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Psicologia em Pesquisa

versão On-line ISSN 1982-1247

Psicol. pesq. v.1 n.2 Juiz de Fora dez. 2007

 

RELATOS DE PESQUISA

 

Auto-eficácia e desempenho escolar em alunos do ensino fundamental

 

Self-efficacy and school achievement in students of elementary school

 

 

Luciana Cantarino Rodrigues * ; Sylvia Domingos Barrera**

Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto/ USP

 

 


RESUMO

As crenças de auto-eficácia, definidas como as percepções da capacidade pessoal para manifestar os comportamentos necessários para alcançar determinados objetivos, constituem importante fator motivacional, atuando como mediadoras entre as capacidades do indivíduo e o seu desempenho. Objetivamos, nesta pesquisa, analisar a relação entre percepção de auto-eficácia e desempenho escolar em alunos do Ensino Público Fundamental. Participaram da pesquisa 34 alunos de 4ª série, de ambos os sexos, que responderam a um questionário para avaliação da auto-eficácia. Também foi realizado um levantamento do desempenho escolar dos participantes e calculada a correlação entre essas medidas. As correlações obtidas indicam associação positiva significativa entre auto-eficácia e desempenho escolar. A análise dos resultados sugere a existência de influência mútua entre esses fatores, reforçando a idéia do papel fundamental da escola na construção de crenças mais otimistas de auto-eficácia no aluno, o que terá como conseqüência reflexos positivos na sua motivação e desempenho escolar.

Palavras-chave: Auto-eficácia, Desempenho escolar, Ensino fundamental.


ABSTRACT

The self-efficacy beliefs, defined as the perceptions of the personal capacity to reveal the behaviors which are necessary to reach specific objectives, are considered an important motivational factor, acting as mediating factor between the capacities of the individual and his performance. The purpose of this research is to analyse the relationship between the perception of self-efficacy and school achievement in students of elementary public school. 34 children, fourth degree, both sexes, participated in this research by responding a questionnaire, which was designed to evaluate the “Perception of Self-efficacy”. Furthermore, the school achievement of the participants was checked and later used to calculate the correlation with the results from the self-efficacy questionnaire. The correlations obtained show a significant positive association between the measurements of self-efficacy and school achievement. The results obtained can be understood in according to the hypothesis of mutual influence between the two factors, reinforcing that school play a fundamental role in the construction of more optimistic self-efficacy beliefs in the students which, consequently, may have a positive impact on their school achievement.

Keywords: Self-efficacy, School achievement, Elementary school.


 

 

Introdução

O conceito de auto-eficácia, elaborado por Bandura (1977), tem despertado o interesse de pesquisadores que se dedicam ao estudo do comportamento humano em diferentes contextos, como saúde, educação, trabalho e esporte (Azzi e Polydoro, 2006).

Em seus trabalhos iniciais sobre o tema, Bandura (1977) enfatiza a importância dos processos cognitivos na aquisição e regulação do comportamento humano, considerando que as possibilidades de controle do indivíduo sobre a realidade e sobre o próprio comportamento são fortemente influenciadas por dois fatores: as expectativas de resultado e as expectativas de eficácia pessoal. Bandura define expectativas de resultado como uma estimativa pessoal de que um dado comportamento levará à obtenção de certo resultado, enquanto as expectativas de auto-eficácia são definidas como a convicção sobre a própria capacidade para realizar com sucesso os comportamentos requeridos para produzir determinado resultado. Essas duas classes de expectativas diferem na medida em que uma pessoa pode acreditar que um curso de ação produzirá certo resultado, independentemente de acreditar que pode ou não desempenhar tal comportamento com sucesso.

As expectativas ou crenças de auto-eficácia referem-se, assim, a um julgamento pessoal das próprias capacidades para executar as ações necessárias para atingir certo objetivo. Tal conceito não diz respeito, portanto, às reais capacidades apresentadas pelos indivíduos, mas a uma percepção subjetiva das mesmas, envolvendo ainda uma avaliação pessoal da eficiência para utilizá-las adequadamente, com vistas à solução de determinados problemas, tarefas ou situações (Bzuneck, 2001).

Na teoria social cognitiva de Bandura (1989), é realçada a importância das crenças de auto-eficácia de uma pessoa, como um dos fatores determinantes de seus pensamentos, afetos, comportamentos e motivação. De acordo com essa teoria, o ser humano centra-se nos conhecimentos acerca de si próprio – entre os quais destacam-se as crenças de auto-eficácia - e nos conhecimentos acerca do seu ambiente, para planejar e executar cursos de ação.

