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Psicologia para América Latina

On-line version ISSN 1870-350X

Psicol. Am. Lat.  no.36 México July/Dec. 2021

 

Religiosidade e Satisfação Conjugal: Percepções de casais evangélicos

 

Religiosity and Marital Satisfaction: Perceptions of Evangelical Couples

 

Religisidad y Satisfacción Marital: Percepciones de las parejas evangélicas

 

 

Morgana Sanderi dos SantosI; Susana Konig LuzII; João Lucas Dias-VianaIII

IIMED, Rio Grande do Sul, Brasil
IIUniversidade de Passo Fundo, Rio Grande do Sul, Brasil
IIIUniversidade São Francisco, São Paulo, Brasil

Contato com os autores

 

 


RESUMO

Este estudo investigou a percepção de casais evangélicos acerca de como a religião interferiu na decisão de casar e na satisfação conjugal. Participaram da pesquisa 5 casais heterossexuais, totalizando 10 pessoas, com idades variando de 35 a 68 anos (M = 52,20; DP = 11,11), que estavam casados ou em união estável há mais de 10 anos. Foi utilizado na coleta de dados um questionário sociodemográfico e uma entrevista semiestruturada. Os resultados indicaram a função socializadora religião, bem como normatizadora da moralidade cristã, estabelecendo o casamento como um ideal e preconizando o sexo após o casamento. Quanto à satisfação conjugal, os participantes afirmaram que a religião auxilia na manutenção da união amorosa, mas também foi evidenciada a importância da comunicação, da boa convivência e da empatia com o cônjuge. Com base nos resultados deste estudo, foi possível observar que os casais possuem a percepção de que a religião os auxilia a manter o casamento, bem como no enfrentamento de adversidades.

Palavras-chave: casamento; crenças religiosas; relações conjugais; relações familiares; valores sociais.


ABSTRACT

This study investigated the perception of evangelical couples about how religion interfered in the decision to marry and in marital satisfaction. Five heterosexual couples participated in the research, a total of 10 subjects, with ages ranging from 35 to 68 years old (M = 52.20; SD = 11.11), who had been married or in a stable relationship for more than 10 years. In the data collection, a sociodemographic questionnaire and a semi-structured interview were used. The results indicated the socializing function of religion, as well as the normatization of christian morality, establishing marriage as an ideal and advocating sex after marriage. As for marital satisfaction, the participants stated that religion helps to maintain a loving union, but the importance of communication, good coexistence and empathy with the spouse was also evidenced. Based on the results of this study, it was possible to observe that couples have the perception that religion helps them to maintain their marriage as well as to face adversity.

Keywords: marriage, religious beliefs; marital relations; family relations; social values.


RESUMEN

Este estudio investigó la percepción de las parejas evangélicas sobre cómo la religión interfería en la decisión de casarse y en la satisfacción marital. En la investigación participaron cinco parejas heterosexuales, un total de 10 personas, con edades entre 35 y 68 años (M = 52,20; DT = 11,11), que llevaban más de 10 años casadas o en relación estable. En la recolección de datos se utilizó un cuestionario sociodemográfico y una entrevista semiestructurada. Los resultados indicaron la función socializadora de la religión, así como la normatización de la moral cristiana, estableciendo el matrimonio como un ideal y defendiendo el sexo después del matrimonio. En cuanto a la satisfacción conyugal, los participantes manifestaron que la religión ayuda a mantener una unión amorosa, pero también se evidenció la importancia de la comunicación, la buena convivencia y la empatía con el cónyuge. Con base en los resultados de este estudio, se pudo observar que las parejas tienen la percepción de que la religión les ayuda a mantener su matrimonio así como a enfrentar la adversidad.

Palabras clave: matrimonio, creencia religiosa; relaciones conyugales; relaciones familiares; valores sociales.


 

 

Introdução

A religião é um dos aspectos mais importantes da existência do indivíduo, uma vez que para as pessoas que possuem alguma crença, os diversos aspectos da vida pessoal/comunitária são influenciados pelos valores da fé (Marinho & Ecco, 2020). O comportamento religioso estabelece um núcleo significativo no modo de viver, faz com que os sujeitos percebam as suas vidas com maior valor (Abeyta & Routledge, 2018). Em concordância, Rojan (2020) afirma que esses comportamentos influenciam nos valores morais do indivíduo, no modo como compreende o mundo, como observa a si mesmo, como se relaciona com os outros e como toma suas decisões.

