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Psicologia em Pesquisa

versão On-line ISSN 1982-1247

Psicol. pesq. vol.5 no.2 Juiz de Fora dez. 2011

 

SEÇÃO LIVRE

 

Entrevista com a Profª Ana Maria Jacó-Vilela

 

Thiago Constâncio Ribeiro Pereira; Cíntia Fernandes Marcellos

Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Juiz de Fora

 

A carreira da professora Ana Maria Jacó-Vilela é expressiva da consolidação da Psicologia no Brasil e, em particular, do desenvolvimento da área de história da Psicologia. Graduada em Psicologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (1972), com mestrado em Psicologia pela Fundação Getúlio Vargas - RJ (1980) e doutorado em Psicologia escolar e do desenvolvimento humano pela Universidade de São Paulo (1996), Ana Jacó fez seu pós-doutorado em história e historiografia da Psicologia na Universidade Autônoma de Barcelona, na Espanha (2004). Ao longo de sua carreira profissional, presidiu a Associação Brasileira de Psicologia Social (ABRAPSO) (2006-2007) e foi vice-presidente de sua Regional Rio (2008-2009), e exerceu a docência em várias instituições privadas antes de ingressar na Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Atualmente, é professora adjunta da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), onde ministra disciplinas, orienta no Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social e coordena o laboratório de pesquisas em história da Psicologia Clio-Psyché, que reúne estudantes de graduação e pós-graduação. Seu campo de investigação inclui a história da Psicologia no Brasil, a relação médica com o campo psi e questões de gênero na construção desse campo. Ana Jacó também participa do Grupo de Trabalho de História da Psicologia da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia (ANPEPP) e da Sociedade Interamericana de Psicologia (SIP), e integra a Rede Iberoamericana de Pesquisadores em História da Psicologia, sendo atualmente coordenadora destes últimos. Além disso, é presidente da ANPEPP e parecerista de agências de fomento à pesquisa em âmbito estadual, nacional e internacional.

Em março de 2010, a professora Ana Jacó visitou o Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Juiz de Fora para participar do evento "Psicologia: Perspectivas e interfaces contemporâneas" e, nesta ocasião, concedeu esta entrevista.

 

1. Psicologia em Pesquisa: Ao falar sobre história da Psicologia, gostaríamos de começar pedindo que falasse um pouco sobre a sua história na Psicologia.

