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Psicologia para América Latina

versión On-line ISSN 1870-350X

Psicol. Am. Lat.  no.34 México dic. 2020

 

Editorial

 

 

Ana Paula Porto NoronhaI

IEditora

 

 

O ano de 2020 exigiu grandes adaptações às sociedades em razão da pandemia de COVID-19 (Corona Virus Disease). Os desafios impostos exigiram formas distintas de viver, trabalhar, se relacionar e cuidar. Milhares de pessoas tiveram as vidas interrompidas e outros milhares choraram suas perdas. A União Latino-Americana de Entidades de Psicologia – ULAPSI inicia a apresentação do Número 35 da Revista Psicologia para América Latina se solidarizando com todos aqueles que investiram grandes esforços no enfrentamento das adversidades.

São publicados 13 artigos, que reúnem temáticas diversas. 'Estilos de pensar e criar em universitários da área de gestão de pessoas' é o título do primeiro artigo, de autoria de Eliana Santos de Farias, Tatiana de Cássia Nakano, Bruno Bonfá-Araujo e Solange Muglia Wechsler. O objetivo foi pesquisar os estilos em estudantes de curso de tecnólogo em Administração. Eles responderam à Escala de Estilos de Pensar e Criar (EEPC), que avalia os estilos de pensar e criar, definidos como maneiras preferenciais de expressão criativa. Os autores encontraram resultados diferentes para a variável sexo, de modo que as mulheres apresentaram mais o estilo Lógico-Objetivo, quando comparadas aos homens.

'No nos atrevemos a decir "no" a nuestros jefes, pero... nos gustaría?' é o título do artigo de Luisa Mayoral, Amine Rezrazi e Bernard Gangloff. É problematizada a submissão à autoridade no ambiente de trabalho. Para tanto, eles contaram com 120 trabalhadores de empresas, cujas idades variaram entre 25 e 45 anos. Eles responderam ao questionário que continha 24 itens sobre submissão à autoridade, de duas maneiras diferentes: fazendo uso da honestidade e de acordo com o seu eu ideal. Os achados revelaram que os respondentes, embora obedientes, em razão da necessidade, desejavam no plano ideal, de se expressar com mais rebeldia.

Hugo González, Laura G. Persingola, Alessandra Zanotti, Laura Bagnoli Cavazzoni escreveram o artigo 'Percepción del acoso sexual callejero en mujeres'. Trata-se de uma pesquisa quantitativa, cujo objetivo foi investigar o assédio sexual percebido por mulheres. Fizeram parte do estudo 505 mulheres, com idades entre 18 e 54 anos, que responderam ao questionário de Assédio Sexual em vias públicas. A maioria dos participantes afirmou ter sofrido assédio sexual. Ao lado disso, também foi observado que as mulheres mais jovens estão mais sujeitas ao assédio.

As relações entre satisfação sexual e qualidade do relacionamento conjugal em universitárias foram investigadas por Grazielle Cássia Alves de Souza, Jhonmelle Vale da Silva, Priscila Junqueira e Francine Náthalie Ferraresi Rodrigues Queluz. Participaram 51 universitárias, com idades variando entre 20 e 40 anos. As autoras aplicaram o Quociente Sexual – Versão Feminina, a Escala de Relacionamento Conjugal e um Questionário sociodemográfico, e os achados permitiram concluir que satisfação sexual está associada à expressão de afeto, coesão e ajustamento no relacionamento afetivo.

Com vistas a identificar instrumentos brasileiros com estudos psicométricos para avaliar o desempenho de professores universitários, Joene Vieira-Santos e Marcelo Henrique Oliveira Henklain realizaram uma revisão de literatura que tem como título 'Instrumentos com evidências psicométricas para avaliar o desempenho de professores universitários: revisão de literatura'. Os autores identificaram 24 instrumentos distintos com estudos de evidências de validade e estimativas de precisão.

Com objetivo semelhante, João Lucas Dias-Viana, no artigo 'Propriedades psicométricas do Teste House-Tree-Person (HTP): Análise da produção científica brasileira', analisou pesquisas realizadas com o HTP no Brasil. Uma revisão sistematizada da literatura, por meio das bases de dados da Scielo, PePSIC, Lilacs e Index Psi, permitiu o acesso a 14 estudos. A pouca atenção dada à produção de pesquisas brasileiras, que objetivem a busca de evidências de validade e estimativas de precisão para o teste foi a conclusão do artigo.