A religiosidade é institucionalizada por meio da religião, uma vez que esta possibilita o indivíduo buscar e expressar seus valores transcendentais, criam tradições, rituais, símbolos e doutrinas (Inoue & Vecina, 2017). Esse aspecto socialmente normatizador da doutrina faz com que a pessoa que se considera devoto, seja influenciada pelos valores normativos de "certo e errado", o que pode e o que não pode ser feito, impondo à obediência ao cumprimento da tradição e de dogmas (Carvalho, Faria, Lisboa, Silva, & Alencar, 2020). Assim, a religião se estabelece como um sistema de crenças, e se caracteriza por valores e rituais a serem praticados por uma comunidade. A religiosidade, por sua vez, é formada mediante os comportamentos do indivíduo relativos as suas crenças, os quais poderão, ou não, serem baseados em uma religião, uma vez que existe a probabilidade de o sujeito ter religiosidade e não dispor de uma religião (Tavares, Valente, Cavalcanti, & Carmos, 2016).

Mattis e Jagers (2001) referem-se à definição de religiosidade como a aderência de crenças e costumes de uma religião, igreja ou instituição. No entanto, Frankl (2002) afirma que a religiosidade não é necessariamente a escolha por uma crença religiosa, mas sim um dos possíveis modos de o ser humano alcançar o seu sentido para a vida. O referido autor explica que a busca por sentido existencial é um desejo das pessoas. O sentido que cada indivíduo dá a sua vida está submetido à maneira como reage aos acontecimentos vividos. Frankl (2002) também afirma que a pessoa manifesta sua humanidade na procura do sentido da vida, na autonomia de desejar uma significação para o seu existir. Devido a sua busca pelo sentido na vida, procura-se encontrar motivos para a existência, buscando o seu significado, por exemplo, na religião, a qual estabelece crenças e ritos, e que transferem a um ser superior a responsabilidade por explicar aquilo que da vivência humana é difícil de ser compreendido.

Como destacado anteriormente, tanto a religião quanto a religiosidade afetam os valores morais do indivíduo, o modo como vê o mundo e como se relaciona com as pessoas. O ser humano possui natureza social. Desse modo, possui como necessidade básica estar na companhia de outras pessoas. Dessa vontade significativa de estar em união social, são estabelecidas relações fraternais, familiares e românticas.

Do desejo por experienciar sentimentos de intimidade e de amor ao longo da vida as pessoas assumem compromissos, o casamento é o fenômeno social mais tradicional que oficializa essas relações amorosas (Alves-Silva, Scorsolini-Comin, & Santos, 2017; Fonseca & Duarte, 2014). Este fenômeno é determinando por disposições afetivas, valores morais e religiosos. O estabelecimento de uma união amorosa é um processo que abrange expectativas de satisfação, bem-estar e felicidade. De acordo com Jablonski (2011), o casamento é associado à felicidade, e tem como status um dos vínculos mais desejados por grande parte das pessoas. Na contemporaneidade, a conjugalidade é estimulada por razões de afeição, afinidade com o(a) parceiro(a) e proximidade, e se caracteriza como uma escolha da própria pessoa (Coutinho & Menandro, 2010; Hou, Jiang, & Wang, 2018). Cabe destacar que embora o casamento seja a forma mais tradicional da conjugalidade, a compreensão deste conceito não é restrita apenas ao estado civil de casado, compreende outras formas de união de amorosa mais informais, como a união estável.

Assim, a conjugalidade corresponde a decisão de pessoas distintas compartilhar uma história de vida, com base em uma relação amorosa. Féres-Carneiro (2003) define como uma relação de profundo significado na vida das pessoas, envolvendo alto grau e intenso investimento afetivo, tendo como resultado desse vínculo, a segurança emocional. Portanto, ao adquirir suporte e fortalecimento emocional, os parceiros são capazes de sentirem-se confiantes, leais e respeitosos em suas uniões. Nos relacionamentos conjugais mais duradouros, sentimentos como afeto, respeito, cumplicidade, amor e companheirismo, são imprescindíveis para garantir a qualidade da relação, bem como os fatores intimidade, sexo e atenção (Simões & Both, 2013).

