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Psicologia em Pesquisa

versión On-line ISSN 1982-1247

Psicol. pesq. vol.13 no.2 Juiz de Fora mayo/ago. 2019

http://dx.doi.org/10.34019/1982-1247.2019.V13.26089 

ARTIGOS

 

Escala ENRICH de satisfação conjugal: adaptação e evidências psicométricas iniciais no Brasil

 

ENRICH scale for conjugal satisfaction: adaptation and initial psychometricevidence in Brazil

 

 

Lívia Fraga FerrãoI; Alexsandro Luiz De AndradeII; Fabio Camilo da SilvaIII

IPsicóloga graduada pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Mestre em psicologia também pela UFES, tendo desenvolvido pesquisa na temática de relacionamentos amorosos e conflito trabalho-família. Pós-graduada em Gestão de Pessoas e Gestão Empresarial pela Multivix
IIPsicólogo graduado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Doutor em Psicologia, no campo de Psicometria, Avaliação Psicológica e Relacionamento Interpessoal. Pós-doutorado em Desenvolvimento Profissional e Personalidade pela Hawaii University (EUA). Coordena o Laboratório de Avaliação e Mensuração Psicológica (LABAMP) e o Projeto Educação de Carreira na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Professor-associado do Programa de Pós-graduação em Psicologia da UFES (mestrado e doutorado em Avaliação Psicológica e Desenvolvimento de Carreira) e do Programa de Mestrado Profissional em Gestão Pública. Pesquisador apoiado pelo Cnpq e Fapes
IIIPsicólogo graduado pela Universidade Guarulhos (UNG), mestre em Psicologia com ênfase em Avaliação Psicológica pela Universidade São Francisco (USF) e doutorando em Psicologia da Saúde pela Universidade Metodista de São Paulo

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Um relacionamento conjugal satisfatório traz diversos benefícios ao indivíduo, como qualidade de vida e saúde emocional. Este trabalho objetivou adaptar e apresentar evidências de validade de um importante instrumento para avaliação do fenômeno, a escala ENRICH de satisfação conjugal. O estudo apresentou uma amostra de 355 adultos envolvidos em relacionamento conjugal que responderam à versão adaptada para o português da medida. Os resultados a partir de procedimentos fatoriais confirmatórios apontaram uma ferramenta composta por 10 itens com bons indicadores de validade e precisão (coeficientes ômega e alfa de Cronbach de 0,80 e 0,78, respectivamente). Os resultados indicaram ainda a relação negativa entre satisfação conjugal e estresse, bem como a redução da satisfação conjugal em casais com filhos e em coabitação.

Palavras-chave: Evidências de validade; Satisfação conjugal; Relacionamento amoroso; Escalas psicológicas.


ABSTRACT

A satisfying marriage relationship brings a number of benefits to the individual, such as life satisfaction and emotional health. This work aimed to adapt and present evidence of validity of an important instrument for evaluation of the phenomenon, the ENRICH scale of conjugal satisfaction. The study presented a sample of 355 adults involved in a marital relationship, who answered the adapted version of the measure. The results from confirmatory factorial procedures indicated a tool composed of ten items with good indicators of validity and precision (Omega and Cronbach's coefficients of 0.80 and 0.78, respectively). The results also pointed out the negative relationship between marital satisfaction and stress and indicated a reduction in marital satisfaction in couples with children and in cohabitation.

Keywords: Evidence of validity; Marital satisfaction; Love relationships; Psychological scales.


 

 

Estudos sobre o fenômeno do amor têm sido objetos de grande interesse nas últimas décadas (Cassepp-Borges & De Andrade, 2013; Hatfield, Bensman, & Rapson, 2012), sendo que pesquisadores têm trabalhado no desenvolvimento de modelos que permitam a diferenciação entre as variadas experiências de amor (Andrade, Garcia, & Cassep-Borges, 2013; Graham, 2011). Dentre as possibilidades de estudos sobre o amor, destaca-se a temática dos relacionamentos amorosos e da vida conjugal, a qual tem sido explorada por diferentes áreas do conhecimento, como Psicologia, Ciências Sociais, Antropologia, Saúde Coletiva e Saúde da Família (Hatfield et al., 2012; Scorsolini-Comin & Santos, 2012).

