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Psicologia para América Latina

On-line version ISSN 1870-350X

Psicol. Am. Lat.  no.13 México July 2008

 

GÉNERO Y EQUIDAD SOCIAL

 

O homem na pós-modernidade: reflexões sobre as identidades masculinas em São Luís-MA

 

 

Ronald Clay dos Santos Ericeira*

Universidade Federal do Maranhão - Brasil

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Apresentamos os resultados de uma pesquisa feita com homens de São Luís, destinada a debater sobre os diversos aspectos da identidade masculina na pós-modernidade. A pesquisa foi realizada em 2001, envolvendo trinta homens que responderam um questionário com questões abertas e fechadas. Como subsídios para reflexão descrevemos a construção de papéis sexuais masculinos e femininos através dos contextos sócio-históricos, enfocando os movimentos feministas e suas repercussões para o homem ocidental.


ABSTRACT

We present a research made with men in São Luís-MA, that has pretended to discuss the main features of male identity in the postmodernity. The research was made in 2001 with thirty men who have answered a quizz having opened and closed questions. Like subsidy to think about this, we are describing the constructions of male and female rules through the social and historical contexts, focalizing the female movements and its repercussions for the western men.


RESUMEN

Presentamos los resultados de una investigación realizada con hombres de São Luís-MA, donde debatimos los aspectos de l’ dentidad masculina en pós-modernidad. Lo estudio ha acontecido em 2001, envolvendo 30 hombres que han respondido un formulario con préguntas abiertas e cerradas. Como subsidio de reflexión, describimos las construcciónes de papeles masculinos e femeninos por medio de contextos sócio-históricos, enfocando los movimientos femeninos e suyas repercussións para los hombres de l’Occidente.


 

 

APRESENTAÇÃO

Que critérios ou parâmetros definem a identidade masculina? O que delimita o campo do masculino na contemporaneidade? Estes são questionamentos que reverberam cotidianamente nos colóquios científicos sobre estudos de gênero, bem como em programas de televisão destinados a debater, calorosamente, os relacionamentos amorosos na atualidade. Nesses espaços de discussão, divulga-se que o homem estaria em crise consigo mesmo e com sua parceira sexual, pois não saberia mais se adequar ao papel de provedor e a de fortaleza impenetrável às emoções, os quais lhes foram historicamente atribuídos.

Nessa perspectiva, a sociedade ocidental, grosso modo, estaria demandando ao homem maior flexibilidade e sensibilidade ao tratar com sua companheira sexual. Além disso, acrescentamos que sua contínua ausência do lar por destinar significativa parte do seu tempo ao trabalho também teria se tornado mote de acusações de negligência parental. O constante absenteísmo paterno estaria viabilizando o aparecimento de uma geração de meninos fracos, afeminados e sem a noção precisa da importância da lei simbólica que lhes ensinaria as interdições culturais de sua coletividade.

Nos seus estudos sobre a masculinidade, CUSHINIR (1991) alerta que a maioria dos homens não se enquadrou nestes moldes de “homem mole”1, logo estaria desorientada no que tange à postura social “apropriada”<. Ademais, o homem queixar-se-ia de ser pressionado para ter um significativo desempenho sexual e de ter êxito profissional. Na sua visão, este não seria mais o sexo forte, mas também não aspirava assumir o posto de sexo frágil. Em outras palavras, poderíamos reiterar que é assaz recorrente entre os estudiosos das relações de gênero a assertiva de que a masculinidade estaria em crise.

À guisa de exemplo sobre como a crise da masculinidade está voga, uma reportagem da revista VEJA em 1996 anunciava em sua manchete de capa que “O MACHO acordava do nocaute”. Esta reportagem colocava que o homem na contemporaneidade estaria enfrentando uma série de dilemas interiores oriundos das exigências por igualdade de direitos e oportunidades em todas as esferas da vida humana, sobremaneira, a sexual. Contudo, os homens estariam mais suscetíveis aos seus sentimentos e angústias, tomando providências para diminuir suas inseguranças.

Nesses termos, o interesse deste artigo2 decorre de uma inquietação a respeito do tema da crise da masculinidade. Investigando empiricamente este assunto, empreendemos uma pesquisa com homens de São Luís-MA, focalizando suas representações sociais do comportamento masculino na contemporaneidade. Vislumbramos que os resultados deste trabalho, ainda que exploratórios, sirvam de referências para o aprofundamento do debate da identidade masculina, não somente na cidade de São Luís &– MA, mas em toda a América Latina.

Antes de expor as apreciações dos resultados da pesquisa supracitada, acreditamos ser mister discorrer concisamente sobre a metodologia desenvolvida para a obtenção dos dados que possibilitaram tais análises. Assim, destacamos que durante o planejamento da pesquisa, que consistiu na delimitação da amostra, revisão bibliográfica e elaboração de questionário contendo perguntas abertas e fechadas, decidimos por uma amostra de 30 homens com faixa etária variando entre 20 e 40 anos de idade, cuja autodefinição sexual seria a heterossexualidade. Sinalizamos também que as perguntas constituintes do questionário foram divididas em três grandes grupos: formas de exteriorização da emotividade; formação profissional e trabalho; mitos e tabus da sexualidade masculinas.