Mesmo sendo associados ao conceito de felicidade, vínculo indissolúvel e romantismo, a união amorosa entre pessoas passa por situações de tensão e conflitos. No entanto, a compreensão positiva ou negativa da crise conjugal é proveniente da capacidade do casal em lidar com as desavenças, divergências e discórdias que poderão surgir na dinâmica conjugal (Fonseca & Duarte, 2014). Os fatores que melhor auxiliam o casal a lidar com a estabilidade conjugal são o comprometimento com a relação e a determinação em permanecerem juntos (Rizzon, Mosmann, & Wagner, 2013).

Para além desses fatores, em um estudo realizado com casais que estão em um casamento de longa duração, Alves-Silva et al. (2017) afirmaram que os aspectos de religiosidade e espiritualidade também são estratégias importantes para a manutenção e enfrentamento das dificuldades da união conjugal ao longo dos anos. Devido à crença religiosa, os casais concedem uma importância transcendental à relação, considerando o casamento como um rito dentro da tradição religiosa. Existe uma significativa influência da doutrina e dos preceitos religiosos para com o casamento, como a indestrutibilidade do vínculo firmado diante da comunidade e instituição religiosa. Segundo os autores, o comprometimento com os preceitos religiosos faz com que o casal aplique os valores eclesiásticos para a resolução de conflitos. Além dos aspectos doutrina, também são importantes a confiança, o cuidado mútuo, a segurança emocional, o diálogo e a dedicação, fatores que favorecem a manutenção do casamento.

Alves-Silva, Scorsolini-Comin e Santos (2016) destacam o contentamento com a relação conjugal como uma importante variável para a manutenção da afetividade entre o casal em relacionamentos de longa duração. Os autores destacam como motivos para a manutenção da relação conjugal de longa duração: a confiança de que o casamento é uma cooperação para toda a vida; o amor que existe entre os cônjuges; o comprometimento que cada membro do casal sente um pelo outro; a influência causada por uma crença religiosa; a importância do cuidado com os filhos, entre outros. Os autores destacam que a satisfação conjugal não é algo apenas do casal, mas também de cada uma das pessoas que integram a relação, uma vez que cada cônjuge pode possuir formas distintas de julgar o que é ou não satisfatório no relacionamento.

A satisfação de ambos os cônjuges se dá pelo fato de a conjugalidade ser um sistema vivido a dois, em que o conhecimento e a experiência de cada companheiro irão influenciar na vivência do outro. Deste modo, mesmo que os cônjuges tenham percepções e concepções diferentes para as experiências e acontecimentos que compartilham em sua relação, quando um deles não estiver satisfeito com a vida de casal, irá de alguma maneira ter um efeito na satisfação do outro (Costa, 2017). Portanto, a satisfação conjugal é uma definição que reporta a uma avaliação pessoal e subjetiva no que diz respeito à relação, de acordo com que cada cônjuge experiencia o relacionamento (Karney & Bradbury, 2020). Norgren (2004) afirma que é uma definição subjetiva, resultante de ter os próprios desejos e necessidades satisfeitos, bem como retribuir, em igual forma ou não, àquilo que o outro tem como expectativa, a partir de uma relação mútua e espontânea.

O contentamento com a união amorosa está associado a sentimentos de felicidade, ao amor, a expressividade emocional, a comunicação, a sexualidade, a intimidade emocional e o bem-estar, sendo influenciado pelas habilidades empáticas e assertivas que cada cônjuge possui para com o outro na vida em geral. Desse modo é uma condição significativa na relação conjugal. (Fonseca & Carvalho, 2016; Martins, 2015). Entretanto, Gomes (2016), reconhece que os componentes da satisfação são diferenciados entre os sexos, uma vez que os homens parecem colaborar mais para a satisfação das mulheres que o contrário, visto que, os homens vêm a sua relação conjugal mais positivamente, enquanto as mulheres exigem mais da conjugalidade

A definição de satisfação conjugal é crucial na conjuntura das relações amorosas e está elencado como sentimento de bem-estar mútuo, contentamento, companheirismo, afeto e segurança, tornando possível a evolução da proporção de intimidade entre o casal, a qual está relacionada à adaptação entre as expectativas e aspirações de ambos, e a realidade que é vivida de fato (Norgren, Souza, Kaslow, Hammerschmidt, & Sharlin, 2004). A relação conjugal necessita de dedicação, paciência, constância, comprometimento, cumplicidade, respeito e apoio mútuo, posto que as expectativas e crenças que são levadas para a relação, são confrontadas em todo momento, e a satisfação conjugal almejada se dará gradativamente a partir dos dados do cotidiano e da construção de habilidades interpessoais e sociais de cada companheiro. Os casais, na qualidade de cúmplices um do outro na relação, sentem-se seguros e fortalecidos para o enfrentamento das crises (Hilpert et al., 2018).

