SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
 número18Vidas de praça: flanelinhas e exclusão socialMotivación de ancianos a la adhesión a un programa de ejercicios físicos índice de autoresíndice de materiabúsqueda de artículos
Home Pagelista alfabética de revistas  

Psicologia para América Latina

versión On-line ISSN 1870-350X

Psicol. Am. Lat.  n.18 México nov. 2009

 

PSICOLOGÍA DEL DEPORTE Y FORMACIÓN DE TRIUNFADORES

 

A Psicologia do Esporte na iniciação esportiva infantil*

 

 

Letícia Macedo GabarraII,1; Kátia RubioII,2; Luciana Ferreira ÂngeloI,II,3

IInstituto do Coração
IIInstituto Sedes Sapientiae

 

 


RESUMO

A Psicologia do Esporte e da Atividade Física possui diversos campos de intervenção, como a reabilitação, alto rendimento, iniciação esportiva. Este trabalho buscou refletir sobre a atuação do psicólogo na iniciação esportiva infantil, visto a pouca literatura encontrada sobre essa possibilidade de intervenção. Para tornar a reflexão possível retomaram-se conceituações sobre o termo iniciação esportiva, considerando-a como um processo e um produto, que podem ter como finalidade o esporte recreativo, o alto rendimento e o educativo. O professor, a família e a criança foram descritos como os componentes principais deste processo, formadores da tríade principal. A partir das características da iniciação esportiva infantil e da tríade, refletiu-se sobre as possibilidades de atuação do psicólogo do esporte neste contexto. Considerando-o como mediador e facilitador das relações sociais, entendendo o esporte como um instrumento para o desenvolvimento do indivíduo, na busca da autonomia, fortalecendo sua auto-estima, proporcionando a educação e a saúde.

Palavras-chave: Psicologia do esporte, Iniciação esportiva, Infância, Tríade professor-família-criança.


RESUMEN

La Psicología del Deporte y de la Actividad Física posee diversos campos de acción, como la rehabilitación, el alto rendimiento y la iniciación deportiva. Éste trabajo ha buscado reflexionar sobre la actuación del psicólogo en la iniciación deportiva infantil debido a la poca literatura encontrada sobre esa posibilidad de acción. Para tornarla posible, fueron repensados los conceptos sobre el término iniciación deportiva, considerando ésta iniciación como un proceso o un producto que puede tener como objetivo el deporte recreativo y el educativo. El profesor, la familia y el niño fueron descriptos como los componentes principales de este proceso, como formadores de la tríada principal. A partir de las características de la iniciación deportiva infantil y de la tríada, se ha reflexionado sobre las posibilidades de la actuación del psicólogo del deporte en este contexto como un mediador y facilitador de las relaciones sociales, comprendiendo el deporte como un instrumento de desarrollo del individuo en la búsqueda de la autonomía, fortaleciendo su autoestima y proporcionando la educación y la salud.

Palabras clave: Psicología del deporte, Iniciación deportiva, Niñez, Tríada profesor-familia-niño.


ABSTRACT

Sport and physical activity psychology have several intervention fields, such as rehab, self performance and sport initiation. This work intends to analyze psychologist’s actions towards child sport initiation, since there is so little literature about the possibility of intervention. For this analysis, a study was made on concepts of sport initiation, considering it a process and a product that can have recreation, education and high performance as its goal. Teacher, family and child were described as the main components of this process, which fill the main triad. Considering child sport initiation and triad characteristics, a reflection about the possibility of a sport psychologist action was made. He would be the mediator and facilitator of social relations, and use sport as an instrument for a person’s development. As a result, the person, in search for autonomy, would empower his/her self-esteem and acquire education and health.

Keywords: Sport psychology, Sport initiation, Childhood, Teacher-family-child triad.


 

 

1. INTRODUÇÃO

A Psicologia do Esporte possui várias frentes de atuação, dividindo-se em educação, intervenção e pesquisa. A educação refere-se ao ensino da Psicologia do Esporte nos curso de graduação de Psicologia ou Educação Física. A área da pesquisa possui um campo amplo, que pode estar relacionado com as áreas de intervenção, auxiliando no suporte teórico da intervenção. Na área da intervenção pode-se pensar em várias formas de atuação do psicólogo, como o alto rendimento, a reabilitação, o esporte escolar, a recreação, a clínica, a iniciação esportiva. Dentro destes é possível atuar em diversos locais e momentos, como por exemplo, na reabilitação esportiva, intervindo para prevenção ou para suporte de atletas lesionados, bem como com pessoas portadoras de alguma patologia orgânica que encontre no esporte o auxílio ao tratamento (RUBIO, 2000a, 2000b; BRANDÃO, 2000; SAMUSKI, 2002).

No entanto, o trabalho do psicólogo do esporte mais divulgado pela mídia e, em geral o mais conhecido pelas pessoas, é o relacionado com o esporte de alto rendimento, remetendo à imagem do psicólogo auxiliando técnicos e atletas para o melhor desempenho. As outras formas de atuação não possuem uma imagem tão conhecida pela população e nem mesmo entre os pares de profissão. Na grande parte das vezes desconhece-se o que o psicólogo do esporte realiza também suas atuações na recreação, na reabilitação ou no esporte infantil.

