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Psicologia em Pesquisa

On-line version ISSN 1982-1247

Psicol. pesq. vol.15 no.2 Juiz de Fora Apr./June 2021

http://dx.doi.org/10.34019/1982-1247.2021.v15.30134 

ARTIGOS

 

Estudo psicométrico do Questionário de Atitudes Socioculturais em Relação à Aparência - 4

 

Psychometric Study of the Sociocultural Attitudes Towards Appearance Questionnaire - 4

 

Estudio Psicométrico del Cuestionario de Actitudes Socioculturales sobre la Apariencia - 4

 

 

Fernanda Lopes da SilvaI; Vicente Cassepp-BorgesII; Maria Silvia Paolucci de PaivaIII

IUniversidade Federal Fluminense - UFF. E-mail: lopesfernanda@id.uff.br ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5668-9041
IIUniversidade Federal Fluminense - UFF. E-mail: cassepp@gmail.com ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8742-3097
IIIUniversidade Federal Fluminense - UFF. E-mail: mariaspp@id.uff.br ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8388-5259

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

O presente artigo relata um estudo sobre as influências que fatores socioculturais produzem na composição e na percepção da imagem corporal. O objetivo foi compreender as propriedades psicométricas do Questionário de Atitudes Socioculturais em Relação à Aparência (SATAQ-4). A escala foi aplicada em 390 participantes com idade média de 22,66 anos (DP= 4,68). O SATAQ-4 apresentou cinco fatores de influência sociocultural: três subescalas que avaliam pressões socioculturais e duas de internalização do padrão de beleza, tanto em análises exploratórias quanto confirmatórias. As diferenças encontradas entre sexos indicaram que as mulheres são mais influenciadas socioculturalmente e foi encontrada correlação entre magnitude da pressão sociocultural/internalização do padrão de beleza e autoestima. Os dados sugerem que o SATAQ-4 é um bom instrumento para avaliar as influências externas na imagem corporal.

Palavras-chave: Imagem corporal; Validade do teste; Análise fatorial.


ABSTRACT

This article reports a study on the influences that sociocultural factors have on the composition and perception of body image. The objective was to understand the psychometric properties of the Sociocultural Attitudes Towards Appearance Questionnaire (SATAQ-4). The scale was applied to 390 participants with an average age of 22.66 years (SD = 4.68). The SATAQ-4 presented five factors of sociocultural influence: three subscales evaluating sociocultural pressures and two evaluating internalization of the beauty standard in both exploratory and confirmatory analyzes. The differences found between sexes indicated that women perceive themselves as more sociocultural influenced and a correlation was found between the magnitude of sociocultural pressure/internalization of the standard of beauty and self-esteem. The data suggest that SATAQ-4 is a good tool to assess external influences on body image.

Keywords: Body image; Test validity; Factor analysis.


RESUMEN

En este artículo, se presenta un estudio de las influencias que producen factores socioculturales en la composición y la percepción de la imagen corporal. El objetivo fue comprender las propiedades psicométricas del Cuestionario de Actitudes Socioculturales en relación a la Apariencia (SATAQ-4). La escala se aplicó a 390 participantes con una edad promedio de 22,66 años (DE = 4,68). El SATAQ-4 presentó cinco factores de influencia sociocultural: tres subescalas que evalúan las presiones socioculturales y dos de internalización del patrón de belleza, tanto en los análisis exploratorios como confirmatorios. Las diferencias encontradas entre los sexos indicaron que las mujeres están más influenciadas socioculturalmente y se encontró una correlación entre la magnitud de la presión / internalización sociocultural del estándar de belleza y autoestima. Los datos sugieren que SATAQ-4 es una buena herramienta para evaluar las influencias externas en la imagen corporal.

Palabras clave: Imagen corporal; Validación de test; Análisis factorial.


 

 

A imagem corporal (IC) é a forma como o corpo é percebido pelo sujeito, ou seja, é o conceito que se possui do próprio corpo. No entanto, esse conceito não é uma reprodução exata do aspecto físico corporal, pois sofre influências de fatores extrínsecos, como a mídia, amigos, família, entre outros. A percepção da IC pode estar relacionada com a satisfação ou insatisfação corporal. Esta última pode se apresentar de forma moderada ou evoluir para uma intensa preocupação com a aparência, caracterizando-se como um distúrbio da imagem corporal, que comumente, além de produzir amplo sofrimento, também causa prejuízos sociais, profissionais e em outras esferas da vida (Thompson, 1990).

