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Psicologia em Pesquisa

versión On-line ISSN 1982-1247

Psicol. pesq. vol.12 no.2 Juiz de Fora mayo./agosto 2018

http://dx.doi.org/10.24879/2018001200200130 

Artigo Original

10.24879/2018001200200130

A família e sua relação com o idoso: Um estudo de representações sociais

 

The family and its relationship with the elderly: A study of social representations

 

Ludgleydson Fernandes de Araújo I; Jefferson Luiz de Cerqueira Castro II; José Victor de Oliveira Santos III

I Psicólogo, Doutor em Psicologia pela Universidade Federal do Piauí. Psicólogo, Doutor em Psicologia pela Universidad de Granada (Espanha) com período sanduíche na Università di Bologna (Itália), Mestre em Psicologia e Saúde pela Universidade de Granada (Espanha), Mestre em Psicologia Social e Especialista em Gerontologia pela UFPB. Professor orientador do Programa de Pós-Graduação (Stricto Sensu) em Psicologia da Universidade Federal do Piauí (UFPI). Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq - Nível 2. Coordenador do GT da ANPEPP "Relações Intergrupais: Preconceito e Exclusão Social".

II Psicólogo, Mestrando em Psicologia pela Universidade Federal do Piauí (UFPI). Bolsista FAPEPI/CAPES. E-mail de contato: jefferson.psico.ufpi@outlook.com

III Graduado em Psicologia pela Universidade Federal do Piauí (UFPI). E-mail de contato: victorolintos@hotmail.com

 


Resumo

A presente pesquisa buscou apreender as representações sociais da família e de como a pessoa idosa acredita que a família o vê como idoso, para identificar como estabelecem as relações familiares e de como este fator influencia no desenvolvimento humano. A amostra foi composta por 60 idosos com idade média de 73,15 anos (DP = 6,84). Utilizou-se o Teste de Associação Livre de Palavras e uma entrevista semiestruturada, que respectivamente foram analisados pela técnica de redes semânticas e pelo Software IraMuTeQ. Encontrou-se que o cuidado e a união são objeto das representações sociais dos idosos, e que a família influencia na dependência ou não do geronte. Espera-se que estes dados subsidiem intervenções e estudos acerca das relações entre família e idoso.

Palavras-chave: Envelhecimento; Idoso; Família; Representações Sociais.


Abstract

The present research sought to understand the social representations of the family and how the elderly person believes that the family sees him as elderly, to identify how family relationships are established and how this factor influences human development. The sample consisted of 60 elderly individuals with a mean age of 73.15 years (SD = 6.84). The Free Word Association Test and a semi-structured interview were used, which were respectively analyzed by the semantic-networking technique and the IraMuTeQ Software. It was found that care and union are objects of the social representations of the elderly, and that the family influences the dependence or not of the geronte. It is hoped that this data will subsidize interventions and studies about the relationships between family and the elderly.

Keywords: Aging; Elderly; Family; Social Representations.

 

 

Até os anos 1980 o Brasil era considerado um país jovem (Massi, Berberian, & Ziesemer, 2016). De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (2013), os anos de 1980 apresentaram importantes alterações demográficas no país, como o achatamento da base da pirâmide etária e o alargamento de seu ápice. Segundo Pereira, Souza e Camarano (2015), a transição demográfica decorre de um envelhecimento pela base, isto é, advindo da queda das taxas de fecundidade, seguido por um envelhecimento pelo topo, ou seja, pela redução das taxas de mortalidade no substrato populacional de idade mais avançada.

Destarte, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra por Domicílios (PNAD), em 2014 a população brasileira era de 203,2 milhões de pessoas, o que apresentou um crescimento de 0,9% em relação ao ano anterior, sendo que a participação dos idosos foi de 13,7% da população, o que significa um crescimento de 0,7% relativo a 2013 (IBGE, 2015). Em estudo recente salienta-se que um país é reconhecido como estruturalmente envelhecido, quando pelo menos 7% de sua população é composta por pessoas de 60 anos ou mais, o que de acordo com a PNAD mostra que o Brasil está envelhecendo (Dawalibi, Goulart & Prearo, 2014).