Ana Jacó: Eu faço parte de uma das primeiras gerações de psicólogos. Eu comecei o curso de Psicologia na UFMG em 1968 e depois fui para o Rio. Nessa época, eu não queria saber mais de estudar, queria trabalhar. Fui trabalhar num estaleiro em Niterói, com Psicologia do trabalho. Na época, via a Psicologia do trabalho como aquilo que restava, já que eu não suportava o trabalho em escola. Na minha época, tínhamos um preconceito muito grande contra a Psicologia na escola, achávamos que era algo feito por pedagogos enrustidos, pelo pessoal mais fraquinho da Psicologia. Eu também não queria trabalhar com clínica, pois achava aquilo chatíssimo, além de nunca ter tido vontade de trabalhar num ambiente privado. Eu não suportava aquilo e, por isso, embora tivesse trabalhado em hospital psiquiátrico e em uma comunidade terapêutica, em consultório mesmo nunca trabalhei. Apesar de o trabalho na indústria, na época, ser visto como coisa de capitalista, de 'vendidos', bem ou mal era o que sobrava. Assim, quando eu fui para o Rio, surgiram dois empregos: um para dar aula e um para trabalhar numa empresa. Eu dei aula por pouco tempo e a empresa foi um emprego melhor, mais duradouro, no qual trabalhei cinco anos. E aí sim, apareceu interesse em fazer mestrado, que fiz na fundação Getúlio Vargas, em Psicologia Social, e só então entrei para o magistério. Desde 1977, eu só me dedico ao magistério. Eu comecei no magistério em instituições particulares e nelas havia o que chamávamos de "professor de carreira". Dávamos aula do que aparecia. Eu dei aula de Psicologia da Aprendizagem e de diversas outras disciplinas nas universidades particulares em que trabalhei. Trabalhei numa belíssima universidade particular, a Universidade Santa Úrsula, e aprendi muito lá, aprendi muito sobre Psicologia, sobre o que é a universidade, já que a Santa Úrsula foi, no final dos anos 1970 e começo dos anos 1980, uma grande universidade, um grande curso de Psicologia no Rio de Janeiro. Foi uma experiência riquíssima. Infelizmente, as boas experiências em universidades particulares duram muito pouco tempo. Elas tendem a acabar porque, de uma forma ou de outra, surgem as crises e na Santa Úrsula não foi diferente. Nessa época eu já tinha feito concurso para a UERJ, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, e a UERJ ainda adotava um sistema muito parecido com o de horista. Quando eu entrei para a UERJ, trabalhava com 7 horas, passei para 11 e depois passei para 15. E justo quando aconteceu a crise na Santa Úrsula, ocorreu a grande crise positiva na UERJ. Foi quando a UERJ conheceu uma transformação interna pela luta, pelo movimento dos professores e se reformulou totalmente, em termos de carreira docente, em termos de desenvolvimento de pesquisa etc. A partir daí, eu fiquei só na UERJ. Desde 1988 eu sou professora tempo contínuo, com dedicação exclusiva à UERJ. Dentro da UERJ, eu sempre trabalhei com Psicologia Social e, nessa época, a Psicologia Social dominante era a cognitivista norte americana, mas como eu tinha estudado na UFMG, tinha muita influência da psicosociologia francesa, e através dela foi fácil entender e me aproximar do pessoal que estava trazendo o institucionalismo para o Brasil e para o Rio, especialmente. Eu transitava entre essas diferentes abordagens da Psicologia Social e sempre trabalhei com tudo isso, e foi aí, na Psicologia Social, que eu recebi um convite pra trabalhar numa pesquisa do professor Luiz Fernando Dias Duarte, do Museu Nacional, sobre a institucionalização dos saberes psi no Rio de Janeiro. Durante certo tempo, a pesquisa teve um caráter mais teórico, com mais estudos de textos. A partir de certo momento, passamos para os trabalhos empíricos e, então, precisamos de alguém para investigar Psicologia, Psiquiatria e Psicanálise. Eu fiquei com a Psicologia, porque havia acabado de concluir o doutorado, e enquanto eu estava fazendo o doutorado, descobri que não sabia nada de história da Psicologia no Brasil. Eu li um ou dois textos na época que falavam de uma Psicologia nos anos 1930 e fiquei assustadíssima, porque para mim aquilo tinha nascido em 1962. Antes de 1962 nada existia. Por isso achei que essa era uma oportunidade ímpar, e foi aí que eu comecei a trabalhar com história da Psicologia no Brasil. Desde então, e isso já tem mais de 15 anos, fomos conseguindo as coisas aos poucos. Conseguimos uma sala, que se transformou num núcleo de pesquisa... Hoje em dia eu sou professora de História da Psicologia I e II na graduação, sou professora de disciplinas de História da Psicologia e História da Psicologia social na pós-graduação. Continuo vinculada à Psicologia social, através de disciplinas como "Os Intelectuais e o Povo, Uma Interface entre História, Psicologia e Antropologia" e "Indivíduo e Sociedade". Na graduação é que eu não mudo mais, porque eu acho que eu dou muito bem, modéstias às favas, História da Psicologia. Além disso, não tem ninguém para dar a matéria. Há outro professor que dá História da Psicologia, mas ele dá quase que exclusivamente uma visão epistemológica da Psicologia, e um tanto quanto da história da Psicologia europeia, e eu acho que faz falta para os alunos saberem da história da Psicologia no Brasil. Então, na graduação eu fico só com a História da Psicologia. Durante todo esse processo, a tal salinha se transformou, e acho que posso dizer que hoje em dia é um núcleo de pesquisa bem reconhecido em âmbitos de pesquisa para o pessoal que trabalha com história aqui no Brasil, na Argentina, no Paraguai e no Chile, que é o "Núcleo de Estudos e Pesquisas em Psicologia - Clio-Psyché". Temos um número grande de pessoas trabalhando lá, em torno de 8 alunos de graduação, 7 de pós graduação, mais o pessoal de apoio técnico. Temos um acervo de documentos que é melhor do que o de algumas bibliotecas, com livros, fontes primárias. Temos também muitas teses e dissertações brasileiras sobre história da Psicologia.

