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Psicologia em Pesquisa

versão On-line ISSN 1982-1247

Psicol. pesq. vol.5 no.2 Juiz de Fora dez. 2011

 

ARTIGOS

 

Análise Bibliométrica dos Estudos sobre Fobia Social e o Uso de Álcool

 

Bibliometric Analysis of Studies about Social Phobia and Alcohol Use

 

 

Sabrina Maura Pereira I; Francesca Stephan Tavares I; Letícia Côrtes de Souza II; Auxiliatrice Caneschi Badaró II; Daniel Alexandre Gouvêa Gomes II; Fabrícia Souza Peres II; Leonice Bárbara de Rezende II; Lélio Moura Lourenço I

I Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Juiz de Fora
II Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Juiz de Fora

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

A Fobia Social ou o Transtorno de Ansiedade Social é definido como um medo excessivo e persistente de uma ou mais situações sociais de desempenho. O presente estudo teve por objetivo realizar um levantamento bibliométrico de artigos indexados nas bases de dados Pubmed, PsycInfo e Web of Science, no período de 2006 a 2009, a partir do cruzamento dos descritores Social Phobia AND Alcohol. O resultado da análise de 37 artigos evidenciou diferentes tipos de instrumentos e participantes, além de maior produção advinda dos EUA. Algumas investigações ressaltaram também que a fobia social foi precedente ao uso de álcool. Verifica-se neste trabalho a importância de estudos na área para compreender melhor o diagnóstico, tratamento e prognóstico presentes nesta associação.

Palavras-chave: Fobia social; transtorno de ansiedade social; álcool; bases de dados.


ABSTRACT

Social Phobia or Social Anxiety Disorder is defined as an excessive and persistent fear of one or more social performance situations. This study sought to identify and describe articles published in Pubmed, PsycInfo and Web of Science databases from 2006 to 2009 by crossing the descriptors Social Phobia AND Alcohol. The result of the analysis of 37 articles showed different types of instruments and participants as well as a production predominantly centered in the U.S.A. Some studies also highlighted that social phobia preceded the use of alcohol. The relevance of further studies focusing on the understanding of the diagnosis, treatment and prognosis found in this association was verified.

Keywords: Social phobia; social anxiety disorder; alcohol; databases.


 

 

A fobia social ou transtorno de ansiedade social é caracterizado pelo Manual de Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais – DSM-IV-TR – da Associação Psiquiátrica Americana (2002) como um medo excessivo e persistente de uma ou mais situações sociais ou de desempenho, nas quais o indivíduo pode sentir-se envergonhado ou embaraçado diante da situação ou do desempenho; além de ter medo de ser observado, julgado ou humilhado por outras pessoas.

A fobia social é uma ansiedade clinicamente significativa provocada pela exposição a certos tipos de situações sociais ou de desempenho, levando, frequentemente, ao comportamento de esquiva (DSM – IV, 1994). Caracteriza-se por um medo ou ansiedade excessiva diante das situações sociais (Nardi, 2000), acarretando prejuízos graves em diferentes áreas da vida do indivíduo, como trabalho, escolaridade, atividades sociais, etc. (D'El Rey & Pacini, 2005a).

Há dois subtipos de fobia social: o generalizado e o circunscrito (ou não-generalizado). O primeiro subtipo é o mais incapacitante, os indivíduos sofrem de maior comprometimento e de ansiedade mais grave relacionada tanto a situações de desempenho quanto a situações que requerem interação, como iniciar uma conversar, participar de pequenos grupos, comparecer a festas. O segundo subtipo é restrito a uma ou duas situações de desempenho, como falar em público, escrever ou comer na frente de outras pessoas (Knijnik, Kruter, Cordioli & Kapczinski, 2005).

As causas para o aparecimento da fobia social são bastante discutidas entre os pesquisadores. Para Knijnik (2008), o surgimento da fobia social possui causas múltiplas, um resultado das interações dos fatores genético, biológico, psicológico, cognitivo, comportamental e psicodinâmico. Segundo Terra (2005), o início dos sintomas da fobia social ocorre tipicamente antes ou durante a adolescência, quando os relacionamentos sociais e interpessoais são importantes para a formação da identidade.

