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Revista Brasileira de Psicologia do Esporte

versão On-line ISSN 1981-9145

Rev. bras. psicol. esporte v.2 n.1 São Paulo jun. 2008

 

EDITORIAL

 

Nesse ano Olímpico a Revista Brasileira de Psicologia do Esporte traz em seu número dois diversos temas relacionados tanto com o esporte de alto rendimento como com as práticas de tempo livre, a reabilitação e os projetos sociais, afirmando a vocação da diversidade da Psicologia do Esporte no Brasil. Essa mesma diversidade pode ser observada nas perspectivas teóricas que embasam os diversos trabalhos aqui apresentados, que vão da análise do comportamento à psicologia analítica, da psicologia social à cognitiva. Isso afirma nossa idéia de que o fenômeno esportivo é amplo e multifacetado e que demanda de diversos olhares para ser compreendido em toda a sua abrangência.

Temas do contemporâneo como a vigorexia surgem em nossa pauta a partir de suas perspectivas, tanto da nutrição, com o artigo de Tatiana Pimentel Pires de Camargo, Sarah Passos Vieira da Costa e Laura Giron Uzunian; Renata Furlan Viebig, como da psicologia com Rodrigo Scialfa Falcão, confirmando sua atualidade e a necessidade dos pesquisadores se debruçarem sobre essa questão, entendendo-a não apenas como uma patologia de origem orgânica, mas também fortemente influenciada por questões sociais.

Outro estudo que surge nessa edição remonta questões históricas da Psicologia do Esporte que se referem à constituição de perfis de praticantes de atividades esportivas. No artigo de de Cassio de Miranda Meira Jr., Carlos Rey Perez, Raquel Ferreira Maia, Jaqueline Freitas De Oliveira Neiva e Raquel Marques Barrocal temos a utilização da teoria de Eysenck de traço de personalidade para a compreensão da relação entre extroversão, neuroticismo e desempenho em uma tarefa motora com crianças. Esses estudos apontam que mesmo depois de décadas de muitas pesquisas e polêmicas acerca da compreensão de perfis psicológicos esse tema permanece vivo na Psicologia do Esporte.

Uma vez mais contamos com a contribuição de colegas do exterior com um trabalho de investigação realizado por Joanne Thatcher e Martin S. Hagger acerca de preditores psicológicos de auto-conceito em atletas, representando uma contribuição importante para estudos a serem realizados também no Brasil.

Cristiano Cedra e Tereza Maria de Azevedo Pires Sério apresentam um trabalho inédito sobre um método de treinamento de lances livres através das técnicas de mudança gradual e progressiva das alterações nas especificações dos materiais utilizados nos treinos

a partir de um procedimento de fading ou esvanecimento. Essa pesquisa traz resultados práticos importantes para técnicos e psicólogos que atuam junto ao basquete.

Por sua vez Marta Maciel Levy discute a presença ou não de bem-estar subjetivo e o locus de controle apresentado pelos atletas brasileiros de judô que foram para as Olimpíadas em Atenas.

Outro tema de grande relevância para a Psicologia do Esporte que é o medo foi tratado por Thiago Nicolau Lavoura e Afonso Antonio Machado. Nesse artigo os autores investigam as situações ou acontecimentos que podem desencadear nos atletas o sentimento de medo, como tais indivíduos reconhecem tal sentimento em seus contextos esportivos e lidam com ele para que o mesmo não prejudique ou interfira na performance esportiva.

Kátia Rubio apresenta um trabalho acerca da utilização da imaginação e a criação de estados mentais por um atleta medalhista olímpico ao longo de sua carreira já encerrada. Aponta os recursos utilizados e os resultados obtidos com tais estratégias.

Keila Sgobi discute a transição na e da carreira esportiva, trazendo luz a uma etapa importante e pouca discutida e nosso país que é o final da vida competitiva de um atleta e o início de uma nova atividade profissional para uma pessoa que ainda tem muitos anos de vida.

É nosso desejo que essa publicação possa contribuir para a reflexão e prática profissional dos profissionais e estudiosos da Psicologia do Esporte e esperamos por novas contribuições para os próximos números.

Boa leitura.

Kátia Rubio

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