 

2. Psicologia em Pesquisa: Fale mais sobre as atividades do núcleo "Estudos e Pesquisas em Psicologia - Clio-Psyché":

Ana Jacó: O esforço atual tem sido organizar esse material, o que tem sido feito pelo pessoal de apoio técnico. A conquista mais recente foi a abertura de uma seção, da qual eu sou a editora, na Revista do Instituto de Psicologia da UERJ, a "Estudos e Pesquisas em Psicologia", que se chama seção "Clio-Psyché", em homenagem ao nosso núcleo. A ideia é publicar de 4 a 5 artigos em cada número da revista. Uma última proposta surgiu de dois alunos de pós-graduação, um doutorando e uma mestranda, e eu adorei: fazer um curso de educação a distância sobre história da Psicologia no Brasil.

 

3. Psicologia em Pesquisa: Uma vez que estamos falando em educação, qual é a importância que a professora vê na história da Psicologia para a formação do psicólogo em geral e para o profissional psicólogo, em particular?

Ana Jacó: Eu vejo que a importância da história para qualquer área, de uma maneira geral, está na desnaturalização das nossas crenças, dos nossos conhecimentos, das nossas certezas. Esse é o ponto central. Como falava da minha própria história, eu tinha certeza que a Psicologia tinha nascido em 1962. Quer dizer, tinha uma ideia de origem, com uma data fixada e tudo o mais, e o conhecimento histórico nos leva a ver que as coisas não são bem assim, nos leva a lidar também com a incerteza. Na história da Psicologia você vê isso, que não se pode falar que a Psicologia 'surgiu' em tal ou qual momento. E o que era feito antes, aquilo era Psicologia ou não era Psicologia? Você lida com outros sentidos que te ajudam a entender melhor a sua própria prática, a sua própria realidade. Eu acho isso muito importante para o psicólogo, porque eu acho que o psicólogo demonstra às vezes um certo desejo de ser médico. O profissional psicólogo, de uma maneira geral, tem um sentido de onipotência muito grande, no sentido de ser dono da verdade, de saber o que é melhor pro outro, e essa possibilidade de desnaturalizar suas crenças ajuda nesse processo de perda da onipotência.

 