O estudo realizado nos Estados Unidos pelo National Comorbidity Survey (NCS) mostrou que a prevalência ao longo da vida para a fobia social é de 13,3%; a presença do transtorno na vida durante 12 meses é de 7,9% e em 30 dias 4,5% (Kessler, McGonagle, Zhao, Nelson, Hughes, Eshleman et al., 1994). Estudos em países ocidentais têm estimado a prevalência do transtorno de ansiedade social em 7 a 13% (Furmark, 2002).

Quanto à manifestação da fobia social por gênero, estudos epidemiológicos têm elencado que a prevalência de fobia social na população em geral pode variar de 3 a 13%. Estes valores variam em função dos limites definidos para quantificar o desconforto clínico e os tipos de situações sociais. Há maior aparecimento desse transtorno nas mulheres do que nos homens (Furmark, 2002; Rodríguez, Caballo, García-López, Alcázar & López-Gollonet, 2003). O estudo de Kessler et al. (1994) sugere que a presença da ansiedade social ao longo da vida é de 15,5% no sexo feminino é 11,1% no masculino.

A literatura tem evidenciado que fóbicos sociais têm chances de desenvolverem comorbidades (Rodríguez et al., 2003). Segundo o NCS, 81% dos pacientes com fobia social têm alguma comorbidade. Dado corroborado também nas amostras clínicas de Nardi (2000) e Falcone (1995), apontando que cerca de 80% dos pacientes com transtornos de ansiedade social relatam pelo menos uma outra doença psiquiátrica.

Com isso, as comorbidades mais frequentes da fobia social são: fobia simples, abuso ou dependência de álcool, depressão maior, transtorno do pânico, uso/abuso de substâncias psicoativas (Falcone, 1995; Rodríguez et al., 2003; Knijnik et al., 2005; D'El Rey & Pacini, 2005b).

A dependência do álcool se encontra entre os transtornos mentais mais frequentes e muitas vezes associados com transtornos afetivos, de ansiedades e de personalidades (Kessler et al. 1994).

Estimativas da prevalência de transtorno de ansiedade social comórbido com o uso desordenado de álcool é de aproximadamente 20% dos pacientes tratados com transtorno de ansiedade social, e 15% das pessoas que receberam tratamento de alcoolismo possuem esse transtorno (Thomas, Thevos & Randall, 1999).

Segundo Lépine e Pélissolo (1998), a relação entre fobia social e álcool é complexa. Os problemas com o álcool aparecem secundariamente à fobia social atuando como estratégia de enfrentamento dos sintomas de ansiedade. Na pesquisa realizada por eles, aproximadamente 26% de pacientes diagnosticados fóbicos sociais possuem também o diagnóstico de alcoolismo, da mesma forma, 21% de alcoolistas apresentam a fobia social como transtorno.

Este dado também foi encontrado por Pirkola, Poikolainen e Lönnqvisti (2006), que mostraram que, pelo menos, um quinto dos participantes diagnosticados com transtorno depressivo e de ansiedade apresentaram dependência de álcool; confirmando a possível relação entre os dois fatores.

De acordo com um estudo realizado por Terra, Figueira e Barros (2004), pacientes com fobia social têm duas vezes mais chances de ter problemas com álcool que não fóbicos e indivíduos com problemas de alcoolismo têm nove vezes mais chance de ter fobia social que o resto da população. Dos pacientes internados, devido a problemas com álcool, 39% tinham fobia social e em todos esses a fobia precedia a dependência de álcool. Os autores perceberam que inicialmente o álcool tinha o impacto de diminuir os sintomas fóbicos sociais, no entanto a situação agravase posteriormente.

Esse dado também foi encontrado na pesquisa de Bittencourt, Oliveira e Souza (2005), onde dos 100 participantes internados por dependência de álcool, observou-se que 35% do total da amostra foram diagnosticados com fobia social.