Devido às preocupações excessivas com a aparência, os indivíduos que possuem algum distúrbio na imagem corporal apresentam prejuízos no âmbito psicossocial, pois acabam se esquivando de situações sociais. Diante disso, o funcionamento psicossocial das pessoas com distúrbios de imagem fica completamente comprometido, acarretando na diminuição da qualidade de vida. Assim, a falha na percepção da IC é proporcional aos prejuízos causados na vida de quem possui um distúrbio de imagem (American Psychological Association, 2014).

Haja vista os problemas que podem estar associados a uma imagem corporal negativa, tais como "altos níveis de ansiedade, ansiedade social, esquiva social, humor deprimido, neuroticismo e perfeccionismo, bem como a baixa extroversão e baixa autoestima" (American Psychological Association, 2014, p. 244), os estudos relacionados a esse construto tem adquirido grande importância. Diante disso, é necessário compreender como a IC se desenvolve e quais são as influências que interferem na sua formação.

No decorrer da história do desenvolvimento do conceito da imagem corporal, observa-se que ele adquiriu significados diferentes para vários pesquisadores (Cash & Pruzinsky, 1990). Embora a literatura sobre a imagem corporal permita afirmar que ela é considerada contemporaneamente, por muitas abordagens, como um fenômeno multidimensional, as divergências sobre sua definição ainda são frequentes. Os estudiosos da imagem corporal dificultam uma definição conciliadora porque utilizam termos diversos para se referirem aos mesmos componentes (Thompson, Heinberg, Altabe, & Tantleff-Dunn, 1999). Por isso, Cash e Pruzinsky (2002) propõem uma versão plural do termo: imagens corporais. Dessa forma, pretendem revelar características inerentes ao conceito, como a complexidade e a sua multidimensionalidade.

A imagem corporal foi mencionada pela primeira vez no século XVI, pelo francês Ambroise Paré, que teve como enfoque nos seus estudos o membro fantasma. Posteriormente, no século XX, as primeiras pesquisas sobre a imagem corporal começaram a ser desenvolvidas a partir da descoberta relacionada ao membro fantasma, que se fundamentava na concepção de que uma lesão física produzia mudanças na forma como os sujeitos percebiam seus corpos (Fisher, 1990).

Seymour Fisher é apontado como um dos mais importantes estudiosos da imagem corporal (Cash & Pruzinsky, 2002; Ribeiro & Tavares, 2011). Fisher foi o responsável por realizar não só a única como também a mais completa revisão histórica da imagem corporal (Cash & Pruzinsky, 2002). Desse modo, no século XX, os estudos sobre a imagem corporal foram marcados por pesquisas que buscavam compreender a relação entre danos cerebrais e a percepção corporal (Ribeiro & Tavares, 2011).

O neurologista Paul Schilder foi o responsável por deslocar os estudos sobre a imagem corporal do campo exclusivo da neuropatologia (Cash & Pruzinsky, 2002). Assim, uma das maiores contribuições do autor foi incluir a concepção de que a imagem corporal não é formada apenas por elementos patológicos e que as experiências cotidianas também interferem no seu desenvolvimento (Barros, 2005). Portanto, Schilder propôs uma abordagem biopsicossocial sobre a imagem corporal, evidenciando a função dos aspectos psicológicos e socioculturais (Ribeiro & Tavares, 2011).

De acordo com Schilder, a imagem corporal é definida como a representação do corpo que é formada na mente, isto é, ela se configura como o modo pelo qual o corpo se apresenta para si mesmo. Segundo o autor, "a imagem corporal não é só uma construção cognitiva, mas também uma reflexão dos desejos, atitudes emocionais e interação com os outros" (Schilder, 1999, pp. 240-251). Sendo assim, a imagem corporal deve ser compreendida como um fenômeno que remete a história vivida pelo sujeito, abrangendo emoções, sentimentos, pensamentos, representações e as relações com o outro. Portanto, a imagem corporal é construída também através das interações no ambiente social (Tavares, 2003).