A temática de relacionamentos amorosos mostra-se de grande relevância, de modo que a assunção da conjugalidade tem se mostrado "como uma questão de saúde para o casal e também para a família, sendo apontada como fator de proteção para doenças orgânicas e transtornos mentais, além de ser fonte de apoio social para enfrentamento de eventos estressores" (Scorsolini-Comin & Santos, 2012, p. 367). A presença de conflitos no relacionamento e o menor suporte social podem modular o funcionamento psicofisiológico do indivíduo, como, por exemplo, afetar a secreção de citocinas pró-inflamatórias tanto direta quanto indiretamente, promovendo depressão, respostas ao estresse emocional e comportamentos prejudiciais à saúde (Kiecolt-Glaser, Gouin, & Hantsoo, 2010).

Além dos impactos que a satisfação no relacionamento oferecem para o casal, observa-se também que o nível de satisfação com o relacionamento conjugal reverbera positiva ou negativamente na saúde mental dos filhos (Mosmann, Costa, Silva, & Luz, 2018), de modo que os conflitos conjugais podem prejudicar o relacionamento entre pais e filhos (Christopher, Umemura, Mann, Jacobvitz , & Hazen, 2015) e acarretar prejuízos para o desenvolvimento infantil, podendo influenciar no comportamento dos filhos (Boas, Dessen, & Melchiori, 2010). Assim, a adequada gestão dos conflitos conjugais mostra-se importante para o desenvolvimento saudável da prole, visto que a habilidade de resolver conflitos conjugais se reflete no exercício da parentalidade e do gerenciamento dos problemas com as crianças (Mosmann et al., 2018).

Frente à complexidade dos fatores que circunscrevem a conjugalidade, investigar o que está associado ao "ser feliz a dois" torna-se importante (Rosado & Wagner, 2015). A mensuração da satisfação com o relacionamento amoroso, contudo, é permeada por alguns obstáculos, já que o amor romântico pode apresentar significados diferentes para pessoas diferentes, sendo difícil defini-lo (Shiramizu & Lopes, 2013).

A mensuração da satisfação, por sua vez, também é um construto subjetivo, uma vez que é um julgamento cognitivo de um relacionamento amoroso em termos de sua qualidade: bom, ruim, razoável, e assim por diante (Wachelke, Andrade, Cruz, Faggiani & Natividade, 2004; Wachelke, Andrade, Souza, & Cruz, 2007). A comparação com outros relacionamentos e com as percepções individuais sobre o que um relacionamento pode oferecer também desempenha um importante papel na satisfação ou na insatisfação com a própria relação (Andrade, Garcia, & Cano, 2009).

Para superar possíveis obstáculos encontrados na mensuração da satisfação conjugal, numerosas escalas foram desenvolvidas, abrangendo diferentes aspectos do relacionamento romântico, a partir da década de 1940 (Hatfield et al., 2012). Algumas delas avaliam o relacionamento do casal de modo global, considerando o relacionamento em uma dimensão geral; outras, prezam por realizar uma avaliação de modo específico, explorando aspectos particulares da relação (Andrade & Garcia, 2012). Exemplos de escalas que visam à avaliação global ou unifatorial com o relacionamento amoroso são: a escala desenvolvida por Rusbult (1983), a Kansas Marital Satisfaction Scale (Schumm et al., 1986), e a Relationship Assessment Scale (RelAS), que é uma das principais medidas para avaliar satisfação no relacionamento em nível internacional e se mostrou adequada para mensuração também no Brasil (Cassepp-Borges & Pasquali, 2011).

Outras escalas se propuseram a realizar avaliações multidimensionais, abrangendo em uma mesma medida diferentes aspectos vinculados ao relacionamento amoroso, como a escala de ajustamento diádico (DAS) (Hernandez, 2008; Spanier, 1976), a escala de satisfação conjugal (Dela Coleta, 1989; Hernandez et al., 2017), e também o Aquarela-R (Andrade & Garcia, 2012), instrumento original desenvolvido no Brasil, posteriormente adaptado no México, mantendo bons coeficientes de confiabilidade (Moctezuma, Aragón, Franco, Meraz, & Trujillo, 2015).