No tocante à análise das questões, privilegiamos um exame tanto quantitativo quanto qualitativo a fim de compreender aspectos psicológicos mais complexos dos indivíduos investigados, como idealizações e sentimentos perante alguns aspectos concernentes as representações e a vivência da sexualidade masculina em São Luís-MA. A despeito de ser uma pesquisa de cunho psicológico, buscamos intermitentemente o diálogo com os saberes sócio-antropológicos.

 

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE AS IDENTIDADES MASCULINAS E FEMININAS

Conjeturamos que o debate sobre a masculinidade na contemporaneidade pressupõe um breve rastreamento das condições sócio-históricas que possibilitaram a configuração de identidades sociais para homens e mulheres no transcurso dos séculos. Outrossim, ventilamos que a categoria identidade será empregada na acepção de CIAMPA (1985) que a entende como essencialmente dinâmica e em processo de contínua reconstrução. Oportunizamos este ensejo para apontar uma distinção entre conceitos ambíguos: a identidade sexual e a identidade de gênero. A primeira é restritiva à classificação do sujeito como heterossexual, bissexual e homossexual. A segunda, objeto deste artigo, é mais abrangente e engloba o status de homem ou mulher nos critérios pessoais, sociais, incluindo a orientação erótico-sexual.

Nesse sentido, coadunamo-nos com o posicionamento de BUTLER (2003) para quem o conceito de gênero possui peculiaridades que o distanciam de uma postura de cunho estritamente biológico, mas o implica em uma construção agenciada socialmente, possibilitando a emergência de sujeitos não circunscritos a uma heterossexualidade normalizadora. Em razão da definição do conceito de gênero transcender o sexo biológico dos sujeitos, diríamos que os estudos de gênero são profícuos, pois tratam de uma categoria que afeta os múltiplos domínios da vida humana.

Restringindo-nos à história das civilizações ocidentais, é-nos possível afirmar que quase sempre se encontrara um motivo para privilegiar o masculino frente ao feminino, visto que a mulher foi considerada por muito tempo como incapaz de desenvolver um raciocínio abstrato mais elaborado. Ademais, BOURDIEU (1999) acentua que historicamente os homens ficaram destinados aos espaços públicos e à dominação da sociedade.

Coube aos homens, situados do lado exterior, do oficial, do público, do direito, do seco, do alto, do descontínuo, realizar todos os atos ao mesmo tempo breves, perigosos e espetaculares, como matar o boi, a lavoura a colheita, sem falar do homicídio e da guerra, que marcam rupturas do curso ordinário da vida. As mulheres pelo contrário, estando situadas do lado úmido, do baixo, do curvo e do contínuo, vêm ser-lhe atribuídos todos os trabalhos domésticos, ou seja, privados e escondidos ou até menos invisíveis e vergonhosos”. (BOURDIEU 1999, p.41).

Nessa perspectiva, as sociedades ocidentais teriam vivido durante vários séculos sob a égide de uma visão androcêntrica. BOURDIEU (1999) acredita que esta cosmologia androcêntrica entendia a apropriação social dos corpos como uma condição natural, ou seja, naturalizaram-se os comportamentos sexuais de homens e mulheres, estabelecendo uma assimetria entre os gêneros.

No Brasil, durante o período colonial, sob os reflexos da sociedade européia, a assimetria sexual também era inelutável. O chefe de família permanecia tempo diminuto em seus lares, delegando quase exclusivamente a educação dos filhos à mulher. Por outro lado, tal afastamento masculino das residências, reforçava a idealização dos papéis de esposa e de mãe moldados na figura da “Rainha do Lar”. Por seu turno, NOLASCO (1995) acredita que, até a metade do século XX, o papel masculino, no Brasil, estava fortemente enviesado pelo coronelismo e tenentismo: duas formas de condutas que confundiam a virilidade com o autoritarismo. O advento da ditadura teria sido concomitante com a popularização do conceito de machismo que estaria imbuído de características negativas como: dominação, a agressividade, a subjugação da mulher e a sexualidade viril desmedida.

Cumpre assinalar também que diversos pesquisadores afirmam que o homem brasileiro sofre do complexo de latinidade. Isto é, os brasileiros, como os demais povos de origem latina, carregariam o estereótipo de serem sexys e bons de cama, dados que aumentariam suas responsabilidades no “leito de amor”. Esta inquietação com o desempenho sexual é revelada em recente pesquisa coordenada pela psiquiatra Carmita Abdo do Projeto de Sexualidade dos Hospitais das Clínicas de São Paulo, editada por BUCHALLA (2001). Comprovou-se que cerca de 40% dos homens entre 30 e 50 anos apresentam algum grau de impotência. A ejaculação precoce é o fantasma da metade dos homens entre 18 e 60 anos de idade, sendo a incidência maior nos mais jovens.

