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Psicologia em Pesquisa

versión On-line ISSN 1982-1247

Psicol. pesq. v.2 n.2 Juiz de Fora dic. 2008

 

RELATOS DE PESQUISA

 

A compreensão de textos em condições de compartilhamento da atenção

 

 

Vânia Francisca Cícero de Sá HenriquesI, * ; Adriana Benevides SoaresII, III,**

I Faculdade Geremário Dantas – FGD
II Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO)
III Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

 

 


RESUMO

Este estudo propõe investigar a compreensão de textos em condições de compartilhamento da atenção. Participaram 75 alunos do Ensino Médio distribuídos em compreendedores bons e menos proficientes. Foi utilizado um questionário para coleta das variáveis sociodemográficas, um texto e seu respectivo questionário e um segundo texto que era visualizado no computador com seu questionário. A primeira etapa consistiu na aplicação do questionário do participante e do primeiro texto com seu questionário. Ao final desta etapa, foram classificados os participantes como bons e compreendedores menos proficientes. A segunda etapa consistiu em responder ao segundo texto e seu questionário em três condições diferentes: em silêncio; exposto ao som musical e ouvindo a narração de um jogo de futebol. Os resultados mostram que o grupo dos bons compreendedores apresenta melhor desempenho sob as três condições e que tanto bons quanto compreendedores menos proficientes têm melhor desempenho em condição de silêncio.

Palavras-chave: Foco de atenção, Compreensão de textos, Desempenho.


ABSTRACT

This study proposes to investigate the understanding of texts under sharing attention situations. 75 students from high school were divided in two groups: the high-quality proficient in text understanding and the less one . We used a questionnaire to collect socio-demographic variables, a text and its questionnaire and a supplementary text that was displayed on the computer with its questionnaire. The first step was to apply the questionnaire for the participant and the first text with his questionnaire. At the end of this phase, participants were classified as good and less proficient. The second step was to answer the second questionnaire and its text under three different conditions: in silence, exposed to a musical sound and listening to a football game narration. The results have shown that high-quality proficient in text understanding presents better performance under the three conditions and that high-quality proficient in text understanding and less one have better perform under silence situation.

Keywords: Focus of attention, Text comprehension, Performance.


 

 

A educação atual visa a desenvolver um indivíduo participativo, crítico e reflexivo para integrar-se à sociedade tendo condições de criar caminhos possíveis para o seu desempenho cognitivo e social. Por este motivo, precisa desenvolver certas habilidades, que lhe darão oportunidade de cada vez mais se integrar ao mundo de tecnologias e mudanças diárias.

Para isso é necessário que ele saiba perceber o entorno, relacionar-se com o novo e compreender o contexto em que está inserido. Dessa forma, o objetivo da educação sistemática (escola) é o de proporcionar ao aluno a oportunidade de desenvolver a sua compreensão do mundo através de metodologias específicas, como a de leituras de textos em sala de aula e debates sobre os mesmos, textos, com o intuito de formar alunos críticos e capazes de resolver problemas: estas são algumas das habilidades requeridas no desempenho do aluno do Ensino Médio.

Pozo (2002) ressalta que a cultura da aprendizagem direcionada para produzir saberes previamente estabelecidos deve dar passagem a uma cultura da compreensão, de análise crítica, de reflexão sobre o que fazemos e acreditamos e não só do consumo, mediado e acelerado pela tecnologia de crenças e modos de saberes fabricados fora de nós.

Para a apreensão da realidade, devemos desenvolver habilidades como o letramento e sua fluência, ressaltando a importância do universo da escrita que se manifesta através dos pequenos, médios e longos textos presentes em todo o nosso universo cultural.

Nesse cenário, o processo da compreensão efetiva de textos possibilita uma melhor destreza na leitura nos anos mais avançados de escolarização. Tal processo envolve uma série de elaborações, tais como a construção de representações mentais e o emparelhamento entre o estímulo textual e o conhecimento de mundo que é realizado através de processos mnemônicos e inferenciais. Essa elaborações acontecem mentalmente e necessitam de que a atenção esteja focada no estímulo externo, ou seja, no texto para que haja seleção e emparelhamentos adequados que permitam a compreensão.