Segundo Bandura (1989), a maneira pela qual a agência humana opera tem sido conceitualizada de três diferentes maneiras nas abordagens psicológicas: agência autônoma (supõe a liberdade ou autonomia absoluta do sujeito), agência mecânica (supõe o determinismo ambiental sobre a ação humana) e agência interativa. A teoria social cognitiva situa-se no modelo da agência interativa, baseando-se na hipótese da causalidade recíproca triádica, onde a ação, os fatores pessoais (crenças, expectativas, afetos) e os eventos ambientais operam como determinantes interativos, influenciando-se mutuamente.

Normalmente, utiliza-se o conceito de auto-eficácia para referir-se às crenças ou percepções do indivíduo sobre sua capacidade de desempenho em atividades específicas. Entretanto, deve-se considerar que a auto-eficácia pode ser mais ou menos geral ou específica, sendo que a auto-eficácia generalizada, conceito elaborado mais recentemente, corresponde às crenças na eficácia pessoal para lidar positivamente com desafios futuros em geral (Fontaine, 2005).

Alguns autores consideram que a auto-eficácia generalizada se aproximaria muito do auto-conceito, não tendo, portanto, uma especificidade conceitual própria (Bzuneck, 2001). Tal controvérsia conceitual ainda está longe de ser esclarecida. De qualquer forma, é importante lembrar que vários estudos (Okano et al, 2004; Stevanato et al, 2003; Carneiro, Martinelli e Sisto, 2003), têm evidenciado também a existência de correlação entre auto-conceito e desempenho escolar. Como afirmam Costa e Boruchovitch (2006), a idéia de que expectativas pessoais afetam o comportamento não é privilégio da teoria da auto-eficácia, sendo encontrada também em constructos de outras perspectivas teóricas, tais como: auto-conceito, atribuições de causalidade e percepção de controle.

As pessoas que possuem fortes crenças na eficácia pessoal estão convencidas de que possuem as competências necessárias para alcançar os seus objetivos ou que são capazes de adquiri-las e melhorar seu desempenho (Medeiros et al, 2000; Fontaine, 2005).

“Tais crenças influenciam as aspirações e o envolvimento com metas estabelecidas, o nível de motivação, a perseverança em face das dificuldades, a resiliência às adversidades, relacionando-se com a qualidade do pensamento analítico, a atribuição causal para o sucesso e fracasso e a vulnerabilidade para estresse e depressão” (Loureiro; Medeiros, 2004, p. 181).

Uma pessoa com elevadas crenças de auto-eficácia faz um julgamento das suas próprias capacidades, ou seja, avalia a sua própria inteligência, conhecimentos, habilidades, acreditando que as possui ou que pode adquiri-las e que, fazendo escolhas acertadas de cursos de ação, seleção e uso de estratégias, conseguirá realizar uma determinada tarefa num grau de qualidade definida.

Julgamentos sobre a eficácia pessoal também afetam a seleção de ambientes. As pessoas tendem a evitar atividades e situações que elas acreditam exceder às suas capacidades, enquanto prontamente tomam parte em atividades desafiadoras e selecionam ambientes sociais que se julgam capazes de manejar.

 

Motivação e auto-eficácia

A motivação é necessária para iniciar qualquer ação, mantê-la ou terminá-la. De acordo com Bandura (1989), a auto-eficácia percebida é um fator que desempenha um importante papel na motivação. É parcialmente com base nas crenças de auto-eficácia que as pessoas escolhem de quais desafios tomar parte (definição de metas ou objetivos), quanto esforço despender e o quanto perseverar em face das dificuldades encontradas.

Pessoas com elevadas crenças de auto-eficácia conseguem lidar melhor com as suas emoções, antecipam geralmente resultados positivos e têm percepções mais favoráveis quanto às suas capacidades atuais, o que resulta num padrão superior de motivação. O esforço se fará presente ao longo de todo o processo: mesmo na presença de obstáculos e fracassos, a persistência se fará presente até o cumprimento da tarefa.

