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Psicologia em Pesquisa

versão On-line ISSN 1982-1247

Psicol. pesq. vol.5 no.2 Juiz de Fora dez. 2011

 

EDITORIAL

 

Crescendo e Ampliando a Representatividade

 

Apesar de todas as dificuldades para se manter um periódico institucional no Brasil, PSICOLOGIA EM PESQUISA encerra seu quinto ano de existência com motivos para comemorar. Além da renovação do apoio financeiro da FAPEMIG, houve uma ampliação significativa de sua indexação em bases de dados nacionais e internacionais, sendo que novas indexações já estão sendo preparadas. Além disso, o número de manuscritos submetidos ao longo do ano superou de longe o dos anos anteriores, o que para nós é um indicador do reconhecimento e da confiança em nosso trabalho por parte da comunidade acadêmica brasileira.

O segundo número desse quinto volume reforça nossa política editorial de preservar a pluralidade tanto das áreas temáticas quanto das abordagens metodológicas, além de buscar contribuições inéditas de um número cada vez maior de autores.

A ampliação da representatividade de PSICOLOGIA EM PESQUISA fica evidente já no primeiro artigo, de autoria de Duane Davis, professor da Universidade da Carolina do Norte nos EUA. O Prof. Davis nos brinda com um ensaio profundo sobre a significação da obra de Merleau-Ponty para a psicologia, a partir de uma análise do livro “A Estrutura do Comportamento”.

Dando continuidade à reflexão teórica sobre os fundamentos da pesquisa psicológica, Simanke examina algumas dificuldades envolvidas na proposta atual de aproximação entre a fenomenologia e as ciências cognitivas, sobretudo no que se refere ao conceito de natureza. Além disso, sugere que a obra do filósofo francês Merleau-Ponty pode servir de base para a solução daquelas dificuldades.

Saindo do plano puramente teórico e adentrando o campo das pesquisas empíricas, Fonseca e Carlotto realizam um estudo sobre a relação entre afastamento do trabalho e saúde mental do trabalhador entre 219 servidores do poder judiciário no Rio Grande do Sul. Os resultados revelaram uma maior prevalência de transtornos de humor em relação aos afastamentos.

No que diz respeito à prática psicológica, Lobo, Flach e Andretta discutem e defendem o treinamento de pais como estratégia fundamental na terapia cognitivo-comportamental para crianças com transtornos externalizantes. Além disso, sugerem as implicações dessa estratégia para a prevenção e a promoção da saúde.

No quinto artigo, Mayorga, Nascimento, Pinto e Pinto realizam um estudo documental sobre a produção acadêmica na psicologia social em Minas Gerais, tomando como base os dez primeiros números publicados no periódico Psicologia e Sociedade. O estudo revela uma forte vinculação dos autores com a UFMG, além de uma predominância temática da psicologia comunitária e da análise institucional.

Em seguida, Aliane, Mamede e Furtado fazem uma revisão sistemática da literatura sobre fatores de risco associados à depressão pós-parto em três bases de dados. Como resultado, eles encontraram que os fatores de risco mais frequentemente citados pertenciam ao agrupamento de fatores psicológicos/psiquiátricos.

No penúltimo artigo, Baptista et al. Também realizam uma revisão sistemática da literatura, entre 2000 e 2009, mas desta vez direcionada para a avaliação psicológica no contexto do trabalho. Apesar dos resultados evidenciarem um aumento de artigos envolvendo a avaliação psicológica no contexto do trabalho, ainda há uma carência de produção em relação ao tema no Brasil.

Encerrando a seção de artigos, Pereira et al. apresentam um estudo bibliométrico em três bases de dados internacionais, no período de 2006 a 2009, sobre a relação entre fobia social e o uso de álcool. Os resultados indicaram uma grande variabilidade de instrumentos e participantes, além de uma forte predominância dos EUA na produção da área.

Para encerrar este número de PSICOLOGIA EM PESQUISA, temos uma entrevista especial com a Prof. Ana Maria Jacó-Vilela e uma resenha do livro “História da Psicologia Moderna”, de J. Goodwin, publicado pela Editora Cultrix.

Saulo de Freitas Araujo