A atenção é uma capacidade de selecionar parte do estímulo que está sendo captado para um processamento mais intenso, mas também tem sido encarada como sinônimo de concentração ou de estado mental, ou ainda como aspecto seletivo da percepção e da resposta ( Coquery ,1994; Eysenck & Keane, 2007 e Sternberg, 2000).

Coquery (1994) especifica que o conceito de atenção é utilizado para explicar que o organismo não emite a mesma resposta em condições de ambiente constante, para o mesmo estímulo ou grupos de estímulos. Entre outros conceitos, e para explicar essa variabilidade, alguns têm traços ou variações de eficácia dos sistemas receptores (adaptação, acomodação) ou efetores (cansaço); outros tratam das modificações mais ou menos duráveis ou reversíveis do organismo na sua totalidade (maturação, aprendizagem, motivação).

Para Sternberg (2000), tanto as pessoas leigas quanto os psicólogos cognitivos reconhecem a existência de pelo menos alguns limites nos nossos recursos mentais, e que há limites para a quantidade de informações nas quais podemos concentrar esses recursos mentais em qualquer tempo. O fenômeno psicológico da atenção possibilita-nos o uso criterioso de nossos limitados recursos mentais. Obscurecendo as luzes sobre muitos estímulos externos (sensações) e internos (pensamentos e memórias), podemos realçar os estímulos que nos interessam. Esse foco aumentado amplia a probabilidade de que possamos responder rápida e corretamente aos estímulos selecionados. Segundo o autor, a atenção elevada também abre caminho para os processos da memória, de modo que sejamos mais capazes de evocar a informação à qual prestamos atenção do que a informação que ignoramos.

A compreensão de um texto, segundo Rossi e Bert-Erboul (1990), relaciona-se à capacidade que o leitor tem de hierarquizar as informações e selecionar aquelas que consideram mais importantes, utilizando também um critério seletivo. Os processos responsáveis dessa seleção se relacionam aos níveis de compreensão atingidos depois de uma leitura. Existem, segundo Rossi & Bert-Erboul (1990), duas categorias de importância: (1) a importância estrutural e (2) a importância atribuída pelo leitor ou importância subjetiva.

A primeira refere-se à compreensão do discurso. Segundo Kintsch (1988), esta compreensão envolve a construção de uma representação do mesmo sobre a qual várias computações podem ser realizadas, e seus resultados são apresentados, evidenciando a compreensão. O indivíduo, ao compreender um texto, deverá ser capaz de responder questões sobre ele, lembrá-lo, parafraseá-lo e resumi-lo. Sendo assim, são utilizadas representações em um nível lingüístico e em um nível conceitual para representar ambos os significados, local e global, como também a estrutura de um texto (micro e macroestrutura) construindo a base de um texto que se torna então integrado a uma estrutura maior.

Kintsch (1978) relata um experimento em que os sujeitos, ao longo da leitura, fazem uma seleção de frases que eles consideram importantes para compreender e resumir o texto. Para estudar a pertinência dessa seleção, três níveis foram distinguidos: as unidades centrais (macroestrutura geral) que são essenciais à compreensão do texto, e contêm informações, consistindo em colocar o problema; o nível da argumentação, que tem como função fornecer as provas desse tipo de desaparecimento, explicar uma hipótese, enumerar os argumentos suscetíveis e explicá-los; o terceiro nível que é caracterizado pelos detalhes sem importância. As questões de compreensão destacavam essas três classes e mais aquelas questões fora do texto, que demonstravam os conhecimentos iniciais dos leitores sobre o tema abordado.

Quanto à segunda, questão, refere-se à importância subjetiva. O fato de os leitores apreciarem uma informação em função do seu conhecimento, do seu interesse e do seu objetivo. Assim, toda a informação que contradiz o conhecimento do leitor é julgada importante, mesmo que no texto ela seja secundária.

