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Psicologia para América Latina

versión On-line ISSN 1870-350X

Psicol. Am. Lat.  n.10 México jul. 2007

 

SIMBOLIZACIÓN DEL ESPACIO Y LA CIUDAD

 

Imagem Sócio-Ambiental de Áreas Urbanas: Um estudo na Ribeira, Natal-RN-Brasil

 

Imagen Sócio-Ambiental de Areas Urbanas: un estudio en la Ribeira, Natal-RN-Brasil

 

Socio-Environmental Image of Urban Areas: a study in Ribeira, Natal-RN-Brasil

 

 

Gleice Azambuja Elali

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Brasil

 

 


RESUMO

O ambiente urbano assume importante significado na vida de seus habitantes, facilitando ou dificultando sua movimentação, e favorecendo ou inibindo seus comportamentos. Com base nesse pressuposto, define-se o conceito de imagem sócio-ambiental, unindo as noções de imagem mental e significado social de áreas da cidade. Nesse contexto, este artigo indica que, para compreender a atual ocupação de uma área é necessário entender os nexos entre: (i) as características do ambiente (dimensões, topografia, clima, morfologia); (ii) a variação das práticas sociais da população no tempo (diversos ciclos temporais do uso local, controle social existente, divulgação pela mídia, presença nas artes, atuação de instituições públicas e privadas); e (iii) as principais percepções de seus usuários fixos e não-fixos (suas sensações, experiências, memória, sentimentos de afeto, apropriação e identidade). Para ilustrar tal proposta conceitual são apresentados os resultados de pesquisa realizada na Ribeira, bairro localizado em Natal-RN-Brasil.

Palavras-chave: Imagem Sócio-ambiental, Percepção Ambiental, Cidade.


RESUMEN

El ambiente urbano asume importante significado en la existencia de sus habitantes, pues tanto facilita cuanto dificulta su movimentación, y tanto favorece cuanto inhibe sus comportamientos. Basandose en ese presupuesto, elaborase el concepto de imagen socio-ambiental, unindo las nociones de imagen mental y significación social de áreas de la ciudad. En ese contexto, este artículo indica que, para comprender la actual ocupación de una area se hace necessario captar los nexos entre: (i) las caracteristicas del ambiente (dimensiones, topografía, clima, morfología); (ii) la variación de las practicas sociales de la populación en el tiempo (diversos ciclos temporales del uso local, control social existente, divulgación en la mídia, presencia en las manifestaciónes artisticas, actuación de instituciones públicas y paticulares); y (iii) las principales percepcións de los usuarios fijos y no-fijos (sus sensaciones, experiencias, memoria, sentimientos de afecto, apropriación y identidad). Ilustrase tal propuesta conceptual com la presentacion de los resultados de una pesquisa efectuada en Ribeira, barrio que situase en la ciudad de Natal-RN-Brasil.

Palabras claves: Imagem Socio-ambiental, Percepción Ambiental, Ciudad.


ABSTRACT

The urban environment takes on an important meaning to its inhabitants’ life. It facilitates or difficultates their movimentation, and supports or inhibes their behavior. Considering this presupposition, the author defines the concept of socio-environmental image, which amounts the notions of mental image and social meaning of city areas. The paper uses this concept to enfatise that, to comprehend the actual occupation of one area, it is necessary to understand the connection (nexus) between: (i) environmental characteristcs (dimensions, tophography, climate, morphology); (ii) the variation of social populational practices in time (temporal cicles of local use, social control, midiatic divulgations, presence in artistic activities, public and private instituitions action); and (iii) user perception (their sensations, experiences, memories, afection, apropriaton and identity). In order to illustrate this conceptual propose, the paper presents a research in Ribeira, district of Natal-RN-Brasil.

Keywords: Socio-environmental Image, Environmental Perception, City.


 

 

INTRODUÇÃO

Os ângulos para ver e amar a cidade não são os mesmos nos indivíduos. Escolhemos diferentemente. A própria recordação tem suas cores e distância para quem a possui. (...) Imaginemos esse critério, tão humano e tão velho,(...) na quarta dimensão, no tempo, e teremos as controvérsias da história, os chamados pontos de vistas, visadas que variam segundo a situação de cada observador. (Cascudo, 1980: 13)

Em sua condição de ser social, o homem gradativamente produziu as grandes cidades nas quais hoje habita e, nesse processo, desenvolveu mecanismos para entendê-la e relacionar-se com ela. Corroborando o texto do historiador natalense (epígrafe), o modo como as pessoas apreendem o meio urbano, e aprendem com ele e sobre ele, tem sido estudado em vários campos de conhecimento, gerando interpretações que, no entanto, ao privilegiar um ou outro ponto de vista, dificultam a plena compreensão dessa mesma realidade.