Retomando o debate sobre a crise da masculinidade, sugerimos, baseados em BOURDIEU (1999), que o homem, de maneira geral, tornou-se vítima do seu próprio afã de dominação sobre o gênero feminino. Se a cosmologia falocêntrica subjugou as mulheres, colocando-as em posições isubalternas, também produziu determinados tabus e mitos para a sexualidade masculina. Destacamos que a identidade masculina, na acepção deste sociólogo, é apreendida de forma relativa, sempre em oposição à feminilidade e aspirando a uma supremacia frente a outros homens. Além disso, a insígnia varonil é definida negativamente, ou seja, por aquilo que ele não é ou ao menos não deveria ser. Em outras palavras, o homem descobria primeiro as interdições do campo feminino para posteriormente descobrir o que a sociedade lhe reserva para alcançar os patamares da masculinidade.

Desse modo, sinalizamos que os padrões culturais e as necessidades econômicas das diversas gerações erigem suas próprias exigências de comportamentos para homens e mulheres. Nessa direção, cabe referência à LANE (1996,p.16) quando considera a identidade como fruto da interação do indivíduo com os outros seres sociais e que a criança assume para si um mundo no qual os outros já vivem. Assim, acreditando que historicamente cada sociedade engendra critérios a serem cumpridos pelos homens para serem enquadrados dentro do campo da virilidade, BADINTER (1993), por exemplo, enumera três momentos decisivos na vida dos meninos na estruturação de suas identidades heterossexuais: a separação da mãe, a distinção entre seus corpos e o feminino, a prova de que não são gays. Pedro Nolasco (1995) acrescenta um outro: a necessidade de o homem desenvolver suas capacidades laborativas.

Ressaltamos ainda que na visão de BADINTER (1993), o pênis é a possibilidade do menino ascender ao primado da masculinidade, posto o pênis adquirir um caráter metonímico ao passar a representar seu detentor e ao assumir o papel de confidente dos idílios amorosos do homem. Reforçando esta concepção metonímica do pênis, NOLASCO (1995) assevera que o menino teria sido lobotomizado em sua afetividade, pois suas ligações com o coração seriam cortadas pela família e, posteriormente, pela escola. Assim, o homem seria reduzido a uma “sensibilidade peniana”, ou seja, suas reações emocionais estariam vinculadas a seu pênis. O desempenho de seu órgão genital determinará sua felicidade ou sua angústia existencial.

Calcando-nos nessa interpretação da crise da masculinidade pela ótica da sensibilidade peniana, ventilamos que esta desencadeou crenças assaz populares sobre a performance viril na cama: uma concernente ao tamanho do pênis &– quanto maior, mais prazer proporcionado à parceira; uma relacionada com a idéia de que o homem deve estar sempre preparado para o coito ­- aquele que “negar fogo” arrisca ter sua honra difamada; uma referente ao mito de que todo contato corporal entre um homem e uma mulher deve acabar na cama; haveria ainda uma relacionada com o silêncio viril, apregoando que os “homens verdadeiros” não poderiam demonstrar suas emoções. Valeria ainda frisar o posicionamento de PARKER (1991) ao citar que o imaginário brasileiro desenvolveu a figura do “corno” para designar o homem que falhou em sua masculinidade.

Direcionando o foco de análise para a cidade de São Luís, SOUSA (1998) aponta que aqui eram mesmo mais aprofundadas as desigualdades entre os sexos do que no restante do país. A autora revela que, até meados dos anos de 1960, os homens regozijavam-se de suas licenciosidades e, freqüentemente, divertiam-se com as “mulheres de vida fácil” sem constragimentos. Em contrapartida, as mulheres apesar de aceitas no mercado de trabalho, deveriam executar com primazia sua tarefa principal: resguardar a família e aliviar o cansaço do marido, quando este retornasse do serviço. Tal concepção seria reforçada através de incontáveis artigos nos jornais da época, dando conselhos às esposas de como ser boa companheira e excelente mãe. Os “bons costumes” da sociedade maranhense eram mantidos, velando-se pela honra das donzelas. É possível que a maranhense:

... tenha percebido que seus próprios desejos como ‘pecaminosos, portanto ameaçadores, condenando-se a uma vida de privação nesse aspecto, ao mesmo tempo racionalizando-os constantemente, em vista de possibilidade de rejeição social... É muito evidente... o temor ao namoro ou as conseqüências que deste adviriam: a relação sexual, a gravidez, a desonra vergonhosas para a mulher, sobretudo as não-casadas”. (Sousa, 1998, p.113-114)