No que tange às pesquisas sobre a imagem corporal, são consideradas duas dimensões: a perceptiva e a atitudinal. A dimensão perceptiva é relativa à análise das características corporais, como tamanho, peso e forma, que uma pessoa faz do próprio corpo (Nazaré, Moreira, & Canavarro, 2010). Para avaliação dessa dimensão, são utilizados métodos que permitam que o sujeito demonstre como considera as suas características corporais (Tavares, Campana, Tavares Filho, & Campana, 2010). Por outro lado, a dimensão atitudinal é correspondente às atitudes do sujeito relativas ao seu corpo (Nazaré et al.., 2010). Posto isto, a dimensão atitudinal engloba os comportamentos, emoções e cognições que o sujeito apresenta sobre a sua aparência, podendo ser avaliada através de questionários e escalas (Tavares et al., 2010). Além disso, a dimensão atitudinal apresenta dois componentes: o avaliativo/afetivo e o cognitivo ou de investimento. O primeiro abrange os sentimentos acerca da aparência corporal, deste modo está intimamente associado com a satisfação corporal, que é consequência da forma como um indivíduo percebe seu corpo. O segundo compreende os pensamentos e as crenças relativas à aparência corporal e ao corpo (Nazaré et al., 2010). São os aspectos cognitivos, emocionais e comportamentais na análise das características corporais, ou seja, os investimentos na aparência corporal (Cash, 2002b). Sobre os instrumentos investigados no Brasil, o componente cognitivo é aquele que menos possui escalas disponíveis (Amaral, 2011), o que confirma a concentração dos estudos sobre o componente avaliativo/afetivo do construto como aponta Nazaré et al. (2010). O primeiro instrumento empregado na avaliação do componente cognitivo no Brasil foi o Tripartite Influence Scale (TIS), que foi traduzido para o português no ano de 2010 (Amaral, 2011). O TIS foi desenvolvido por Keery, van den Berg, e Thompson (2004), com a finalidade de avaliar três fontes primárias de influência - amigos, família e mídia - na satisfação corporal entre adolescentes. A versão em português foi adaptada por Conti, Scagliusi, Queiroz, Hearst & Cordás (2010). Os autores avaliaram a equivalência semântica, a compreensão verbal e a consistência interna do instrumento, obtendo valores satisfatórios do alfa de Cronbach entre jovens brasileiros, de ambos os sexos (Conti et al., 2010).

Em 1995, Heinberg, Thompson e Stormer já haviam desenvolvido outro instrumento destinado a avaliar o componente cognitivo da Imagem Corporal, o Sociocultural Attitudes Towards Appearance Questionnaire (SATAQ), instrumento utilizado nesse estudo, e também fundamentado no Tripartite Influence Model. A primeira versão do SATAQ continha 14 itens que avaliavam a internalização dos padrões de beleza por mulheres. Em 1997, ao propor o acréscimo de sete itens à primeira versão, Cusumano e Thompson (1997) desenvolveram uma versão revisada do SATAQ.

Em seguida, Thompson et al. (2004) apresentaram uma versão revisada sob a forma de questionário, que foi nomeada de SATAQ-3 e que se destina a avaliar a pressão sociocultural e a internalização do padrão de beleza, sendo considerado o padrão ouro para avaliação desse construto por muitos pesquisadores. O questionário é composto por 30 itens que se dividem em quatro fatores: internalização geral dos padrões de beleza socialmente estabelecidos, internalização do ideal de corpo atlético, influência da mídia e pressão exercida pelos padrões de beleza (Thompson et al., 2004).

No Brasil, diante da escassez de instrumentos que avaliassem o componente cognitivo da Imagem Corporal, foi adaptada a primeira versão para a língua portuguesa. Amaral et al., (2013) realizaram uma adaptação transcultural, analisando a equivalência semântica e a consistência interna da versão em português. Posteriormente, Amaral et al. (2013) avaliaram as qualidades psicométricas do SATAQ-3 entre jovens brasileiros de ambos os sexos. Mais recentemente, Schaefer et al. (2015) realizaram uma revisão do SATAQ-3, com a finalidade de desenvolver algumas melhorias, pois, algumas limitações foram encontradas no questionário. Uma das limitações da escala é relativa ao tipo de pressão para se atingir ao ideal de beleza, que considera quase exclusivamente a pressão realizada pela mídia, não levando em conta algumas fontes muito frequentes em pesquisas atuais. O modelo mais aceito atualmente para explicar a influência sociocultural na Imagem Corporal é o Modelo dos Três Fatores (Amaral et al., 2013; Thompson, Coovert, & Stormer, 1999), segundo o qual, como mencionado anteriormente, há três fontes principais responsáveis por exercer a pressão para internalização do ideal de beleza. Portanto, o SATAQ-3 (Thompson et al., 2004) não avalia estas importantes fontes de influência sociocultural. Por isso, na formulação do SATAQ-4, foram incluídos itens que avaliam as pressões realizadas pela família e pelos amigos (Schaefer et al., 2015). A segunda limitação encontrada na escala diz respeito aos itens que compõem os fatores de Internalização geral e da Internalização atlética, que avaliam a influência geral da mídia através de meios de comunicação, como televisão, revistas, cinema, entre outros, e a influência dos modelos atléticos e ligados ao esporte, respectivamente. Embora os itens avaliem a internalização dos ideais de beleza propagados pela mídia e o desejo de se atingir a um ideal corporal semelhante ao de atletas, eles não avaliam especificamente a internalização das características físicas associadas ao ideal de magreza e a internalização do ideal muscular (Schaefer et al., 2015).