Segundo o estudo de Paiva (2010), realizado no Hospital Ana Nery na cidade de Juiz de Fora com homens internados para tratamentos de alcoolismo, os resultados indicaram a associação entre fobia social e consumo de álcool, corroborando com dados da literatura. O estudo também apontou uma elevada porcentagem de prováveis casos de agorafobia (34% da amostra), indicando que a ansiedade parece estar mais associada às situações extremas de solidão e multidão, bem como de lugares abertos e fechados.

Segundo Rodríguez et al. (2003), diversos estudos com populações clínicas tem evidenciado que a fobia social precede o abuso/dependência de álcool e também outras substâncias tóxicas. Afirmação esta reforçada pela hipótese da automedicação, onde o fóbico social utilizaria o álcool para reduzir a ansiedade e controlar seus medos e tensões para enfrentar as situações temidas (Barlow, 1999; Book & Randall, 2002; Nardi, 2000).

Neste sentido, a explicação para a comorbidade entre fobia social e o abuso /dependência apontada por alguns estudos é que muitos desses indivíduos ingerem álcool em excesso para reduzirem sua ansiedade social. Em mais de 40% dos casos de pacientes com transtorno de ansiedade social, especialmente do tipo generalizado, eles tentam controlar seus medos, tensões e ansiedades usando álcool ou drogas, como um tipo de automedicação para diminuir a ansiedade (Book & Randall, 2002; Nardi, 2000).

Para Carrigan e Randall (2003), essa automedicação é explicado pela crença que o álcool diminui o desconforto e a ansiedade, o que favorece a continuação do seu uso.

É possível que a expectativa positiva – acreditar que o álcool acalmará a ansiedade social – desempenhe um papel de relação entre a ansiedade social e o uso de álcool. Diferenças de expectativas podem explicar porque nem todos usam o álcool para suportar seus medos (Book & Randall, 2002).

Diante disto, o presente trabalho, além de contribuir no estudo e compreensão dessas duas patologias emergentes na contemporaneidade, teve como objetivo avaliar os indicadores bibliométricos da literatura científica no que diz respeito à fobia social e ao uso de álcool, e também de analisar os trabalhos realizados nessa área e investigar seus principais resultados.

 

Método

A pesquisa bibliométrica buscou encontrar artigos indexados nas bases de dados do periódico Centro de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior (CAPES) sobre a Fobia Social e Álcool e analisar o conteúdo da produção encontrada, visando fornecer uma espécie de panorama acerca das publicações com essa temática. O Portal Periódicos CAPES é uma biblioteca virtual que reúne e disponibiliza às instituições de ensino e pesquisa no Brasil a produção científica nacional e internacional por meio da democratização do acesso online às informações científicas de alto nível.

Neste sentido, foi realizada uma busca eletrônica dos artigos indexados nas bases Pubmed, PsycInfo e Web of Science, no período entre 2006 a 2009 . A escolha das bases considerou o aspecto clínico/saúde da Pubmed; o aspecto psicológico da PsycInfo e o caráter multidisciplinar da Web of Science.

A busca em cada uma das referidas bases foi norteada pela associação das expressões "Social Phobia"com as palavras "Alcohol". Assim, a obtenção dos artigos ocorreu através do cruzamento dessas palavras utilizando o operador "AND", para limitar a pesquisa nestes dois termos.

Como resultados de busca obteve-se 200 publicações nessas bases. A partir disto, houve uma seleção dos artigos através de uma leitura prévia dos mesmos. Para tal, utilizou-se como critério de inclusão: 1) periódicos indexados; 2) artigos publicados entre 2006 e 2009; 3) estudos publicados em inglês, português, francês; 4) estudos teóricos/revisões, estudos empíricos/ pesquisas, relato de experiência/estudo de caso; 5) referências pertinentes ao tema, tendo como enfoque norteador o estudo da comorbidade entre fobia social e álcool.