Apoiado em um referencial proveniente da Psicologia Ambiental, da Geografia e da Arquitetura e Urbanismo, este artigo pretende discutir o conceito de imagem sócio-ambiental do meio urbano, ilustrando-o com estudo específico. O desenvolvimento do texto acontece em seis itens: (i) contextualização do tema; (ii) rápida revisão dos fundamentos conceituais presentes na literatura que embasam o estudo realizado; (iii) definição do conceito de imagem sócio-ambiental; (iv) reflexão sobre alguns estudos exploratórios na área; (v) definição do método de trabalho utilizado; (vi) apresentação de quadro geral gerado por pesquisa realizada no bairro da Ribeira, Natal-RN, cujo objetivo foi compreender a dinâmica da atual ocupação de uma área urbana, e que exemplifica o tipo de trabalho e os resultados possíveis de serem obtidos a partir daquela proposta conceitual.

 

CONTEXTUALIZAÇÃO GERAL

Considerando a bi-direcionalidade da relação pessoa-ambiente (ou seja, a pessoa influencia o ambiente e é influenciada por ele), a Psicologia Ambiental concentra sua atenção no estudo dos aspectos que permeiam as conexões entre os processos psico-sociais e o contexto físico-territorial e temporal em que ocorrem (Stockols & Altmann, 1987; Bonnes & Secchiaroli, 1995).

Proporcionando uma compreensão geral da área, em texto hoje clássico, Ittelson, Proshansky, Rivlin e Winkel (1974) descreveram oito (08) pressupostos que caracterizam os trabalhos em Psicologia Ambiental (Quadro 01), aos quais, em revisão posterior, Leanne Rivlin (2003) acrescentou três novos itens (9 a 11).

Embora todos estes aspectos tenham importância na vivência e compreensão do ambiente por seus usuários, com relação à imagem ambiental de áreas urbanas, tema desse artigo, sete desses pressupostos salientam-se: 1, 3, 5, 6, 7, 8 e 11. Os itens 1 e 11 indicam que, apesar de suas múltiplas facetas, o ambiente é entendido como um conjunto, o que dificulta a enumeração exata dos aspectos envolvidos na compreensão dos diversos fenômenos inerentes à percepção ambiental, e justifica a adoção de múltiplos métodos e técnicas de pesquisa em sua investigação. O item 3 enfatiza o papel do meio social na experiência ambiental humana, explicitando sua inseparabilidade e, neste artigo, gerando a expressão "sócio-ambiental". O 5, o 6 e o 8 ressaltam quem em sua interação com o ambiente o ser humano: tem a pouca consciência do contexto sócio-físico em que está inserido; atribui valor simbólico ao meio e/ou suas partes; e tem uma percepção relativa do ambiente, pois o observador atua como "filtro" que seleciona aspectos em função de seus interesses e motivações, o que altera o entendimento do conjunto. Finalmente, o 7o item mostra que em sua vivência cotidiana o ser humano necessita de previsibilidade e estabilidade e, para tanto, recorre a imagens mentais para "organizar" sua compreensão do ambiente.

QUADRO 01: PRESSUPOSTOS DA PSICOLOGIA AMBIENTAL

1. O ambiente é vivenciado como um campo unitário.

2. A pessoa tem propriedades ambientais tanto quanto características psicológicas individuais.

3. Não há ambiente físico que não seja envolvido por um sistema social e inseparavelmente relacionado a ele.

4. A influência do ambiente físico no comportamento varia de acordo com a conduta em questão.

5. O ambiente opera abaixo do nível da consciência.

6. O ambiente "observado" não é necessariamente o ambiente "real".

7. O ambiente é organizado cognitivamente em um conjunto de imagens mentais.

8. O ambiente tem valor simbólico.

9. O aumento da quantidade de tecnologia na vida das pessoas criou novas dimensões ambientais que têm impacto nas atividades diárias.

10. Os aspectos éticos da pesquisa e da prática ambientais exigem uma reflexão contínua.

11. A experiência ambiental tem natureza holística

Fonte: Ittelson et al. (1974); Rivlin, 2003.

PARA FALAR EM IMAGEM...

No estudo das relações pessoa-ambiente, vários autores (Gibson, 1986; Rodrigues-Sanabra, 1986; Aragonés, 1986; Gifford, 1997) demonstram que a aprendizagem espacial humana é multi-sensorial e compilada em uma representação interior (esquema cognitivo) construída individualmente e acessada por meio de imagens mentais em cuja formação a visão assume grande importância, embora não seja hegemônica.