As crenças de auto-eficácia geralmente afetam o funcionamento cognitivo, através da influência conjunta das operações motivacionais. Por exemplo, quanto mais fortes as crenças da pessoa em sua capacidade de memória, mais esforços ela devotará aos processamentos cognitivos envolvidos em atividades de memorização, o que tende a aumentar sua performance nesse tipo de tarefa. Pessoas que possuem dúvidas sobre suas reais capacidades sentem-se debilitadas quanto aos seus esforços ou desistem mais facilmente de suas tentativas (Bandura, 1989).

Para se cumprir uma tarefa não são exigidas apenas competências, mas também capacidade de auto-regulação, controle dos pensamentos negativos e controle das emoções. Ao se deparar com um objetivo a ser atingido, pessoas com elevado senso de auto-eficácia persistem mais no decorrer da ação, sendo que o esforço também influencia nos resultados. Tais pessoas lidam positivamente com os desafios, possuindo crenças mais otimistas.

As elevadas taxas de insucesso ou evasão escolar são, muitas vezes, atribuídas à falta de interesse ou motivação dos alunos. No contexto escolar, um aluno motiva-se ao realizar as atividades acadêmicas, caso acredite que possua os conhecimentos e habilidades necessários para a sua realização, abandonando os objetivos que pensa não ter condições de alcançar. Nesse sentido, os julgamentos de auto-eficácia tendem a atuar como mediadores entre as reais capacidades do indivíduo e o seu desempenho efetivo (Bzuneck, 2001).

 

Origem das crenças de auto-eficácia

As crenças de auto-eficácia têm sua origem em informações obtidas e processadas pelo sujeito, a partir de quatro fontes: experiências de êxito, experiências vicárias, persuasão verbal e indicadores fisiológicos (Bandura, 1977; Bzuneck, 2001; Medeiros et al, 2000; Fontaine, 2005).

As experiências de êxito são a fonte mais importante do desenvolvimento das crenças de auto-eficácia, pois constituem para um aluno “a prova de que consegue desempenhar os comportamentos ou executar as ações necessárias para a realização da tarefa, alcançando assim os objetivos pretendidos” (Fontaine, 2005, p. 123). O aluno se convencerá de que possui capacidades ao constatar, no decorrer de uma determinada tarefa - com um nível de dificuldade suficiente para mobilizar os seus recursos -, que está obtendo os resultados desejados, prosseguindo assim com mais êxito. A percepção de progresso real em uma tarefa pode promover a auto-eficácia para aprender.

As experiências vicárias, por sua vez, seriam aquelas decorrentes das observações e imitações do comportamento dos outros. Entretanto, elas só contribuirão para o desenvolvimento da auto-eficácia se a pessoa a ser imitada for um modelo social relativamente próximo do aluno e se as competências que manifesta parecerem acessíveis ao mesmo. A observação de colegas que conseguem bons resultados na realização das tarefas constitui um exemplo: ela motiva o aluno a iniciar a tarefa e a acreditar que também poderá obter resultados positivos. Por outro lado, se o colega que está sendo observado não obtiver êxito na realização das tarefas, o aluno (observador) se julgará também incapaz e poderá deixar de se empenhar na sua realização. O mesmo acontecerá se ele julgar que o colega é muito superior a si mesmo em termos de capacidade ou inteligência.

Em relação à persuasão verbal, a auto-eficácia também pode ser desenvolvida quando o aluno é comunicado de que possui capacidades e que pode alcançar os objetivos desejados na realização de uma determinada tarefa. Mas o aluno só acreditará que realmente é capaz, se tal opinião for convincente, partindo de uma pessoa que seja confiável e admirada por ele.

É importante salientar que tanto as experiências vicárias quanto a persuasão devem ser seguidas por experiências reais de êxito para serem plenamente eficazes na construção das crenças de auto-eficácia.

Por fim, os indicadores fisiológicos relacionados aos estados emocionais também podem ser outra fonte de desenvolvimento das crenças de auto-eficácia. Sentimentos como ansiedade, medo ou desânimo podem levar o aluno a se julgar incapaz para a realização de uma determinada tarefa. Já o bem-estar, o bom humor e o otimismo levam, por sua vez, o aluno a acreditar e confiar nas suas capacidades.