Diante das limitações apresentadas pelo SATAQ-3, a revisão da escala foi realizada com o objetivo de fornecer uma avaliação mais abrangente das pressões socioculturais. Dessa forma, foram incluídos itens destinados a avaliar as pressões realizadas pela família e pelos amigos, o SATAQ-4 passou a considerar a internalização do ideal de magreza e o ideal de um corpo musculoso e, por último, foram realizados ajustes para melhorar a confiabilidade e a validade convergente da nova medida em amostras femininas e masculinas, e em diferentes culturas (Schaefer et al., 2015).

Para o desenvolvimento e avaliação empírica do SATAQ-4, o primeiro estudo contou com quatro amostras de mulheres universitárias de diferentes regiões dos Estados Unidos. No segundo estudo, a estrutura fatorial, a confiabilidade e a validade convergente dos escores encontrados para o SATAQ-4 foram examinadas em três amostras com mulheres de diferentes países, Itália, Inglaterra e Austrália. O último estudo analisou as propriedades psicométricas do SATAQ-4 em uma amostra de universitários homens americanos. A pesquisa obteve como resultado uma escala de 22 itens com cinco fatores, sendo dois deles considerados como de internalização do padrão de beleza (Ideal de magreza ou baixa gordura corporal e o ideal muscular/atlético) e três fatores considerados como pressão para atingir o ideal (família, mídia, pares). Para a amostra masculina, a solução de 5 fatores foi em grande parte replicada, mas apresentou também uma evidência de uma estrutura subjacente exclusiva para os homens. Ademais, os escores encontrados para o SATAQ-4 demonstraram excelente confiabilidade e boa validade convergente com medidas de imagem corporal relacionadas com distúrbios alimentares e autoestima (Schaefer et al., 2015).

Compreender como as interações sociais e culturais influenciam no desenvolvimento da imagem corporal é uma questão importante para a área da Psicologia. Para isso, o objetivo foi verificar as evidências de validade do SATAQ-4 no Brasil, pois não há estudos nacionais sobre suas propriedades. Também, objetivou-se comparar grupos com relação aos níveis de autoestima, à influência sociocultural, ao gênero, à satisfação corporal, ao tipo de relacionamento, à opinião dos participantes sobre a sua própria beleza.

 

Método

Participantes

Este estudo teve a participação de 390 estudantes universitários(as) maiores de 18 anos. Os(as) participantes são provenientes do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul. As coletas de dados foram realizadas em uma instituição particular (n=179, 46%, curso de educação física) e em uma instituição pública federal (n=11, 54%, cursos do Instituto de Ciências Humanas e Sociais), situadas, respectivamente, na cidade de Passo Fundo/RS e na cidade de Volta Redonda/RJ. A amostra foi selecionada por conveniência, de acordo com a disponibilidade dos alunos em participarem do estudo e conforme a presença em sala de aula nos dias de aplicação dos questionários. Apesar de escolhidas pela facilidade de acesso dos pesquisadores, as cidades de Volta Redonda/RJ e Passo Fundo/RS possuem algumas diferenças culturais e mesmo climáticas, favorecendo a diversidade da amostra. Participaram 216 (55,4%) mulheres e 174 (44,6%) homens, cuja média de idade foi de 22,66 anos (DP = 4,68). Apesar do elevado número de participantes que cursam educação física (n=175, 44,9%), a amostra ainda possui uma quantidade considerável de estudantes de outros cursos (n=215, 55,1%). Pode-se afirmar que houve alguma diversidade na amostra, pois fazem parte dela estudantes de 9 cursos de graduação.

A maior parte amostra (n=236, 60,5%) encontrava-se em algum tipo de relacionamento sério quando os dados foram coletados, seguidos por namorando (n=209, 53,6%), casado (n=22, 5,6%) e em união estável (n=5, 1,3%). Enquanto, cento e quarenta e três participantes (36,7%) se declararam solteiros e sem namorado (a), cinco (1,3%) encontravam-se divorciados, uma pessoa possuía relacionamento aberto e cinco (1,3%) não declararam o tipo de relacionamento.

Instrumentos

Foram aplicados um questionário sociodemográfico, o Questionário de Atitudes Socioculturais em Relação à Aparência (SATAQ-4) e a Escala de Autoestima de Rosenberg, que serão apresentados a seguir. Os instrumentos utilizados são questionários de autorrelato, sendo assim, deve-se considerar que os dados coletados estão de acordo com a percepção do(a) próprio(a) participante.