Desse modo, projeta-se para 2025 uma população de 35 milhões de idosos (Dawalibi et al., 2014), colocando o Brasil como o sexto maior país do mundo em número de pessoas idosas (Dawalibi et al., 2014; Küchemann, 2012; Massi et al., 2016). Ainda, estima-se que em 2050 a população idosa brasileira atinja o patamar de 64 milhões de pessoas (Brito, Oliveira, & Eulálio, 2015), representando uma proporção de um idoso para cada cinco pessoas (Alves, 2015; Santos & Silva, 2013).

O envelhecimento humano pode ser definido como um processo multidimensional que envolve vários fatores, dentre esses, fatores biológicos, psicológicos, sociais e culturais (Brito, et al., 2015). Desse modo, o envelhecimento biológico é caracterizado como uma fase de declínio funcional do organismo, sendo um processo fisiológico que compreende modificações nas funções do organismo devido ao avançar da idade (Pilger, Dias, Kawanava, Baratieri & Carreira, 2013). Quanto ao aspecto psicossocial este encontra-se atrelado a experiência subjetiva do sujeito frente ao seu envelhecimento, como esse significa tal processo a partir das relações entre as dimensões cognitivas e psicoafetivas (Fechine & Trompieri, 2012).

No que diz respeito ao envelhecimento, este é um objeto social multifacetado justamente pela impossibilidade de versá-lo como um fenômeno harmonioso (Torres, Camargo, & Boulsfield, 2015). Em vista dessa concepção inconsistente dos objetos, as vivências dos longevos, considerando-se o seu contexto psicossocial, devem ser respeitadas no estudo das representações sociais do envelhecimento (Torres et al., 2015).

Moscovici (2007) ilustra o papel fundamental das representações como constituintes da forma como se percebe o mundo e como os indivíduos o criam, indo além de uma percepção de estímulos e uma apresentação de respostas conforme o estímulo propriamente dito. Tendo em vista isso, jamais pode-se perceber um elemento como o realmente é, de forma neutra, pois os indivíduos estão marcados pelas suas representações, pelas imagens, ideias e opiniões que atravessam as suas existências, que permeiam pelo tempo-espaço, que cruzam gerações e que são transmitidas dentro da sociedade, portanto os objetos, tais como são vistos, são meras distorções da realidade (Moscovici, 2012).

De acordo Santos, Morais e Neto (2012), as representações sociais apreendem a realidade social, contribuindo para o desenvolvimento de intervenções em realidades socioculturais específicas, apresentando os significados partilhados por uma determinada cultura, contribuindo para intervenções segundo o contexto local. Por conseguinte, a Teoria das Representações Sociais abarca uma vasta possibilidade de construtos de estudo, podendo se estender às áreas mais diversificadas do conhecimento, fomentando plena liberdade metodológica aos cientistas (Santos et al., 2012; Torres et al., 2015).

Em um estudo de representações sociais, identificou-se que as pessoas idosas buscam nos cuidadores o respaldo na prestação de cuidados e tratamento com dignidade, o qual ainda revelam que sentem a necessidade de intensificação deste cuidar (Mazza & Lèfreve, 2005). No que tange sobre o cuidado familiar no processo de envelhecimento, denota-se que a própria família demonstra atitudes que amparem de forma adequada os hábitos dos idosos, além disso, observa-se uma inversão nas relações de cuidado, visto que aqueles que foram cuidados passam a cuidar destes idosos (Medeiros, 2012).

No que diz respeito à família, as formações familiares são concebidas como conglomerados de pessoas unidas através de laços afetivos e/ou parentalidade e que vivem sob o mesmo teto (Dias & Reinheimer, 2013), propiciando as relações de cuidado, atenção, intimidade e proteção, sendo fatores fundamentais para um ambiente harmônico durante o curso de vida (Azevedo & Modesto, 2016). Para a pessoa idosa não é diferente, a família tem um papel fundamental no processo de envelhecimento, e mesmo que a pessoa idosa não dependa dos familiares nas atividades da vida diária, o conforto estabelecido pela presença de pessoas próximas acarreta em bem-estar biopsicossocial (Azevedo & Modesto, 2016).