Norgren et al. (2004), ao investigar a satisfação conjugal em casamentos de longa duração, encontraram relação significativa entre o construto e ser praticante da religião cristã católica. Além disso, os principais preditores da satisfação conjugal foram: proximidade, resolução de problemas, coesão, comunicação, status econômico e ser praticante de uma religião. Assim, o discurso religioso e a internalização de valores cristãos auxiliariam os casais na manutenção do casamento, compreendendo-o como indissolúvel, com o qual o casal deve se comprometer pela vida toda.

Por meio da religião, o casamento alcança um sentido existencial, possibilitando que os valores sagrados estejam presentes na relação, manifestando-se em boas ações, na lealdade e nos cuidados com o(a) companheiro(a), e a tolerância com as frustações da rotina. A crença nos princípios conservadores auxilia a concretizar a concordância do casal fazendo com que se sintam ligados a uma dimensão transcendental da vida (Alves-Silva et al., 2017). Desse modo, a religiosidade e a convicção religiosa corroboram com o compromisso diante do casamento enquanto instituição e relacionamento (Norgren et al., 2004).

Assim, de acordo com os dados do último censo demográfico realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), tendo em vista o aumento crescente da população evangélica nas últimas décadas no Brasil, e a importância desse aspecto para a conjugalidade, esta pesquisa buscou compreender de que modo a religião influencia na satisfação conjugal de casais evangélicos. Para tanto, foram investigadas três categorias principais: a influência da religião na vida dos participantes, na decisão de casar-se e na satisfação conjugal.

 

Método

Participantes

Participaram desta pesquisa cinco casais heterossexuais, totalizando 10 pessoas, com idades variando de 35 a 68 anos (M = 52,20; DP = 11,11), residentes na cidade de Passo Fundo. Quanto ao tempo de relacionamento, os participantes estavam casados ou em união estável há mais de 10 anos. Todos os participantes afirmaram ser protestantes. Os dados sociodemográficos podem ser vistos na Tabela 1.

 

 

Instrumentos

Foi utilizado um questionário sociodemográfico composto por 10 questões, com objetivo de obter dados relacionados ao tempo de relacionamento, situação conjugal, renda familiar, quantidade de filhos e o tempo de religião professada. Também foi utilizada entrevista semiestruturada contendo sete questões abertas, que abordavam os temas centrais desta pesquisa. São exemplos de questões: "Como conheceu seu/sua marido/esposa?"; "O quanto a religião é importante para você?"; "Você se considera satisfeito em seu relacionamento?"; "Em sua opinião, a religiosidade influencia nesta satisfação?"; "A religiosidade influenciou na decisão de se casar?".

Procedimentos

A presente pesquisa foi aprovada por um Comitê de Ética em Pesquisa de uma universidade localizada no Estado do Rio Grande do Sul (CAAE: 92650418.1.0000.5319). Após aprovação, os participantes foram convidados a participar da coleta de dados por meio da rede de contato pessoal dos pesquisadores. As entrevistas foram realizadas com cada casal em horário previamente agendado. Os participantes foram informados sobre os objetivos do estudo e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Em seguida, responderam ao questionário sociodemográfico e a entrevista semiestruturada. Ademais, as entrevistas foram gravadas em áudio com a autorização dos participantes. Após a transcrição, os arquivos de áudio foram degravados. Cada entrevista teve duração média de 20 minutos.

Análise de Dados

Após a realização das entrevistas, as mesmas foram submetidas à análise, de acordo com a metodologia proposta por Bardin (2011). Para isso, após a leitura dos dados, seguiu-se os procedimentos da divisão do conteúdo em unidades de texto, posterior agrupamento e categorização semântica, e atribuição de significados às categorias.