Rubio (2000a) descreve que a Psicologia do Esporte no Brasil começou com atuações junto ao esporte de alto rendimento, com o psicólogo João Carvalhaes no futebol, na década de 50. Talvez esse tempo mais longo, dos anos 50 até hoje, juntamente com os interesses políticos e econômicos em relação ao esporte de alto rendimento tenham favorecido à maior visibilidade e conhecimento neste campo. Assim, as demais áreas de atuação são recentes e buscam seu espaço e sua solidificação.

Na literatura encontram-se menções sobre outras possibilidades de intervenção, como na reabilitação (CAMPOS, ROMANO e NEGRÃO, 2000; MARKUNAS, 2000) e na iniciação esportiva (MARQUES e KURODA, 2000; MARQUES, 2000, RUBIO et al, 2000). Essa literatura aponta para importância do trabalho do psicólogo e desperta interesses e inquietações sobre a abrangência da Psicologia do Esporte.

O curso de especialização em Psicologia do Esporte fornece subsídios para a reflexão deste campo, mostrando que há muito a ser pensado e estudado. Dentro destas opções para um estudo mais aprofundado e pormenorizado encontra-se a atuação psicológica junto às crianças que praticam esporte, seja nas escolas esportivas, nos projetos sociais ou nas escolas infantis.

O esporte na infância é bastante abrangente, isso pode ser verificado na amplitude de assuntos e estudos relacionados como a iniciação esportiva (MACHADO e PRESOTO, 1997; MARQUES, 2000, MARQUES e KURODA, 2000; CONTRERAS, LA TORRE e VELAZQUEZ, 2001), o esporte escolar (DURAND, 1988; BLÁZQUEZ SÁNCHEZ, 1999), o esporte competitivo (BECKER, 2000; DE ROSE JR, 2002), a especialização precoce (RUBIO ET AL, 2000), as lesões e burnout (BECKER, 2000, PERSONNE, 2001), os projetos sociais (DIAS, CRUZ e DANISH, 2000), a participação dos pais (SOUZA e SILVA, 2002), as motivações dos pais e das crianças (DURAND, 1988; BELLÓ, 1999).

Dentro dessa complexidade esse trabalho visa refletir sobre a atuação do psicólogo do esporte na iniciação esportiva infantil, no “como” pode-se intervir nesse local, considerando os assuntos relacionados e adjacentes, sem ter a pretensão de esgotar o tema. Buscar-se-á pensar e, talvez, contribuir para o debate sobre a construção e extensão da Psicologia do Esporte no Brasil.

Para alcançar esta reflexão, serão discutidos conceitos sobre iniciação esportiva, seus objetivos e suas possibilidades, bem como o papel dos educadores neste processo, considerando como tal o professor de educação física e os pais; e também o papel da criança, observando como ela chega ao esporte e o que ela busca.

 

2. INICIAÇÃO ESPORTIVA INFANTIL

O foco deste trabalho serão as crianças no esporte, ou seja, a iniciação delas nesse contexto, seja este a escola, o projeto social ou a escolinha de esportes. A iniciação esportiva (IE) contém em si características importantes para o desenrolar da vida infantil no mundo esportivo e para compreender esse momento considera-se importante conhecer sua conceituação e abrangência do termo iniciação esportiva.

Na literatura autores como Blázquez Sánchez, (1999); Moreno et al, (2000); Contreras, La Torre e Velazquez, (2001) descrevem-no de maneira bastante diversa, dividindo-o em definições que consideram a IE como um o processo, outras como um produto e as mais amplas como ambas, ou seja, produto e processo.

Moreno et al (2000) definem iniciação esportiva como um processo de ensino- aprendizagem para a aquisição da capacidade de execução prática e conhecimento de um esporte, considerando este conhecimento o contato com o esporte até a capacidade de praticá-lo com adequação à sua estrutura funcional.

Blázquez Sánchez (apud MORENO et al, 2000) retira o foco da definição de IE do início da prática esportiva, ampliando para o início de uma ação pedagógica que considera as características da atividade, da criança e dos objetivos a serem alcançados. Na definição deste autor a IE possui 4 características essenciais vinculadas ao processo de ensino-aprendizagem, sendo estas:

“un processo de socializacion, de integración de los sujetos com las obligaciones sociables respecto a los demais; ser un processo de enseñanza-aprendizaje progressivo y optimizador que tiene como intención conseguir la maxima competencia en una o varias actividades deportivas; ser un processo de adquisición de capacidades, habilidades, destrezas, conocimiento y actitudes para desenvolverse lo más eficazmente en una o varia prácticas deportivas; ser una etapa de contato y experimentación en la que se debe conseguir unas capacidades funcionales aplicadas y prácticas.” (BLÁZQUEZ SÁNCHEZ, 1999, p.24)

A propósito, Contreras, La Torre e Velazquez (2001) afirmam que a iniciação esportiva é um processo de socialização dos indivíduos, e possui implicitamente determinados valores, conhecimento, condutas, rituais e atitudes próprios do grupo social no âmbito que se realiza a iniciação. Desta forma, a iniciação não é apenas o momento de início da prática de um esporte, mas a totalidade de uma ação que envolve o processo e o produto.

Nesse sentido há um direcionamento interferindo no seu produto, decorrente de sua finalidade. Sendo assim, Sánchez Blázquez (1999) afirmará que a IE pode ser destinada para três fins: o esporte competitivo, o esporte educativo e esporte recreativo.