Por sua vez, a pesquisadora FERREIRA (1999) afirma que foi o movimento feminista que introduziu as discussões sobre a condição feminina no seio dos partidos políticos e das organizações sindicais maranhenses. Esta inserção das mulheres em lutas por uma melhor situação trabalhista ajudou a politizar seus próprios movimentos, que, até então, tinham um caráter desvinculado de qualquer engajamento partidário. Além disso, sinaliza que a década de 1980 foi o período de eclosão das conquistas feministas no Maranhão, graças à disseminação de políticas públicas que priorizaram a assistência governamental ao sexo feminino. Nesse sentido, foram criadas delegacias especializadas, cujo escopo era receber denúncias de maus tratos e de abusos sexuais e psicológicos praticados contra as mulheres. FERREIRA (1999) acredita também que o Movimento de Mulheres da Ilha, fundado em 1980, foi o responsável mais direto pelas formulações de propostas que posteriormente se transformaram em políticas públicas e também pela viabilização de debates sobre a “naturalizada” inferioridade da mulher maranhense:

Em termos sintéticos, diríamos que a década de 1990 trouxe consigo uma série de conquistas femininas, entre elas o compartilhamento com o homem das tarefas domésticas e a educação dos filhos. Após estas digressões sobre a identidade masculina e feminina a partir de uma perspectiva sócio-histórica, elencamos alguns questionamentos que debateremos no transcurso da exposição dos resultados da pesquisa: como esses homens assimilaram as conquistas feministas? Foram obrigados a reavaliar suas posturas másculas? Ou continua a relacionar-se com suas parceiras seguindo uma ótica machista? Está mais livre para falar de seus sentimentos? Ainda acredita que é dever masculino o sustento da família? A independência financeira e a exigência sexual de sua parceira são vistas de maneira ansiogênica?

 

DISCUSSÃO DOS DADOS DA PESQUISA

No tocante à apreciação das respostas do grupo investigado de homens, o primeiro questionamento visava apreender as qualidades que os sujeitos da amostra consideravam relevantes de um homem ideal possuir. Percebemos uma significativa importância atribuída ao trabalho, o que nos permitiu estabelecer correlações entre o trabalho e a “necessidade masculina” de serem bem sucedidos em suas capacidades de “conquistar” o provento seu e de sua família. Esta visão é incisiva pelo fato que 60% da amostra consideram o trabalho importante para a realização plena do homem. Outros 33,34% dividem esta opinião desde que ele seja combinado com atividades paralelas como o lazer e a diversão com a família. Apenas 6,66% não encaram as atividades profissionais como fundamentais para o bem-estar masculino.

Observamos também que o mercado de trabalho é um considerado espaço a ser conquistado e o sucesso profissional significa a superação dos concorrentes. Assim, 56,67% dos indivíduos da amostra confessaram-se competitivos no trabalho ou no estudo. A parcela de 33,33% manifesta este tipo de competitividade raramente ou às vezes. Somente 10% afirmam serem destituídos deste sentimento de competitividade.

Destacamos que a categoria “inteligente” (racional) foi constantemente acionada pelo grupo como uma qualidade masculina a ser desenvolvida. Este ponto reforça a visão dual, amplamente divulgada no senso comum, de o homem ser racional e a mulher, emotiva. Visualizamos também, a partir dos dados da amostra, a necessidade de o homem ser intrépido, seguro de si e com perspectivas definidas para o seu futuro. Isto demonstra como alguns sujeitos da amostra continuam impregnados de valores socioculturais que exigem do homem a força e a racionalidade como fatores para a definição de sua identidade de gênero. Ademais, os homens da amostra, como citado anteriormente, associam a mulher à afetividade e à sensibilidade.

Seguindo esta direção, a mulher deveria estar pronta para sacrificar-se pelo marido ou estar sempre disposta a acalentá-lo quando este demandasse de cuidados. Deste modo, a mulher ideal para alguns deste sujeitos seria: “Aquela que procurar se adequar à realidade do casal e procura a melhor forma de resolver seus problemas, ou seja, uma mulher que trabalhe e que ao mesmo tempo seja voltada para a família. Podemos ainda destacar uma outra resposta mais enfática:“Carinhosa, compreensiva, que sabe ouvir e ajudar, sensível e que me ame”.

Entretanto, percebemos também que alguns dentre estes homens também consideram o aspecto racional das mulheres com quem se envolvem de suma importância, assim como valorizam o fato de suas companheiras buscarem suas independências financeiras. No tocante a este aspecto, 83,33% dos indivíduos acreditam que a relação entre homens e mulheres melhorou com a entrada delas no mercado de trabalho. 13,33% acreditam que este relacionamento somente se aperfeiçoou nas situações em que o homem ficou menos responsável pela parte financeira da família. Destacamos ainda que alguns sujeitos revelaram que a entrada da mulher no mercado de trabalho beneficiou o próprio homem que se tornou mais “civilizado” suplantando antigos tabus machistas como aqueles que subordinavam a mulher ao homem. Somente 3,33% crêem que o relacionamento heterossexual piorou com a mulher conquistando maior espaço na esfera pública.

