EDITORIAL

DOI: 10.24879/201600100010040

Nova etapa e velhos desafios na Psicologia em Pesquisa

Telmo Mota Ronzani

Editor-Chefe

É como muita satisfaçao que lançamos o novo número da Revista Psicologia em Pesquisa, agora com nova equipe editorial e meu primeiro número como Editor Chefe. Juntamente com esse número, estamos iniciando uma nova fase da revista, agora com adesao a plataforma SEER, com intuito de maior sistematizaçao, qualidade e rapidez em todo o processo editorial. Além disso, redefinimos como escopo da revista publicaçoes baseadas nas tres linhas de pesquisa do Programa de Pós-Graduaçao em Psicologia da UFJF, ao qual a revista está vinculada. A partir dos números de 2017, teremos os seguintes focos de publicaçao: 1) Desenvolvimento Humano e Processos Sócio-Educativos: artigos na área de Psicologia do Desenvolvimento que investigam ou discutam as múltiplas variáveis associadas ao desenvolvimento humano ao longo do curso da vida, sejam elas cognitivas, afetivas, sociais e/ou biológicas. Artigos na área de Psicologia Escolar que investiguem e discutem os processos educacionais formais e informais. 2) Processos Psicossociais em Saúde: artigos nas áreas de Psicologia Clínica, Psicologia da Saúde ou Psicologia Social que investigam e compreendem a relaçao entre indivíduos ou grupos nos diversos temas relacionados aos aspectos psicossociais no contexto da saúde. 3) História e Filosofia da Psicologia: artigos de investigaçao teórico-conceitual dos fundamentos históricos e filosóficos da psicologia no contexto fornecido pela história das ideias, história da ciencia, filosofia da ciencia, filosofia da mente e fenomenologia, assim como pelas intersecçoes possíveis entre essas diferentes disciplinas e tradiçoes filosóficas. Apesar de maior definiçao de escopo, ainda pretendemos manter nossa característica de pluralidade teórica e metodológica, comuns a nossa área. A partir de tais alteraçoes procuramos qualificar ainda mais nosso trabalho e enfrentar o grande desafio de organizar uma revista científica em nosso país.

O presente número já apresenta, de certa maneira, os enfoques principais da revista, contando com artigos na área Psicologia Social (e Comunitária), Psicologia da Saúde, Psicologia do Desenvolvimento e Escolar. O primeiro artigo é de autoria do eminente psicólogo argentino, Enrique Saforcada, La psicología comunitaria en Indoafroiberoamérica: ¿promesa, realidad o sinrazón?“, que traz uma importante contribuição e reflexão sobre a Psicologia Comunitária na região denominada por ele de Indoafroiberoamérica. O artigo de Pablo de Sousa Seixas, Ana Ludmila Freire Costa, Andressa Maia de Oliveira, Joyce Pereira da Costa e Oswaldo Hajime Yamamoto, intitulado “As políticas sociais nas disciplinas dos cursos de graduação em Psicologia no Brasil”, faz uma pesquisa sobre o tema políticas sociais na formação dos psicólogos brasileiros e discute o quão incipiente é este tema nos cursos de psicologia em nosso país. Os autores Suely Teodora da Silveira, Andréa Resende Vieira de Carvalho, Marcelo Dalla Vecchia e Walter Melo, realizaram um levantamento sobre a prescrição de psicofármacos em município de pequeno porte e, através de tais dados, realizam uma problematização sobre a “medicalização da vida” no artigo “A Dispensação de Psicofármacos em um Município de Pequeno Porte: Considerações Acerca da Medicalização da Vida”. Juliana Szpoganicz Rosado, Paola Vargas Barbosa e Adriana Wagner em seu artigo Ajustamento Conjugal: a função das características individuais, do casal e do contexto”, realizaram um estudo correlacional entre algumas variáveis psicossociais e o ajustamento parental. O artigo Avaliação da Efetividade da Intervenção Breve para a Prevenção do Uso de Álcool no Trabalho“, de Maira Leon Ferreira, Maiara Rosa Albertoni, Nayara Baptista Silva e Laisa Marcorela Andreoli Sartes apresenta um estudo piloto sobre prevenção secundária ao uso de álcool em ambiente de trabalho. Já a revisão teórica de Jane Mara dos Santos Barbosa e Wilson Camilo Chaves, intitulado A criança enquanto condição do sujeito em Freud: apontamentos para uma clínica psicanalítica com crianças”, apresenta a articulação de conceitos da obra de Sigmund Freud acerca do manejo clínico psicanalítico com crianças. O artigo “Estudo de Sintomas Depressivos em Crianças sob situação de Acolhimento Institucional” de Lorena de Melo Mendonça Oliveira e Ana Cristina Resende apresenta um estudo comparativo com crianças institucionalizadas e sintomas depressivos, encontrando maior média de tais sintomas nesse grupo em comparação a crianças que viviam com suas famílias. O artigo “Estresse parental: Revisão sistemática de estudos empíricos”, de Ariane de Brito e André Faro, apresenta a caracterização das pesquisas nacionais sobre o tema contido em seu título. Os autores Ana Cláudia Ferreira Cezario, Laís Lage de Carvalho e Lelio Moura Lourenço em Violência Contra o Homem Perpetrada por Sua Parceira: Perspectivas de Psicólogos e Assistentes Sociais”, realizaram uma investigação sobre a percepção de profissionais e estudantes nas áreas de psicologia e assistência social acerca do homem como vítima de violência realizada pela mulher. Os dois últimos artigos são da área de psicometria, apresentando evidências de validade de duas escalas. O primeiro “Construção e validade de conteúdo da Escala Cognitiva de Ansiedade em adultos” de Eliane Mary de Oliveira Falcone, Makilim Nunes Baptista, Monique Gomes Placido, Stèphanie Krieger, Evlyn Rodrigues Oliveira, Juliana Franco Falcone e Beatriz Ferreira Lopes Vieira. E o segundo artigo intitulado “Escala Brasileira de Coping para Adolescentes (EBCA): versão revisada” de Sheila Gonçalves Câmara e Mary Sandra Carlotto, com amostra de 802 adolescentes da cidade de Porto Alegre.

Para encerrar, Monalisa Maria Lauro apresenta a resenha do livro “Pesquisa Teórica em Psicologia: Aspectos Filosóficos e Metodológicos”, organizado por Carolina Laurenti, Carlos Eduardo Lopes, Saulo de Freitas Araujo.