 

Relações entre auto-eficácia e desempenho escolar

Acredita-se que a auto-eficácia influencia o desempenho escolar e, ao mesmo tempo, é influenciada por ele, tendo implicações no desenvolvimento da criança como um todo. Os alunos com elevado senso de auto-eficácia tendem a se esforçar mais, o que acaba por influenciar a qualidade dos resultados e, direta ou indiretamente, a aquisição de competências, graças à persistência. Por outro lado, a consciência do seu progresso reforça a percepção de competência escolar. Mas as experiências de fracasso escolar também influenciam negativamente o desenvolvimento das crenças de auto-eficácia, podendo se associar a prejuízos de ordem emocional e comportamental. A percepção da ineficácia pessoal para alcançar os objetivos almejados diminui a auto-estima, podendo dar origem a sentimentos de depressão. As pessoas com baixas crenças de auto-eficácia evitam as situações potencialmente ameaçadoras, não por estarem bloqueadas pela ansiedade, mas porque acreditam ser incapazes de lidar com as mesmas (Bandura, 1989).

Entretanto, não basta o aluno acreditar que conseguirá executar determinada tarefa se esta estiver acima de suas reais capacidades. “Ou seja, os alunos não conseguirão executar tarefas que estejam acima de suas capacidades simplesmente porque acreditam que podem executá-las” (Bzuneck, 2001, p. 130). Assim, exagerar demais na auto-avaliação ou na crença de suas capacidades, provavelmente levará o aluno ao fracasso, com o conseqüente enfraquecimento da auto-eficácia. Entretanto, auto-avaliações otimistas a respeito da própria capacidade, quando não são excessivamente distantes da realidade, podem ser vantajosas (enquanto julgamentos muito realistas podem ter um papel auto-limitante). Se não forem exageradamente fantasiosas, tais crenças otimistas encorajam o esforço e a perseverança necessários para a obtenção de resultados pessoais e sociais.

É necessário um forte senso de eficácia para permanecer orientado para a tarefa em face dos julgamentos de fracasso. As pessoas que acreditam fortemente em suas capacidades para solucionar problemas permanecem altamente eficientes em termos de pensamento analítico quando se defrontam com situações complexas de tomada de decisão, enquanto aquelas que se atormentam com dúvidas sobre si mesmas são erráticas em seu pensamento analítico. A qualidade do pensamento analítico, por sua vez, afeta a performance dos resultados obtidos (Bandura, 1989).

Devem-se destacar também as influências das expectativas com relação aos resultados. Quando as pessoas crêem ser capazes de manifestar certos comportamentos que sabem que são eficientes para atingir determinado objetivo, coincidentemente manifestam suas expectativas de sucesso em determinada situação. Ou seja, pessoas com alta auto-eficácia, que acreditam possuir as competências necessárias para atingir determinado objetivo, esperam resultados favoráveis, já aqueles que não crêem nas suas capacidades, apresentando baixa auto-eficácia, invocam resultados negativos.

No caso dos alunos em sala de aula, as informações sobre a qualidade do desempenho devem ser valorizadas, servindo de motivação para os alunos acreditarem nas suas capacidades, buscando sempre resultados positivos. Nenhum aluno se motivará a realizar uma tarefa caso preveja um resultado negativo, mesmo sendo capaz de realizá-la:

“... somente depois de assegurado que o aluno detenha conhecimentos, habilidades e capacidades, além de possuir expectativas positivas de resultados, e que esses resultados sejam por eles valorizados, as crenças de auto-eficácia têm o poder de motivar os alunos porque é em função delas que ocorrerão a escolha, a direção e a persistência nos comportamentos de aprendizagem” (Bzuneck, 2001, p. 130).

Pessoas que recebem um feedback positivo, indicando o seu progresso em determinada tarefa, aumentam seu sentimento de auto-eficácia, promovendo uma sensação de controle sobre os resultados (quando estes dependem essencialmente da qualidade dos desempenhos da própria pessoa) e de forma indireta do desenvolvimento das competências.

A maior parte do comportamento humano, sendo propositado, é regulada pela previsão/antecipação, que se dá de diferentes maneiras: através da antecipação das conseqüências prováveis das próprias ações, do estabelecimento de metas, do planejamento de cursos de ações para produzir os resultados desejados. Através do exercício da previsão e dos padrões de auto-regulação, as pessoas motivam a si mesmas e guiam suas ações antecipadamente. A previsão é transformada em incentivo e guia para a ação através da ajuda de mecanismos auto-reguladores (Bandura, 1989).