 

Esporte recreativo

O esporte recreativo conhecido, também, como esporte-participação, tem como finalidade o bem-estar dos seus participantes, realizado pelo prazer e pela diversão (TUBINO, 2001). Sánchez Blázquez (1999) coloca que o desenvolvimento da recreação surge como uma reação contra o esporte de rendimento, na busca de uma nova cultura esportiva, baseada no sentido democrático do esporte, ou seja, valorizando as possibilidades individuais de cada pessoa e descentralizando o resultado.

Segundo Tubino (2001) no Brasil o esporte recreativo seria o chamado esporte popular, ligado ao tempo livre e lazer da população, no qual as pessoas praticam por diversão, descontração e relacionamento pessoal e social. O autor acredita que este esporte possibilita o processo de democratização, promovendo a participação e oportunidades esportivas para todos.

 

Esporte educativo

O esporte educativo busca colaborar para o desenvolvimento global e potencializar os valores da criança. O esporte educativo encontra-se no meio destes dois extremos, constituindo-se como uma atividade cultural, possibilitando a formação básica e contínua através do esporte (SÁNCHEZ BLÁZQUEZ, 1999). Esta possibilidade da IE busca proporcionar o desenvolvimento de atitudes motrizes e psicomotrizes em relação com os aspectos afetivos, cognitivos e sociais, respeitando os estágios de desenvolvimento humano.

Lima (apud TUBINO, 2001) coloca que a orientação educativa no esporte vincula-se a três áreas: a integração social, o desenvolvimento psicomotor e as atividades físicas educativas. Na primeira área, seria assegurado a participação autêntica, possibilitando aos educandos a oportunidade de decisões sobre a própria atividade a ser desenvolvida. No desenvolvimento psicomotor seria oferecer oportunidades para atender as necessidades de movimento, bem como desenvolvimento de habilidades críticas, como a auto avaliação. E as atividades físicas educativas englobaria a concretização das aptidões em capacidades.

Assim, considera-se o esporte educativo como um caminho para o pleno desenvolvimento da cidadania no futuro das pessoas (TUBINO, 2001). No entanto o autor ressalva que a iniciação esportiva escolar que deveria proporcionar o esporte educativo vem reproduzindo o esporte de alto rendimento, com todas as suas características perdendo o conteúdo educativo.

 

Esporte competitivo

O esporte competitivo ou de rendimento é a prática esportiva com a finalidade de alcançar a vitória, buscando o movimento mais correto tecnicamente, realizando muitas repetições para o aperfeiçoamento da técnica o que leva o praticante a vencer o adversário (BLÁZQUEZ SÁNCHEZ, 1999).

Essa forma de lidar com o esporte requer muito cuidado, visto que esta pode se tornar uma réplica do esporte de alto rendimento adulto, no qual a criança é tratada como um adulto em miniatura. Isso faz com que esta dimensão do esporte tenha um forte impacto social por exigir uma rede de organizações complexas, envolvendo investimentos financeiros, mesmo em se tratando de um público infantil (TUBINO, 2001).

A propósito Vargas (1999) pontua que os esportes infantis acabando se adaptando ao “esporte dos grandes” com as mesmas formas, finalidades e valores, muito embora a imensa maioria dos discursos sobre ele seja apelando para a necessidade da prática regular e da participação. Complementando, Tubino (2001, p.35) descreve que no esporte escolar realizam-se competições infantis que “reproduzem as competições de alto rendimento, com todas as suas características, inclusive os vícios”.

Assim, a especialização precoce é apontada como um grande risco do esporte competitivo durante a iniciação esportiva infantil. A busca incessante pelo prestígio conduz professores e familiares a exporem as crianças a situações de grande exigência e tensão, de treinamentos intensivos e precoces em busca de altos rendimentos. É importante ressaltar que poucas dessas crianças que iniciam treinamentos e competições precoces alcançam a vitória e o sucesso. O que prevalece é uma maioria denominada derrotados, que irão se frustrar com os resultados, além do elevado porcentual de praticantes que acabam por desenvolver problemas de saúde e transformar o esporte em atividade laboral (BLÁZQUEZ SÁNCHEZ, 1999). A propósito Personne (2001) aponta para os riscos à saúde que certos exercícios realizados de forma repetitiva podem gerar como seqüelas de ordem locomotora, cardiovascular, endócrina, além de repercussões psíquicas. Rubio e all (2000) descrevem que a especialização esportiva na infância substitui o lúdico pela competência e a recreação torna-se competição; inserindo a criança precocemente no mundo adulto.

Em relação aos aspectos de risco à saúde, Becker (2000) cita as lesões e o estresse, sendo que este último pode chegar a acarretar o burnout nos atletas infantis. “Burnout é uma resposta psicofisiológica exaustiva que se manifesta como um resultado de uma freqüência, muitas vezes excessiva, e geralmente com esforços ineficazes na tentativa de conciliar um excesso de treinamento com exigências da competição” (SAMULSKI, 2002, p. 349).

Apesar disso, Blázquez Sanchez (1999) aponta que o esporte competitivo também pode potencializar o desenvolvimento pessoal do indivíduo, simulando situações que todos enfrentarão no futuro. O professor pode ensinar a ganhar e a perder, esta aprendizagem pode proporcionar o desenvolvimento de habilidades pessoais enriquecedoras para a vida, como lidar com o fracasso, com a frustração, com a vitória e com o sucesso. O autor faz a ressalva que o esporte não possui nenhuma virtude mágica, não é bom, nem mal. Assim, a competição só será prejudicial ou benéfica se for direcionada para tal, dando à prática um significado distinto.