Nesse ínterim, cabe ressaltar que a maioria das medidas de que dispomos é multidimensional e composta por diversos itens, tornando a aplicação mais extensa e cansativa para os respondentes. Ademais, poucas são as ferramentas construídas com embasamento teórico dentro de uma abordagem diádica e metodológica de levantamento de dados com casais (De Andrade, Cassepp-Borges, Ferrer, & Sanchez-Aragón, 2017), tampouco exploram determinados aspectos que são de suma importância para a satisfação do casal, como o modo de lidar com as responsabilidades sendo pais; a satisfação na relação com amigos e parentes; a satisfação com o modo como o casal maneja suas atividades de lazer, dentre outros.

Tendo em vista as limitações encontradas nas escalas disponíveis para pesquisadores no Brasil, este trabalho justifica-se devido à relevância que a escala que se pretende adaptar terá para o cenário de medidas brasileiras na mensuração da satisfação geral com o relacionamento amoroso, bem como seu uso para a compreensão dos fenômenos correlatos à esfera da conjugalidade (Cassepp-Borges & De Andrade, 2013), da vida familiar (Scorsolini-Comin & Santos, 2012) e das interações trabalho-família (De Andrade, Oliveira, & Hatfield, 2017).

Inventário e Escala ENRICH

O inventário Evaluating & Nurturing Relationship Issues, Communication, Happiness (ENRICH) foi desenvolvido tanto para utilização clínica por terapeutas de casais quanto para pesquisadores que procuram por uma escala bem consolidada cientificamente (Fowers & Olson, 1989). A versão completa da ferramenta é composta por 125 itens e 14 escalas - Distorção Idealista, Satisfação Conjugal, Questões de Personalidade, Comunicação, Resolução de Conflitos, Gestão Financeira, Atividades de Lazer, Relacionamento Sexual, Crianças e Pais, Família e Amigos, Papéis Igualitários, Orientação Religiosa, Coesão Conjugal e Mudança Conjugal. O estudo de validação do instrumento contou com um número significativo de participantes, somando ao todo 7.261 casais que responderam ao inventário ENRICH entre janeiro de 1983 e junho de 1985.

Devido à extensa quantidade de itens desse inventário, foi criada a escala ENRICH Marital Satisfaction (EMS) de 15 itens (Fowers & Olson, 1993), a qual compreende duas subescalas: Distorção Idealista e Satisfação Conjugal. A subescala Distorção Idealista é composta por cinco itens que buscam avaliar a presença de idealizações e descrições irrealisticamente positivas do casamento. Já a subescala Satisfação Conjugal é composta por dez itens, os quais avaliam a qualidade de diferentes domínios presentes no relacionamento conjugal, a saber: Questões de Personalidade, Comunicação, Resolução de Conflitos, Gestão Financeira, Atividades de Lazer, Relacionamento Sexual, Crianças e Pais, Família e Amigos, Papéis Igualitários e Orientação Religiosa (Fowers & Olson, 1993).

A escala EMS foi avaliada quanto à sua consistência interna e à sua confiabilidade, apresentando alfa de Cronbach α = 0,86 (Fowers & Olson, 1993). São encontradas versões modificadas e adaptadas da ENRICH em idiomas além do inglês, como, por exemplo, nas versões desenvolvidas em Portugal (Marques, 2001) e na China (Shen, 2001). Até o momento da realização desta pesquisa não foram encontrados estudos de adaptação para a língua portuguesa em amostras de brasileiros da versão completa ou reduzida da medida.

Considerando a relevância da escala mencionada e ressaltando os fatos de: a) ser uma escala capaz de avaliar diferentes domínios concernentes ao relacionamento amoroso sem, contudo, mostrar-se demasiadamente extensa ou cansativa para o respondente; e b) ter sido projetada a partir de uma concepção diádica, o objetivo deste estudo reside em adaptar a dimensão de satisfação conjugal da escala EMS (Fowers & Olson, 1993). Para isso, o presente estudo pretende verificar a estrutura fatorial da medida de satisfação conjugal em português, sua consistência interna e sua relação com outros construtos correlatos à esfera dos relacionamentos amorosos.

