morin (1990, p. 125), "a felicidade é um mito, isto é, a projeção imaginária de arquétipos de felicidade, mas é ao mesmo tempo ideia-força, busca vivida por milhões de adeptos". Conforme Alves (1993, p. 21), nada é tão puro e honesto quanto a dor e o prazer. E com isso, define-se prazer como a força criativa da vida, oposto ao pessimismo e ao desespero.

Na perspectiva de Maffesoli (1984, p. 94), "a vida é frágil, a felicidade é frágil, os relacionamentos com os vizinhos, as formas de vestir, enfim, todos os rituais de vida cotidiana são profundamente marcados pela noção de limite". A felicidade implicada nessa noção de fragilidade traz incessantemente a marca da limitação, já que a massa age de acordo com a praticidade e a ênfase estará voltada para os sentimentos prazerosos, focando na efemeridade e na intensidade. E então, chega-se à reflexão a respeito dessa linha de pensamento: é possível ser feliz em uma sociedade movida pelo prazer hedonista?

Durante o grupo focal, nas discussões envolvendo essa temática, os participantes falaram sobre experiências diversas que lhes causavam prazer, corroborando a ideia freudiana de que cada um deve buscar a felicidade à sua própria maneira. Foram mencionados temas como comer, praticar atividades, esportes e estar na companhia de pessoas agradáveis. "Fazer o que você gosta, estar com as pessoas que você gosta". Também foram mencionadas de forma recorrente a relação entre prazer e tempo livre, uma demanda constante entre estudantes universitários que se veem muitas vezes assoberbados de tarefas. Percebe-se, portanto, que a questão do prazer está longe de atingir uma unanimidade, visto que muitas são suas fontes e que o que causa prazer a uns pode não causar a outros.

 

Considerações finais

Nas vivências sociais, podemos perceber algumas características, sejam elas padronizadas, sejam específicas, sobre questões associadas às várias definições e interpretações de felicidade. Os questionamentos estabelecidos na pesquisa direcionados à felicidade foram essenciais para a realização deste trabalho. Afinal de contas, surgem semelhanças e controvérsias de qualquer outro foco que vincule o tema principal, deixando espaço para as possíveis vertentes reflexivas entre os membros envolvidos. Como ocorreu durante a realização dos grupos focais, envolvimentos, defesas, críticas, e uma variedade de inquietações levaram cada vez mais a discussão a novos rumos. A todo momento, percebemos, na fala dos participantes do grupo, que as definições de felicidade variavam de acordo com vivências pessoais, profissionais e também de acordo com o momento de vida de cada um. A felicidade aparece, pois, atrelada a marcas históricas e existenciais e, por mais que tenhamos certos padrões que se repetem, vimos também muita variedade e discordância nas colocações.

Ressalta-se também que a mesma divergência foi encontrada quando buscamos definições nos autores. Observou-se grande diferença na definição de felicidade, quer se trate de autores modernos ou antigos, da filosofia ou da psicanálise. Modos de pensar diversos, linhas de raciocínio, ideias que foram e são de muita relevância até os dias de hoje.

Partindo do estudo qualitativo, constatamos o fundamental valor do grupo focal como técnica de pesquisa que, com o manuseio controlado, consegue explorar a linguagem central sem fuga do tema preestabelecido e atingir um amplo campo de fluidez de pensamentos e argumentações individuais. Essa metodologia de pesquisa permite o aprofundamento de questões relevantes, mais do que a obtenção de respostas objetivas e definitivas. Os três eixos em foco designados para o desenvolvimento do artigo exigiram um conhecimento mais aprofundado que originou um melhor desdobramento do que se objetivava na pesquisa.

 

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Recebido em 20/06/2015
Aprovado em 28/02/2018

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