 

Resultados

Considerando os objetivos deste estudo e a leitura dos dados coletados, foram definidas três categorias de análise, a saber: "Importância da religião na vida"; "religião e a decisão de casar"; e "religião e satisfação conjugal". Os resultados serão apresentados a seguir, seguindo a ordem de apresentação citada.

Categoria 1: Importância da religião na vida dos participantes

Esta categoria buscou compreender qual o papel da religião na vida dos entrevistados e a importância que os participantes atribuem a ela. Ao serem questionados "O quanto a religião é importante para você?", os casais consideraram que ter uma religião é um alicerce, uma base que fornece sentido e diretrizes para a vida. Além disso, a crença religiosa proporcionaria motivos para viver, como também auxiliaria na manutenção do casamento, e um meio de conexão da pessoa com o divino. Alguns participantes diferenciaram preferiram utilizar os termos espiritualidade/religiosidade ao invés de religião. Os trechos são apresentados a seguir:

"É uma base, ter uma fé né, crer em alguma coisa, é uma base (C1, M)";

"A religião é o que me dá forças pra viver, pra criar meus filhos, pra continuar casada, é um alicerce (C1, F)",

"É muito importante, por nos dar uma diretriz da vida, por nos mostrar um caminho mais certo a viver (C3, M);";

"A religião pra mim, é muito importante, porque me dá diretrizes de vida, eu tenho uma crença, uma fé, e eu acredito em algo maior que é Deus, é um norteador da nossa vida aqui na terra (C3, F);

"A religião é um meio, por exemplo, de te aproximar do criador, daquele que criou todas as coisas" (C5, M);

"Deus não é uma religião, Jesus não é uma religião" (C2, M)

"Eu não sei a religião em si, mas a espiritualidade, a religiosidade, muitas vezes é, por momentos difíceis, o que dá suporte, né" (C4, F.)

Categoria 2: religião e a decisão de casar

Em seguida, os participantes foram questionados se a religião exerceu alguma influência para a decisão do casamento. Os casais 3, 4 e 5 afirmaram que se conheceram em uma instituição religiosa, o que evidencia a função socializadora da igreja para os contatos iniciais. Além disso, é possível observar na fala dos participantes a função normatizadora da moralidade cristã, com princípios de que a vida sexual deve ser iniciada após o casamento, e que estabelece a família como um ideal a ser alcançado por crianças e jovens na vida adulta, conforme pode ser visto nas falas a seguir:

"Sim, com certeza. Porque os princípios da nossa religião é que homem e mulher devem se casar, então, não viver sem se casar né, não viver na prática de adultério ou coisas assim..." (C3, M);

"A religiosidade influenciou na nossa decisão de casar sim, influenciou. A nossa religiosidade ela tem uma doutrina que, no caso, os jovens, pra ter uma vida assim, conjugal, uma vida a dois, precisava ser casado, e como nós vimos que nós tínhamos os mesmos objetivos, porque a religião que nós frequentávamos, nós tinha um mesmo alvo, um mesmo objetivo, então ela influenciou muito nesse pormenor, e então, esse é o motivo" (C3, F).

"Sim, sim. Muito, porque, eu acho que todo o cristão, a gente já aprende desde criança na igreja de que um dia você vai casar, constituir uma família, e é o certo né, então eu acho que a religião tá à frente de tudo né"; (C5, M) "Sim... eu acredito que influenciou, porque nós era tão novinho, mas a gente tava ali no mesmo lugar, o único namorado que eu tive foi ele, e ele eu não sei (rsrsrs), então eu acho que foi que influenciou, porque a gente tava naquele clima ali, num ambiente da igreja e tal, eu acredito nisso, eu acredito que sim"(C4, H).

Os C1 e C2, por sua vez, se conheceram em ambientes não-religiosos . No entanto, os cônjuges tiveram percepções divergentes dos demais casais. Os esposos afirmaram ter optado por casar por questões afetivas e que a religião não teve influência. Em contrapartida, suas respectivas companheiras afirmaram que além da influência religiosa, incidiram aspectos sociais, em que o matrimônio era uma meta de vida das mulheres. As falas a seguir ilustram as afirmações:

"Não. Mais por amor, né?! E afinidade"(C1, M).;

"Não! Isso não influenciou, não" (C2, M).;

"Sim. Sim porque a gente já tinha 5 ou 6 anos morando juntos, e quando eu quis ir pra igreja, fazer as coisas da maneira correta, a gente oficializou" (C1, F).;

"Eu acredito que sim, porque era dentro de um projeto de vida, que a gente tinha como adolescente na época. Hoje, a gente vê que os jovens colocam isso em um segundo plano, têm outros projetos primeiro, e na minha geração, principalmente a mulher, eu acho, tinha essa questão de que uma das metas, era o casamento. E como eu também estava sempre inserida no meio de participação da igreja, a gente tinha esse sonho também" (C2, F).