 

Método

Participantes

O presente estudo foi conduzido com uma amostra de 355 participantes, dos quais 232 declararam ser do sexo feminino (65,4%) e 123 do sexo masculino (34,6%). A média de idade dos participantes foi de 33 anos (DP = 9,25 anos). Quanto à escolaridade, 311 participantes declararam ter ensino superior (87,6%); 38 (10,7%) relataram ter ensino médio; e apenas 6 (1,7%) nível fundamental. Quanto à coabitação, 238 (67%) coabitavam com o(a) parceiro(a). A maioria dos respondentes afirmou não ter filhos (208 participantes; 58,6%). No que diz respeito ao vínculo de relacionamento atual, 171 (48,2%) responderam ser casados; 115 (32,4%) declararam estar namorando; 60 (16,9%) afirmaram ter uma união estável; e nove (2,5%) respondentes relataram outros vínculos ou não responderam à questão, os quais foram excluídos das análises sequenciais do estudo.

Procedimentos de Adaptação do Instrumento

A versão reduzida do inventário ENRICH tem duas dimensões independentes, as quais se referem respectivamente à distorção idealista e à satisfação conjugal (Fowers & Olson, 1993). No presente artigo decidiu-se pela adaptação exclusiva da dimensão de satisfação, motivada pela busca de um instrumento breve, bem como a falta de achados e evidências empíricas da replicabilidade da distorção idealista em outros estudos.

Para a adaptação e o levantamento de evidências de validade da escala ENRICH de satisfação conjugal seguiu-se um processo metodológico dividido em cinco etapas, seguindo as orientações mistas fornecidas por Cassep-Borges, Balbinotti e Teodoro (2010) e Borsa, Damásio e Bandeira (2012). A primeira etapa consistiu na versão para a língua portuguesa dos dez itens da dimensão de satisfação conjugal da escala e das chaves de respostas, originalmente em inglês (Fowers & Olson, 1993). A seguir, foi realizada uma verificação dos itens com uma consulta a participantes com perfil da população alvo, a fim de avaliar se estavam claros e coesos ou se deveriam ser reformulados para melhor adaptação ao público brasileiro. Após essa revisão, os itens foram retraduzidos para o inglês e sequencialmente julgados por dois tradutores quanto a sua correspondência entre os da versão original e da versão retraduzida.

Havendo concordância preliminar do instrumento, uma versão prototípica da escala foi testada em uma amostra piloto com a finalidade de avaliar a clareza das instruções para realizar o preenchimento dos itens e verificar sua adequação semântica e sintática. Finalizada essa etapa, o instrumento foi aplicado em participantes envolvidos em relacionamentos românticos.

Instrumentos Utilizados

Os participantes responderam a um questionário contendo as seguintes seções:

a) Questionário Sociodemográfico: esse instrumento teve como objetivo levantar o perfil do participante, sendo composto por perguntas sobre escolaridade, idade, vínculo de relacionamento atual, filhos, dentre outros.

b) Escala de Satisfação Geral com o Relacionamento Amoroso (Andrade & Garcia, 2012; Schumm et al., 1986): escala composta por três itens, com alta confiabilidade (α = 0,90), que buscam uma avaliação geral do relacionamento (por exemplo: "Estou satisfeito com meu relacionamento"). O instrumento foi respondido em escala Likert de cinco pontos, variando de "Discordo Fortemente" a "Concordo Fortemente".

c) Escala de Estresse Percebido (Luft, Sanches, Mazo, & Andrade, 2007): escala com consistência interna α = 0,82 e composta por um total de 14 itens (por exemplo: "Você tem se sentido nervoso e 'estressado'?") a serem assinalados conforme escala Likert de cinco pontos, variando de "Discordo Fortemente" a "Concordo Fortemente".

d) Escala ENRICH de Satisfação Conjugal (Fowers & Olson, 1993): instrumento composto por dez itens que se destinam a realizar uma avaliação da satisfação geral com o relacionamento, adaptada para o idioma português (por exemplo: "Eu e meu (minha) parceiro(a) nos entendemos bem"). O instrumento é respondido por escala Likert de cinco pontos, variando de "Discordo Fortemente" a "Concordo Fortemente". O índice de confiabilidade da escala original foi α = 0,86.

