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Psicologia em Pesquisa

versão On-line ISSN 1982-1247

Psicol. pesq. vol.16 no.1 Juiz de Fora jan./abr. 2022

http://dx.doi.org/10.34019/1982-1247.2022.v16.31105 

ARTIGOS

 

Transtornos mentais comuns em estudantes universitários: uma revisão sistemática da literatura

 

Common mental disorders in university students: a systematic literature review

 

Trastornos mentales comunes en estudiantes universitarios: una revisión sistemática de la literatura

 

 

Fernanda Machado LopesI; Renata Thurler LessaII; Reinaldo Antônio CarvalhoIII; Richard Alecsander ReichertIV; André Luiz Monezi AndradeV; Denise de MicheliVI

IUniversidade Federal de Santa Catarina (UFSC). E-mail: femlopes23@gmail.com ORCID: http://orcid.org/0000-0002-4853-7670
IIPontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas). E-mail: rthurlerlessa@gmail.com ORCID: https://orcid.org/0000-0001-7256-8293
IIIUniversidade Federal de São Paulo (UNIFESP). E-mail: reinaldopq@yahoo.com.br ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5070-7376
IVUniversidade Federal de São Paulo (UNIFESP). E-mail: reichert@unifesp.br ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5761-9336
VPontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas). E-mail: andre.andrade@puc-campinas.edu.br ORCID: http://orcid.org/0000-0003-0111-8935
VIUniversidade Federal de São Paulo (UNIFESP). E-mail: demicheli.unifesp@gmail.com ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8546-4354

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Transtornos Mentais Comuns (TMC) caracterizam-se por sintomas que causam sofrimento. Esta revisão sistemática teve por objetivo descrever e analisar artigos sobre prevalência de TMC entre universitários brasileiros. A busca foi realizada no Portal da Biblioteca Virtual em Saúde com os descritores "Acadêmicos" OR "Universitários" AND "Transtornos Mentais Comuns". Dentre os 229 artigos elegíveis, foram incluídos 18. A prevalência de TMC detectada variou de 19% a 55,3%, e em 11 estudos foi maior que 40%; frequência superior às identificadas em estudos internacionais com universitários, nacionais com população geral e outras amostras. Sugere-se medidas de atenção em saúde mental para este público.

Palavras-chave: Universitários; Transtornos Mentais Comuns; Prevalência; Revisão Sistemática.


ABSTRACT

Common Mental Disorders (CMD) are characterized by symptoms that cause suffering. This systematic review aimed to describe and analyze articles on the prevalence of CMD among Brazilian university students. The search was carried out on the Biblioteca Virtual em Saúde Portal using the keywords "Academic" OR "University Students" AND "Common Mental Disorders". Among the 229 eligible articles, 18 were included. The prevalence of CMD detected ranged from 19% to 55.3%, and in 11 studies it was greater than 40%; higher than when compared to international studies with university students, nationals with general population and other samples. Mental health care interventions are suggested for this public.

Keywords: College students; Common Mental Disorders; Prevalence; Systematic review.


RESUMEN

Los Trastornos Mentales Comunes (TMC) se caracterizan por síntomas que causan sufrimiento. Esta revisión sistemática tuvo como objetivo describir y analizar artículos sobre la prevalencia de Trastornos Mentales Comunes (TMC) entre estudiantes universitarios brasileños. La búsqueda se realizó en el Portal de la Biblioteca Virtual en Salud con los descriptores "Académicos" OR " Universitarios" AND "Trastornos Mentales Comunes". Entre los 229 artículos elegibles, se incluyeron 18. La prevalencia de TMC detectada osciló entre el 19% y el 55,3%, y en 11 estudios fue superior al 40%. Dicha frecuencia es más alta que las identificadas en estudios internacionales con universitarios, nacionales con población general y otras muestras. Se sugieren medidas de atención en salud mental para este público.

Palabras clave: Estudiantes Universitarios; Trastornos Mentales Comunes; Prevalencia; Revisión Sistemática.