Categoria 3: religião e satisfação conjugal

Ao serem questionados sobre a satisfação conjugal, os C2, C3, C4 e C5 afirmaram estar satisfeitos em seus relacionamentos conjugais (e.g. "Eu me considero muito satisfeita no meu relacionamento conjugal"; "Sim, sim. Graças a Deus, sou muito feliz"). O participante C5, H considera-se satisfeito em sua relação conjugal, porém, afirma que ao longo dos anos de casamento, as mudanças contextuais ocorridas da vida pessoas geram conflitos na relação. No entanto, devido à promessa feita de "até que a morte nos separe", o voto realizado no casamento religioso é um fator que auxilia o casal no compromisso de manter a relação e é associado a um imperativo de satisfação. Quando indagados se a religiosidade influência na satisfação conjugal, os C3 e C5 concordaram em suas respostas, afirmando que a satisfação conjugal é influenciada pela religiosidade, atribuindo a Deus e à religião o papel de mantenedor da satisfação conjugal e da relação. As falas que ilustram as afirmações são apresentadas a seguir:

"Sim. Isso aí nunca teve problema. Agora, no decorrer dos anos, claro que as coisas vão mudando, porque quando tu tem uma certa idade, 30, 40, 50 anos, vai existindo mudança na vida, é normal em qualquer casal. Qualquer ser humano que vive junto, que vem de uma família diferente, no caso, eu saí de uma família e ela de outra família, e a gente conviver todos esses anos, claro que teve muita discussão, muita briga e coisa e tal, mas nunca teve, assim, um motivo de separar, porque a gente fez uma promessa, lá no altar: tu vai ser fiel até a morte, a gente promete, então a gente tem que cumprir com aquilo né.. Então, eu tô satisfeito né?!" (C5, H).

"Influência. Porque quando vivemos confiando em Deus e duas pessoas concordando naquilo que pensa, então é mais fácil ter uma convivência, duas pessoas com o mesmo pensamento, né, com o mesmo ideal" (C3, M);

"No meu caso, a religiosidade influência muito na minha satisfação conjugal" (C3, F);

"Sim, influência sim... porque a gente busca uma religião pra encontrar forças para cada dia, pra conseguir fazer a coisa certa" (C5, M);

"Eu acho, na minha opinião, influencia, influencia porque eu acredito que quando os dois andam pelo mesmo caminho, as coisas podem dar certo, né?!" (C5, F).

Ademais, alguns participantes afirmaram que a religiosidade não é o único fator que interfere na satisfação conjugal. Os integrantes dos casais C1, C2 e C4 destacaram a importância da boa convivência, da comunicação adequada no cotidiano e da compreensão das particularidades do(a) parceiro(a), conforme pode ser visto nas falas a seguir.

"Um pouco. Porque depende da gente, né, tu tem fé né, mas depende da gente, do convívio, do dia a dia, de como a gente vai conversar um com o outro e se entender..." (C1, M);

"Eu não digo a religiosidade só, eu acredito que sejam diversos fatores, que vão influenciar, porque, às vezes, não adianta você estar indo na igreja, e não ter uma boa convivência dentro de casa, eu acho que além da religiosidade, também depende de como cada pessoa é, como vê o outro, como que discute os problemas, se discute.. então, tudo pode influenciar pra satisfação..." (C2, M);

"No momento, não. Já influenciou. Tempo atrás, já, porque, como eu casei muito cedo, naquela época eu não tinha todo esse esclarecimento, mas hoje eu vejo que não é isso que vai dizer se meu casamento vai bem ou não, porque também depende de outras coisas, tipo, como que a gente se expressa um com o outro, se a gente se ajuda e conversa sobre as coisas que não estão nos agradando..." (C4, F).