Procedimentos Éticos

Antes de iniciar a etapa de coleta de dados, a pesquisa foi avaliada e aprovada pelo Comitê de Ética da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), conforme Resolução no 466/2012 e Resolução no 510/2016 do Conselho Nacional de Saúde. Todos os participantes da presente pesquisa leram e concordaram com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) que lhes foi apresentado.

Procedimentos de Coleta e Análise dos Dados

A coleta de dados foi realizada por meio da aplicação de questionário on-line, pela plataforma Google Forms, e através de questionário impresso entregue diretamente ao participante. Os convites para participação na pesquisa foram realizados pessoalmente ou por mensagens enviadas por e-mail ou redes sociais a indivíduos que atendessem aos critérios de inclusão da amostra, de modo que após breve descrição dos objetivos do estudo, foi entregue o questionário impresso ou enviado o link para acesso on-line, conforme fosse mais acessível e viável para o participante.

Após a coleta de dados, foram inicialmente avaliados e tratados os dados omissos dos participantes pelo método linear trend at point, e sequencialmente verificada a equivalência entre as formas de aplicação on-line e manual por meio do Funcionamento Diferencial dos Itens (Differential Item Functioning - DIF), a partir do software Winsteps. Procedeu-se, então, com a análise da estrutura fatorial e da consistência interna da escala, buscando evidenciar sua validade e sua confiabilidade quando utilizada em estudos no Brasil (Borsa et al., 2012). Os dados foram analisados com auxílio dos pacotes estatísticos Rstudio, do programa R. Para levantamentos de indicadores concernentes ao construto, utilizou-se procedimento de análise fatorial confirmatória (Byrne, 2010), com matriz de correlações policóricas, Weighted Least Squares Mean and Variance-Adjusted (WLSMV), sendo avaliada adicionalmente a invariância do modelo resultante segundo o sexo do respondente (homens e mulheres). Utilizaram-se os seguintes indicadores de ajuste: chi-quadrado ponderado (razão do chi-quadrado por graus de liberdade, χ2/gl) menor que 3; Comparative Fit Index (CFI); Incremental Fit Index (IFI); e Standardized Root Mean Square Residual (SRMR), sendo que com índices menores que 0,10 (Hair, Black, Babin, Anderson, & Tatham, 2009). Para cálculo da precisão das subescalas resultantes, recorreu-se à análise dos índices de confiabilidade (coeficiente alfa de Cronbach e ômega).

 

Resultados

A Tabela 1 apresenta os itens originais (Fowers & Olson, 1993) e sua versão final adaptada ao português do Brasil.

Funcionamento Diferencial dos Itens (DIF)

De acordo com Nunes e Primi (2010, p. 121), "um estudo DIF procura verificar se pessoas com o mesmo nível de habilidade, mas de grupos distintos, têm probabilidades de acerto diferentes ao item. Se essas pessoas têm a mesma habilidade, não importa que grupo façam parte, deveriam ter a mesma chance de acertar o item". Quando há variância dos parâmetros dos itens entre os subgrupos de uma mesma população, há a presença de Funcionamento Diferencial dos Itens (DIF), e o item com viés é aquele no qual há probabilidade de êxito distinto em função desses grupos (Sisto, 2006). Apesar de comumente os estudos de DIF serem feitos tendo por base um grupo referência e um grupo focal, como, por exemplo, homens e mulheres, no presente estudo o que se buscou foi verificar se poderia existir DIF em função da forma de aplicação dos instrumentos, ou seja, se haveria diferença nos parâmetros dos itens considerando os resultados daqueles que responderam ao teste on-line ou impresso.

Uma vez que a ENRICH foi aplicada em formato on-line e impresso (preenchimento manual), foi realizado um estudo de DIF para confirmar a equivalência entre as duas formas de aplicação. Para isso, foi necessário o atendimento a duas condições: que as médias, as variâncias e a forma de distribuição das pontuações fossem aproximadamente iguais e que a ordem das pontuações dos sujeitos fosse próxima em ambas as versões (Prieto, 2010). A amostra deste estudo foi a mesma já citada anteriormente e o software utilizado para os cálculos foi o Winsteps. Na Tabela 2 é possível identificar os valores encontrados.