A capacidade seletiva do leitor que está tanto no processo atencional quanto no processo mnemônico e inferencial permitem ao aluno, se desempenhada adequadamente, de ao final da leitura de um texto ter um bom desempenho no reconhecimento interpretativo ao discutir, contar ou responder questões sobre o texto.

Sendo assim, a proposta desta pesquisa está em buscar respostas para a dificuldade que os alunos têm em compreender, em sala de aula e diante de interferências atencionais diversas, o texto lido. Dessa forma, o objetivo principal é o de analisar se diferentes interferências atencionais geram diferentes perturbações na compreensão de textos lidos.

 

MÉTODO

Participantes

A amostra foi constituída de 75 estudantes do ensino médio, da rede particular de ensino do município do Rio de Janeiro. A idade dos participantes variou de 15 a 18 anos, sendo 68 estudantes do gênero feminino e 7 do gênero masculino. 16 estudantes eram do 1o ano no ensino médio, 32, do segundo e 27, do terceiro.

Instrumentos / material

Foram utilizados três instrumentos para coleta dos dados: 1) um questionário do participante contendo informações sobre as variáveis sociodemográficas, 2) um texto e seu respectivo questionário contendo um total de 17 perguntas (5 perguntas sobre macroestrutura, 4 sobre argumentação, 4 sobre detalhes e 4 sobre inferências). Foi feita uma correlação bisserial item a item para a validação do questionário a ser aplicado. A informação sobre o item no sentido de prognosticar bem ou não em relação a um escore total foi analisado tendo como base um ponto de corte 0,25 (Henriques, 2004) e 3) um novo texto e seu respectivo questionário apresentados no computador com um total de 17 perguntas (contemplando 4 perguntas sobre macroestrutura, 5 sobre argumentação, 5 sobre detalhes e 3 sobre inferências). Foi também feita uma correlação bisserial item a item para a validação do questionário a ser aplicado. A informação sobre o item no sentido de prognosticar bem ou não em relação a um escore total foi analisado tendo como base um ponto de corte 0,25 (Henriques, 2004).

Procedimentos

A pesquisa foi composta de duas etapas. A primeira consistiu na aplicação do primeiro instrumento, ou seja, questionário do participante, e do segundo, questionário realizado a partir de um texto que continha 17 perguntas. Ao final dessa etapa, foram classificados bons e menos proficientes compreendedores de texto. A segunda etapa consistiu em, tanto para os bons compreendedores, quanto para os menos proficientes, responder ao terceiro instrumento em três condições diferentes: em silêncio; exposto a um som musical e ouvindo a narração de um jogo de futebol. Nessa etapa, os participantes realizaram o procedimento com o auxílio do computador e foram medidos os tempos de resposta.

 

RESULTADOS

1 – Resultados da primeira etapa

Os participantes foram divididos em dois grupos: bons e compreendedores menos proficientes de texto, segundo seu desempenho nas questões, a partir do cálculo da mediana do grupo. Dois grupos se constituíram: 45 bons compreendedores e 30 compreendedores menos proficientes.

O grupo formado pelos bons compreendedores (BC) obteve uma média de 48% de acertos nas questões, sendo que 43% correspondem à macroestrutura, 43% correspondem à argumentação, 66% correspondem às perguntas referentes aos detalhes e 41% correspondem às perguntas de inferências. Desse modo, os dados sinalizam que o grupo dos bons compreendedores (BC) demonstra um melhor desempenho nas questões referentes aos detalhes. Nas questões de macroestrutura e nas de argumentação, os alunos apresentam desempenho iguais, sendo esse desempenho um pouco acima do desempenho nas respostas às questões de inferência e abaixo do desempenho às respostas de detalhes .

Quanto ao grupo formado pelos compreendedores menos proficientes (MC), a média obtida corresponde a um total de 13% de acertos nas questões, sendo que 10% nas questões macroestruturais, 10% das questões de argumentação, 22% nas referentes aos detalhes e 9% às inferências. Pode-se observar que, mesmo em relação ao grupo dos menos proficientes (MC), as questões referentes aos detalhes são as que apresentam melhor desempenho pelos alunos, seguidas pelas questões de argumentação e macroestrutura e pelas de inferências, o que poderia indicar um tratamento superficial do texto em detrimento de uma compreensão mais profunda para ambos os grupos (Tabela 1).