Em contrapartida, a hipótese de vir depender financeiramente da mulher ainda não é conteúdo totalmente internalizado no ego masculino. Apontamos anteriormente que o homem durante muito tempo delegou para si o sustento de sua companheira e da sua família. Todavia o inverso desta situação ainda não é ou foi totalmente aceita por alguns sujeitos da amostra, pois apenas 30,34% desses indivíduos suportariam serem sustentados pela mulher. Além disso, 26,66% pensariam em avaliar como a parceira comporta-se frente a esta situação, se não o humilhassem, poderiam até sentir orgulho dela por está mantendo o equilíbrio financeiro da família. O contingente de 23,34% da amostra afirma não se incomodar com o fato de a mulher vir a sustentá-lo, o que contraria 16,66% que considerariam este fato como penoso, ao afirmarem que ficariam depressivos em caso de esta possibilidade se concretizasse.

Se os homens já estão mais habituados com a presença feminina no âmbito público, estão também se adequando à participação masculina nos afazeres domésticos, pois 66,67% da mostra responderam que são adeptos da idéia de o homem dividir com a mulher esta atividade. 33,33% somente colaborariam às vezes no serviço do lar, principalmente nos casos em não haver a figura feminina na residência ou em situações extremamente necessárias como a execução de”tarefas domésticas tipicamente masculinas”

No que concerne aos aspectos do cotidiano que são debatidos com a parceira, verificamos que 36,34% do total colocam a família como o tema mais fácil a ser debatido com a companheira. Em segundo plano está o trabalho com 26,34% das opiniões. Depois, encontram-se o sexo e outros assuntos, como brigas conjugais com 16,66% respectivamente. Malgrado participarem das atividades caseiras, somente 10% da amostra elegeram este ponto como o mais fácil de ser conversado entre os parceiros. Salientamos que a companheira não é única confidente quando estes precisam de alguém para desafogar suas mágoas, pois apenas 36,66% dos homens procuram suas companheiras para conversar de suas problemáticas. Todavia, 23,34% dialogam com amigos a respeito de suas dificuldades e 16,6% procuram a mãe ou outro parente a fim de falar sobre si mesmo. É mister ressaltar que 23,34% destes indivíduos analisados não costumam conversar sobre seus problemas com ninguém. Perguntamos: como são elaborados psicologicamente esses conteúdos emocionais que estão reprimidos, mas que de alguma forma reverberam em suas vidas psíquicas?

É possível que esta dificuldade em falar de si apresentada por uma parte dos homens seja um corolário do fato de ainda apresentarem manifestações machistas em seus relacionamentos sociais. Nesse sentido, identificamos que o tema do machismo divide opiniões: 50% da amostra dizem não se considerar “portador deste mal”, enquanto que 26,6% confessam apresentar tal comportamento e 23,34% declaram que agem de maneira explicitamente machista em situações específicas, quais sejam: condições de trânsito, no impedimento de a parceira sair desacompanhada para eventos sociais de grande concentração de público. Contudo, percebemos uma abertura destes sujeitos para a sua subjetividade, no que alude à valorização de seus sentimentos.

Esses indícios de que o homem estaria propenso a abrir-se a suas emoções e superar cânones machistas, são assinalados na percepção de que 83,34% destes homens se classificam como mais amorosos com seus filhos do que seus pais foram com eles próprios. 10% da amostra pesquisada especificaram em que situação seriam mais afetivos: na participação de atividades esportivas; no exercício da autoridade; nos diálogos acerca de problemas pessoais; nos anseios sexuais a fim de não criar futuros homens com o pensamento machista de seus avós. Todavia, arriscamos afirmar que esta abertura do homem ao seu mundo afetivo esteja ainda mais reclusa aos estreitos limites do lar, mais especificamente nas relações supracitadas, pois no âmbito público constatou-se que apenas 23,66% dos indivíduos se sentiriam bem em demonstrar suas emoções em público. A faixa de 50% somente exteriorizaria suas emoções em ambiente não privado em algumas ou raríssimas vezes.

Atitudes machistas estão explicitas também na forma como determinados indivíduos da amostra encaram as relações extraconjugais do homem. Percebemos uma naturalização desta prática através de justificativas de que o homem não pode fugir de sua função de predador ou de que seu corpo viril exige o sexo incessantemente para confirmar sua masculinidade. Destacamos um trecho que sintetiza o conteúdo das representações dos sujeitos da amostra acerca da traição masculina: “... algo inerente da condição humana, pois é uma coisa natural, até porque os comentários não são tão maldosos e é aceita pela sociedade. O homem sempre foi um eterno caçador”.