O fato das imagens serem extraídas do meio não significa que o mesmo as tenha determinado (...) O meio ambiente fornece o estímulo sensorial que, ao agir como imagem percebida, dá forma aos nossos ideais. (Tuan, 1983: 129).

Partindo desse entendimento geral, a imagem de uma área urbana (na escala da cidade, bairro ou vizinhança) tem sido tradicionalmente analisada a partir do conceito de legibilidade ambiental, tendo como base duas vertentes: uma relacionada às características físico-espaciais do ambiente e outra associada ao ponto de vista social e psicológico, com ênfase para a percepção e o significado desse ambiente (Hérnandez-Ruiz, 1986; Castro, 1997).

Trabalhos enfocando as características físico-espaciais do ambiente

Na perspectiva físico-espacial, Lynch (1997/1960) estudou a legibilidade visual da trama urbana, indicando a importância dos elementos do meio físico como eliciadores das imagens a partir das quais se compreende a cidade. Seriam eles: marcos (ou pontos de referência), vias (ou caminhos), nós (ou pontos nodais, correspondendo parcialmente aos espaços sócio-petalados definidos por Hall, 1979), distritos (bairros ou setores dentro do local estudado) e limites (elementos exteriores que definem uma área, separando-a de outras). O método utilizado pelo autor definia que os participantes seriam entrevistados, percorreriam caminhos na cidade acompanhados por um pesquisador e elaborariam "mapas mentais" (desenho livre) da área. Tal procedimento, e os resultados obtidos a partir dele, influenciaram várias áreas de conhecimento e gerações de pesquisadores.

Para minha surpresa, nosso trabalho conduziu a uma larga serie de investigações em outros campos: na antropologia, na sociologia e, especialmente, na geografia e na psicologia ambiental. Este impacto não havia sido previsto na obra, ainda que não nos faltassem desejos de atrair os psicólogos da percepção a interessar-se pelo entorno urbano (Lynch, 1984).

Na mesma direção, mas em sentido diferenciado, Cullen (1983) introduziu o conceito de "visão serial", indicando que reconstruímos mentalmente os percursos que fazemos pela cidade lançando mão de um conjunto de "fotos" mentais relacionadas às revelações e/ou surpresas que o meio urbano provoca.

Recentemente, Kohlsdorf (2005) analisou a dimensão topoceptiva da percepção urbana, valorizando a presença física do observador e seu posicionamento frente ao elemento estudado na compreensão da cidade, e baseando sua análise em 03 grupos de qualificativos: qualidades semânticas (pregnância, individualidade, continuidade), fenômenos de configuração (unidade/diversidade, continuidade/mudança, tipo/metamorfose, comum/especial) e leis da composição (relação figura-fundo, formação de totalidades, continuidade de direção, segregação/unificação, proximidade, semelhança).

Trabalhos enfocando o ponto de vista social e psicológico

No que se refere à perspectiva voltada para o ponto de vista social e psicológico, destaca-se o trabalho de Milgran (1972), dedicado à discussão da legibilidade social do ambiente urbano, e indicando a possibilidade de expressar-se graficamente o mosaico social percebido pelos indivíduos e que os ajuda a se situarem na cidade. Para tanto, os participantes eram entrevistados e elaboravam "mapas psicológicos" da área em estudo, demarcando sobre um mapa pré-existente as diferenças sociais percebidas na ocupação da malha urbana.

A legibilidade social corresponde à facilidade com a qual os indivíduos usam as características sócio-físicas do entorno para produzir e internalizar os significados do ambiente. (Ramadier & Moser, 1998, p.309).

Por sua vez, ao indicarem a diferença entre a "identidade de algo" e "identificar-se com algo" (a primeira expressão relacionada às características do objeto, e a segunda ao significado associado ao mesmo pelo observador), Graumann & Kruse (1991) demonstraram que cada indivíduo constrói uma imagem da cidade diretamente vinculada à sua vivência e cultura.

Uma terceira vertente

Além dos trabalhos citados, verifica-se tendência no sentido das discussões da experiência ambiental humana incorporarem a memória do local e dos indivíduos (Tassara & Rabinovich, 2001; Brierley, 2003; Nency et al. 2003), bem como as vivências sensoriais de seus usuários, entendimento que gerou o conceito de ambiência (Thibaud, 2004).

Nessa acepção, Canter (1997) indica que o ambiente deve ser analisado em função de seus atributos físicos, do(s) significado(s) que assume na vida das pessoas e do(s) comportamento(s) que permite. Ao integrar o enfoque cognitivo, perceptivo e comportamental, o autor reforça a importância dos valores culturais na formação da imagem ambiental, agregando a ela elementos como identidade, valores e práticas sociais, e suas variações em função do background grupal.