Em face das discussões elencadas envolvendo o envelhecimento populacional e a importância da família nesse contexto, este artigo tem como objetivo principal compreender as representações sociais de família para idosos que participam de grupos de convivência e idosos que não frequentam esses grupos, a fim de comparar suas atitudes frente ao objeto deste estudo.

 

MÉTODO

Tipo da investigação

Trata-se de uma pesquisa exploratória e descritiva de natureza qualitativa com corte transversal.

Locus da pesquisa

O estudo foi realizado em Centros de Referência em Assistência Social da cidade de Parnaíba - PI, através do Projeto Conviver Idoso e, do outro grupo, eram selecionados idosos em residências e locais públicos em geral. Para efeito comparativo, os integrantes do segundo grupo não participavam de grupos de convivência para idosos.

Participantes

Contou-se com a participação de sessenta idosos, pareados por sexo, com idades entre 61 e 88 anos, com média de idade de 73,15 anos (DP = 6,84), a maioria são casados (48,33%), católicos (93,33%), têm mais de dois filhos (83,33%), possuem o ensino fundamental incompleto (46,67%), apresentam renda familiar de dois a três salários mínimos (60%) e, não exercem atividade laborativa (83,33%). Quanto aos que participam do grupo de convivência para idosos (GCI), a amostra foi caracterizada por trinta idosos entre 61 e 88 anos de idade (M= 71,83 anos; DP = 6,25) e com média de 8,03 anos de grupo convivência. Em relação aos gerontes que não participam deste grupo, entre os trinta idosos as idades eram entre 63 e 83 anos (M= 73,46 anos; DP = 7,25).

Instrumentos

Utilizou-se de uma entrevista semiestruturada formulada pelos autores, que circunda o contexto de como o idoso é visto pela família a partir das representações sociais dele próprio: “Como o senhor(a) pensa que sua família o vê enquanto idoso?”. Para complementar as representações sociais dos participantes, foi usado o estímulo indutor “família”, através da Técnica de Associação Livre de Palavras (TALP). Além destes, dispôs-se de um questionário sociodemográfico construído pelos autores a fim de apreender as características dos participantes (idade, gênero, estado civil, escolaridade, religiosidade, renda, quantidade de filhos).

Procedimentos éticos

Este projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Piauí, retirado para avaliação cega, CAAE: 57277316.8.0000.5214, em que se seguiu todos os termos éticos citados pelo Conselho Nacional de Saúde disposto na Resolução n° 510/2016. Após a aprovação, por meio do parecer 1.848.116, foi apresentado o Termo de Consentimento Institucional à Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania da cidade. Com a aceitação, iniciou-se o recrutamento nos Centros de Referência de Assistência Social, onde são realizados os grupos de convivência para os idosos. Durante a abordagem dos idosos, apresentou-se o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, em que era exposto que os dados tinham fins acadêmicos, tendo anonimato garantido e objetivos explicitados.

Procedimento de Coleta de Dados

De início a técnica de associação livre de palavras (TALP) foi apresentada aos participantes, de modo que os participantes tinham que relatar cinco palavras de acordo com a palavra indutora (família) e em seguida deviam hierarquizá-las de 1 a 5, ou seja, definir a ordem de significação para estes, o que levou em média de 10 minutos para o cumprimento desta etapa.

Em seguida, a entrevista semiestruturada foi realizada, a qual continha uma questão aberta, de forma que os participantes pudessem manifestar suas opiniões de forma livre acerca da temática, de maneira que o pesquisador transcrevesse ipsis litteris os discursos evocados por estes, o que decorreu em média de 5 minutos.

Por fim, o questionário sociodemográfico foi aplicado com os participantes, de forma que suas perguntas eram fechadas e seu preenchimento demandou pouco tempo, levando em média 2 minutos para a conclusão.