Draba (1977) considera a existência de DIF quando o contraste é superior a 0,5 e o valor de t superior a 2,4. Em relação aos 10 itens do teste, verificou-se que apenas os itens 4 e 5 preenchem tais requisitos no que tange ao contraste, porém nenhum dos demais itens, inclusive estes, atendem ao critério no que diz respeito ao teste t. Dessa maneira, possíveis diferenças entre as distintas formas de aplicação - on-line ou impresso - devem-se ao acaso e não favorecem ou prejudicam as pessoas que respondem à escala, independentemente da maneira como a realizem. Em outras palavras, há equivalência entre as aplicações on-line ou impressa, o que permite que a escala seja empregada de ambas as formas sem prejuízo aos avaliados.

Evidências Psicométricas

Prosseguindo a análise de dados com objetivo de levantar evidências de validade psicométrica relacionadas ao construto, realizou-se o procedimento de análise fatorial (confirmatória). A adequação dos dados para o referido procedimento foi apontada pelo Kaiser-Meyer-Olkim (KMO), que teve valor de 0,88 e o teste de esfericidade de Bartlett significativo (p < 0,001%). A natureza dimensional da Escala ENRICH foi avaliada pelo critério da análise paralela (Lloret-Segura, Ferreres-Traver, Hernández-Baeza, & Tomás-Marco, 2014), o qual apontou para solução da matriz real os valores de variância do primeiro fator de 72% e no segundo de 10%; e nos autovalores da matriz randomizada, um primeiro fator explicando 28,7% e um segundo com 24,0%. A Tabela 3 apresenta estatísticas descritivas e correlações entre os itens da medida.

Com base na sugestão unifatorial, procedeu-se a uma análise fatorial confirmatória a partir da matriz de correlações policóricas, tomando como base o modelo original estrutural da medida adaptada para o português brasileiro. O modelo resultante apresentou bons índices de ajuste, sendo os indicadores: x2/df = 2,46; CFI = 0,931; IFI= 0,933; SRMR = 0,064 (0,047 - 0,082), significativos para p < 0,001. Na comparação estrutural dos modelos segundo o sexo dos participantes, verificou-se a invariância estrutural da medida entre homens (x2/df = 1,24; CFI = 0,96; IFI = 0,96; SRMR = 0,45 [0,045 - 0,083]) e mulheres (x2/df = 2,42; CFI = 0,901; IFI= 0,905; SRMR = 0,078 [0,057 - 0,115, para p < 0,001]). Os indicadores de precisão, a partir dos coeficientes de confiabilidade ômega e alfa de Cronbach, foram 0,80 e 0,78 respectivamente, apontando boa evidência de precisão do instrumento.

Evidências Convergentes e Discriminantes

Na etapa de validade convergente, a evidência de alta correlação entre um novo teste e um teste similar já existente e validado, indica que o novo instrumento mede aproximadamente o mesmo traço de comportamento que o teste antigo mensurava (Cunha, 2000; Farsen et al., 2017). Já na etapa de validade discriminante, são utilizados constructos opostos ou pouco relacionados ao constructo a ser medido, esperando-se correlações nulas ou não significativas entre eles (Farsen et al., 2017). Considerando essas exigências, a etapa seguinte consistiu na realização da correlação r de Pearson entre a escala ENRICH de satisfação conjugal adaptada neste estudo com a versão em português da escala de satisfação geral (Andrade & Garcia, 2012; Wachelke et al., 2007) e a escala de nível de estresse percebido (Luft et al., 2007).

A relação entre as duas medidas de satisfação foi elevada, obtendo coeficiente de correlação igual a 0,79 (p < 0,0001). Conforme resultados obtidos, nota-se a forte convergência do construto de satisfação conjugal da escala ENRICH com um construto paralelo da medida de avaliação da satisfação geral com o relacionamento (Andrade & Garcia, 2012). Na sequência, analisou-se a correlação da escala ENRICH com a medida de estresse percebido, observando-se uma correlação negativa de 0,45. Tais resultados sinalizam evidências de validade convergente entre satisfação com o relacionamento conjugal e divergência com estresse percebido, visto que as dimensões de satisfação obtidas através da escala ENRICH se relacionaram negativamente com aspectos de estresse.

