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Psicologia em Pesquisa

versão On-line ISSN 1982-1247

Psicol. pesq. vol.10 no.2 Juiz de Fora dez. 2016

http://dx.doi.org/10.24879/201600100020053 

EDITORIAL
10.24879/201600100020053

 

A Psicologia frente aos temas sociais atuais

 

 

Telmo Mota Ronzani

Editor-Chefe

É com muita satisfação que apresentamos o segundo número de 2016 da Revista Psicologia em Pesquisa. Apesar deste número ainda não ter definido os escopos específicos, já podemos considerar grandes temas apresentados nos artigos aqui publicados. Chama atenção o grande desafio da Psicologia em pesquisar e conhecer sobre novas e realidades e desafios enfrentadas na sociedade atual. Nesse sentido, nossa área, na tentativa de se colocar como ciência ou como profissão, se depara com questões teóricas, empíricas e práticas importantes, das quais a Psicologia é chamada a discutir.

A primeira questão apresentada aqui se refere ao processo de envelhecimento populacional no mundo e no Brasil, o que nos traz grandes desafios e devemos estar preparados para essa realidade. Essa situação tem provocado uma série de novas práticas e conhecimentos, como apresentado nos artigos sobre o tema neste número.

Um segundo tema apresentado em alguns artigos e que a Psicologia é chamada a discutir é sobre a questão de gênero, tema tão atual e relevante, frente à realidade política e educacional do nosso país. Para isso, é necessário que nossa área responda de forma consistente e clara sobre os processos de significados e produção de conhecimento com temas relacionados ao gênero e como este se apresenta na sociedade atual.

Esses dois grandes temas, junto a outros apresentados nesse número, reporta-nos ao compromisso da Psicologia de levantar questões, discussões e mesmo produzir a compreensão sobre aspectos que emergem frente à sociedade. Nesse sentido, apresentamos os artigos que compõem o presente número.

Apresentamos três artigos relacionados ao tema envelhecimento. O artigo “Forças do caráter de idosos: uma revisão sistemática de pesquisas empíricas” de Eduarda Rezende Freitas, Altemir José Gonçalves Barbosa e Carmem Beatriz Neufeld apresenta uma revisão sistemática acerca de publicações relacionando força de caráter na população idosa e apontam para a lacuna na literatura da área sobre o tema. Os autores Geisa Locatelli Ongaratto, Jucelaine Bier Di Domenico Grazziotin e Silvana Alba Scortegagna, em seu artigo “Habilidades sociais e autoestima em idosos participantes de grupos de convivência” apresentaram um estudo comparativo entre idosos sobre habilidades sociais e encontraram maiores habilidades entre aqueles participantes em grupos de convivência. O artigo “Práticas de rejuvenescimento: um estudo de representações sociais com pessoas entre 40 e 60 anos” de Bruna Berri, Amanda Castro e Brigido Vizeu Camargo apresenta um estudo descritivo acerca de representações sociais sobre práticas de rejuvenescimento, principalmente focando a diferença de tais práticas entre homens e mulheres.

Sobre o tema gênero, são apresentados três artigos. O artigo “Parentalidade em casais homossexuais: Uma revisão sistemática” de Marina Ortolan Araldi e Fernanda Barcellos Serralta problematiza que a noção de parentalidade entre casais homossexuais ainda é abordado desde o viés heteronormativo, pautado na ideia de patologia, o que gera uma série de problemas para uma compreensão sobre o tema. Já o artigo “Significados de paternidade em famílias monoparentais femininas” de Sabrina Daiana Cúnico e Dorian Mônica Arpini faz um estudo compreensivo entre casais monoparentais e ressalta a importância da discussão da ampliação do conceito familiar e suas implicações na sociedade moderna. As autoras Karen Priscila Lima dos Anjos e Maria Lúcia Chaves Lima, no artigo “Gênero, sexualidade e subjetividade: algumas questões incômodas para a psicologia” fazem uma crítica de como algumas áreas da Psicologia tratam a questão gênero e sexualidade.

O tema drogas também é tratado neste número pelos autores Bárbara Cristina de Assis Melo, Júlia Inácia Vieira Assunção e Marcelo Dalla Vecchia no artigo “Percepções do Cuidado aos Usuários de Drogas por Agentes Comunitários de Saúde” que realizaram pesquisa empírica com Agentes Comunitários de Saúde e encontraram algumas categorias de análise como preconceito, medo e dificuldades de lidar com usuários de drogas e ressaltam a importância da educação permanente em saúde sobre o tema.

Posteriormente, apresentamos dois artigos na área de psicometria. O primeiro de Makilim Nunes Baptista, Lucas Dannilo Aragão Guimarães e David L. Vogel intitulado “Evidências de validade da escala PSOSH: estigmatização e procura de ajuda psicológica” que apresenta evidências de validade interna para a mensuração de estigma entre estudantes de psicologia. O segundo artigo “Verificação empírica da consistência fatorial do inventário de bem estar subjetivo munsh em jovens brasileiros” de Maria de Fatima de Matos Maia, José Jacinto Branco Vasconcelos Raposo, Nilton Soares Formiga, Thatiana Maia Tolentino e Gislane Ferreira de Melo apresenta um estudo de validação fatorial para análise do constructo bem estar subjetivo, tendo encontrado resultados satisfatórios para a medida em questão e propondo a utilidade de tal instrumento em pesquisas na área.

O artigo “Capacidade preditiva de traços patológicos da personalidade para o Transtorno de Estresse Pós-traumático” de Ana Maria Reis e Lucas De Francisco Carvalho procurou relacionar traços de humor deprimido e irritação, encontrando uma baixa correlação entre tais variáveis.

Os autores Ana Paula Rezzo Pires Reinert, Rafisa Moscoso Lobato Rêgo, Rômulo Cesar Rezzo Pires e Vanalda Costa Silva no artigo “Transtornos somatoformes (manifestações histéricas) em mulheres atendidas em hospital psiquiátrico de são luís, maranhão” realizaram um estudo que investigou a prevalência do diagnóstico de Transtornos Somatoformes, através de análise de prontuários e ressaltam a importância do aprofundamento de análises diagnósticas para maior compreensão na área.

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