 

3. A TRÍADE PROFESSOR-FAMÍLIA-CRIANÇA

3.1. O papel do professor de educação física - educador

Neste processo de iniciação a postura do profissional da Educação Física é fundamental, uma vez que irá direcionar todo o processo de aprendizagem. Korsakas (2002) aponta para o fato de que o esporte não possui em si nenhuma virtude mágica, e como qualquer outra atividade pode ser utilizado para várias finalidades, dependendo da intencionalidade com que ele é ensinado e praticado. O esporte não é por si só saudável ou educativo, ele é aquilo que se fizer dele.

Desta forma, o esporte proporciona um contexto de grande potencial educativo, podendo servir como um instrumento para o desenvolvimento de atitudes necessárias na vida social e individual da criança, como aprender a lidar com as experiências como confiança e auto-imagem, ou como um instrumento de alienação (MARQUES e KURODA, 2000; CONTRERAS, LA TORRE e VELÁZQUEZ, 2001).

A prática permanece diretamente ligada à concepção que o adulto tem sobre a criança, sobre educação e sobre esporte (KORSAKAS, 2002). Entende-se por adulto todo o grupo de pessoas próximas na vida da criança, que proporcionam a circulação de valores, como os pais, familiares, os professores na escola, o professor de educação física, enfim, todos aqueles que podem exercer o papel de educadores para a criança.

Na iniciação esportiva o professor de educação física tem uma proximidade direta com o praticante, e além de exercer o papel de educador ele também desempenha o papel de agente renovador e transformador da comunidade na qual está inserido, podendo promover uma reflexão crítica e da ação (MEDINA, 1990).

Complementando Korsakas (2002) afirma que quando a criança é considerada um sujeito que se constrói a partir de suas experiências, educar significa possibilitar situações de aprendizagem, cabendo ao adulto a condição de facilitador desse processo. Assim, não se oferece à criança a resposta pronta, mas perguntas e desafios, dando a ela possibilidade de pensar, de utilizar a sua criatividade, de desenvolver sua capacidade de resolver problemas e dificuldades, proporcionando a construção de sua autonomia, pensamento crítico e do seu papel ativo na suas experiências.

Cabe então ao professor de educação física a função de otimizar as ações realizadas, fazendo uso de métodos e programas coerentes com o objetivo, para que desta maneira, o esporte possa se tornar um objeto e meio de educação (SÁNCHEZ, 1999). Ayats (1999) argumenta que a intencionalidade pedagógica do educador é fundamental, pois caracteriza o processo educativo, junto com a estruturação dos conteúdos, a sistematização dos métodos didáticos, as atividades, as tarefas e a evolução do processo esperado. O objetivo da atividade dentro dessa perspectiva será então o desenvolvimento e a aquisição de habilidades motoras, além de desenvolver aspectos biológicos, psicológicos e socioafetivos do aluno.

3.2. O papel da família

Considerar o que motivou a criança a iniciar a prática esportiva é altamente relevante para planejar estratégias que facilitem a permanência e continuidade da prática. Neste sentido, a família é o ponto crucial na vida da criança, uma vez que compete a ela a decisão sobre a entrada do filho no esporte e o auxílio no momento da decisão sobre a prática.

E antes mesmo disso terá competido à família as condições para o desenvolvimento das habilidades motoras básicas da criança como engatinhar, andar, subir e descer escadas, correr, jogar bola. Será também creditada ao núcleo familiar a responsabilidade inicial e principal na aprendizagem de hábitos saudáveis e na valorização destes costumes, que vão desde a alimentação e sono, até a prática de exercícios físicos (MARQUES, 2000). Embora esses hábitos servirão de modelo para as crianças e um estímulo para a prática posterior, não se pode ter a certeza de que aqueles não tiveram o modelo do exercício físico em casa não praticarão exercícios. A prática desportiva é o resultado de um conjunto complexo de fatores, onde a influência familiar não deve ser considerada um determinante, mas sim um facilitador.

Segundo Belló (1999) o fator mais importante no momento da criança praticar esportes é a determinação dos pais. O autor coloca que em geral isso ocorre por volta dos 6 a 8 anos; já a modalidade esportiva escolhida depende das condições de horário, instalações, possibilidades econômicas, dos gostos e da moda presente, além da influência da mídia e do círculo de amizades. Nesse momento de escolhas e decisões, nem sempre o desejo e gosto da criança são considerados.

Os pais podem influenciar na opção da escolha do esporte para os seus filhos por diversos motivos, entre eles educacionais, saúde, busca de ascensão social (MARQUES e KURODA, 2000). Há casos nos quais ocorre uma recomendação médica, para auxiliar no tratamento e/ou prevenção de doenças da criança; ou também pais que associam a prática do exercício físico como algo saudável para a vida do filho (PERSONNE, 2001).

Em alguns casos a iniciação esportiva ocorre para preencher o tempo livre da criança. Becker (2000) cita que alguns pais colocam o filho na prática esportiva sem consultá-lo, informando-o apenas quando devem comparecer ao local das aulas. Nestes casos o local da iniciação esportiva aparece como um “depósito de criança” em seus tempos livres.