 

 

A universidade é um espaço que promove a ampliação de habilidades e competências profissionais e pessoais. Ela também propicia uma melhora no funcionamento cognitivo de seus alunos e se constitui como um espaço gerador de impactos positivos (Bardagi, 2007). Porém, considerando que em muitos casos a transição e adaptação ao Ensino Superior está atrelada à fase do desenvolvimento psicossocial da adolescência ou adultez jovem, ela também pode levar a um cenário de vulnerabilidade. Assim, a universidade atua como mediadora de relações humanas e criadora de uma dinâmica psicológica que contempla distintos significados e valores, tornando-se instrumento de regulação e equilíbrio da personalidade do indivíduo. Entretanto, ocorrem limitações da instituição em oferecer segurança, gratificação, desenvolvimento eficiente da personalidade e possibilidade de reparação (Bardagi, 2007; Bohry, 2007).

De acordo com o relatório do Fórum Nacional de Pró-Reitores de Assuntos Comunitários Estudantis (FONAPRACE, 2019), em uma amostra de 424.128 estudantes de Instituições Federais Brasileiras de Ensino Superior (IFES), 83,5% relataram passar por algum tipo de dificuldade emocional nos últimos 12 meses. A ansiedade foi o sintoma de maior prevalência (63,6%). Desânimo e falta de motivação também foram sintomas frequentemente encontrados neste estudo (45,6%), sendo que somente pouco mais de um terço destes estudantes procuraram por algum tipo de atendimento psicológico. Outros estudos nacionais também evidenciaram a frequência de sintomas psicopatológicos, principalmente, relacionados ao abuso e ou uso nocivo de substâncias psicoativas (Andrade et al., 2014; Trindade, Diniz, & Sá, 2018).

Em relação a estudos internacionais, o relatório anual (2011-2012) da Association for University and College Counseling Center Directors (2012) indicou que dentre aqueles estudantes que buscaram atendimento psicológico em universidades de diversos países, aproximadamente 40% apresentaram algum sintoma de ansiedade e 36%, de algum sintoma depressivo. Em um estudo realizado pela National Union of Students (2015), 78% dos estudantes apresentavam algum sintoma de doença mental. Estes sintomas, quando agravados e frequentes, podem gerar prejuízos significativos na vida do indivíduo, caracterizando um transtorno mental (American Psychiatry Association, 2013). Os transtornos mentais têm se tornado cada vez mais frequentes na população brasileira, sendo que 9,3% dos brasileiros apresentam algum transtorno de ansiedade e 5,8%, algum transtorno depressivo (World Health Organization, 2017). Neste mesmo relatório, o Brasil foi identificado como o país com o maior número de pessoas ansiosas.

Entre as classificações de transtornos referidas nos manuais (como DSM-5 e CID-11; WHO, 2019) e a descrição de sinais e sintomas isolados, existe um grupo de problemas de saúde mental frequente na população que não preenche os critérios formais para diagnósticos de depressão e/ou ansiedade, os Transtornos Mentais Comuns (TMC). Os TMC também são conhecidos como transtornos psiquiátricos menores ou transtornos mentais não psicóticos e foram inicialmente descritos como um grupo de sinais e sintomas somáticos e emocionais que incluem: insônia, fadiga, mal-estar físico, irritabilidade, tristeza, nervosismo, ansiedade, estresse, esquecimento, dificuldade de concentração e sensação de inutilidade (Ghosh, 2006; Goldberg & Huxley, 1992). Devido à extensa sintomatologia, causam sofrimento e levam a um funcionamento desadaptativo, com prejuízos na capacidade funcional e na qualidade de vida da pessoa afetada (Murcho, Pacheco, & Jesus, 2016).

Estudos empíricos e de revisão de literatura apontam prevalências diversas de TMC na população geral e em públicos específicos. A revisão de Fonseca, Guimarães e Vasconsellos (2008) identificou prevalência de 56% de TMC em usuários de unidades de atenção primária de saúde no Rio de Janeiro; enquanto a pesquisa realizada com 3.618 moradores da área urbana da cidade de São Paulo encontrou índices de 19,7% (Santos, Alves, Goldbaum, Cesar, & Gianini, 2019). Estudos com pulações específicas apontaram frequências variando entre 5,4% e 30,2% entre motociclistas (Coêlho & Ceballos, 2018); de 27,9% e 21% entre profissionais da área da saúde (Alves, Pedrosa, Coimbra, Miranzi, & Hass, 2015; Araújo, Mattos, Almeida & Santos, 2016) e; de 27,2% entre trabalhadores do judiciário federal (Amazarray, Oliveira, & Feijó, 2019). Estes estudos concluem que apenas pequena parcela é corretamente identificada e tratada, e sugerem que mais pesquisas são necessárias para identificar prevalência e fatores associados aos TMC em populações específicas.