4. Psicologia em Pesquisa: A professora considera que há um aumento do interesse por história da Psicologia no Brasil?

Ana Jacó: Sim, há um aumento. E acho que se deve em grande parte ao trabalho do Conselho Federal de Psicologia. Apesar de, como dizem os próprios historiadores, ser muito difícil avaliar aquilo que se está vivendo, e nós não avaliamos ainda, com muita clareza, o papel do grupo da Ana Bock no Conselho Federal de Psicologia, vemos alguns pontos positivos e negativos. Porém, os efeitos em termos da profissão e mesmo da academia, só teremos condição de avaliar mais à frente. Contudo, eu acho que o trabalho que o CFP fez para preservar, para divulgar e para mostrar que há uma história da Psicologia no Brasil é muito importante nesse sentido. Além disso, há a contribuição dos diferentes trabalhos feitos por todos os lados. Temos um grupo de trabalho na ANPEPP, que aparece e apresenta os seus trabalhos. E, com isso, as pessoas têm interesse, aparecem nas conferências, um maior número de cursos têm disciplinas de História da Psicologia, os professores dos cursos novos demonstram muito interesse em 'historicizar' as suas áreas. E há um detalhe: eu não acho tão importante assim um curso não ter a disciplina História da Psicologia. Eu acho mais importante que as diferentes disciplinas 'historicizem' o seu próprio campo do conhecimento. Do contrário, acho até que fica um corte muito esquisito: você dá a disciplina História da Psicologia e depois vai o outro professor e fala de uma teoria sei lá das quantas, como se essa teoria pairasse no tempo e no espaço. Eu acho que seria muito mais rico se essas teorias fossem dadas de uma forma historicizada. Mas, enfim, nós vemos um maior numero de professores interessados nessas coisas, embora ainda seja um movimento secundário, muito pequeno. Por exemplo, noutro dia conversava com o prof. Saulo Araujo, responsável pelas disciplinas relacionadas à História da Psicologia na UFJF, e ele falava da necessidade de se ter um professor para compartilhar com ele os trabalhos nessa área. Eu disse a ele que, na UERJ, eu continuo sozinha. Em certa ocasião, apresentei ao meu departamento a necessidade de um concurso para história da Psicologia e vários se manifestaram, dizendo que primeiro teria que haver um para a área de trabalho, de escolar, de saúde... Ou seja, são muitas demandas e as de história vão sempre ficando para trás, por mais que as pessoas reconheçam sua importância. Ou seja, acho que estou sendo meio ambivalente, mas as coisas são ambivalentes mesmo.

 

5. Psicologia em Pesquisa: Como a professora avalia o atual cenário brasileiro de pesquisa em História da Psicologia?

Ana Jacó: O cenário atual melhorou muito. Se você comparar, por exemplo, com o período em que eu comecei a trabalhar, lá no começo dos anos 1990, você praticamente não encontrava livro, não encontrava artigo e não existiam pessoas que trabalhavam com história da Psicologia. Pouco depois, você encontrava os livros da Marina Massimi, o da Mitsuko Antunes, em 1994 ou 1995 foi criado o GT da ANPEPP, mas éramos 3 ou 4 pessoas. Hoje em dia o GT da ANPEPP conta com quase 30 pessoas e elas formam outras. O próprio CFP criou um grupo de trabalho sobre história da Psicologia, para discutir o que o Conselho faz sobre história da Psicologia, várias instituições criaram projetos para sua memória, como a UERJ e a UFRJ. Isso leva os institutos de Psicologia a pensarem na sua memória também e o processo vai assim, levando as pessoas a pensar: e, afinal, Psicologia o que é? Essa nossa Psicologia tem história ou não tem? Além disso, hoje temos duas revistas de história da Psicologia, mais a seção "Clio-Psyché". Há livros como aquele organizado por mim, pelo Francisco Portugal e pelo Arthur Leal, "História da Psicologia: Rumos e percursos", que provavelmente já vai alcançar a terceira edição e é um exemplo de livro didático brasileiro, numa área difícil como é a área de história da Psicologia, e que está vendendo muito: já foram quatro tiragens, de 1500 exemplares, ou seja, 6000 exemplares em três anos. Para um livro didático no mercado brasileiro é muita coisa. Por tudo isso eu acho que o interesse cresceu muito, assim como a pesquisa e o estudo de história da Psicologia. É lógico que se compararmos com outras áreas, talvez não tenha crescido tanto, mas se compararmos com o desenvolvimento da própria área ao longo desses anos, o crescimento foi muito grande.