Ainda, o artigo 'Gender conformity norms: a systematic review of validity evidence', de autoria de Julia Caciano da Silva, Felipe Valentini e Clarissa Pinto Pizarro de Freitas consistiu em uma revisão sistemática da literatura para identificar evidências de validade com base na estrutura interna do Inventário de Conformidade com as Normas Femininas e do Inventário de Conformidade com as Normas Masculinas. Foram analisadas 19 publicações, cujas amostras eram predominantemente compostas por jovens universitários. As publicações encontradas contêm dados que corroboram a validade e a fidedignidade dos instrumentos, mas são encontradas lacunas em torno do modelo teórico mais adequado.

Marcelo Martinelli e Fabián Rueda são os autores de 'A influência do bem-estar subjetivo na qualidade de vida em idosos'. Eles contextualizam que a literatura científica evidenciou o aumento de publicação de pesquisas com amostras de idosos, fruto da ampliação da expectativa de vida da população. Participaram do estudo 71 pessoas, com idades entre 60 e 85 anos, que responderam à Escala de Bem-Estar Subjetivo e o WHOQOL-Old. Os afetos positivos impactaram as facetas autonomia e atividades passadas, presentes e futuras, enquanto os afetos negativos tiveram fraca influência em relação à qualidade de vida.

Temática semelhante foi estudada por Jennifer Carla Reis Ferreira, Nayane Nartoni Piovezan, Luana Comito Muner e Helder Henrique Viana Batista. Um questionário demográfico e a Escala de Bem-Estar Subjetivo (EBES) foram aplicados em 40 idosos, com idades entre 68 e 96 anos, com o intuito de investigar o Bem Estar Subjetivo de idosos que residiam em um asilo e identificar diferenças relacionadas às características sociodemográficas. Como resultados, os autores encontraram que aqueles idosos com visitas frequentes apresentaram maiores níveis de afeto positivo e satisfação com a vida e menos afetos negativos. 'Níveis de Bem-estar subjetivo em idosos asilados' é o título do artigo.

Marco Antonio Gomes, Letícia Lovato Dellazzana-Zanon, Makilim Nunes Baptista e Ana Celi Pallini escreveram 'Escala de Motivos para Viver (EMVIVER): Processo de Construção dos Itens'. "Quais seus motivos para viver?" foi a pergunta disparadora para a investigação, que contou com 107 universitários, com média de idade de 26,2 anos. A análise qualitativa indicou a existência das seguintes categorias: (a) Relacionamentos significativos; (b) Atração pela vida; (c) Planos para o futuro; (d) Aspectos relacionados ao Eu e (e) Virtudes.

Cyberbullying e depressão em adolescentes é o título do artigo elaborado por Guilherme Welter Wendt e Carolina Saraiva de Macedo Lisboa. Foram investigadas prevalência e associações entre sintomas de depressão e diferenças em relação a variáveis sociodemográficas em 367 adolescentes, com média de idade de 14,76 anos. Os resultados mostraram alta ocorrência de cyber agressão e cyber vitimização, e ausência de diferenças entre os sexos na ocorrência do cyberbullying. Adolescentes vítimas-agressores reportaram médias superiores de depressão.

Os dois próximos artigos versam sobre suicídio. Alexandre Castelo Branco Herênio e Daniela Sacramento Zanini escreveram o artigo 'Ideação e Tentativa de Suicídio em Adolescentes' e José Vitor da Silva, Makilim Nunes Baptista, Elaine Aparecida Rocha Domingues, Letícia de Cassia Lopes Silva, Elaine Costa Pereira e Ana Celi Pallini são autores de 'Significados e motivos para suicídio em pessoas com tentativa prévia'. Os estudos têm desenhos metodológicos distintos; o primeiro converge para uma relação estatisticamente significativa entre ideação e tentativa de suicídio. O segundo encontra categorias de respostas para o significado atribuído ao suicídio, a saber: ápice do limite; fim de tudo; dar um basta; acabar com sofrimento; fuga; ato de desespero; tentação; desestrutura familiar; chamar atenção e covardia.

Isto posto, concluímos a publicação dos números referentes à 2020. Aproveito a oportunidade para agradecer à União Latino-Americana de Entidades de Psicologia, pela oportunidade que me foi dada para estar à frente deste periódico como editora chefe, cuja missão se encerra com a apresentação deste número. O trabalho foi árduo no sentido de mantê-lo atualizado, reunindo publicações interessantes, vindos de vários países e a recente inclusão nas bases de dados: Pepsic, Google Acadêmico, sistema LivRe e sumários.org. Acredita-se que muito deve ser aprimorado, mas o esforço constante e conjunto é o caminho para o compartilhar do conhecimento.

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