Também contribuindo para aprofundar o tema, Yázigi (2001:36) comenta: "para que uma imagem exista é necessário que seu objeto não seja percebido só em sua individualidade, mas no contexto". Ou seja, embora cada local precise ser reconhecido em sua singularidade, não pode ser analisado de modo isolado, pois está contínua e intimamente interligado a outros setores da cidade. Tal entendimento exige que se reflita sobre os vários ecossistemas presentes (elementos físicos e diferenciais naturais relacionados à fauna, flora, luminosidade, clima e outros), a vida cotidiana de seus ocupantes (inclusive sua a cultura material e memória), e o conjunto de referências locais (história, costumes, mitos, língua e arquitetura/urbanismo, entre outros). Assim, mesmo locais muito semelhantes entre si apresentam algum tipo de diferencial (como, por exemplo, um evento social ou histórico particular ou uma prática usual da população). "É quando a ordem dos fatores altera o produto" (Yázigi, 2001: 45).

Por outro lado, vários trabalhos recentes enfatizam o papel dos meios de comunicação na formação da imagem de uma localidade, grande parte da qual seria determinada pelo modo como os eventos que ali ocorrem são registrados e divulgados pela mídia (Campos & Ferreira, 2002; Garcia, 1997), fenômeno que tem sido incorporado às práticas de place-marketing (Castelo & Mascia, 2002).

O homem urbano é um consumidor de notícias tanto quanto de outros produtos permanentes ou perecíveis. E a notícia sempre tem uma armadura geográfica, a qual, uma vez desprovida do sucesso que lhe imprimiu a vida passageira do noticiário, recebe um destino que ignoramos (Castro, 1997: 109).

Apoiando esse tipo de preocupação em função do enorme incremento das tecnologias de informação e sua fácil penetração social, autores como Massey (2005) e Morley (2005) alertam para a necessidade de aprofundar-se a compreensão dos processos psicosociais envolvidos na formação da chamada "cultura de massas" e sua influência no cotidiano urbano.

CONCEITUANDO "IMAGEM SÓCIO-AMBIENTAL"

Procurando conjugar os vários pontos de vista aqui apresentados, em nosso trabalho consideramos que a imagem de um ambiente é uma construção social cuja base são as características físicas do local em estudo, as quais são decodificadas pelos indivíduos (diversos tipos de usuários) em função de suas próprias peculiaridades (idade, gênero, características e limitações físicas, personalidade, motivações, modo de contato com a área) e dos elementos da cultura local que influenciam o processo perceptivo. Denominamos esse entendimento de imagem sócio-ambiental.

Nesse sentido, a noção de imagem sócio-ambiental implica, portanto, a união dos conceitos de imagem mental e significado social, pois requer que se estabeleçam nexos entre as características ambientais do local, a sua percepção pelos usuários fixos (pessoas que moram na área em estudo) e não-fixos (indivíduos que moram em outros locais, mas trabalham, estudam ou visitam a área) e as influências das práticas sociais da comunidade ou grupo. Para tanto é imprescindível analisar: o arcabouço físico-ambiental e histórico da área; as características (demográficas, sócio-econômicas, etc.) da população envolvida; as condições de apropriação (ocupação e elementos uso/posse) existentes; os diferentes tipos de uso do local em função dos ciclos temporais a que está submetido (dia, semana, mês, ano, sazonalidades); as instituições, programas e organismos sociais e culturais atuantes na área; o tipo de controle social existente; as informações a respeito da localidade divulgadas pela mídia.

TRABALHOS EXPLORATÓRIOS

A investigação da imagem sócio-ambiental de áreas urbanas a partir do entendimento indicado no item anterior, tem ocorrido no âmbito da atividade docente no curso de graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Nossas classes contam com cerca de 20 estudantes, e pedagogicamente atuamos em um sistema "integrado", ou seja, durante o semestre letivo, uma turma estuda um mesmo setor da cidade em várias disciplinas, prática que amplia seu conhecimento sobre a problemática local e gera diversas atividades. Durante os últimos anos nossos alunos têm analisado diferentes bairros de Natal (capital do estado do Rio Grande do Norte, Brasil) e cidades adjacentes. Nessas oportunidades, a disciplina Psicologia Ambiental tem solicitado diversas leituras das áreas escolhidas. Como a história local e as características do ambiente físico são objeto de análise das disciplinas Estudos Urbanos e Conforto Ambiental, complementamos as informações necessárias às nossas pretensões dividindo os estudantes em cinco grupos: uma equipe aplica questionários com moradores, incluindo a solicitação do desenho de mapas mentais e sociais (replicando Lynch, 1997/1960 e Milgran, 1972); duas aplicam questionários com não-moradores da área (habitantes de outros bairros); outra equipe investiga o modo como a área tem sido veiculada na mídia nos últimos doze meses; e a última dedica-se à identificação das instituições atuantes no local e das manifestações artísticas relacionais ao mesmo. Ao final da atividade é realizado um seminário no qual as informações coletadas pelos grupos são socializadas, propiciando discussões das quais emerge a compreensão da "imagem sócio-ambiental" da área em estudo.