Em outros casos os pais procuram no esporte a ascensão social vinculando-o ao alto rendimento e a aquisição de ascensão econômica e social. Pode ocorrer nesses casos uma expectativa pelo bom desempenho da criança, gerando exigências excessivas conferindo a essa prática um caráter obrigatório (MARQUES, 2000). Há também os pais que vêem no esporte uma forma de educação, exercitando o físico e o mental da criança. Confirmando esse mito há o apoio da mídia, vinculando a idéia de educação pelo esporte sugerindo que “quem pratica esporte não usa droga”.

Becker, 2000; Weinberg e Gould (2001) e Becker e Götze (2003) mostram que os pais têm expectativas e necessidades diferentes das crianças sobre o motivo que as levam à prática esportiva. As crianças apontam a alegria, o aperfeiçoamento e aprendizagem de habilidades, a encontro com amigos e a conquista de novas amizades, sentir emoções e aquisição de forma física como os motivos para iniciar a prática esportiva. Já a continuidade da prática por crianças e jovens envolve outras razões como a necessidade de diversão, pelo gosto pela atividade esportiva e pela capacidade de proporcionar contatos sociais (BELLÓ, 1999).

Dessa forma é possível observar que a família pode ser um facilitador ou um complicador na iniciação esportiva. A condição de facilitador acontece se entender que a família a principal responsável pelo desenvolvimento inicial das habilidades motoras da criança, além de ser a facilitadora do contato com hábitos de atividade física de recreação bem como com a atividade esportiva de forma lúdica (RÚBIO et al, 2000). Porém, algumas vezes a expectativa dos pais sobre a capacidade de rendimento do filho pode ser um complicador, por gerar ansiedade e angústias na criança, na expectativa de um resultado positivo, levando ao abandono da prática esportiva.

3.3. O papel ativo da criança

A infância é um período fundamental de desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo e social. As experiências deste período auxiliarão na formação de características e no desenvolvimento de aptidões, que repercutirão em outras fases do ciclo vital (KREBS, COPETTI e BELTRAME, 2000). Diversos estudos apontam que a brincadeira é um aspecto comum na infância em diferentes culturas e sociedades e de grande importância no ciclo vital dos seres humanos (CAILLOIS, 1990; CARVALHO e PONTES, 2003; HUIZINGA, 1990; WINNICOTT, 1975). Nessa perspectiva Bichara (1994) e Bjorklund (1997) apontam que a brincadeira faz parte do repertório comportamental da espécie humana, seja com o uso de instrumentos – brinquedos – ou usando a imaginação. Acredita-se que a existência da brincadeira ocorre, principalmente, durante a infância e é por meio dessa linguagem, do lúdico, que a cognição das crianças se desenvolve.

Dentro dos estudos sobre etologia humana (BICHARA, 1994) é possível observar que a brincadeira é considerada como uma forma de desenvolver habilidades que irão preparar a criança para a maturidade. Dessa forma, o brincar seria uma oportunidade para a interação social, sendo esse o caminho para o desenvolvimento da criança e uma maneira de expressar a sua percepção do mundo.

Winnicott (1975, p.63) afirma que é no brincar, e talvez apenas no brincar, que a criança ou o adulto fruem sua liberdade de criação. Acredita que a brincadeira por si só é uma terapia, e entende que “a brincadeira que é universal e é própria da saúde: o brincar facilita o crescimento e, portanto a saúde; o brincar conduz aos relacionamentos grupais; o brincar pode ser uma forma de comunicação na psicoterapia”.

Assim, percebe-se na brincadeira uma forma de desenvolver habilidades comportamentais e motoras, aprender habilidades úteis para a vida posterior, uma oportunidade de interação social e desenvolvimento de habilidades sociais, bem como o desenvolvimento da criatividade e da imaginação. Decorrente disso, a educação física utiliza-se da brincadeira na iniciação esportiva infantil, tornando a prática esportiva mais próxima do mundo das crianças, além de buscar o desenvolvimento motor, cognitivo, social e psíquico daquele que pratica.

A utilização do lúdico neste momento de iniciação no esporte parece ser fundamental para que a criança sinta prazer na atividade. É importante ressaltar que a motivação intrínseca para o esporte na infância é um fator preponderante para a permanência na prática, reforçando a importância do lúdico como favorecedor da motivação.

Esta é a razão da afirmação de Carvalho (1987) sobre a importância das experiências esportivas na infância no sentido da busca do prazer e da adesão livre, colocando a criança como protagonista do gesto, proporcionando a ela, e não apenas ao educador, o significado de sua ação. Essa perspectiva favorece uma atitude ativa da criança no processo da iniciação esportiva, desenvolvendo a sua autonomia, criatividade e espontaneidade, além de proporcionar desde a infância o conhecimento e apropriação do próprio corpo, das suas capacidades, da sua necessidade de cuidado.

Outro ponto a ser destacado na iniciação esportiva infantil é a possibilidade da socialização que se dá na prática das atividades físicas coletivas ou realizadas em grupos. Boixadós, Mimbrero e Cruz (1998) apontam que o ambiente social da prática esportiva pode ser muito importante na socialização das crianças, mas que os agentes de socialização – estrutura, filosofia dos programas esportivos, a família e o treinador – podem afetar diretamente a qualidade da experiência. Daí a importância da qualificação do profissional que irá atuar que essa população.