O questionário inicial foi desenvolvido visando a caracterização sociodemográfica da amostra. Assim, ele foi constituído por perguntas como data de nascimento, sexo, curso, estado civil e orientação sexual. Além disso, estavam presentes no questionário perguntas relacionadas à satisfação corporal, à beleza e à prática de exercícios físicos. Havia ainda perguntas que convidavam o(a) participante a declarar de quem é a opinião mais relevante sobre a sua aparência e, de acordo com a sua percepção, qual a parte do seu corpo que mais aprecia e qual a que poderia melhorar. O SATAQ-4 é um questionário composto por 22 itens, que avaliam a pressão sociocultural e a internalização do padrão de beleza. As respostas são classificadas em uma escala Likert de 5 pontos, que variam de 1 (discordo totalmente) a 5 (concordo totalmente). O SATAQ-4 possui cinco fatores de influência sociocultural: três subescalas que avaliam as pressões socioculturais (Pais, Pares e Mídia), compostas por quatro itens cada uma, e duas subescalas de internalização do padrão de beleza, sendo a subescala "Magreza/Baixa Gordura Corporal" composta por cinco itens que medem a aceitação do ideal de magreza e a subescala "Muscular/Atlético" também composta por cinco itens que indicam a aceitação do ideal atlético. O escore final é calculado pela soma de todas as respostas, e a pontuação representa proporcionalmente a influência dos aspectos socioculturais na imagem corporal Schaefer et al. (2015).

A adaptação do SATAQ-4 foi realizada em duas etapas. Na primeira, foi realizada a tradução do SATAQ-4 do inglês para o português. Posteriormente, foi feita uma tradução reversa. A versão original foi comparada com a versão traduzida e as discrepâncias identificadas. Por fim, foram realizadas as adaptações necessárias à tradução em português.

Procedimentos

Inicialmente, a autorização para a adaptação brasileira do SATAQ-4 foi solicitada para o autor da escala original (J. K. Thompson, comunicação pessoal, 10 de janeiro de 2017). Em um segundo momento, foi solicitada a autorização das instituições de ensino para a realização da coleta de dados. O projeto desta pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal Fluminense, sob o número 2.320.747, no dia 08 de outubro de 2017, atendendo às recomendações da resolução 196/1996 do Conselho Nacional de Saúde. Após a autorização do autor, das instituições e da aprovação do Comitê, a pesquisa foi iniciada.

A aplicação dos questionários foi realizada nas salas de aula, sempre coletivamente. No momento da aplicação, a pesquisa foi brevemente apresentada aos participantes e as informações sobre todos os procedimentos necessários para a avaliação foram informadas, deixando claro o caráter voluntário da participação e sempre buscando realizar o rapport.

Após a assinatura dos Termos de Consentimento Livre e Esclarecido, os(as) participantes responderam individualmente o questionário sociodemográfico e o SATAQ-4. Não foi permitida a comunicação entre os alunos no momento da avaliação e não houve limite de tempo para o preenchimento dos questionários. O tempo médio de aplicação de todos os questionários foi de aproximadamente 30 minutos. Alguns participantes relataram ter sido agradável a realização dos questionários, devido ao interesse que possuíam pelo tema ou pela psicologia. Os questionários foram alocados em banco de dados, digitados pela própria pesquisadora, e os erros resultantes do processo de digitação foram verificados através de análises de frequências, consultando os questionários sempre que necessário para verificar a resposta dada pelo(a) participante. Após a consulta do questionário, o erro era corrigido no banco de dados. No entanto, mesmo com estes cuidados, não se descarta a hipótese de possíveis erros resultantes do processo de digitação terem permanecido.

Análise dos Dados

A fim de se obter a estrutura fatorial que melhor explica a covariância entre as variáveis observadas, foi realizada uma Análise Fatorial Exploratória (AFE) para cada uma das escalas, utilizando-se o software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS)®. Em um primeiro momento, a Análise de Componentes Principais (ACP) foi utilizada para verificar se a matriz de dados pode ser fatorada, isto é, analisar se os dados podem ser submetidos ao processo de análise fatorial (Pasquali, 1999). Dessa forma, dois métodos foram utilizados para avaliar a fatorabilidade da matriz de correlações das escalas, o teste de Kaiser Meyer-Olkin (KMO) e o Teste de Esfericidade de Bartlett. O KMO é um teste estatístico que analisa a adequação da amostra, indicando o quanto está sendo adequada a aplicação da AFE para os dados utilizados. O valor deste índice pode variar de zero a um. O Teste de Esfericidade de Bartlett indica a fatorabilidade da matriz de correlações. Os resultados dos dois testes tendem a ser equivalentes, isto é, confirmam a fatorabilidade da matriz de dados ou não (Damásio, 2012).