 

MÉTODO

Dando continuidade a trabalho anterior sobre a imagem da cidade de Natal (Elali, 1999), o amadurecimento da abordagem descrita deu origem a projetos de pesquisa específicos (Elali, 2004; Elali, 2005), nos quais os procedimentos e instrumentos largamente pré-testados em sala de aula foram refinados, e ampliou-se o cuidado estatístico a fim de garantir a confiabilidade dos resultados.

Nesses trabalhos, optou-se por abordar a realidade investigada a partir de vários pontos de vista, corroborando a opção da Psicologia Ambiental pela triangulação metodológica (Vogt, 1993) ou perspectiva multimétodos (Sommer & Sommer, 1997), modo de possibilitar uma compreensão ampla dos fenômenos estudados, evitando vieses gerados por opções metodológicas que privilegiam apenas um tipo de coleta de dados. A pesquisa envolveu: (i) análise das características físicas e morfológicas da área; (ii) levantamento da história local a partir da literatura e de entrevistas com pessoas idosas; (iii) identificação de instituições atuantes no bairro e projetos para intervenção na área; (iv) levantamento da produção artística e literária relativa ao local e de notícias veiculadas no principais jornais natalenses (Tribuna do Norte e Diário de Natal / O Poti) no período 2000/2005; contato direto com 100 moradores da Ribeira (para o entendimento da área a partir de um referencial interno a ela) e 350 moradores da cidade de Natal não-residentes no bairro (para compreensão do local a partir de um referencial externo a ele), perspectivas que se complementam entre si.

Os não-moradores (entre 80 e 120 pessoas em cada uma das quatro zonas urbanas da cidade, número estatisticamente calculado em função de sua população) responderam a um questionário aplicado pelos pesquisadores, contendo perguntas abertas e fechadas e uma escala semântica. Além do mesmo questionário (com pequenos ajustes), os moradores, iniciaram sua participação desenhando livremente o bairro (Lynch, 1997/1960; Milgran, 1972).

Os participantes foram escolhidos de modo aleatório, mas mantendo-se o controle de sua idade (entre 18 e 75 anos), gênero, escolaridade e condição social, de modo a gerar uma amostra semelhante aos padrões existentes na cidade de Natal e no bairro da Ribeira. Ressalte-se, ainda, que a abordagem dos indivíduos seguiu todos os preceitos éticos indicados para esse tipo de pesquisa, sobretudo no que se refere ao seu esclarecimento para livre participação e garantia de anonimato na divulgação das informações.

 

PRINCIPAIS RESULTADOS OBTIDOS

Aspectos históricos

Natal é uma das cidades mais antigas do Brasil, fundada pelos portugueses em 1599, dominada pelos holandeses entre 1633 e 1654, e depois reconquistada pelos primeiros. A Ribeira é considerada seu segundo bairro, por onde acontecia a ligação terrestre entre a Cidade Alta (núcleo urbano inicial) e a Fortaleza dos Reis Magos. De acordo com Cascudo (1980), data dos primeiros séculos de ocupação a versão local da distinção entre "cidade alta" e "cidade baixa" (comum na época), que se refletiu na rivalidade entre "xarias" e "canguleiros". Os primeiros eram os representantes da elite, moravam na área alta (considerada nobre), e se alimentavam com xaréus, o melhor pescado. Os segundos eram pobres, moravam na Ribeira (área baixa) e se alimentavam com cangulos (peixes não apreciados).

No século XIX, o incremento das atividades do porto de Natal, localizado no Rio Potengi (cujo calado permite a aproximação de embarcações de grande porte), implementou o desenvolvimento do bairro. Entre 1870 e 1902 a Ribeira abrigou a sede da administração provincial, sendo a primeira área da cidade a receber luz elétrica, em 1905 (Prefeitura Municipal de Natal, 1999). Tais mudanças atraíram parte da elite econômica da cidade para morar e/ou trabalhar na área, o que possibilitou o surgimento/consolidação de um importante acervo de arquitetura eclética (14 edifícios são tombados pelo patrimônio histórico estadual).