No Brasil, ainda são poucos os estudos abordando a relação entre as crenças de auto-eficácia, a motivação e o desempenho escolar. Medeiros et al (2000) analisaram as relações entre o desempenho acadêmico, o senso de auto-eficácia e os aspectos comportamentais de um grupo de 52 crianças de ambos os sexos, alunos de 1ª a 4ª séries, na faixa etária de 8 a 11 anos, com nível intelectual pelo menos médio inferior. As crianças foram divididas em dois grupos: G1, composto por 26 crianças com dificuldade de aprendizagem, e G2, composto por 26 crianças com bom desempenho acadêmico. Como instrumentos, foram utilizados o Roteiro de Avaliação de Auto-eficácia e a Escala Comportamental Infantil A2 de Rutter, além do Teste de Desempenho Escolar. Os resultados da pesquisa mostram que “crianças encaminhadas com queixa de dificuldade de aprendizagem apresentaram um baixo senso de auto-eficácia e foram avaliadas pelos seus pais como tendo mais problemas comportamentais quando comparadas às crianças com bom desempenho escolar” (Medeiros et al, 2000, p. 335).

Outros estudos, citados por Bzuneck (2001) e desenvolvidos por Schunk, concluíram que “alunos com crenças mais robustas de auto-eficácia conseguiam resultados melhores na solução de problemas de matemática e em tarefas de leitura do que outros alunos com crenças mais fracas” (p. 119). Um importante trabalho de meta-análise sobre os resultados de 36 estudos publicados entre 1977 e 1988 focalizou a relação entre as crenças de auto-eficácia de alunos e o desempenho escolar ou perseverança. Os resultados apontaram para uma correlação entre essas variáveis, que tende a aumentar quando se utilizam escalas de avaliação da auto-eficácia contendo itens altamente relacionados a peculiaridades das tarefas (Multon et al, 1991, citado por Bzuneck, 2001).

Um outro estudo, realizado por Coimbra (2000, citado por Fontaine, 2005), também apontou a relação direta entre a percepção de auto-eficácia dos alunos e os seus resultados escolares. Coimbra observou esta relação em alunos do 9º ano de escolaridade e mais especificamente com os resultados em matemática e ciências. “Não sabemos se os alunos têm melhores resultados porque se sentem eficazes, ou se sentem eficazes porque tem melhores resultados” (Fontaine, 2005, p. 122). De todo modo, conclui-se que os bons alunos possuem auto-eficácia superior à dos alunos considerados fracos.

 

Justificativa e objetivos da pesquisa

De modo geral, as pesquisas realizadas sobre o tema tendem a indicar que fortes crenças de auto-eficácia têm relação direta com um melhor desempenho escolar (controlando-se o efeito de variáveis como conhecimento prévio e capacidade geral) e que tais crenças influenciam a seleção e o uso de estratégias eficazes de aprendizagem, ou seja, levam o aluno a escolhas acertadas de cursos de ação (Bzuneck, 2001).

Tendo em vista a suposta relevância do constructo auto-eficácia para o processo motivacional e a aprendizagem, objetivamos, nesta pesquisa, analisar a relação entre a percepção de auto-eficácia, em seus aspectos generalizados e específicos, e o desempenho escolar, em um grupo de alunos da 4ª série do Ensino Público Fundamental.

As séries iniciais do Ensino Fundamental são decisivas para o processo de escolarização, possibilitando a aquisição de habilidades e conhecimentos básicos que irão fundamentar toda a aprendizagem posterior. Nesse sentido, é importante estudar os fatores supostamente associados ao sucesso ou fracasso escolar, de modo a possibilitar intervenções pedagógicas que favoreçam aos alunos melhor rendimento, e que possam incrementar sua capacidade de se envolver nas situações de aprendizagem. Torna-se relevante, portanto, identificar fatores que possam ser melhor trabalhados pela escola, no sentido de aumentar a motivação e o desempenho escolar de todos os alunos.

Ainda pouco estudado no Brasil, o conceito de auto-eficácia parece contemplar uma variável de fundamental importância para a motivação e a aprendizagem. Sendo assim, estudos mais detalhados sobre sua relação com o desempenho escolar podem oferecer subsídios à elaboração de propostas educacionais mais eficientes, à melhoria dos processos de ensino-aprendizagem, bem como à formação de professores.

Caso se confirme a hipótese da relação entre auto-eficácia e desempenho escolar, seria necessário pensar na elaboração de estratégias educacionais que permitam aos alunos desenvolver crenças mais positivas em relação às suas capacidades de realização, de modo a utilizar as crenças de auto-eficácia como um recurso favorecedor do processo educativo.