Ressalta-se que devido às dificuldades escolares, bem como problemas relacionados à coordenação motora fina ou acuidade visual, todos os instrumentos foram preenchidos pelo pesquisador previamente treinado e qualificado a partir dos relatos dos participantes. Não foi registrada nenhuma recusa em participar da presente pesquisa.

Procedimento de análise dos dados

Posteriormente à coleta dos dados, os dados da TALP foram analisados de acordo com os pressupostos estabelecidos pela Rede Semântica (Vera-Noriega, Pimentel, & Albuquerque, 2005), tendo como base quatros processos: Peso Semântico (PS), que é a unidade de medida encontrada através da soma da ponderação da frequência pela hierarquização assinalada pelos participantes; Núcleo de Rede (NR), composto pelas definidoras com maior peso semântico, utilizando como ponto de quebra o PS a partir do qual a curva adquire seu caráter assintótico e, a Distância Semântica Quantitativa (DSQ), cuja obtenção só é possível a partir das palavras definidoras do NR, atribuindo o valor de 100% aquela com maior PS, a partir deste valor deve ser calculada uma regra de três simples, para se identificar a distância das demais palavras.

Para a análise da entrevista semiestruturada, utilizou-se o software IraMuTeQ (Nascimento & Menandro, 2006; Ratinaud & Marchand, 2012; Camargo & Justo, 2013), que executa os dados do corpus textual a partir do software R (R Development Core Team, 2011). Para tanto, realizou-se a Classificação Hierárquica Descendente, que divide em classes de proximidade lexical e apresenta a frequência e o qui-quadrado dos vocábulos, seguindo o método elaborado por Reinert (1990).

No questionário sociodemográfico, realizou-se as estatísticas descritivas através do software estatístico IBM SPSS 23.

 

RESULTADOS

Dados da entrevista semiestruturada

A classificação hierárquica descendente do Corpus 1, obtida por meio das respostas dos idosos, refere-se à percepção dos idosos sobre a imagem de idoso construída pelos familiares. O corpus foi formado por 60 UCIs (unidades de contexto inicial) e dividido em 43 UCEs (unidades de contexto elementar), em que 267 palavras, que ocorreram 965 vezes, foram analisadas com média de 16,08 em termos de ocorrência, sendo 71,67% consideradas na classificação hierárquica descendente.

No dendograma estão apontadas as seis classes em que o corpus se dividiu, com o título e a descrição de cada uma delas, o número de UCEs que a compõem, as variáveis relacionadas e as palavras com maior associação com a classe relatada, considerando o coeficiente do teste de associação qui-quadrado.

 

 

A primeira divisão do Corpus 1 deu origem a três subcorpus, o primeiro, formado pela classe 6, o segundo subcorpus, em oposição ao primeiro, composto pela classe 5 e, o terceiro caracterizado pelas classes 2 e 3 e 1 e 4. No primeiro subcorpus, a classe 6, Idoso ativo, apresentou 18,6% do total de UCEs, apresentando em seu conteúdo a percepção do idoso para a família como uma pessoa ativa, que gosta de fazer atividades, de sair, como pode ser evidenciado nos discursos infracitados:

“Me veem normalmente, como uma pessoa de idade, mas que ainda está na atividade” ([Participante 27, sexo masculino, 65 anos, não-participante de GCI], comunicação pessoal, [07/10/2016]).

“Eles me têm como uma pessoa jovem, têm aquele gosto de eu sair” ([Participante 48, sexo masculino, 72 anos, participante de GCI], comunicação pessoal, [10/11/2016]).

O segundo subcorpus, representado pela classe 5, O idoso carece de cuidados, com 20,93% do total de UCEs classificadas, implicando a partir da percepção dos entrevistados, aponta para a relação de cuidados fornecidos pela família ao idoso, o que pode ser melhor visualizado nas falas subsequentes:

“Eles me tratam muito bem, graças à Deus, me dão meus remédios, eu não me preocupo com nada” ([Participante 14, sexo feminino, 81 anos, não-participante de GCI], comunicação pessoal, [02/10/2016]).