Entre 1942 e 1945, a privilegiada posição geográfica do campo para pouso de aviões de Parnamirim-RN (Brasil, América do Sul) com relação a Dakar (África), transformou a capital do Rio Grande do Norte em ponto estratégico para a ação dos aliados na Segunda Guerra Mundial, o que, obviamente, influenciou a economia e sociedade natalenses. Na cidade foram construídas, entre outras, a então maior base militar norte-americana fora do território estadunidense (Parnamirim Field), a Base Naval da Limpa para hidroaviões (ao lado do porto de Natal) e o pipe-line Natal-Parnamirim (Smith Jr., 1975; Hipólito, 1980).

Na época, embora muitas famílias tenha se mudado para o interior ou estados vizinhos, a livre circulação de dólares resultou enorme incremento populacional na cidade. Localizada ao redor do porto e perto da área militar, a Ribeira passou a ser conhecida como zona de prostituição, gerando situações (cômicas e/ou trágicas) narradas em inúmeros casos que hoje fazem parte da história e do anedotário local (Onofre Jr., 1979; Melo, 1999).

No Pós-guerra e décadas seguintes, o desenvolvimento do setor portuário fez com que no horário diurno o bairro assumisse seu papel como setor comercial ativo (versões atacadista e de armazenagem), enquanto no horário noturno se evidenciava seu caráter boêmio. Em função disso, a ocupação residencial da localidade reduziu-se acentuadamente, de modo que a atual população moradora no bairro (menos de 3000 pessoas) é considerada muito pequena.

Desde 1990 a Ribeira integra a Zona Especial de Preservação Histórica (ZEPH) do município de Natal, cujo objetivo é "preservar prédios e sítios notáveis pelos valores históricos, arquitetônicos, culturais e paisagísticos" (Diário Oficial, 17-07-1990). Isso fez com que, nos últimos 15 anos ocorressem várias iniciativas visando a revitalização da área e sua gentrificação, as quais foram capitaneadas por eventos como o Seminário Ribeira Velha de Guerra (realizado em 1993), o Projeto Viva-Ribeira (1995), o Projeto Fachadas da Rua Chile (1996), o Projeto Ribeira (2000) e o Corredor Cultural Câmara Cascudo (em andamento). Embora as ações empreendidas nessas ocasiões se relacionassem à recuperação e re-uso de edifícios, incentivo à programação cultural, e criação de instrumentos legais para atração/implantação de estabelecimentos turístico-culturais e ONGs no bairro, a efetiva ocupação da área ainda não se alterou substancialmente.

Aspectos Ambientais

Área lindeira ao porto de Natal, o sítio natural em que se encontra a Ribeira está localizado na margem direita do rio Potengi (Figuras 1 e 2) e em região próxima à foz, cuja topografia é formada por dois setores ligados por uma rampa natural com acentuada inclinação: o maior tem cota média de 3,0m acima do nível da preamar, e o outro fica cerca de 40,0m acima.

De modo geral, o clima local reflete o da cidade de Natal, tropical quente e úmido que, em função da baixa latitude (5o45’54’’ Sul), apresenta temperatura média em torno de 26 graus, naquela área amenizada pela presença do rio e constante ventilação proveniente do Sudeste.

Em seus primórdios, grande parte da Ribeira era ocupada por mangues (terrenos alagadiços formados por lama escura, recobertos por vegetação nativa e dotados de odor peculiar), gradativamente retirados e aterrados. No início do século XX ainda se atravessava parte da área central do bairro usando pontes de madeira, e até a década de 1970, antes da execução da drenagem, eram comuns grandes inundações durante o período chuvoso.

 

FIGURA 01: Mapas esquemáticos: Nordeste do Brasil, cidade de Natal e bairro da Ribeira.
Fonte: SEMURB, 2003, sem escala – trabalhado pela autora.

 

Fruto da ocupação irregular característica da colonização portuguesa, a malha urbana contém poucas artérias principais das quais partem muitas ruas estreitas (descontínuas, com calçadas apertadas e terminado em becos) e alguns largos. No que se refere ao parcelamento do solo, geralmente os lotes são estreitos e alongados, de modo que as edificações, em sua maioria térreas ou com dois pavimentos, são construídas sobre o alinhamento dos terrenos e encostadas umas às outras. A atual regulamentação da área permite um gabarito máximo de quatro pavimentos, e apenas no setor que faz limite com o bairro de Petrópolis há acentuada presença de edifícios maiores.