 

Método

Local

A pesquisa foi realizada em uma escola da rede pública estadual, localizada na região central da cidade de Ribeirão Preto – SP, que atende a crianças de 6 a 10 anos e pré-adolescentes, alunos do 1º. Ciclo do Ensino Fundamental, advindos também de diversos bairros adjacentes.

Participantes

Participaram da pesquisa 34 alunos de duas salas de 4ª série, de ambos os sexos, com idade variando entre nove e onze anos, que voluntariamente se dispuseram a participar da pesquisa e que trouxeram o “Termo de Consentimento Livre e Esclarecido” devidamente assinado pelos pais ou responsáveis, após a leitura dos esclarecimentos sobre a pesquisa.

Material

Foi utilizado um questionário para avaliação da “Percepção de Auto-Eficácia”, elaborado a partir dos instrumentos utilizados por Coimbra e Fontaine (1999) e Medeiros et al (2000).

O questionário adaptado por Coimbra e Fontaine (1999) se propõe a medir a auto-eficácia generalizada, sendo composto por dez questões sobre a percepção da eficácia pessoal para lidar favoravelmente com problemas e desafios futuros em geral. Já o questionário elaborado por Medeiros e col. (2000) é composto por 20 questões mais específicas, abordando a percepção de auto-eficácia em relação a tarefas e situações escolares.

O instrumento utilizado na presente pesquisa mescla os dois questionários descritos anteriormente, sendo composto por 30 itens, 20 dos quais avaliam a auto-eficácia específica e 10 itens, a auto-eficácia generalizada. Assim, foi possível trabalhar com três tipos de escores de auto-eficácia: auto-eficácia específica, auto-eficácia generalizada e auto-eficácia total (referente à soma das respostas de auto-eficácia específica e generalizada). Quanto maior a pontuação obtida, maior o senso de auto-eficácia.

 

 

Procedimento

O projeto de pesquisa foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa, tendo sido aprovado.

Inicialmente foi realizado um estudo “piloto” do questionário de auto-eficácia elaborado, o qual foi aplicado em dois participantes voluntários, alunos da 4ª série, escolhidos aleatoriamente, a fim de permitir uma análise do instrumento em termos de sua clareza e compreensão. Os alunos que participaram desta etapa não apresentaram qualquer tipo de dúvida com relação às questões propostas, considerando-se assim que o questionário estava adequado ao nível de raciocínio e compreensão dos alunos dessa faixa etária, não sendo necessário realizar alterações no mesmo.

A aplicação coletiva do questionário “Percepção de Auto-Eficácia” aos participantes da pesquisa foi realizada na própria sala de aula. Cada participante recebeu um questionário, sendo logo em seguida realizada uma leitura coletiva, em voz alta, das instruções contidas no cabeçalho. Logo depois, individualmente e em silêncio, foram respondidas as afirmações presentes no questionário. Algumas dúvidas de interpretações surgiram ao longo do tempo, mas foram esclarecidas individualmente para cada aluno. Em cada uma das salas a aplicação do questionário demorou aproximadamente 30 minutos. Para efeito de análise, foram consideradas apenas as respostas dos alunos que, segundo as professoras, apresentavam-se alfabetizados e, portanto, em condições de ler e compreender o questionário.

Em um segundo momento, foi feito um levantamento do desempenho escolar dos participantes, através das notas obtidas no último bimestre letivo nas seguintes matérias: Português, Matemática, Ciências, História, Geografia, Educação Física e Educação Artística. Para facilitar os cálculos, os conceitos variando de A a E foram transformados em notas variando de 5 a 1.

Por fim foi calculada a correlação entre o resultado do questionário e o desempenho escolar dos alunos, através de análises estatísticas.

 

Resultados obtidos

A partir dos dados obtidos com a aplicação do questionário de auto-eficácia e o levantamento do desempenho escolar dos alunos, foram calculadas as correlações entre auto-eficácia e desempenho escolar, bem como entre os diversos tipos de auto-eficácia avaliados. Considerou-se “desempenho acadêmico” a soma das notas em Português, História, Geografia, Ciências e Matemática, e “desempenho total”, a soma das notas dessas disciplinas mais as notas de Ed. Física e Ed. Artística.