 

Discussão

Esta pesquisa teve por objetivo investigar as percepções de casais protestantes acerca de como a religião interfere na satisfação conjugal de participantes. A primeira categoria analisada, importância da religião na vida dos participantes, evidenciou dois aspectos da religião: como fundamento que dá sentido à vida das pessoas e como fator de manutenção do casamento e da satisfação conjugal. O primeiro, resulta da busca humana em atribuir sentido e motivos a sua existência, encontrado na religião respostas para aquilo que o homem por si só não pode explicar (Frankl, 2002). Tais achados corroboram os dados da pesquisa de Abeyta e Routledge (2018) que encontrou associações positivas entre atitude religiosa e realização existencial, um fator de proteção do vazio existencial. A conduta religiosa faz com que se instaure um núcleo significativo na maneira de viver das pessoas, uma vez que possibilita que seja identificado um valor maior em suas vidas. Assim, a pessoa adota os ideais cristãos como missão a ser cumprida na sua existência (Rojahn, 2020).

O segundo aspecto evidencia a importância da religião para a manutenção da união amorosa e da satisfação conjugal, conforme também evidenciado pela terceira categoria analisada. O casamento é um fenômeno social determinando disposições afetivas, valores morais e religiosos, os quais são internalizados de modo a funcionar como um fator motivador para a manutenção do matrimônio. É possível observar por meio da fala dos participantes o quanto a religiosidade, os valores normativos e a obediência ao dogma que a religião institui, influenciam na tomada de decisões, fazendo com que o casamento seja considerado como um sacramento dentro da tradição religiosa (Alves-Silva et al., 2017).

Conforme Alves-Silva et al. (2017), há uma grande influência dos princípios e ensinamentos religiosos no casamento, uma vez que, de acordo com a doutrina, o vínculo instituído perante a instituição religiosa e a comunidade se torna indestrutível e deve durar até o término do vida. Além disso, a união estável e, até mesmo o divórcio, são vistos como pecado, algo que não corresponde à imagem de "cristão", embora seja legalmente amparado. Em tais situações, seguindo as recomendações de suas comunidades religiosas, as pessoas tomam decisões, tanto de oficializar a união amorosa por meio do casamento, quanto busca na religião aspectos motivadores para permanecer e não se divorciar.

Mesmo sendo associados ao conceito de felicidade, os casamentos passam por conflitos, mas a religiosidade e a espiritualidade são estratégias que poderão auxiliar na manutenção e enfrentamento das adversidades da conjugalidade ao longo dos anos. Por ter uma crença religiosa, os cônjuges tendem dar uma importância transcendental ao casamento, considerando-o como um sacramento dentro da tradição religiosa (Alves-Silva et al., 2017; Fonseca & Duarte, 2014). Por outro lado, deve se considerar que pode ser um fator que pode trazer prejuízos a pessoas em relacionamentos disfuncionais, promovendo adoecimento, fazendo com que a pessoa busque manter o casamento a todo custo, à despeito de qualquer situação de vulnerabilidade emocional, física e psicológica.

A satisfação conjugal é associada a diversos aspectos, tais como o afeto, a felicidade, o amor, a comunicação, a expressividade e intimidade emocional, a sexualidade e o bem-estar mútuo, podendo ser influenciada por habilidades empáticas e assertivas que cada cônjuge tem com o outro na vida em geral (Fonseca & Carvalho, 2016; Martins, 2015). Os casais desta pesquisa indicaram duas percepções distintas: uma que qualifica os aspectos da religião como responsáveis pela satisfação conjugal e outro que indica a comunicação entre os casais como preponderante. O primeiro centra na figura de Deus como o principal responsável pela satisfação conjugal. Embora os aspectos religiosos sejam importantes para a satisfação conjugal, eles não podem ser considerados como primordiais ou os únicos, uma vez que a satisfação conjugal é um construto multidimensional que sofre influências de variáveis demográficas, traços de personalidade, estilos de apego, habilidades sociais, comunicação, intimidade, inteligência emocional, saúde, relações sexuais, perdão e auto sacrifício.