“Me amam, têm muito cuidado comigo, são atenciosos, me respeitam” ([Participante 3, sexo feminino, 86 anos, não-participante de GCI], comunicação pessoal, [30/09/2016]).

“Acham que sou meio teimoso, mas graças à Deus eles me respeitam e cuidam bem de mim” ([Participante 49, sexo masculino, 79 anos, participante de GCI], comunicação pessoal, [10/11/2016]).

No terceiro subcorpus, a classe 3, denominada Idoso como estar velho, a qual apresentou 13,95% do total de UCEs, atribui a percepção dos idosos como a imagem de velho construída pelos seus familiares, isto é, de acordo com os entrevistados o idoso para os seus familiares é o tornar-se velho. Essa representação construída pode ser observada a partir dos discursos elencados pelos entrevistados:

“Pensam que já estou velhinho, fraco e que não posso mais fazer as coisas” ([Participante 57, sexo masculino, 78 anos, participante de GCI], comunicação pessoal, [25/11/2016]).

“A própria família fica dizendo que já está velho, que está bom de parar de dirigir” ([Participante 18, sexo masculino, 67 anos, não-participante de GCI], comunicação pessoal, [01/10/2016]).

“Pensam que sou muito teimoso. Pensam que não vou ficar mais velho do que já estou” ([Participante 24, sexo masculino, 79 anos, não-participante de GCI], comunicação pessoal, [07/10/2016]).

Já a classe 2, Proximidade com a família, com 13,95% do total de UCEs, apontou para a relação de companhia para a família, ou seja, para os idosos entrevistados, a representação de idoso construída pelos seus familiares é de uma pessoa próxima da família, o que pode ser evidenciado a partir dos discursos abaixo:

“Ficam feliz por mim, porque ainda estou viva com eles” ([Participante 45, sexo feminino, 66 anos, participante de GCI], comunicação pessoal, [10/11/2016]).

“A minha família quer que eu dure muito ao lado deles” ([Participante 3, sexo feminino, 84 anos, não-participante de GCI], comunicação pessoal, [30/09/2016]).

No corpus textual, a classe 4, intitulada Dependência aprendida, com 18,6% do total de UCEs classificadas, aponta para a relação paternalista da família com os idosos, representado pelo cuidado excessivo por parte dos familiares, retirando a autonomia e independência dos gerontes. Desse modo, de acordo com os participantes, a imagem do idoso para a família é de uma pessoa que não pode mais andar sozinha e que não deve mais fazer tarefas do cotidiano. Conforme o resultado apontado pela classe referida, pode-se observar o presente conteúdo nos trechos adiante:

“Acham que não posso mais fazer as coisas, têm cuidado comigo” ([Participante 41, sexo feminino, 77 anos, participante de GCI], comunicação pessoal, [01/11/2016]).

“Eles não me deixam mais sair sozinho, eles têm muito cuidado comigo” ([Participante 21, sexo masculino, 73 anos, não-participante de GCI], comunicação pessoal, [01/10/2016]).

“Eles acham que eu tenho que repousar, sossegar, que eu não devo ser elétrica, ativa” ([Participante 15, sexo feminino, 63 anos, não-participante de GCI], comunicação pessoal, [02/10/2016]).

Ainda, no que tange sobre a classe 4, destaca-se a associação entre os participantes viúvos e a apresentação dos dados, sendo que esses apresentaram 32,55% das UCEs pertencentes à referida classe. Com base nessa correlação, pressupõe-se que os idosos por terem perdido o cônjuge há um maior cuidado dos familiares com estes, evitando que realizem tarefas do cotidiano, bem como havendo uma maior interferência dos parentes sobre o poder de decisão dos gerontes, visando um prolongamento da vida.

De forma relacionada, preconizando o cuidado, a classe 1, Vida longa ao lado da família, a qual deteve 13,95% do total de UCEs, apresentou a percepção dos entrevistados sobre a implicação da longevidade dos idosos para família, de modo que, para os participantes, a representação de idoso para os familiares é de uma pessoa que viva muito para permanecer em companhia da família.