O ambiente no qual a criança está inserida exerce influência no seu desenvolvimento. A teoria ecológica desenvolvida por Bronfrenbrenner (1986, 1996) demonstra que não só o ambiente familiar é um contexto de desenvolvimento, mas também as instituições infantis. Nesta perspectiva o ambiente ecológico é formado por sistemas: microssistema, mesossistema, exossistema e macrossistema. O microssistema engloba as relações imediatas, como casa e creche. O mesossistema seria o vínculo entre os contextos que a pessoa vive, como as relações em casa e com os amigos da comunidade. O exossistema são os contextos nos quais a pessoa não participa ativamente, mas que interferem em sua vida e podem estar sendo influenciados, como o trabalho dos pais da criança. E o macrossistema contém os valores, crenças, cultura e subculturas presentes na vida das pessoas.

Krebs, Copetti e Beltrame (2000) salientam que o contexto engloba fatores como alimentação, proteção física, estímulo psíquico e cultural da criança. Nesta perspectiva, considera-se que a atividade física e o esporte sejam relevantes neste processo de desenvolvimento, visto que ocorrem nos microssistemas da criança, tais como a escola, clubes, projetos sociais, escolas de esporte.

 

4. REFLEXÕES SOBRE O PAPEL DO PSICÓLOGO DO ESPORTE

O contexto da iniciação esportiva infantil constitui-se numa rede complexa de relações e de possibilidades de desenvolvimento, como foi apresentado nos itens acima, suscitando questões como: qual é o papel do psicólogo do esporte na iniciação esportiva infantil? Nesta tríade professor-família-criança qual seria a atuação do psicólogo do esporte? Essas questões permeiam a reflexão a respeito da diferença entre um psicólogo do esporte e outro psicólogo neste contexto.

Para buscar respostas para todas essas dúvidas, necessita-se pensar no olhar do psicólogo do esporte e o que o diferencia dos demais profissionais da área da psicologia, bem como a forma que esse olhar pode contribuir na IE infantil. O psicólogo do esporte entende o esporte como um instrumento que pode ser utilizado na busca de autonomia dos indivíduos, na transmissão de educação, na manutenção ou no alcance da saúde, no desenvolvimento da auto-estima. Essa forma de compreender o esporte pode auxiliar no desenvolvimento das crianças na iniciação esportiva, ocupando o lugar de mediador das relações da tríade, professor-família-criança, ou seja, buscando facilitar as relações, realizando um trabalho interdisciplinar com os professores de educação física, aproximando a família deste contexto de desenvolvimento infantil, auxiliando na compreensão das necessidades da criança, proporcionando a esta mais autonomia e conhecimento sobre si mesmo.

Desta forma, acredita-se que o psicólogo do esporte pode intervir nas várias sub-áreas do esporte, seja no alto rendimento, na recreação ou na educação, adequando-se às necessidades e as especificidades de cada um destes. Para pensar sobre “como” executar esta atuação necessita-se de fundamentação teórica sobre o tema, bem como flexibilidade na ação considerando a complexidade do assunto, que carrega em si uma teia de inter-relações e contextos. A intervenção precisa permear a tríade, de forma que o psicólogo “circule” entre professores, familiares e crianças.

Além de conhecer a tríade é preciso conhecer e entender o contexto da iniciação esportiva, visto que os contextos são locais de desenvolvimento, principalmente na infância. Sendo assim, se faz necessário um amplo conhecimento sobre o local da prática, seja ele uma quadra, um parque, uma piscina, uma pista de atletismo, um ginásio; onde se encontra este local em termos geográficos – próximo a casa da criança, distante; como é este local – conservado, deteriorado, novo; a quem ele pertence, ou seja, é público, privado; no caso de ser uma instituição, quais as características dela - é uma escola, um clube; qual os objetivos propostos pela instituição e pelos profissionais para a iniciação esportiva infantil. Também é importante considerar se é uma atividade gratuita ou não e os horários em que ela ocorre.

Todas essas características darão as nuances específicas da iniciação esportiva para cada criança. O psicólogo conhecendo as especificidades do contexto e das relações da tríade pode pensar em formas de intervenção. Pensando em formas de atuação será possível propor intervenções que favoreçam a potencialização e a compreensão das experiências psicológicas, afetivas e sociais (fracassos, derrotas, medo, euforia, ansiedade) pela criança, pela família e pelo profissional da educação física. Para isso, acredita-se ser importante observar os momentos da prática, como a criança lida com experiências psicológicas, afetivas e sociais, bem como qual é a postura do profissional que está com ela e a forma que a família se coloca nessas situações. Acredita-se que auxiliar a criança a lidar com as diversas situações que ocorrem no esporte pode ser útil para outros momentos da sua vida, na medida que oferece instrumentos para familiares e equipe técnica perceberem essas situações, ajudando a criança no seu desenvolvimento.

O trabalho interdisciplinar perpassa toda a intervenção do psicólogo e torna essa atuação abrangente e complexa. Desta maneira, a intervenção junto às crianças torna-se rica quando o trabalho é realizado juntamente com o professor de educação física, ou seja, utilizando o esporte como instrumento de socialização, de educação e de saúde. Assim, é preciso que seja realizado um planejamento conjunto, psicólogo e professor de educação física, traçando objetivos e estratégias de ação, considerando a importâncias das atividades lúdicas nesse processo.