O cálculo de correlação é uma técnica estatística que permite determinar a força e o sentido da associação entre duas variáveis (Levin, 1987). No presente estudo, utilizou-se a correlação linear de Pearson (r), cujos coeficientes obtidos encontram-se na tabela 2.

 

 

Analisando as correlações obtidas na tabela 2, percebemos que todos os Coeficientes de Correlação de Pearson (r) calculados indicam que há associação positiva entre as variáveis, ou seja, há uma relação direta entre as mesmas. Assim, os sujeitos que obtêm uma alta pontuação nas escalas de auto-eficácia tendem a obter também um alto desempenho escolar e vice-versa. Os níveis de significância obtidos (p<0.01) indicam também que tais resultados podem ser generalizados para a população da qual a amostra faz parte, ou seja, para os alunos de 4ª série do ensino público.

Verifica-se também que a correlação entre a auto-eficácia específica e o desempenho acadêmico (r=0,53) foi mais elevada do que a correlação obtida entre a auto-eficácia generalizada e o desempenho acadêmico (r=0,46), o que pode ser explicado pelo fato de o conteúdo dessa primeira sub-escala estar diretamente relacionado às tarefas e situações escolares. A auto-eficácia generalizada correlacionou-se mais fortemente com o desempenho escolar total (r=0,49), quando são levados em conta também os conceitos de outras disciplinas menos “acadêmicas”, como Ed. Física e Ed. Artística.

É importante destacar que, embora as questões relativas à auto-eficácia generalizada apresentassem conteúdo mais vago e até certo ponto abstrato, as mesmas parecem ter sido compreendidas pelos sujeitos, verificando-se a existência de correlação positiva significativa da escala generalizada com as demais variáveis estudadas, seja em termos de desempenho escolar, seja em termos das demais escalas de auto-eficácia. Além disso, a correlação obtida entre a escala de auto-eficácia total e o desempenho acadêmico foi a mais forte de todas (r=0,59), o que sugere que pode ser desejável utilizar um instrumento para avaliar auto-eficácia que contemple tanto seus aspectos específicos quanto os generalizados.

 

Discussão dos resultados e implicações educacionais

O valor não muito elevado das correlações obtidas entre auto-eficácia e desempenho escolar pode ser explicado pelo fato de apenas os alunos alfabetizados e que trouxeram o termo de consentimento livre e esclarecido assinado terem feito parte da pesquisa. Isso pode ter enviesado a amostra no sentido de que apenas os melhores alunos (e/ou os mais responsáveis) tenham participado da pesquisa. Essa hipótese é viável, na medida em que as pontuações escolares obtidas foram iguais ou superiores à média (C) em mais de 90% da amostra, sendo que os escores de auto-eficácia localizaram-se acima do ponto médio da escala para praticamente todos os participantes. Esse fato reduz a variabilidade dos resultados, o que tende a reduzir também a magnitude das correlações obtidas.

Além disso, como afirma Bzuneck (2001), o desempenho escolar é função de vários fatores, sendo que as crenças de auto-eficácia constituem uma variável importante, porém não a única a ser levada em conta, ou seja, é fundamental considerar também, na explicação das variações no desempenho escolar, as reais capacidades e conhecimentos dos alunos.

É necessário salientar, ainda, que a presença de correlação entre auto-eficácia e desempenho escolar não indica uma relação de causa e efeito, ou seja, não é possível afirmar qual variável antecede a outra no tempo, por isso não é possível precisar qual delas é a causa e qual o efeito. Não se sabe até que ponto o bom desempenho escolar determina o alto sentimento de auto-eficácia, ou uma crença positiva sobre a própria eficácia influencia o bom desempenho escolar. O mais provável é que ambos os fatores se influenciem e reforcem mutuamente, conforme a hipótese de Bandura (citada por Fontaine, 2005).

No contexto escolar, os alunos com fortes crenças de auto-eficácia, que crêem possuir os conhecimentos e as habilidades necessárias para a realização de uma determinada tarefa, esperam e tendem a obter melhores resultados. Já aqueles que apresentam fracas crenças de auto-eficácia, não acreditando nas suas próprias capacidades, tendem a apresentar resultados negativos.