Diante disto, foi realizada uma análise desses resumos, onde se verificou que dois estavam publicados em alemão e húngaro, respectivamente, setenta e dois estavam em duplicidades. Foram excluídos setenta e nove artigos, que apesar de serem reconhecidos com as palavras-chave, não apresentavam relação direta com a fobia social e álcool. Desta forma, quarenta e sete artigos foram todos lidos na íntegra, para verificar suas características e analisá-las.

Após a aplicação dos critérios de elegibilidade, resultaram 37 artigos que atendiam à temática estudada. Esses artigos foram analisados sistematicamente por se adequarem ao delineamento e serem relevantes para os objetivos do presente estudo.

Durante a leitura dos artigos, foram analisados os indicadores bibliométricos presentes nos campos de indexação fornecidos pelas bases, discriminando os seguintes itens: tipo de estudo; delineamento do estudo; país de publicação; periódico; ano de publicação; nome do primeiro autor; palavras-chave; tipo da amostra; sexo da amostra e instrumentos. Os dados coletados foram organizados em uma planilha do software Excel, visando facilitar a identificação e a análise.

 

Resultados

O estudo bibliométrico sobre a Fobia Social e o uso de Álcool é importante para que se possa verificar características das pesquisas existentes e possibilidades de pesquisas futuras.

A análise completa dos 37 artigos (Tabela 1) mostrou que há maior prevalência de metodologia quantitativa (33 artigos). O delineamento de estudo mais utilizado foi o transversal, aparecendo em 64.87% dos estudos (24 artigos), seguido pelo longitudinal com 16.22% (6 artigos) e revisão literária com 8.10% (3 artigos). Ainda foram encontrados quatro artigos que utilizavam outros delineamentos, como, por exemplo, o estudo de caso, e compreendiam 10.81% dos artigos analisados.

 

 

Como principais países de publicação encontramos os Estados Unidos com 17 artigos indexados (46%) e Alemanha, Brasil e Reino Unido com 3 artigos publicados (8.1%) cada. Os outros 11 artigos analisados (29,75%) foram publicados em 7 países diferentes. O periódico que mais apresentou artigos indexados foi o Journal of Anxiety Disorders com 3 artigos indexados (8.1%), seguido por 7 periódicos, com duas publicações cada, os quais totalizaram 37,85% dos artigos.

Na Tabela 2, percebe-se um grande número de periódicos com apenas uma publicação pertinente ao tema pesquisado. Dos 37 artigos analisados, 20 artigos encontrados estão indexados em vinte periódicos diferentes totalizando 54,05%.

 

 

Sobre o ano de publicação foram encontradas 15 publicações no ano de 2006 (40.54%), 8 em 2007 (21.62%), 8 em 2008 (21.62%) e 6 em 2009 (16.22%). A análise do nome do primeiro autor verificou-se a presença de Buckner, J.D., Ham, L.S. e Terra, M.B. com 3 artigos publicados cada um, totalizando 24,3% da produção estudada. Na publicação de dois artigos cada encontrou-se Marquenie, L.A. e Stevens, S., totalizando 10,82% da amostra geral. Os autores com uma publicação apenas corresponderam a 64,87% dos 24 artigos.

A verificação das palavras-chave mais encontradas foram Comorbidity, Social Anxiety e Social Phobia, cada uma aparecendo em 10 artigos (6.41%) de todas as 156 palavras-chave encontradas. Destaca- e a aparição de 63 palavras-chave (40.38%) que foram utilizadas apenas 1 vez nos 37 artigos analisados. É pertinente destacar, também, o uso da palavra-chave Risk Factors, elencada em oitavo lugar, sendo utilizada em 4 artigos (2,56%), abaixo das palavras-chave associadas ao tema fobia social, comorbidade, álcool e depressão; como pode ser observado na Tabela 3.

 

 

Quanto ao tipo de amostras utilizadas nos artigos encontrados, pode-se categorizá-las em quatro tipos amostrais: população em geral, população clínica (transtornos de ansiedade e/ou alcoolistas, atendidos em ambulatórios ou clínicas), estudantes e usuários de álcool.