“Pensam de eu durar mais anos, me ver com mais saúde, não querem que eu faça mais as coisas” ([Participante 52, sexo masculino, 88 anos, participante de GCI], comunicação pessoal, [13/11/2016]).

“Querem que eu dure muitos anos de vida. Não pensam que eu dou trabalho” ([Participante 8, sexo feminino, 76 anos, não-participante de GCI], comunicação pessoal, [03/10/2016]).

“Eles pensam que eu não posso mais fazer as coisas. Eles pensam que eu preciso de mais cuidado e de descanso” ([Participante 54, sexo masculino, 61 anos, participante de GCI], comunicação pessoal, [13/11/2016]).

Observou-se, na classe 1, uma relação nos resultados com idosos separados/divorciados, apresentando 9,33% das UCEs apresentadas. Dessa maneira, presume-se que devido à separação conjugal, os familiares, principalmente os filhos, apresentem o desejo de longevidade para os seus pais, visando um maior convívio com esses, tendo em vista que o convívio pode ter sido afetado anteriormente devido ao divórcio.

Dados do Teste de Associação Livre de Palavras

Os resultados obtidos com o TALP foram analisados à luz da Teoria das Redes Semânticas, de modo que os dados foram hierarquizados e organizados de acordo com o núcleo da rede, peso semântico e distância semântica quantitativa. O estímulo indutor “família”, pôde documentar como os idosos representam socialmente o tema em questão.

 

 

No que tange sobre as representações de família, os idosos de GCIs (grupo de convivência para idosos) representaram majoritariamente questões relacionadas à união (100%), felicidade (33,33%), cuidados (30%), respeito (13,3%) e conflitos (6.6%). Por outro lado, para os idosos que não frequentam os grupos de convivência, a família pode ser representada pela união (100%), cuidados (53,3%), companhia (40%), apoio (20%) e paz (10%). Nota-se a influência de termos positivos ancorados as representações sociais da família, denotando o conceito de família como provedora de cuidado, união e felicidade, que provavelmente ocasionam um ambiente familiar íntegro e harmonioso.

 

DISCUSSÃO

A partir das duas análises referentes às representações sociais dos idosos acerca da família, nota-se a percepção da necessidade de cuidados pelos familiares, o que de acordo com Martins (2013), há uma inversão de papéis no que tange aos cuidados, isto é, o idoso que já teve filhos para cuidar e sob sua dependência, agora é quem carece de assistência e torna-se mais dependente. Para os familiares os idosos se resignam a um papel passivo, por estarem velhos (Martins, 2013; Medeiros, 2012), portanto não podem mais sair sozinhos ou realizar as tarefas diárias, ficando a encargo da família o suporte às atividades rotineiras (Camargo, Rodrigues, & Machado, 2011), fato que corrobora com representações sociais em torno da dependência aprendida, como mostrado nos resultados deste estudo. Essa retirada de autonomia dos indivíduos faz com que esses percam o poder de decisão sobre a própria vida, sendo que tal processo configura um reflexo de uma cultura hospitalocêntrica (Medeiros, 2012). Conotando este contexto, algumas famílias veem possibilidades de estimular o autocuidado, como forma de manutenção da autonomia (Araújo, Paúl, & Martins, 2011).

Em vista disso, os cuidados dos familiares visam um prolongamento da vida dos gerontes, para que esses tenham mais tempo com a família, em que possivelmente, os familiares percebem a velhice como período de declínio físico, biológico e psicológico, ancorando em representações negativas da velhice (Cruz & Ferreira, 2011). De acordo com Meneses et al. (2013) a família é crucial para o idoso, já que é por meio desta que o longevo vivencia a maior parte de sua experiência de vida, na qual se tem os atravessamentos de sua história e a ligação com o passado.