Contudo, há outros que a condenam, sendo tal comportamento considerado uma fraqueza masculina e uma falta de amor e de respeito à parceira, portanto serviria para alertar de que algo estaria errado no relacionamento conjugal. Por outro lado, um outro dado empírico é digno de apreciação nesta pesquisa, já que muitos deste sujeitos ainda consideram a traição feminina, como um golpe desferido diretamente ao seu ego viril. Em muitas respostas, o homem ainda se responsabiliza por esta conduta feminina. Sente-se diminuído enquanto homem, menos másculo, pois acreditam não satisfazer sexualmente sua parceira. Daí detectarmos sentimentos de autocomiseração de certos homens quando descoberta a traição da sua parceira. Um destes sujeitos respondeu: “Me sentiria muito mal, pois saberia que algo estaria errado comigo ou com ela, talvez não me amasse, e talvez isso fosse por minha causa. Me veria como o pior homem do mundo, e não me conformaria com o fato”

Uma outra parcela da amostra assevera que usaria a “racionalidade” ou maturidade para analisar a situação e decidir se continuaria ou não o relacionamento. Deslocando-se, assim, de um padrão androcêntrico para uma situação mais empática e reflexiva em relação à mulher. Logo alguns dos sujeitos da amostra responderam:

Tentaria compreendê-la e tentaria entender o motivo da traição e verificaria a sinceridade ao expressar suas palavras. No que diz respeito à manutenção do relacionamento, caso mostrasse sua verdadeira emoção, entenderia”.

Ficaria decepcionado, mas não ficaria seu inimigo, conversaríamos sobre o motivo que a levou a cometer ato. Quanto ao relacionamento, não seríamos mais amantes, mas da minha atual namorada, conseguiria ficar seu amigo”.

Apesar de os homens serem mais compreensíveis à traição masculina, 53,34% da amostra não acreditam que todo contato físico entre homens e mulheres deva acabar na cama. Entretanto, 46,66% pensam que este relacionamento sexual depende das circunstâncias como: uma atração recíproca anterior, uma carência afetiva de ambos ou um ambiente propício para o enlace sexual.

Um outro padrão machista pode ser salientado em alguns homens da amostra que apresentam concepções homofóbicas, encarando a homossexualidade como digna de desprezo e ojeriza. Outros a concebem de forma patológica ou oriunda de padrões sócio-educativos inadequados. Assim, traços homofóbicos estão presentes em uma parcela da amostra, uma vez que 30% destes sujeitos se privam de qualquer proximidade física com amigos. Contudo 26,66% das opiniões não identificam qualquer dificuldade de estar fisicamente perto de outro homem, no caso de um amigo. Principalmente se este laço de amizade for significativo como acreditam 23,34% do universo investigado.

Referindo-se à prática sexual dos indivíduos da amostra, a média da freqüência está em torno de 2 a 3 vezes por semana, mas havendo desvio variando de coitos diários até bimestrais. 63,33% das opiniões coletadas consideram-se satisfeitos com sua quantidade de relações sexuais. Somente 30% dos sujeitos desejam que suas práticas sexuais acontecessem em menor espaço de tempo. Por outro lado, estes sujeitos estavam ainda mais contentes com a qualidade destas atividades, uma vez que 86,66% dentre eles se declaram satisfeitos ou muito satisfeitos com suas performances sexuais. Apenas 3,34% estavam desapontados com a qualidade de sua atividade sexual.

Percebemos que as exigências femininas pela igualdade de direito no leito conjugal já surtem efeitos na mentalidade do homem ludovicense, uma vez que 77,67% dos indivíduos da amostra confirmam ser interesse de ambos a procura pelo parceiro para o ato sexual. Todavia, 20% destes homens confessam serem eles os mais interessados em tomar a iniciativa para o sexo. Observamos também que estes indivíduos não se preocupam mais apenas com o seu gozo pessoal, pois 86,77% consideram a satisfação sexual mútua como fator importante para o êxito da prática sexual. Convém salientar que 13,33% pensam ser o orgasmo feminino o mais significativo a ser proporcionado em uma relação heterossexual. Este último talvez reflita a necessidade que certos homens têm de auto-afirmação constantemente. Sua virilidade seria confirmada pelo prazer sexual da parceira.

Não obstante, como já examinamos, o sexo não seja o assunto mais fácil a ser debatido com a esposa / namorada, 86,77% dos homens participantes da amostra se declaram confortáveis ou muito confortável de conversar sobre este tema com a parceira. Apenas 6,66% se dizem desconfortável ou muito desconfortável de abordá-lo com a mulher.