 

6. Psicologia em Pesquisa: Quais aspectos a professora considera fundamentais para o ensino de história da Psicologia?

Ana Jacó: Bom, é um pouco complicado porque se trata de recursos didáticos, do estilo de cada professor. Cada um gosta ou prefere trabalhar de um jeito. Eu exijo muita leitura e muita pesquisa, dou muito incentivo à pesquisa, a que o aluno leia por conta própria e escreva. Eu acho que a geração de vocês tem uma diferença crucial em relação à minha: na minha época, escrevíamos muito bem e nem sempre falávamos bem, e vocês invertem um pouco. Vejo que as pessoas sabem falar, mas às vezes têm muita dificuldade para escrever. Por isso, lá na UERJ eu sou famosa pelas resenhas, porque acho que tenho também uma obrigação formativa, acho que tenho que ajudar a formar as pessoas e por isso às vezes reclamam: "ah, mas você está corrigindo português!" É claro, porque não existe forma sem conteúdo, nem conteúdo sem forma. Seja onde for que você for trabalhar, você vai escrever, então eu incentivo muito isso. Incentivo muito também a leitura de romances, pois eu acho que ajudam também a compreender melhor os conceitos. Tudo isso são estratégias de cada professor. Há uma colega do nosso GT que contou certa vez que ela dividia a turma em grupos e cada grupo assumia um avatar, um grupo tinha que defender o empirismo, outro o racionalismo e todos os sistemas e teorias que se estudam em história da Psicologia. E ela diz que funciona bem, eles fazem até pela internet. Eu não me vejo fazendo isso, até porque eu não entendo nada dessas coisas e não vou saber fazer isso, ou seja, o professor também precisa se sentir à vontade com esses recursos. Eu prefiro o uso dos romances, das pesquisas temáticas e dos filmes porque eu acho que ajudam a desnaturalizar, ajudam o aluno a ver a diferença.

 

7. Psicologia em Pesquisa: Para encerrar, como a professora vê o futuro da área no país?

Ana Jacó: Lá vem futurologia... isso é complicado! Eu não sei, depende do dia em que a pergunta é feita. Há dias em que eu estou mais animada, em outros, menos animada. Quando eu penso na vastidão desse país e na quantidade de universidades particulares de baixa qualidade, fico com medo. Mesmo nas universidades particulares de boa qualidade, eu também tenho muito medo, porque educação é algo muito caro e eu acho muito difícil que ela seja sustentada com recursos privados, por isso acho muito difícil uma instituição privada se manter, oferecendo uma boa educação. Eu acho que teria uma resposta melhor para te dar, se esse curso de educação a distância que pretendemos oferecer realmente vier a acontecer e tivermos os resultados. Penso isso porque vamos alcançar pessoas de vários lugares e ver como funciona. Por outro lado, eu acho que a Psicologia está acompanhando o que acontece nas profissões de uma maneira geral. As pessoas estão se especializando cada vez mais cedo, até por que as diretrizes curriculares propiciam isso. Eu acho que a conjuntura propicia isso e que as diretrizes curriculares contribuem mais um pouco para esse quadro. Além disso, as pessoas estão cada vez mais preocupadas com a empregabilidade do que com interesses mais, digamos assim, utópicos, como por exemplo, "aqui eu me sentirei mais feliz, aqui eu posso contribuir para com os outros" etc. Essa é uma perspectiva mais negativa, um futuro mais sombrio que vejo de vez em quando. Por outro lado, pensando em algo mais positivo, eu fico impressionada com a gana, com o interesse dos alunos de hoje em dia, pelo menos aqueles com os quais eu tenho um contato mais direto, que são os alunos da minha universidade, os alunos dos lugares aonde vou, que me convidam para falar. Eu fico impressionada com a dedicação, com a gana, com o interesse que os alunos têm na participação, na aquisição de conhecimento, naquilo que a Psicologia pode fazer para ajudar, para contribuir para o desenvolvimento do país e o desenvolvimento das pessoas e isso me entusiasma muito, mas nunca sei se isso acontece com uma minoria ou se é um sentimento mais amplo. Em todo caso, isso me deixa muito feliz.