 

FIGURA 02: Foto aérea da área antiga de Natal, com destaque para a Ribeira
(em primeiro plano o rio Potengi, e ao fundo o Oceano Atlântico).
Fonte: http://earth.google.com/images(acesso em 30/09/2005)

 

O bairro conta hoje com boa infra-estrutura: água, saneamento, drenagem, luz, telefonia, coleta regular de lixo, escolas, posto de saúde, ruas pavimentadas e muitas linhas de transportes urbanos. Por outro lado, há deficiência na quantidade e qualidade das áreas verdes, concentradas na Praça Augusto Severo e canteiros centrais das principais avenidas.

Mídia e Artes

A Ribeira se faz regularmente presente nos principais jornais da cidade, com uma média de 4,8 inserções semanais (variando de 0 a 15 citações em um dia), em matérias de pequeno e médio porte (entre 2 linhas e 1/2 página). A maior parte das notícias está associada à divulgação de eventos culturais, sobretudo espetáculos teatrais (cerca de 64%), à movimentação portuária (10%) e a questões de infra-estrutura e segurança pública (7,5% cada, geralmente enfocando problemas e deficiências). De modo geral tal noticiário está mais voltado para a divulgação de fatos específicos do que para as condições do bairro em si, muitas vezes tratando-o apenas como "pano de fundo" para os eventos. Por sua vez, a conotação boêmia atribuída ao local nem sempre é encarada como positiva, sendo associada a problemas na segurança pública. Assim, é comum que, logo após ampla divulgação de um evento atraente (um show, por exemplo), surjam muitas notas ligadas à ocorrências criminais (roubos, violência) na ocasião.

No que se refere a manifestações artísticas, a Ribeira tem sido palco de muitos eventos culturais, tanto festas populares, exposições de artesanato e similares quanto espetáculos de musica e teatro, além alguns artistas morarem ou terem atelier no bairro. Apesar disso, e mesmo já tendo sido fonte inspiradora para muitos artistas locais, atualmente o bairro tem estado pouco presente no trabalho dos mesmos (embora aqueles poucos que o façam se dediquem quase exaustivamente ao tema). De modo geral as artes plásticas apresentam uma visão bucólica da área, retratando seus edifícios antigos, ruas estreitas, cenas da área portuária, do Rio Potengi. Na música e na literatura, geralmente o bairro é apenas citado, sem que isso implique sua descrição ou análise aprofundada.

Consulta aos usuários

Para moradores e não-moradores participantes da pesquisa, "a primeira coisa que vem à cabeça ao falar na Ribeira" é o aspecto antigo do local, com seu arruamento irregular, construções ecléticas e aspecto degradado (Figuras 03 a 06). Embora a paisagem natural seja mencionada como merecedora de destaque, especialmente o por do sol no rio Potengi e o Porto de Natal, como imagem-síntese do bairro as pessoas indicam majoritariamente prédios e conjuntos edificados, sobretudo aqueles com grande presença na mídia, como Teatro Alberto Maranhão (citado por 84% dos respondentes &– Figura 04), Casa da Ribeira (58%), Colégio Salesiano (45%), antigo Grande Hotel (hoje ITEP &– Figura 05), Igreja Bom Jesus, Capitania das Artes (anterior Capitania dos Portos), Rampa, prédios da Rede Ferroviária, casas da Rua Chile, conjunto formado pela Praça Augusto Severo e a Rodoviária Velha, e o Canto do Mangue (que realmente se encontra nas Rocas, bairro vizinho).

 

FIGURA 03: Foto do Grande Hotel

 

FIGURA 04: Teatro Alberto Maranhão

 

FIGURA 05: Foto do final da Rua Chile

 

FIGURA 06: Foto de casarão em ruínas.

 

Tais indicações também estão presentes nos mapas mentais desenhados pelos moradores, corroborando Lynch (1997/1960), cujo referencial permite a identificação dos primeiros como "marcos urbanos", e dos dois conjuntos urbanos como "pontos nodais". É importante ressaltar que as pessoas idosas indicaram um número maior de edificações do que as pessoas jovens (média de 5 itens para as primeiras e 3 para as últimas). Além disso, 68% dos respondentes afirmaram nunca ter entrado em tais prédios (nessa situação se encontravam 80% dos idosos, e 35% dos jovens). Saliente-se, ainda, que a maioria dos entrevistados (cerca de 70%) identificou as principais vias existentes, e não delimitou bordas para o bairro (com exceção do Rio Potengi). Apenas a área estritamente portuária foi indicada como um distrito (por 20% dos respondentes).

Por outro lado, quando confrontados com o mapa oficial e solicitados a indicar espacialmente diferenças sociais (Milgran, 1972), os moradores não demonstraram dificuldade em identificar diferenças entre: setores ocupados por "pobres" e "ricos" (os primeiros morando nas proximidades das Rocas e os segundos perto de Petrópolis) e setores com muita prostituição e sem sua presença. Ressalte-se, também, que 70% dos moradores indicaram como "Ribeira" apenas a área mais antiga e de menores cotas de nível, eliminando do bairro a área alta, cuja ocupação é relativamente mais recente e diferenciada.