Para realizar o processo de retenção fatorial, três métodos foram utilizados: o critério de Kaiser-Guttman ou de autovalor e o teste do Scree plot ou teste de Cattell e método das análises paralelas (AP). O critério de Kaiser-Guttman possibilita a análise do número de fatores a ser retido por meio do eigenvalue. Sendo assim, cada fator retido apresentará um eigenvalue que representa o total de variância explicada por este fator. A soma dos eigenvalues é sempre igual à quantidade de itens utilizados na análise. Dessa forma, um componente que possui um eigenvalue <1 indica um total de variância explicada menor do que um único item. Portanto, apenas fatores com eigenvalue>1 são retidos. O teste do Scree plot se fundamenta na análise do gráfico dos eigenvalues. Através da observação do gráfico, identifica-se os fatores com maiores eigenvalues, o que significa que eles possuem uma maior variância explicada. Sendo assim, o gráfico deve ser entendido como uma montanha e um chão, os componentes que constituem a montanha são considerados fatores (Damásio, 2012). O critério da análise paralela tem sido considerado o procedimento mais confiável na verificação do número de fatores a serem retidos (Damásio, 2012). Na análise paralela, o número de variáveis e o número de participantes da pesquisa são utilizados para criar um conjunto hipotético de matrizes de correlação de variáveis. Em um segundo momento, a matriz hipotética é fatorada e calcula-se a média dos eigenvalues obtidos. Então, os eigenvalues dos dados empíricos são comparados com os eigenvalues aleatórios. Para cada eigenvalue empírico maior do que o eigenvalue aleatório, considera-se que existe um fator. Todos os critérios foram considerados na decisão do número de fatores. O método de rotação utilizado foi o direct oblimin.

Após as análises fatoriais exploratórias, os modelos encontrados foram analisados através de Análises Fatoriais Confirmatórias. Foram utilizados como critérios de ajuste do modelo o Comparative Fit Index (CFI) e o Tucker-Lewis Index (TLI), no qual valores superiores a 0,90 indicam ajuste (0,95 para um bom ajuste). O Root Mean Square Error of Approximation (RMSEA) também foi utilizado, com ajuste para valores inferiores a 0,08 (Pilati & Laros, 2007).

O Coeficiente de Correlação de Pearson foi utilizado visando avaliar a validade convergente entre as escalas (SATAQ-4 E Escala de Autoestima de Rosenberg). Posteriormente, foi realizada uma regressão logística para modelar a relação funcional entre as cinco dimensões das influências socioculturais, medidas pelo SATAQ-4, e a autoestima, medida pelo questionário de Rosenberg (variáveis independentes), utilizando como variável dependente a satisfação corporal.

 

Resultados e Discussão

Propriedades psicométricas do SATAQ-4

Análise fatorial exploratória.

Primeiramente, para o SATAQ-4, os dados foram submetidos a uma análise fatorial exploratória, o método de extração utilizado foi o de Análise dos Componentes Principais com rotação oblimin. A medida Kaiser-Meyer-Olkin para a adequação da amostra indicou que os itens do instrumento são adequados a uma análise fatorial, apresentando índice de 0,816. O teste de esfericidade de Bartlett foi significante (χ2= 5222,10, gl = 231, p<0,001).

Em seguida, realizou-se a extração dos fatores que apresentaram eigenvalue acima de um, totalizando cinco fatores que explicaram 69,35% da variância. Além disso, a análise paralela foi realizada, tomando como critério os eigenvalue empíricos e aleatórios, também verificando a presença de 5 eigenvalues empíricos superiores aos aleatórios.

A estrutura fatorial se organizou da seguinte forma: o primeiro fator representou a subescala Mídia, com eigenvalue = 5,74, explicando 26,10% da variância; o segundo fator denominado Aparência Atlética/Musculosa apresentou eigenvalue = 3,83 e explicou 17,43% da variância; o fator 3 representou a subescala Amigos com eigenvalue = 2,21 e explicou 10,07% da variância; o quarto fator, Padrão de Magreza, teve eigenvalue = 2,06 e explicou 9,36% da variância; por último, o fator 5, que representou a subescala Família, apresentou o eigenvalue = 1,40 e explicou 6,37% da variância (Figura 1).

Os fatores são os mesmos obtidos no estudo original do SATAQ-4 (Schaefer et al., 2015). Todos os itens carregaram mais fortemente no fator pretendido. As cargas fatoriais para cada uma das variáveis estão apresentadas na Tabela 1.

Análise fatorial confirmatória.

A análise fatorial confirmatória buscou evidenciar a validade do modelo que foi encontrado na AFE. Assim, foi realizada uma análise do modelo de cinco fatores (Mídia, Aparência Atlética/Musculosa, Amigos, Padrão de Magreza e Família) por meio de ajustes na estrutura fatorial, que visam obter uma melhor adequação dos construtos. Esta avaliação utilizou os índices CFI, TLI, RMSEA e χ2. Os valores obtidos para o ajuste do modelo podem ser visualizados na Tabela 2. A consistência interna da escala foi avaliada por meio do alfa de Cronbach, resultando em 0,87. Os valores apresentados permitem inferir que a solução de cinco fatores (Modelo 2, representado pela Figura 2) para o SATAQ-4 foi a que apresentou o melhor ajustamento para os dados, corroborando com a solução encontrada na AFE.