Neste trabalho conjunto, o psicólogo acompanha o profissional da educação física nas atividades de desenvolvimento de habilidades motoras básicas, auxiliando-o a desenvolver concomitantemente as habilidades sociais, cognitivas e psicológicas, preparando-a física e emocionalmente. Por outro lado acolhe as demandas do professor naquilo que é observado das atitudes da criança frente os desafios da atividade em si e na relação interpessoal, tanto com os colegas como com os professores.

Também é possível pensar em atuações junto aos familiares para se ter conhecimento sobre o momento de desenvolvimento da relação pais/filhos, as expectativas da família em relação à prática esportiva da criança e sobre o passado dos pais em relação à prática esportiva. Esses procedimentos têm por objetivo auxiliar os pais ou outros familiares a identificarem essas expectativas buscando diminuir a ansiedade e frustração decorrentes principalmente de atividades competitivas.

A decisão sobre o “como” atuar irá depender do conhecimento explicitado anteriormente pela tríade, sobre o contexto e sobre a iniciação esportiva. Somente a partir daí será possível pensar, refletir, escolher e criar formas de intervenção, atendendo às demandas do praticante e ampliando o universo da prática profissional do psicólogo do esporte.

 

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conforme apontado, o esporte, entendido na sua dimensão lúdica e de cultural corporal de movimento é uma prática fundamental para desenvolvimento infantil. Neste sentido, a iniciação esportiva nas crianças mostra-se relevante para a promoção do desenvolvimento saudável e global.

Para que isso ocorra a capacitação profissional de todos os envolvidos na área torna-se essencial: educadores físicos, psicólogos, nutricionistas, médicos e outros. Estes objetivos serão alcançados desde que todos esses profissionais envolvidos tenham clareza de seu papel no desenvolvimento infantil e possam orientar os pais/responsáveis/familiares sobre a importância da prática e seu contexto para o desenvolvimento das crianças.

Considera-se relevante novos estudos nesta área, focado em ações multi/interdisciplinares, englobando todas as pessoas participantes do processo de iniciação esportiva – criança, familiares, profissionais da saúde e da educação.

 

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AYATS, J.C. (1999) Características pedagógicas del deporte. In: D. Blázquez Sánchez (Org.) La iniciación deportiva y el deporte escolar. 4ª edição. Barcelona, Espanha: INDE Publicaciones. p. 49-59.         [ Links ]

BECKER JR, B. (2000) Manual de Psicologia do Esporte e do Exercício. Porto Alegre: Nova Prova, 1ª edição.         [ Links ]

BECKER JR, B E GÖTZE, M.M. (2003) A comunicação entre as crianças, os pais e os treinadores em uma escolinha esportiva de basquetebol, em relação à motivação e a proposta pedagógica. Resumo do X Congresso Brasileiro de Psicologia do Esporte e III Congresso Internacional de Psicologia do Esporte, Rio de Janeiro, p. 39.        [ Links ]

BELLÓ, A.P. (1999) Por qué llevan los padres a sus hijos a hacer deporte. Madrid, Espanha: Ediciones Internacionales Universitarias.        [ Links ]

BICHARA, I.D. (1994) Um estudo etológico de brincadeira de faz-de-conta em crianças de 3-7 anos. Tese de doutoramento. Instituto de Psicologia da USP.        [ Links ]

BJORKUND, D.F. (1997) The role of immaturity in human development. Psychological Bulletin, 122 (2), 153-169.        [ Links ]

BLÁZQUEZ SÁNCHEZ, D. (1999) A modo de introduccion. In: D. Blázquez Sánchez (Org.) La iniciación deportiva y el deporte escolar, p. 19-45. 4ª edição. Barcelona, Espanha: INDE Publicaciones.         [ Links ]

BRANDÃO, M.R.F. (2000) A formação e profissionalização do psicólogo do esporte. In: K. Rubio (Org.) Encontros e desencontros: descobrindo a Psicologia do Esporte. São Paulo: Casa do Psicólogo. (p. 37-43).         [ Links ]

BRONFRENBRENNER, U. (1986) Ecology of the family as a context for human development: reserch perspectives. Development Psychology, 22 (6), 723-742.        [ Links ]

BRONFRENBRENNER, U. (1996) A ecologia do desenvolvimento humano: experimentos naturais e planejados. Porto Alegre: Artes Médicas.        [ Links ]

CAILLOIS, R. (1990) Os jogos e os homens. Lisboa: Edições 70.        [ Links ]

CAMPOS, R., ROMANO, B.W. E NEGRÃO, C.E. (2000) Psicologia do Esporte de reabilitação. In: K. Rubio (org) Encontros e desencontros: descobrindo a Psicologia do Esporte. São Paulo: Casa do Psicólogo. (p. 97-103).        [ Links ]

CARVALHO, A. M. A.; PONTES, F. A. R. (2003) Brincadeira é cultura. In.: A. M. A. Carvalho, C. M. C. Magalhães, F. A. R. Pontes, I. D. Bichara (orgs) Brincadeira e cultura: viajando pelo Brasil que brinca. Vol. 1. São Paulo: Casa do Psicólogo.        [ Links ]

CARVALHO, A.M. (1987) Desporto escolar: inovação pedagógica e nova escola. Lisboa - Portugal: Editora Caminho.         [ Links ]

CONTRERAS, O.R., LA TORRE, E. DE, VELÁZQUEZ, R. (2001) Iniciación deportiva. Madrid, Espanha: Ed. Síntesis.         [ Links ]