Segundo Medeiros (2012), a família é fundamental para o idoso, em vista que sofre adaptações para lidar com as mudanças provenientes do processo de envelhecimento. Dessa maneira, a família torna-se provedora de cuidados, sendo um espaço no qual o idoso encontra-se protegido e respeitados em seus direitos, favorecendo a resguarda de sua dignidade enquanto ser humano (Mazza & Lefèvre, 2004). Outro estudo, que explica através da ótica da família o idoso, aponta três tipos de representações sociais, o idoso protetor, que é o chefe da família e guia a integração familiar, o idoso dinâmico, sendo ativo e autônomo, e idoso saudável, com características saudáveis, felicidade e disposição (Corrêa, Kleinpaul, Resta, & Jahn, 2013). Estes estudos supracitados, juntamente com este estudo, demonstram que as representações sociais dos idosos e de suas famílias estão interligadas.

A partir do confronto dos dados da entrevista com os resultados obtidos pela técnica de associação livre de palavras para a palavra indutora família, notou-se para os dois grupos pesquisados a presença massiva de definidoras ligadas à união, cuidados, apoio e respeito, corroborando com o papel da família para esses idosos. Dessa maneira, justificando a união familiar, Martins (2013) afirma que o grupo familiar apresenta uma grande força de coesão, de modo que não existe nenhum outro espaço social no qual o sujeito é fortemente marcado.

De acordo com a autora supracitada, o indivíduo pode mudar de cidade, de estado civil, de trabalho, no entanto o vínculo que une uma pessoa à sua família é irreversível. Já no que diz respeito ao cuidado familiar, Kücheman (2012) discorre que cuidar denota aproximar-se, estar presente e estimar o outro com a devida atenção à sua singularidade, possibilitando um encontro dialógico entre o cuidador e a pessoa a qual recebe os cuidados.

Muitos idosos abordam sobre a família como muito bom apenas para reafirmar sua satisfação em estar em família, enfatizando as relações de proximidade devido a serem do mesmo sangue, o que pode ser fruto da desejabilidade social, levando em consideração a posição que o idoso ocupa nas famílias, e falam em família neste sentido como proteção identitária (Vasconcellos, 2013). A autora, aborda ainda que, os valores de família de hoje são diferentes dos valores de antigamente, e isto impede que os idosos reflitam sobre o que é família, pois as mudanças causam desconforto e muitas coisas vão contra os seus princípios.

Este estudo, apesar de ter documentado representações sociais positivas, as idiossincrasias demonstram que alguns idosos pensam de forma diferente, como por exemplo, a palavra conflito, no TALP. Além desta, outras palavras que não foram muito evocadas, como: raiva, tristeza, dependência, maus tratos, desestruturada. O que percebe-se é que apesar da maioria interpretar como algo bom, e mesmo que alguns mascarem a realidade, outros já exibem exatamente aquilo que vivenciam no contexto familiar. Enquanto uns veem como cuidado, outros veem como dependência, devido a estarem insatisfeitos com isto. Mesmo que hajam diversas faces de representações sociais da família, é notório que a predominância do companheirismo e cuidado estão presente na maioria dos discursos, tendo em vista que ambiente familiar, mesmo com seus conflitos, tem o propósito de acolher, de interagir, de abrigar (Araújo et al., 2016; Azevedo & Modesto, 2016; Silva, Vilela, Oliveira, & Alves, 2015).

Assim como nos estudos discutidos, percebe-se a prevalência de diversas representações sociais, que por um lado, o idoso é ativo, próximo e necessita de vida longa com os familiares, e de um outro contexto, idoso como velho, que precisa de cuidados e com dependência aprendida. A integridade familiar é então um fator que prevalece nesta fase da vida, em que o idoso normalmente busca proximidade afetiva, transmite seu legado, aceita conflitos, auxilia na manutenção das relações intergeracionais e pensa em planos futuros (Silva, Marques, Santos, & Sousa, 2010).

Neste sentido, vê-se a integridade familiar como um mecanismo que permite o idoso perceber e aceitar a dinâmica da relação familiar que vivencia, e é exatamente esta necessidade manter o legado familiar íntegro, que as representações sociais se mostram, na maioria das vezes, positivas, mesmo que as relações familiares não forem tão satisfatórias. Os dados do TALP, que falam diretamente sobre o termo família, apontou apenas respostas neste sentido positivo, diferente a isto, a análise do dendograma que permitiu o idoso falar sobre ser idoso a partir do que acredita que a família pense, visualizou-se uma maior diversidade de contextos e menor desejabilidade social, trazendo visões positivas e negativas, mas que são comuns as relações entre família.