Os resultados da análise fatorial confirmatória permitem afirmar que o modelo com cinco fatores se ajustou à amostra de forma adequada, indicando que a maior parte dos índices de ajustamento foi satisfatória, com outros se aproximando dos valores de referência. Ademais, as cargas e as correlações resultadas legitimam a hipótese de que as variáveis observadas são explicadas por cinco fatores, o que condiz com um dos estudos de validação do SATAQ-4 realizado por Llorente et al. (2014), além de resultar na mesma solução encontrada no estudo original do SATAQ-4 (Schaefer et al., 2015). Por tanto, os resultados obtidos na AFE e AFC sugerem a validade de construto do SATAQ-4 para a população brasileira, sendo indicada a sua utilização em amostras semelhantes à deste estudo.

Comparação por grupos.

Inicialmente, para realizar comparações entre dois sexos, foi utilizado o Test t de Student para as amostras independentes. Os resultados apresentaram poucas diferenças entre os sexos no escore do SATAQ-4. Isto quer dizer que não houve diferenças expressivas na forma como homens e mulheres são influenciados socioculturalmente na estruturação de suas imagens corporais.

Em relação a comparação por sexo dos fatores do SATAQ-4, as médias femininas foram significativamente mais elevadas nas dimensões relativas à pressão sociocultural feita pela Mídia (t (388) = 6,719; p < 0,05). Este dado pode ser associado a um estudo com 4000 leitoras de uma revista americana, no qual a mídia e as modelos foram apontadas como a principal fonte de pressão para se obter um corpo magro (Garner, 1997).

As médias femininas também foram significativamente maiores em comparação com a dos homens na pressão exercida pela Família (t (388) = 3,278; p < 0,05) e na internalização do padrão de beleza Magreza (t (388) = 4,007; p < 0,05) do questionário de influência sociocultural. Enquanto, para os homens, a média se apresentou mais elevada na dimensão referente à internalização do padrão de beleza Atlético/Musculoso (t (388) = -6,013; p < 0,05) do SATAQ-4. Na dimensão de pressão sociocultural pelos amigos, os resultados não apresentaram diferenças significativas entre os sexos (t (388) = -1,959; p > 0,05), indicando que homens e mulheres são influenciados de maneira análoga pelos amigos.

Conforme os dados obtidos nesse estudo e os disponíveis na literatura, é possível afirmar que os pais, os amigos e a mídia pressionam, principalmente as mulheres, na busca pelo ideal de beleza e a internalização do padrão que é perpetuado produz insatisfação corporal, pois esse ideal é inatingível para a maioria das mulheres (Thompson & Stice, 2001).

No que concerne à satisfação ou não com o corpo, as comparações por sexo foram feitas com o teste qui-quadrado. O presente estudo obteve como resultado que a maior parte dos homens estão satisfeitos com seus corpos, enquanto a maior parte das mulheres que participaram da pesquisa afirmaram que estão insatisfeitas. Em sua pesquisa, Heatherton (2001) encontrou evidências de que as mulheres apresentam satisfação mais baixa com a imagem corporal do que os homens. Este resultado, no qual o sexo masculino está mais satisfeito com o seu corpo do que o sexo feminino, também foi obtido por Carvalho (2003).

Em seguida, uma ANOVA 2X2 foi realizada, utilizando como variável dependente, a influência da imagem corporal e, como variável independente, o sexo (feminino x masculino) e a satisfação corporal (satisfeito x insatisfeitos com o próprio corpo). Primeiramente, o teste de Levene foi realizado para confirmar a homogeneidade das variâncias, possibilitando o uso de um teste paramétrico nas análises. Os resultados, indicaram que existe alguma diferença entre esses grupos (p<0,001), isto é, que a satisfação corporal tem efeito sobre o modo que se é influenciado na estruturação da imagem corporal. Para a análise da interação das variáveis independentes (gênero e satisfação corporal) o valor de p (0,022) sugere a adoção da hipótese alternativa de que há interação entre as variáveis independentes. Isto significa que o motivo da satisfação/insatisfação corporal é diferente para homens e mulheres.