DIAS, C., CRUZ, J.F. E DANISH, S. (2000) El deporte como contexto para el aprendizaje y la enseñanza de competencias personales. Programa de intervención para ñinos y adolescentes. Revista de Psicologia del Desporte, 9 (1-2), 107-122.        [ Links ]

DE ROSE JR, D. (2002) A criança, o jovem e a competição esportiva: considerações gerais. In: D. De Rose Jr. (org.) Esporte e atividade física na infância e na adolescência: uma abordagem multidisciplinar. Porto Alegre: Artmed Editora. p. 67-76.        [ Links ]

DURAND, M. (1988) El niño y el deporte. Barcelona, Espanha: Ediciones Paidós.         [ Links ]

HUIZINGA, J. (1990) Homo Ludens. São Paulo: Perspectiva.        [ Links ]

KORSAKAS, P. (2002) O esporte infantil: as possibilidades de uma prática educativa. In: D. De Rose Jr (org.) Esporte e atividade física na infância e na adolescência: uma abordagem multidisciplinar. Porto Alegre: Artmed Editora. p.39-49.         [ Links ]

MACHADO, A.A. E PRESOTO, D. (1997) Iniciação esportiva: seu redimensionamento psicológico. In: M.A. Buriti (Org.) Psicologia do esporte. Campinas, SP: Editora Alínea. p. 19-48.        [ Links ]

MARKUNAS, M. (2000) Reabilitação esportiva ou esporte como reabilitação? In: K. Rubio (Org.) Psicologia do esporte: interfaces, pesquisa e intervenção. São Paulo: Casa do Psicólogo. p. 139-153.        [ Links ]

MARQUES, J.A.A. (2000) A iniciação esportiva como meio educacional e o trabalho interdisciplinar. In: K. Rubio (org) Encontros e desencontros: descobrindo a psicologia do esporte. São Paulo: Casa do Psicólogo. p. 87-95.        [ Links ]

MARQUES, J.A.A., KURODA, S.J. (2000) Iniciação esportiva: um instrumento para a socialização e formação de crianças e jovens. In: K. Rubio (Org.) Psicologia do esporte: interfaces, pesquisa e intervenção. São Paulo: Casa do Psicólogo. p. 125-137.        [ Links ]

MEDINA, J.P.S. (2001) A educação física cuida do corpo... e “mente”: bases para a renovação e transformação da educação física. 17ª edição. Campinas: Papirus.         [ Links ]

MORENO, J.H. (2000) La iniciación a los deportes desde su estrutura y dinámica: aplicación a la educacion física escolar y al entrenamiento deportivo. Barcelona, Espanha: INDE Publicación, 1ª ed.         [ Links ]

PERSONNE, J.(2001) Nenhuma medalha vale a saúde de uma criança. Lisboa: Livros Horizonte.         [ Links ]

RUBIO, K. (2000a) O trajeto da Psicologia do Esporte e a formação de um campo profissional. In: K. Rubio (Org.) Psicologia do esporte: interfaces, pesquisa e intervenção. São Paulo: Casa do Psicólogo. p. 15-28.        [ Links ]

RUBIO, K. (2000b) Quem sou? De onde vim? Para onde vou? In: K. Rubio (Org.) Encontros e desencontros: descobrindo a Psicologia do Esporte. São Paulo: Casa do Psicólogo. p. 123-132.        [ Links ]

RUBIO, K.; KURODA, S.; MARQUES, J.A.A.; MONTORO, F.C.F.; QUEIROZ, C. (2000) Iniciação esportiva e especialização precoce: as instâncias psico-sociais presentes na formação esportiva de crianças e jovens. Revista Metropolitana de Ciências do Movimento Humano, 4 (1).         [ Links ]

SOUZA, S.R., SILVA, M.K.P.V.F.P (2002) A participação dos pais em eventos competitivos infantis: algumas orientações. Psicologia Pediátrica, 38 (6), 290-293.        [ Links ]

TUBINO, M.J.G. (2001) Dimensões sociais do esporte. 2ª edição revisada. São Paulo: Cortez.         [ Links ]

VARGAS, F.S. (1999) Valores educativos del deporte. In: D. Blázquez Sánchez (org.) La iniciación deportiva y el deporte escolar. 4ª edição. Barcelona, Espanha: INDE Publicaciones. p. 61-75.        [ Links ]

WEINBERG, R.S., GOULD, D. (2001) Fundamentos do esporte e do exercício. Trad. Maria Cristina Monteiro, 2ª edição. Porto Alegre: Artmed Editora.        [ Links ]

WINNICOTT, D.W. (1975) O brincar e a realidade. Rio de Janeiro: Imago.         [ Links ]

 

 

* Esse artigo é a síntese da monografia do Curso de Especialização em Psicologia do Esporte, do Instituto Sedes Sapientiae
1 Psicóloga, Mestre em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Especialista em Psicologia do Esporte pelo Instituto Sedes
2 Psicóloga, Doutora pela Universidade de São Paulo (USP), Professora – Organizadora da Especialização em Psicologia do Esporte do Instituto Sedes Sapientiae.
3 Psicóloga do Instituto do Coração - INCOR, Mestre pela Universidade de São Paulo (USP), Professora – Organizadora da Especialização em Psicologia do Esporte do Instituto Sedes Sapientiae.

Creative Commons License