 

CONCLUSÃO

A partir dos dados apreendidos nas representações sociais dos gerontes na perspectiva dos familiares corroborou com a própria representação desses acerca da família, de modo que as representações foram objetivadas por ambos os grupos como definidoras da união, cuidados, apoio e respeito. Por outro lado, identificou-se que as relações de cuidado não partem apenas do desejo do idoso por atenção e amparo, mas que em inúmeras vezes a dependência da família é algo aprendido. Tais achados podem possivelmente estarem associados aos mitos e tabus constituídos nas pessoas em relação à velhice como período de declínio, que existe, mas não é o moderador do processo de envelhecimento. A necessidade do cuidado que o idoso anseia, é ultrapassada pelos estigmas de que o idoso é incapaz, que não consegue fazer as atividades que exigem muita atenção e coordenação motora.

Destaca-se ainda que a velhice ativa permite que o idoso tenha papel decisivo nas escolhas da família, corroborando com o sentido de que a família interfere totalmente na forma de como os idosos reagem nas diversas situações em que passam, ora os dão autonomia e cuidado ou cuidado e dependência. Os idosos participantes de GCI não possuem representações sociais muito distintas dos que não participam, a evidência deste estudo, foi que os idosos dos GCI objetificam a família como provedora de felicidade, diferente do outro grupo que cita a família apenas como objeto de cuidado e união.

É salientar ainda que se obteve uma compreensão da família e de como o idoso se vê inserido no contexto familiar, o que infere que as políticas públicas venham a promover na prática, não apenas em suas legislações, uma atenção direcionada ao cuidado do idoso e de como a família possa acarretar na execução de métodos práticos que façam do idoso um ator social e empoderado, a fim de facilitar a desenvoltura do mesmo durante as atividades do dia-a-dia. Sugere-se, que futuros estudos utilizem este como embasamento e explore a partir de outras faces o tema família e idoso. Por se tratar de uma pesquisa de corte transversal, os resultados apresentados não podem ser generalizados para outras realidades.

Destarte, é sabido que não basta promover ações que empoderem a família e a pessoa idosa, mas cabe uma abordagem direta de como deve ser o cuidado, quais os hábitos são adequados, o que é mito, o que é verdade, os assuntos que contribuem com a saúde e como executar tais conhecimentos. Entende-se que esta é a melhor forma de auxiliar nas relações familiares e de cuidado com a pessoa idosa.

 

REFERÊNCIAS

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Endereço para correspondência:

Ludgleydson Fernandes de Araújo

Universidade Federal do Piauí- Departamento de Psicologia - Campus de Parnaíba-PI

Av. São Sebastião, 2819

CEP: 64202-020 – Parnaíba/PI – Brasil

E-mail: ludgleydson@yahoo.com.br

Tel. + 55 86 3323 5418

Recebido em 29/03/2017

Aceito em 14/05/2017

 

I Psicólogo, Doutor em Psicologia pela Universidad de Granada (Espanha) com período sanduíche na Università di Bologna (Itália), Mestre em Psicologia e Saúde pela Universidade de Granada (Espanha), Mestre em Psicologia Social e Especialista em Gerontologia pela UFPB. Professor dos Programas de Pós-Graduação (Stricto Sensu) em Psicologia e Sociologia e do Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Piauí (UFPI). Participa do GT da ANPEPP “Relações Intergrupais: Preconceito e Exclusão Social”. E-mail de contato: ludgleydson@yahoo.com.br

II Psicólogo, Mestrando em Psicologia pela Universidade Federal do Piauí. E-mail de contato: jefferson.psico.ufpi@outlook.com

III Graduando em Psicologia pela Universidade Federal do Piauí. E-mail de contato: victorolintos@hotmail.com

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