Os resultados encontrados nesta análise foram que 16 artigos (43.24%) utilizaram, como amostra, populações clínicas, formadas por fóbicos sociais e alcoolistas. Estudos que utilizaram como amostra a população em geral e estudantes tiveram 8 artigos cada. Sobre a categoria usuários de álcool foram encontrados 2 artigos (5.41%).

Sobre o sexo dos participantes da amostra, encontraram-se 25 artigos que utilizavam uma amostra composta por ambos os sexos (67.57%). Apenas 9 artigos eram compostos ou por homens (5 artigos ou 13.51%) ou por mulheres (4 artigos ou 10.81%).

Quanto aos instrumentos mais utilizados nos artigos encontrados foram: Liebowitz (6.25%), Inventário de Depressão Beck (3.75%) e Social Phobia Scale (3.75%). Além de entrevistas semiestruturadas presente em 10 artigos ou 12.5% do total da amostra.

 

Discussão

Diante dos resultados apresentados pode-se observar que há uma grande produção de artigos envolvendo aspectos da fobia social e álcool, no entanto, ao aplicar o critério de elegibilidade, pode-se perceber que houve uma redução considerável, já que foram descartados temas que coadunassem com a fobia social e álcool, como depressão e drogas psicoativas.

Nota-se que grande parte da publicação adveio dos Estados Unidos, fato que evidencia um maior investimento na produção científica. Observa-se também que o Brasil, considerado um país em desenvolvimento, esteve com o mesmo número de publicações que outros países desenvolvidos. Segundo Barreto (2006), isto é um resultado de maior crescimento da produção brasileira no panorama mundial nas últimas duas décadas. Observa-se que estes artigos foram produzidos pelo mesmo autor cuja vinculação institucional é a Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre.

No que se refere ao periódico, ele é um meio de comunicação importante, pois possibilita a divulgação dos dados e disseminação dos conhecimentos (Targino & Garcia, 2000). Diante disto, observa-se que há uma diversidade de revistas, o que pode indicar diferentes abordagens, ou seja, a produção científica encontra-se dispersa, não há uma predominância de publicação em uma revista específica.

Em relação à análise do primeiro autor, verificou-se que não há uma concentração de apenas um único autor a publicar. Ao analisar os trabalhos de Buckner, Ham, e Terra, nota-se que estes publicaram seus artigos em periódicos diversos, o que infere que apesar destes se dedicarem a essa temática, eles procuram divulgar seus resultados em meios de comunicação diversos e não apenas em revistas que contemplem a temática discutida.

Segundo Pacheco (2005), a produção científica tem um papel fundamental, pois contribui à Ciência, intensifica o ensino e o saber científico. Então, analisar a produção durante o período determinado possibilita uma visualização das publicações que ocorrem durante o ano. No entanto, os resultados evidenciaram que houve um decréscimo de publicações na evolução anual comparando os artigos encontrados entre 2006 e 2009.

Em relação às palavras-chave utilizadas pelos artigos, destacam-se Comorbidity, Social Anxiety e Social Phobia. Ou seja, palavras essas que se relacionam e que evidenciam uma possível correlação, já que a fobia social tem associação com outras morbidades, como por exemplo, o álcool.

Ressalta-se o aparecimento das palavras-chave associadas ao tema depressão e fatores de risco, pois vão para além dos temas delineados pelos descritores utilizados para a pesquisa bibliométrica e, ainda sim, se mostram expressivos no estudo da comorbidade entre fobia social e álcool.

No que se refere à amostra, encontrou-se que a maioria dos estudos pesquisou populações clínicas formadas por fóbicos sociais e alcoolistas. Quanto ao gênero, observa-se que muitos estudos utilizaram como participantes ambos os sexos, o que favorece para um maior entendimento da comorbidade fobia social e álcool. Alguns autores evidenciam que o número de internações por problemas por uso de álcool é maior nos homens do que nas mulheres, mesmo tendo a ansiedade social presente (Bittencourt, Oliveira & Souza, 2005).