Aludindo aos tabus sexuais, os sujeitos da amostra, em proporção de 73,34% se declaram satisfeitos ou extremamente satisfeitos com o tamanho do seu pênis. 23, 33% sentem-se felizes com o seu órgão genital, mas se pudesse ser maior... Identificamos também na amostra que 46,67% dos homens não contam vantagens de suas conquistas sexuais, mas 43,33% confirmam que se permitem falar destas suas “glórias pessoais” às vezes ou apenas raramente. No que diz respeito aos distúrbios da sexualidade como a ejaculação precoce ou impotência, 63,33% dos homens afirmam sofrer ou ter sofrido em alto grau de intensidade do medo de uma destas disfunções masculinas. Contudo 6,67% são acometidos por este problema sexual com muita freqüência e apenas 30% dentre os indivíduos da amostra se declaram livres destes distúrbios. Salientamos, ao final desta pesquisa, que 85,67% procurariam ajuda psicológica para um problema sexual.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando-se o contexto do grupo de homens investigados, um primeiro ponto a ser levantado é que não se pode falar em identidade masculina, mas em identidades masculinas, pois a expressividade de opiniões, algumas antagônicas, não permite a uniformização desta categoria. Entretanto, apesar de haver constatado peculiaridades em cada subjetividade, alguns conteúdos apresentados pela amostra são merecedores de comentários: a sexualidade falocêntrica e o silêncio viril.

A concepção falocêntrica esteve presente nos discursos masculinos, quando exprimiram, ainda que inconscientemente, que o mundo e as mulheres giram em torno de seu objeto fálico, o pênis. Esta visão egocêntrica masculina impede que o homem encare a traição feminina a partir da ótica de que a mulher pode ter seus motivos pessoais para traí-lo. Enquanto estes homens insistirem em medir suas masculinidades a partir de uma “sensibilidade peniana” continuarão a ficar deprimidos quando falharem sexualmente em algum momento de suas vidas.

Isto talvez seja refletido no dado em que apenas 30% dos homens da amostra afirmaram nunca terem sofrido de qualquer distúrbio sexual, seja ele: impotência ou ejaculação precoce. Ressaltamos que 86,66% procurariam a ajuda de um psicólogo caso tivessem problema sexual ou de relacionamento com a parceira. Mas, eles já não começam seu processo de adoecer quando se privam de exprimir suas emoções em público para não contrariar as normas sociais? Por que esperar seu mal-estar emocional manifestar-se de forma somática para procurar ajuda? O homem só pode falar de si mesmo quando suas problemáticas emocionais o atingem concretamente em seu corpo ou em seus relacionamentos objetivos?

No âmbito das relações de gênero, os homens examinados demonstraram ter internalizado bem a entrada da mulher no mercado de trabalho, desde que ela não se esqueça de suas ”peculiaridades femininas” ou que venha a sustentá-lo. As exigências feministas no campo da sexualidade também foram aceitas. O prazer sexual do casal é compartilhado e os parceiros envolvidos têm o direito de tomar a iniciativa para o sexo e de alcançar o orgasmo. Revelou-se, na pesquisa, que há homens recusando o coito sexual per se e já se permitindo sentir constrangimento quando pressionados a fazê-lo.

Assim, diríamos que o psicólogo, interessado pelo estudo da identidade de gênero masculina, deve estar atento às diversidades de demanda do homem atual sem considerar esta variedade de inquietações masculinas como uma crise identificatória, mas como um alerta de que há diferenças esperando serem escutadas e valorizadas. Pesquisadores e curiosos insistem em afirmar, conforme assinalado, que os homens contemporâneos estariam em crise, pois não se coadunariam mais com os moldes do passado patriarcal. Tampouco teriam encontrado uma nova maneira de lidar consigo mesmo e com suas parceira emancipada e sexualmente liberada. Por que insistir em preconizar padrões comportamentais para o homem? Por que colocar o peso do passado patriarcal ainda como referencial a ser seguido ou negado? Existiria maneira correta do homem lidar com seus relacionamentos intra e interpessoais? Estas indagações também suscitam algumas apreciações.

Vimos que os contextos socioculturais definem os próprios papéis masculinos e femininos segundo suas convivências e de forma a manter seu equilíbrio e funcionalidade interna, contudo a dinamicidade das relações de gêneros gerou e gerará, ela própria, transformações na concepção de masculinidade e feminilidade. Deste modo, a identidade de gênero influencia e deixa-se influenciar pelos contextos sociais. Logo, era esperável que a assimetria sexual imposta pelo sistema patriarcal fosse ressignificada apesar da sua longa duração.

Deste modo, preferimos inferir que a superação do patriarcado não desencadeia uma crise, mas um “mal-estar pós-moderno” nas identidades masculinas. Esclarecemos que utilizamos o termo “pós-modernidade” na acepção de BAUMAM (1998). Segundo este autor, invertendo as proposições de FREUD (1996) em “O mal-estar da civilização”3; na pós-modernidade, o homem se desprenderia relativamente de sua segurança pessoal e buscaria a realizações de seus desejos pessoais. Ou seja, a liberdade individual seria soberana nos tempos pós-modernos.