Note-se, ainda, que, em algumas situações os moradores mencionaram elementos urbanos visualmente não significativos, como essenciais à vivência urbana (entre eles, Beco da Quarentena, Confeitaria Delícia e Peixada Potengi), os quais, por sua importância social e afetiva (para o indivíduo e o grupo) identificamos como "marcos sociais". O mesmo se repetiu em relação aos "pontos nodais" (uma área de calçada onde costuma ocorrer jogo de damas entre idosos, por exemplo). Esse tipo de constatação indica a necessidade de valorizar-se a espacialização dos eventos sociais (enquanto nós, marcos e limites sócio-afetivos) em função de sua influência no surgimento de lugares no contexto da malha urbana, mesmo em se tratando de situações pontuais e de envergadura reduzida.

No que se refere às escalas semânticas aplicadas, foram verificadas notáveis diferenças (scores médios) entre as opiniões de moradores e não-moradores do bairro, de modo geral considerado seguro, limpo, relativamente silencioso e austero para os primeiros, e inseguro, sujo, agitado e boêmio para os segundos (Figura 07). Tais diferenças provavelmente se relacionam à maior ou menor proximidade dessas pessoas com relação ao local, embora as respostas de ambos sejam parecidas no que se refere à percepção do bairro como sem-cor, monótono, quente, nem agradável nem desagradável, nem feio nem bonito.

 

FIGURA 07: Gráfico da percepção da Ribeira com base em escala semântica

 

Por sua vez, na avaliação de vinte características do bairro usando uma escala de dez pontos, os respondentes auferiram valores intermediários à maioria dos itens (média final entre 6,0 e 7,8), repetindo-se alguma diferença entre os scores médios de moradores (M) e não-moradores (NM) - (Figura 08). O aspecto melhor avaliado pelo grupo foi a localização da Ribeira na cidade (valor 7,8 para M e 6,7 para NM), seguido por sua paisagem construída e natural e o nível de ruídos. Por sua vez, os itens com menor avaliação foram arborização (M=2,4; NM=3,94), segurança, iluminação noturna, manutenção do patrimônio histórico e condições para moradia.

 

FIGURA 08: Gráfico com a avaliação de características do bairro pelos usuários

 

Embora os dois tipos de respondentes indiquem a necessidade de mudanças para que o local se torne adequado à ocupação, a variação entre os scores médios de M e NM mostra os últimos como mais críticos em relação aos pontos abordados, justificando que, apesar a população natalense sentir alguma atração pela Ribeira (em função do seu valor histórico e cultural), ainda existe resistência no que se refere à optar por morar no bairro.

Tais resultados corroboram estudo relativo à qualidade de vida urbana em Natal (Veloso e Elali, 2006), de acordo com o qual, ao perceberem e avaliarem a cidade como um todo, as pessoas são largamente influenciadas pelas condições prevalentes no local específico em que habitam.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Apresentada sucintamente nesse artigo, a pesquisa realizada no bairro da Ribeira indica a viabilidade de se trabalhar com o conceito de imagem sócio-ambiental de áreas urbanas proposto, conforme definido nos itens iniciais, isto é, como somatório da imagem mental e do significado social atribuído pelos usuários a uma determinada área, para o que contribuem as vivências individuais, a visão da mídia e das artes, e a história local.

Especificamente em relação à Ribeira, de modo geral verificou-se que, apesar da preocupação governamental relativa à intensificação da gentrificação do bairro, sua imagem sócio-ambiental ainda não corrobora essa iniciativa, pois, apesar da boa infra-estrutura disponível e da oferta de programação cultural, a população continua percebendo o local como setor de armazéns, cais do porto, zona boêmia e degradada, o que dificulta a aproximação (em caráter definitivo) de novos habitantes. Nesse sentido, um significativo impulso ocorreria com o investimento público em limpeza, iluminação e segurança urbanas, bem como a implementação de ações relativas à manutenção e visitação do rico patrimônio edilício e ambiental existente. Além das ações concretas em si, qualquer projeto de intervenção na área precisaria contar com a contribuição de uma divulgação eficiente das iniciativas pela mídia local, traçada de modo a reforçar traços positivos da imagem sócio-ambiental do bairro, cujo fortalecimento e continuidade são fundamentais, tanto para a conservação das memórias e histórias individuais dos usuários, quanto para a própria sustentabilidade social e ambiental da cidade.

 

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