Considerando que dados da literatura nacional e internacional indicam que os universitários estão mais vulneráveis ao desenvolvimento de alguns transtornos mentais como depressão, ansiedade e estresse, quando comparados à população geral (Auerbach et al., 2016; Bardagi, 2007; Bohry, 2007; FONAPRACE, 2019; Kerebih, Ajaeb, & Hailesilassie, 2017), a investigação sobre TMC se mostra relevante nesta população. Neste sentido, a presente revisão tem como objetivo descrever e analisar as publicações científicas sobre a prevalência de Transtornos Mentais Comuns entre universitários brasileiros. Espera-se que este estudo contribua para a sistematização de informações que possam indicar direções para futuros estudos e políticas de saúde nesta área.

 

Método

Caracterização do estudo

Trata-se de uma revisão sistemática de frequência com a seguinte pergunta de pesquisa: Qual a frequência de TMC entre universitários brasileiros? Os componentes da pergunta seguiram o acrônimo POT (e não PICOT), indicado para revisões sistemáticas de frequência que objetivam verificar a ocorrência de um fenômeno em determinada localidade. Neste caso, P (Participantes) foram universitários, O (Outcome ou desfecho) foi a frequência de TMC, e T (Tipo de estudo) foram estudos transversais brasileiros. Utilizou-se as diretrizes de descrição para revisão do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA) (Moher, Liberati, Tetzlaff, & Altman, 2009), porém sem submissão prévia de um protocolo.

Ferramentas de busca

As buscas foram realizadas em abril de 2020 na Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) utilizando os descritores e operadores booleanos: (Acadêmicos OR Universitários) AND "Transtornos Mentais Comuns". Não foram utilizados filtros que limitassem a busca. Os critérios de inclusão foram: a) descritores presentes no título, resumo ou palavras-chave; b) artigos empíricos de metodologia quantitativa, descritiva e transversal, publicados entre 2010 e 2020 e; c) pesquisas realizadas em universidades brasileiras publicadas nos idiomas português, inglês ou espanhol. Excluíram-se teses, dissertações, artigos teóricos e artigos empíricos que se tratassem de estudantes de outros níveis de ensino.

Extração dos dados

Fundamentado nas estratégias de busca descritas, foram identificados 229 artigos. Em seguida, por meio do software de uso livre Rayyan® (Ouzzani, Hammady, Fedorowicz, & Elmagarmid, 2016), que permite que dois juízes façam as análises dos resumos de forma independente, foram feitas as etapas de triagem, elegibilidade e inclusão dos artigos. Assim, ocorreu a exclusão de 69 duplicidades e a partir dos critérios de elegibilidade, foram selecionados 18 artigos para a análise final. Após a leitura completa, cinco artigos foram excluídos por divergirem em aspectos de participantes e metodologia, permanecendo 13 incluídos. Por fim, realizou-se a técnica "bola de neve" (Tsafnat et al., 2014) e foram incluídos outros cinco artigos selecionados a partir das referências citadas nos 13 artigos selecionados. O fluxograma das etapas de busca e seleção dos artigos está apresentado na Figura 1. O risco de viés de cada artigo não foi avaliado.

A extração dos dados ocorreu com o auxílio do software Excel. Analisou-se as características de publicação dos artigos, metodologia, objetivos, instrumentos, características da amostra, método de análise dos dados, prevalência de TMC e outras variáveis relacionadas. Também foram analisadas as recomendações e limitações descritas nos estudos.