Do mesmo modo, outros estudos encontraram maior nível de insatisfação corporal em mulheres em relação aos homens (Lokken, Ferraro, Kirchner, & Bowling, 2003; Araújo & Araújo, 2003; Cachelin, Rebeck, Chung, & Pelayo, 2002; Pingitore, Spring, & Garfield, 1997). Uma pesquisa realizada na Noruega contou com a participação de 1.555 pessoas de ambos os sexos, de diferentes faixas etárias e diversos níveis de condicionamento físico. Quando comparados, observou-se que o grupo masculino se sobressaiu ao grupo feminino quanto à satisfação corporal, independentemente da idade e do tipo de condicionamento físico (Loland, 2000).

Nesse contexto, cabe ressaltar que o modelo de fatores de influência social (pais, amigos e mídia) utilizado como base para o desenvolvimento do SATAQ-4 aponta que a influência sociocultural provocada por esses fatores interfere não só na IC como também na satisfação corporal, visto que a satisfação é sustentada por comportamentos de comparação/aprovação social e internalização dos padrões corporais estabelecidos. A insatisfação corporal se associa diretamente a comportamentos de restrição alimentar e outros aspectos psicológicos, como autoestima (Keery et al., 2004).

 

Tabela 3

 

A partir dos dados obtidos no presente trabalho e baseando-se na literatura sobre o tema, pode-se inferir que, em várias culturas e em diversas faixas etárias, as mulheres são mais insatisfeitas com seus corpos quando comparadas com os homens. Conforme mencionado anteriormente, as médias femininas foram significativamente mais elevadas nas dimensões relativas à pressão sociocultural feita pela mídia e pela família.

Para realizar a comparação das médias dos grupos que, no momento da aplicação, estavam em um relacionamento estável e dos que não estavam, os participantes responderam o item 7 do questionário sociodemográfico, declarando o tipo de relacionamento, entre as opções constavam: casado, união estável, solteiro (namorando), solteiro (sem namorado), relacionamento aberto e divorciado. Os participantes que responderam que estavam "casado", "em uma união estável" e "solteiro (namorando)" foram agrupados no conjunto de pessoas que estavam em um relacionamento estável. Da mesma forma, os participantes que responderam que estavam "solteiro (sem namorado(a))", "divorciado" e "em um relacionamento aberto" foram considerados integrantes do grupo que não estavam em um relacionamento estável.

Ao observar os resultados, não houve diferença significativa nos escores do SATAQ-4 (t (383) = -0,429; p = n.s). Isto significa que as médias dos participantes que estavam em um relacionamento estável e dos que não estavam foram semelhantes. Sendo assim, os participantes são influenciados socioculturalmente da mesma forma na estruturação de suas imagens corporais e a constituição da IC não depende do tipo de relacionamento. De forma correspondente, os fatores do SATAQ-4 também não apresentaram diferenças significativas.

Um dos itens do questionário sociodemográfico demandava a opinião dos participantes sobre a sua própria beleza, disponibilizando três possíveis tipos de beleza como resposta: bonito, beleza intermediária e feio. Aqueles que se consideram "bonitos" apresentaram maiores níveis de autoestima e menores níveis de influência pela mídia, enquanto os que se consideraram "feios" tiveram menores níveis de autoestima e maiores níveis de influência pela mídia. São mais influenciados pelo fator que corresponde à internalização do padrão de beleza magro os participantes que se consideram feios e os participantes que se declararam bonitos são os menos influenciados por esse fator. No fator de internalização do padrão musculoso/atlético, são mais influenciados os participantes que se consideram bonitos. Os fatores "Amigos" e "Família" do SATAQ-4 não apresentaram diferença significativa para nenhum dos grupos. Também não houve diferenças expressivas entre as médias relacionadas ao IMC dos grupos.

 

Considerações Finais

Foi objetivo do presente trabalho realizar a adaptação para amostras brasileiras de um instrumento destinado a avaliar a pressão sociocultural no processo de construção/desenvolvimento da imagem corporal. Os resultados obtidos demonstraram a validade de construto e concorrente da escala, bem como sua consistência interna, proporcionando a utilização do SATAQ-4 em pesquisas e na clínica como instrumento para auxiliar no diagnóstico de distúrbios de imagem. As diferenças encontradas entre homens e mulheres são bastante significativas e indicam que as mulheres são mais influenciadas socioculturalmente, por isso, estudos sobre formas de intervenção e de prevenção são necessários.

Esse estudo possui a limitação de ter apresentado uma amostra por conveniência composta em sua maioria por estudantes universitários. A própria escolha do curso universitário (na maioria Educação Física) também é um viés da amostra. O fato de os dados terem sido coletados em duas cidades de duas regiões do país impede a generalização para as demais regiões. Entretanto, os dados indicam que o SATAQ-4 é uma escala com excelentes possibilidades de aplicação.

 

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Endereço para correspondência:
Vicente Cassepp-Borges
cassepp@gmail.com

Recebido em: 03/04/2020
Aceito em: 26/05/2020

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