Assim, alguns homens viveriam um “mal-estar pós-moderno”, pois estariam assustados com a possibilidade de reagir às demandas do ambiente, conforme suas subjetividades e as exigências de suas realidades psíquicas, algo para que não foram educados. Empregando-se o termo crise de forma abrangente, caímos em generalizações sempre nefastas para o ego, principalmente o masculino, devido a sua suscetibilidade a normatizações sociais. Pensar-se-ia novamente em homogeneizações, uniformizações de cânones viris. Passar-se-ia da assimetria sexual imposta pelo patriarcado para a obrigatoriedade de uma sensibilidade do ser masculino. O homem, por não internalizar rapidamente esta mudança de padrões, estaria em crise.

Os movimentos feministas denunciaram as relações hierárquicas entre os sexos, almejando colocá-las em um plano simétrico. Acreditamos que elas foram mais longe ao possibilitar que homens e mulheres saíssem do campo do singular para o domínio da pluralidade, do respeito às idiossincrasias. Preferimos o uso da expressão “mal-estar da pós-modernidade masculina” à crise de identidade masculina, por considerá-lo mais democrático. Assim cada homem, segundo seu próprio desejo e implicações psíquicas, possa descobrir a melhor forma de interagir consigo mesmo e com o mundo. Em outras palavras, o contexto pós-moderno possibilita que certos homens reflitam e modifiquem suas condutas sexuais caso desejem, bem como os autoriza a permanecerem representando o mundo através de uma ótica machista se assim o ambicionarem.

Antes finalizar, valeria referirmos ainda a GIDDENS (1993), para quem o fato de haver, atualmente, uma maior reflexividade dos homens em relação a suas ações consigo mesmo e com suas as parceiras desencadeou uma série de mudanças sociais nos lares, no trabalho e mesmo no âmbito político das sociedades ocidentais. Nessa perspectiva, talvez esteja surgindo no horizonte psicológico novos questionamentos: o que deseja um homem? Que implicações esses desejos trazem para a sociedade em geral? Essas são perguntas para os futuros pesquisadores.

 

REFERÊNCIAS

A MULHER em busca do prazer. (agost. 1993.) Revista Veja<. Ed. 1428.p 47-55.        [ Links ]

BADINTER, Elizabeth. (1993). “XY sobre a identidade masculina”. 2.ed.Rio de Janeiro: Nova Fronteira.

BAUMAN, Zygmunt. (1998). “O mal-estar da pós-modernidade”. Rio de Janeiro: Zahar Editores.

BOURDIEU, Pierre. (1999). “A dominação masculina”. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.

BUCHALLA, Ana Paula. (Mar. 2001). “O melhor e o pior da vida a dois”.Revista Veja. ed 1692. Ano 34.n,11.

CUSCHNIR, Luís. (1994). “Masculino, como ele se vê; feminino, como o homem vê a mulher”<. 2 ed. São Paulo: Saraiva.

ERICEIRA, Ronald Clay dos Santos. (2001). “Há uma crise na identidade masculina contemporânea? Um estudo com homens de São Luís”. (Monografia curso de Psicologia). São Luís: UFMA.

FERREIRA, Mary. (1999). “Grupo de mulheres da Ilha: Núcleo interdisciplinar de estudos e pesquisa da mulher, cidadania e relações de Gênero- UFMA”. In Mulher, Gênero e Políticas Públicas<. Salvador: Reda.

FREUD, Sigmund. (1996). “O mal-estar da civilização”. In: Obras completas. Versão digital.

GIDDENS, Anthony. (1993). “A transformação da intimidade”. 2.ed. São Paulo: UNESP.

LANE, Silvia T. M/Wanderley Codo. (Org). (1985). “Psicologia Social: O homem em movimento”. 3 ed. São Paulo: Brasiliense.

NOLASCO, Sócrates (1995). “O Mito da masculinidade”. Rio de Janeiro: Rocco.

O MACHO acorda do nocaute. (jan.1996). Revista Veja.Ed.1644.ano 33.n, 15, p-64-70.        [ Links ]

PARKER, Richard. (1991). “Corpos, prazeres e paixões: a cultura sexual brasileira no Brasil contemporâneo”. 3.ed. São Paulo: Best Seller.

SOUSA, Sandra Maria. (1998). “Mulher e folia: a participação das mulheres nos bailes de máscaras do carnaval de São Luís nos anos 1950 a 1960”. São Luís. Plano Editorial SECMA/Lithograf.

 

 

Endereço para correspondência
Ronald Clay dos Santos Ericeira
E-mail: ronaldericeira@ig.com.br

 

 

Notas

*Psicólogo e Mestre em Ciências Sociais.
1Categoria utilizada por Luis Cushinir (1991) para designar uma maior abertura do homem ao domínio das suas emoções.
2Este artigo é decorrente de reflexões e reformulações realizadas a partir o material monográfico, ERICEIRA (2001).
3Zygmunt Bauman (1998) debate que as proposições de Freud (1996) para a inserção do homem em sociedade foram teorizadas para um mundo moderno.

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