O bom desempenho acadêmico dos alunos também pode ser atribuído à persistência e esforço dos mesmos perante uma tarefa específica. Como a motivação escolar está fortemente ligada às percepções e crenças dos alunos, quanto maior a crença em suas capacidades para uma determinada tarefa, maior será o esforço e conseqüentemente melhor o resultado. Já os alunos que não possuem uma forte crença nas suas reais capacidades sentem-se desmotivados e tendem a desistir diante de novos desafios. Assim, o aluno faz um julgamento de suas próprias capacidades, uma auto-avaliação, sendo que, ao apresentar um baixo senso de auto-eficácia, tanto sua persistência como sua motivação perante as tarefas serão pequenas.

Como já foi destacado anteriormente, é nas séries iniciais do Ensino Fundamental que os alunos irão adquirir habilidades e conhecimentos básicos fundamentais para os períodos escolares posteriores. É também neste período que a criança começa a experimentar de forma mais intensa seus sucessos e fracassos, determinando suas crenças em suas capacidades, não só na vida escolar, mas também em situações mais gerais.

De acordo com Erickson (citado por Fiori, 1981), a escola constitui, para as crianças em idade escolar, uma importante fonte de cobranças e realizações, podendo contribuir para o desenvolvimento de sentimentos positivos com relação à sua capacidade produtiva, ou, pelo contrário, favorecer sentimentos de inferioridade e incapacidade.

Diante de resultados positivos, de sucessos desejáveis, o aluno se sente confiante, com elevada auto-eficácia, persistindo e se esforçando em frente das dificuldades. Entretanto, quando os alunos se deparam com o fracasso, diante das dificuldades, sentimentos de desânimo e vergonha prevalecem. Assim, os alunos que possuem um baixo desempenho escolar tendem a duvidar de suas reais capacidades evitando situações ameaçadoras e adquirindo um sentimento de inferioridade perante os outros.

O professor também tem um papel importante na construção das crenças de auto-eficácia dos alunos. Sentindo-se seguro e competente em sua profissão, com avaliações positivas acerca de sua eficácia docência, o professor tem maiores condições de favorecer o aluno na construção de suas crenças de auto-eficácia. De acordo com Bzuneck (1996, 2006), vários estudos têm demonstrado que a auto-eficácia docente está relacionada ao melhor desempenho dos alunos em diversas disciplinas, ao incremento das crenças de auto-eficácia dos próprios alunos (consideradas como variável determinante de sua motivação) e à adoção de estratégias mais adequadas para lidar com os chamados “alunos-problema”.

Uma maneira de o professor favorecer as crenças de auto-eficácia dos alunos seria propiciando aos mesmos experiências de sucesso na aprendizagem e oferecendo feedbacks positivos a respeito de seu desempenho, de modo a suscitar nos alunos maior persistência, motivação e, conseqüentemente, melhores resultados acadêmicos.

De acordo com Schunk (citado por Bzuneck, 2001), as crenças de auto-eficácia dos alunos podem ser incrementadas pelo professor se ele trabalhar com tarefas que apresentem objetivos ou metas específicas, bem definidas, que possam ser cumpridas num curto espaço de tempo e com nível adequado de dificuldade.

É importante também que o professor estimule o aluno, persuadindo-o de que ele possui as capacidades necessárias para a execução das tarefas e criando um clima emocional de segurança e afetividade em sala de aula. Caso contrário, o aluno poderá sentir-se inseguro, ansioso e desmotivado na realização das atividades propostas, devido ao fato de não se considerar suficientemente capaz para realizá-las.

 

Conclusão

Foi possível, diante dos resultados obtidos, confirmar a existência de uma associação importante entre percepção de auto-eficácia e desempenho escolar, em alunos da 4ª série do Ensino Fundamental. Tal associação, entretanto, não nos permite afirmar a existência de uma relação de causa e efeito entre esses aspectos, sendo provável que ambos os fatores se influenciem mutuamente.

É durante as primeiras séries escolares que o aluno começa a construir o conhecimento a respeito de suas próprias capacidades acadêmicas. E a escola tem um papel fundamental na construção de crenças mais otimistas de auto-eficácia no aluno, que assim desenvolverá maior motivação em frente às atividades escolares e persistência em frente às dificuldades, o que terá como conseqüência reflexos positivos no seu desempenho escolar.

 

 

Referências

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* Graduada em Pedagogia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto/ USP. Departamento de Psicologia e Educação
** Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto/ USP. Docente do Departamento de Psicologia e Educação. Contato: sdbarrera@ffclrp.usp.br

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