O diagnóstico precoce e a identificação do quadro clínico são fundamentais para prevenir o aparecimento da comorbidade e o agravamento da situação clínica (Osório, Crippa & Loureiro, 2005). Diante disto, os instrumentos de rastreio são importantes, pois auxiliam os profissionais de saúde no processo de diagnóstico e prognóstico. É interessante notar que os meios mais utilizados de instrumentos de avaliação referem-se a questionários, entrevistas estruturadas ou semiestruturada desenvolvidas para a pesquisa seguida de escalas/inventários validados. É inegável a importância da entrevista na pesquisa científica. No entanto, a significativa quantidade de "entrevistas semiestruturadas"encontradas chama a atenção em função da perspectiva qualitativa desse instrumento.

Considerando que a existência desta comorbidade traz consequências para o diagnóstico, o tratamento e o prognóstico desses transtornos, torna-se importante desenvolver instrumentos que sejam capazes de identificar com mais precisão essa relação, já que sujeitos fóbicos sociais raramente procuram tratamento para este tipo de patologia (Sheeran & Zimmerman, 2002).

Apesar de não ter sido o principal objeto de análise elencar os resultados dos estudos encontrados, fez-se oportuno demarcar que as investigações evidenciaram que a fobia social precede, em muitos casos, os problemas relacionados ao abuso e/ou dependência de álcool (Ham, Bonin & Hope, 2007; Marquenie, Schadé, Balkom, Comijs, Graaf, Vollebergh et al., 2007; Buckner, Timpano, Zvolensky, Ericsson & Schmidt, 2008; Falk, Yi & Hilton, 2008; Buckner & Turner, 2009) e está correlacionada com o desenvolvimento de outras morbidades psiquiátricas (Menezes, Fontenelle & Versiani, 2008; Chou, 2009). Estes achados coadunam com dados relatados na literatura que expõem a fobia social como um desencadeador de outros problemas psiquiátricos, sendo muitas vezes, precedente a outros transtornos (Rodríguez et al. 2003; Bados, 2009).

Notou-se ainda que o consumo de álcool pode ser iniciado ou mantido pelos fóbicos sociais como forma de automedicação, com a finalidade de controlar os medos e as tensões advindas das relações sociais (Kashdan, Collins & Elhai, 2006; Shepherd & Edelmann, 2007; Kimbrel, 2008; Robinson, Sareen, Cox & Bolton, 2009).

 

Considerações Finais

A fobia social ou transtorno de ansiedade social tem seu início na adolescência, possui um curso crônico e, muita das vezes, incapacitante com probabilidades de desenvolverem comorbidades. Diante disto, tem sido descrito como um problema de saúde pública (Furmark, 2002; Tillfors & Furmark, 2007).

Essa comorbidade tornou-se objeto de investigação de muitos estudos epidemiológicos e clínicos, indicando que esses transtornos coocorrem com freqüência na população geral. Entretanto, no Brasil ainda não se tem estudos epidemiológicos que possam descrever e estimar essa comorbidade.

Diante disto, o presente trabalho visou fornecer um panorama das pesquisas em bases de dados internacionais que evidenciassem essa relação, já que pode ser vista como complexa e prejudicial para o desenvolvimento humano e para a qualidade de vida.

Este trabalho demarca a necessidade de realizar estudos epidemiológicos que tracem o perfil da comorbidade e como se manifesta na população brasileira, assim como, se faz necessário pesquisas em outras bases de dados, não citadas neste trabalho, com a finalidade de fornecer uma maior compreensão e entendimento do diagnóstico, tratamento e prognóstico dessa relação.

 

 

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Endereço para correspondência:
Polo de Pesquisa em Psicologia Social e Saúde Coletiva
Universidade Federal de Juiz de Fora.
Rua José Lourenço Kelmer, s/n - São Pedro
CEP: 36036-900 - Juiz de Fora - MG
E-mail: lelio.lourenco@ufjf.edu.br

Enviado em Junho de 2011
Revisto em Setembro de 2011
Aceito em Outubro de 2011