2 – Resultados da segunda etapa

Nesta etapa os sujeitos foram divididos em três grupos iguais, ou seja 15 bons compreendedores para as condições de silêncio, som musical e jogo de futebol e 10 compreendedores menos proficientes para cada uma dessas condições.

Observa-se na Tabela 2 que, tanto o grupo dos bons compreendedores (BC), quanto o grupo dos compreendedores menos proficientes em condição de silêncio, não foram encontradas diferenças significativas em relação às questões macroestruturais, argumentativas, de detalhe e de inferência.

Nos dados descritos na Tabela 3, referente aos tempos de respostas em condição de silêncio, encontramos diferenças significativas entre bons e compreendedores menos proficientes t = – 4,39 (p < 0,01). Em relação às questões de macroestrutura, a diferença encontrada foi de t= -4,77 ( p<0,01), nas questões argumentativas t= -3,70 ( p<0,01), para as questões de detalhe t= -2,36 (p<0,05) e para as questões de inferências t= -2,95 ( p<0,05). Tais dados nos indicam que a condição de silêncio favorece o grupo dos bons compreendedores comparado ao grupo dos menos proficientes, sugerindo, assim, maior destreza para responder todas as questões do texto.

As Tabelas 4 e 5 mostram os resultados referentes à condição de som musical. Os dados da Tabela 4 mostram não haver diferença significativa entre bons e compreendedores menos proficientes em relação ao número de acertos das questões. Quanto aos tempos de resposta, os dados da Tabela 5 mostram uma diferença significativa entre bons e compreendedores menos proficientes relacionada às questões de detalhe t= 2,18 ( p<0,05).

Na condição de som musical, tanto os bons compreendedores quanto os compreendedores menos proficientes obtiveram menores tempos de respostas para as questões de detalhe.O menor tempo está evidenciado no grupo dos compreendedores menos proficientes. Esse resultado, mais uma vez, sugere que o grupo provavelmente se deteve em elementos superficiais do texto, não dando a devida importância para aspectos considerados mais estruturais.

As Tabelas 6 e 7 referem-se à condição de jogo de futebol. Os dados da Tabela 6 mostram não haver diferença significativa entre bons e compreendedores menos proficientes em relação ao número de acertos. Na Tabela 7, esse mesmo grupo apresentou uma diferença significativa entre bons e compreendedores menos proficientes relacionada às questões de detalhe t= -3,85 ( p<0,01) e inferência t= -2,38 ( p<0,05) nos tempos de resposta. Para a condição de jogo de futebol, tanto o grupo dos bons compreendedores quanto o grupo dos compreendedores menos proficientes, obtiveram-se menores tempos de resposta para as questões de detalhe e de inferência, e os menores tempos estão evidenciados para o grupo dos bons compreendedores.

 

DISCUSSÃO

Os participantes da amostra formam um grupo homogêneo quanto à compreensão de textos, pois, em todas as condições, os grupos da amostra obtiveram uma média abaixo de 50,0% de acertos e longos tempos de resposta. Não foram encontradas diferenças significativas quanto ao número de acertos em nenhuma das três condições, entretanto para os tempos de resposta os bons compreendedores respondem em geral mais rapidamente nas questões que se referem à estrutura do texto (macroestrutura e argumentação) em condição de silêncio. As condições de ruído (som musical ou jogo de futebol) interferem igualmente para os dois grupos, aumentando os tempos de resposta da condição de silêncio para as condições de ruídos.