A comunicação, por sua vez, é um dos principais fatores relacionados à satisfação conjugal (Norgren et al., 2004; Tavakol, Nasrabadi, Moghadam, Salehiniya & Rezaei, 2017). Embora o casamento aconteça pela busca por vivenciar sentimentos íntimos, de amor e companheirismo, acreditando que a união que propiciará a satisfação de necessidades (Machado, 2007), a dificuldade de entendimento e de comunicação entre os membros do casal é um motivador para os términos de relacionamento (McNelis & Segrin, 2019). A literatura evidencia que expressar de maneira assertiva sentimentos, necessidades e pensamentos contribuem para melhor solucionar dificuldades interpessoais, algo importante para a vida conjugal, melhorando a qualidade da relação (Cardoso & Del Prette, 2017).

Diante do que foi apresentado na pesquisa sobre a influência da religiosidade na satisfação conjugal, foi possível compreender o quanto a religião é um importante componente para a vida das pessoas, especificamente a conjugalidade, uma vez que institui crenças e tradições, as quais serão seguidas pelo indivíduo, tendo seus valores influenciados por esses dogmas. Mas não apenas a religião é importante, como também a espiritualidade, a fé e a crença em algo maior, como Deus e Jesus. Conforme Panasiewicz (2013), a religião institucionaliza a religiosidade, visto que é a partir dela que o indivíduo irá criar tradições, rituais, símbolos e doutrinas, para então buscar seus valores transcendentais.

Foi possível observar que há casais que possuem satisfação conjugal devido às estratégias de manutenção oriundas da crença religiosa para o enfrentamento dos conflitos que vão surgindo ao longo dos anos na conjugalidade (Alves-Silva et al., 2017). Ademais, também existem casais que não são apenas influenciados pela doutrina, mas que conseguem chegar a uma satisfação em seus relacionamentos, pois estão comprometidos com a relação, tendo dedicação, paciência, respeito e apoio mútuo (Hilpert et al., 2018). Conforme verificado nas respostas dos entrevistados, a satisfação conjugal pode se dar ou não por meio da religiosidade, pois, conforme Karney e Bradbury (2020), a definição de satisfação conjugal reporta a uma análise pessoal e subjetiva de cada pessoa, no que se refere à relação, conforme a experiência distinta que cada cônjuge possui na mesma relação.

 

Considerações Finais

A presente pesquisa teve como objetivo investigar a percepção de casais evangélicos de como a religiosidade interfere na satisfação conjugal. A partir da avaliação das entrevistas, foi possível enumerar três categorias: a importância da religião na vida dos participantes, a influência da religiosidade na decisão de casar e a satisfação conjugal relacionada à religiosidade. Juntas, essas categorias proporcionaram uma compreensão da percepção da religiosidade e satisfação conjugal em casais evangélicos.

Com base nos resultados deste estudo, é possível dizer que a religiosidade interfere na satisfação conjugal, e também os casais também conseguem chegar a uma satisfação por meio da comunicação assertiva e das habilidades empáticas que cada cônjuge tem com o outro, conhecimento clássico nos estudos na área da conjugalidade. Em termos de limitações desta pesquisa, a inserção apenas de pessoas com casamentos de longa duração. Como agenda de pesquisa, sugere-se que sejam investigados casais de outras religiões (e.g. católicos, espíritas, religiões de matriz africana, mulçumanos, hinduístas) e recém-casados. Considerando a expansão do movimento religioso nos últimos anos, bem como sua importância para os modos de subjetivação, espera-se que este estudo contribua para área da conjugalidade, uma vez que estudos que relacionem religião e satisfação conjugal são escassos.

 

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Contato com os autores:
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Recebido em: 07/10/2020
Reformulado em: 07/06/2021
Aceito em: 06/07/2021

 

 

Sobre os autores:
Morgana Sanderi dos Santos
Psicóloga pela Faculdade meridional-IMED.
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4056-1569
E-mail: sanderi.morgana@gmail.com
Susana Konig Luz Psicóloga pela Universidade de Passo Fundo. Mestre em Psicologia pela Universidade do Rio dos Sinos. Doutora em Psicologia pela Universidade São Francisco. Professora da Universidade de Passo Fundo, Brasil.
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9508-1699
E-mail: susana.konig@hotmail.com
João Lucas Dias-Viana
Psicólogo pela Universidade Estadual do Ceará. Mestre e Doutorando em Psicologia, com ênfase em Avaliação Psicológica, pela Universidade São Francisco.
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7626-3937
E-mail: jolucasviana@gmail.com

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