 

Discussão

O objetivo deste estudo foi adaptar e levantar evidências iniciais de validade da escala ENRICH de satisfação conjugal desenvolvida por Fowers e Olson (1993) para sua utilização na população brasileira. As análises realizadas indicaram que a escala adaptada apresenta adequadas evidências de validade, tanto nos aspectos de estrutura, como na capacidade discriminante, havendo também estimativas favoráveis de confiabilidade e precisão. Indicadores que, no geral, favorecem o uso da medida para futuras pesquisas no Brasil.

Ainda que outras medidas de avaliação dos relacionamentos amorosos apresentem bons indicadores de validade e precisão (Andrade & Garcia, 2012; Hernandez et al., 2017), poucas delas exploram importantes áreas de influência na satisfação com o relacionamento, como, por exemplo, satisfação com o modo de tomada de decisões do casal; satisfação com a maneira com que cada um lida com suas responsabilidades como pais; ou satisfação com o relacionamento mantido com parentes, sogros e/ou amigos. A versão adaptada da escala de satisfação ENRICH mostra-se, portanto, como importante instrumento para investigação de fenômenos correlatos à esfera dos relacionamentos amorosos, aos aspectos da dinâmica familiar (Scorsolini-Comin & Santos, 2012) e aos domínios da interação trabalho-família (De Andrade et al., 2017; Fellows, Chiu, Hill, & Hawkins, 2016).

Observa-se que a escala ENRICH apresenta diferenciais em relação às demais escalas disponíveis pelo fato de poder ser utilizada tanto em investigações que considerem o indivíduo como unidade de análise quanto em investigações que optem pela análise diádica dos dados. Outra vantagem observada é o fato de ser uma medida breve e de rápida aplicação ao mesmo tempo que é abrangente e bastante completa para mensurar a satisfação com o relacionamento conjugal, uma vez que avalia a satisfação de 10 diferentes áreas presentes no relacionamento: satisfação com questões de personalidade, comunicação, resolução de conflitos, gestão financeira, manejo de atividades de lazer, relacionamento sexual, responsabilidades parentais, relacionamento com família/amigos, papéis igualitários e orientação religiosa (Fowers & Olson, 1993).

Importante destacar que a versão inicialmente adaptada para o Brasil neste estudo considera apenas a dimensão positiva do construto, relacionada à satisfação com o relacionamento, desconsiderando a dimensão de distorção idealista (Fowers & Olson, 1993). Apesar de a original operacionalizar uma composição com dois fatores para avaliação geral do construto, esta versão em português viabiliza seu uso para pesquisadores e interessados na investigação do construto, tanto por se aproximar de outras ferramentas já adaptadas que avaliam o relacionamento a partir de seus aspectos positivos (Cassepp-Borges & De Andrade, 2013; Cassepp-Borges & Pasquali, 2011), como avançando para avaliação de outros comportamentos pertinentes à esfera da conjugalidade, relacionados a dimensões da interação cotidiana com amigos, familiares e envolvimento em atividades domésticas.

Como limitação encontrada neste estudo aponta-se a pouca representatividade amostral de participantes, provenientes em sua maioria da região sudeste do Brasil, de modo que, considerando a grande diversidade cultural do país, sugere-se, para estudos futuros, a ampliação da amostra populacional a fim de elevar a representatividade de outros estados. Apesar dessa limitação, considera-se apropriada a utilização da medida para investigação do construto satisfação conjugal no Brasil, seja para fins de investigação científica ou para uso no contexto da psicologia clínica, bem como também sugerido pelos autores da escala original (Fowers & Olson, 1993).

Conclui-se que, ao apresentar este novo instrumento com adequadas propriedades psicométricas ao contexto de pesquisas sobre relacionamentos românticos no Brasil, o objetivo deste estudo considera-se alcançado. Ressaltamos, porém, que estas descobertas ainda são iniciais, e sugerimos a ampliação dessa investigação em pesquisas futuras através da realização de outras relações convergentes e divergentes da medida com diferentes construtos de relacionamentos amorosos.

 

Referências

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Endereço para correspondência:
Lívia Fraga Ferrão
Universidade Federal do Espírito Santo
Av. Fernando Ferrari, 514 - Goiabeiras
Vitória - ES - CEP: 2.9075-910
liviafferrao@gmail.com

Recebido em: 06/04/2019
Aceito em: 15/04/2019

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