Quanto à condição de silêncio, os dados vão ao encontro do pensamento de Ross (1979) quando relata que o leitor precisa estar apto a selecionar dentre os muitos estímulos do ambiente, os poucos que são decisivos para o que chamamos de leitura. Se um leitor ainda não adquiriu a capacidade de manter a atenção seletiva, ser-lhe-á difícil ou impossível ler. Silva (1999) afirma que a atividade mental é direcional e seletiva, e é responsável pela escolha dos estímulos que representam o foco de maior interesse em um dado momento e têm grande importância para a realização de determinadas tarefas. Luria (1979) entende também que a seleção dos estímulos e o direcionamento da atividade mental seriam mediados, entre outras coisas, pela importância e pelo interesse na tarefa. Em condição de silêncio, a seletividade de estímulos se dá fundamentalmente entre aqueles referentes ao texto uma vez que não há interferência de outros estímulos auditivos. Bons compreendedores de texto, como especialistas em resolver problemas (Anderson, 2004, Hampson & Morris. 1996), tendem a tratar os estímulos em profundidade, detendo-se ao tema e aos argumentos que são desenvolvidos pelo autor; por isso, possivelmente, apresentam melhores desempenhos do que os compreendedores menos proficientes que se detêm em detalhes sem importância na compreensão geral do texto.

Quanto às condições de ruído, de som musical e jogo de futebol, o que se destaca é a diferença encontrada entre os grupos para a condição de jogo de futebol. Este tipo de ruído semântico, em contraposição ao ruído de som musical e silêncio, fez com que os grupo se diferenciassem e que os bons compreendedores pudessem evidenciar melhor desempenho, sobretudo das questões relativas à inferência e aos detalhes.

A atenção sustentada segundo Sisto, Noronha, Lamounier, Rueda e Bartholomeu (2006) é entendida como a capacidade de manter-se vigilante por um longo período de tempo. Assim, quando uma pessoa é incapaz de manter a atenção focada, pode-se supor que ela apresente algum problema de atenção Gaddes e Edgell (1994) ou que outros estímulos mais relevantes naquele momento fazem com que o foco da atenção se desloque. Nesse caso, os estímulos selecionados do texto-alvo podem ser inadequados (preferência pelos detalhes) e o emparelhamento estímulo-conhecimentos anteriores, inadequado (inferências). A influência da interferência externa é também agravada em função da destreza com que se desempenha a tarefa (Hoc, 1987, Costermans, 1998). Bons compreendedores, embora possam ter seu desempenho diminuído pela interfência dos estímulos sonoros, ainda apresentam melhor desempenho do que os compreendedores menos proficientes. Segundo Tanaka (2008), o campo da atenção engloba a atividade do sujeito, sua motivação e interesse e seu grau de automação, ou seja, sua proficiência na tarefa.

A notável mudança de paradigma sobre a popularização da informação viu-se acompanhada por uma outra, representada por estudos da mente humana e por meios que utilizam para assimilar conhecimentos e construir relações entre a ação do sujeito sobre o mundo. As ciências cognitivas trazem novas teorias sobre a mente e, portanto, sobre a inteligência, memória e aprendizagem, contribuindo significativamente para que o professor saiba identificar em seus alunos a dificuldade em processar a informação em sala de aula mediante interferências externas (barulhos) desmistificando, assim, o conceito de que o aluno em muitos casos não aprende porque “não presta atenção”, não tem interesse ou está desmotivado. É importante que o professor perceba que esse procedimento do aluno pode ser também uma dificuldade natural de aprendizagem, pois existem casos em que o aluno não consegue deter o foco de atenção quando estímulos intervenientes estão presentes.

Segundo Tonelotto (2002), é urgente ampliar a compreensão das possíveis variáveis que influenciam o desempenho escolar, de forma a promover procedimentos eficazes de intervenção: assim, por exemplo, os estudos da atenção entre outros.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

REFERÊNCIAS

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*Pedagoga, mestre em Psicologia, Professora da Faculdade Geremário Dantas – FGD.
** Psicóloga, doutora em Psicologia, Profª da Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO) e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro. Contato: Av. Bartolomeu Mitre 390-402 Cep. 22431-000 – Leblon, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. TeleFax: (21) 2274-8407 / E-mail: adribenevides@gmail.com

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