 

Resultados

Caracterização dos estudos

Os 18 artigos foram publicados em revistas relacionadas às áreas da medicina (n = 7), enfermagem (n = 5), saúde mental (n = 2), ciências da saúde (n = 1), educação física (n = 1), epidemiologia (n = 1) e psicologia (n= 1). Ainda que todos os estudos tenham sido conduzidos no Brasil e publicados em revistas nacionais, três foram publicados em inglês. Considerando o período de busca (2010-2020), os anos de 2014 e 2019 apresentaram as maiores frequências de publicações (quatro e três, respectivamente).

Caracterização dos participantes

Os participantes dos estudos incluídos nesta revisão sistemática eram provenientes de quatro das cinco regiões do Brasil, excluindo-se o Centro-Oeste. Nove estudos foram conduzidos com amostras da região sudeste (sendo quatro em São Paulo), cinco na região nordeste, três no Sul e um no Norte (Acre). Todos os artigos objetivavam identificar a prevalência de TMC a partir de delineamento quantitativo, descritivo e transversal.

Em conjunto, as amostras dos artigos encontrados somam aproximadamente 3.745 participantes, 62,5% do sexo feminino, com idade entre 20 e 25 anos. A maioria eram estudantes da área da saúde, principalmente medicina e enfermagem (Tabela 1). Quanto ao perfil da Universidade, 14 artigos avaliaram estudantes de universidades públicas, três de universidades privadas (Ansolin, Rocha, Santos, & Dal Pozzo, 2015; Cachoeira et al., 2016; Melado, Vitorino, Szpilman, & Poton, 2019) e um de ambos os tipos, ainda que 84% desta amostra proveniente fosse de instituições privadas (Medeiros, Camargo, Barbosa, & Caldeira, 2018). A Tabela 1 apresenta a quantidade de estudantes de cada amostra, o tipo de curso e os resultados referentes à prevalência de TMC encontrada.

Detecção e prevalência de TMC

Em relação aos instrumentos, o Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20) foi o instrumento mais utilizado para identificar a presença de TMC, exceto em um estudo (Medeiros et al., 2018). Na maioria dos trabalhos, a prevalência do TMC foi calculada a partir do escore total do SRQ-20, mas cinco estudos (Ansolin et al., 2015; Cachoeira et al., 2016; Carleto, Moura, Santos, & Pedrosa, 2018; Oliveira et al., 2020; Silva, Corradi-Webster, Donato, Hayashida, & Siqueira, 2014) fizeram a análise por grupo de questões, classificando os sintomas em categorias: humor depressivo/ansioso, sintomas somáticos, decréscimo de energia vital e pensamentos depressivos. Este procedimento foi proposto inicialmente por Iacoponi e Mari (1989). A partir desta classificação, o humor depressivo/ansioso apresentou a maior prevalência entre os estudos.

Considerando a prevalência de sintomas de TMC nos universitários brasileiros, a frequência encontrada foi elevada, variando de 19% a 55,3%. Cinco dos 18 estudos encontraram frequência de 32,2% a 39,9%, onze identificaram frequência entre 41% e 55,3% e apenas um identificou frequência de 19% (conforme identificados na Tabela 1). Entre mulheres, a frequência de sintomas de TMC variou de 24% a 69% e entre homens variou de 14% a 45,8%. Também foram investigadas associações de TMC com variáveis sociodemográficas, outros aspectos de saúde e questões relacionadas ao curso. Os resultados mais significativos dessas análises estão apresentados no Tabela 2.

 

Discussão

Este trabalho teve como objetivo descrever e analisar as publicações científicas sobre prevalência de TMC entre universitários brasileiros. Considerando todos os estudos analisados, a frequência de sintomas de TMC neste público-alvo foi bastante elevada, com variação de 19% a 55,3%, e mais da metade com frequência acima de 40%. No âmbito nacional, taxas elevadas similares e com grande variação (17% a 77,3%) também foram identificadas em revisões integrativas sobre prevalência de TMC na população geral brasileira (Tavares et al., 2011) e em universitários (18,5% a 49,1%; Graner & Cerqueira, 2019). Entre adolescentes escolares (n = 74.589), Lopes et al. (2016) identificaram prevalência de 30% de sintomas de TMC no primeiro estudo epidemiológico com representatividade para os municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes. Isto significa que praticamente um terço dos estudantes escolares do referido estudo apresentaram sintomas de TMC e que esta taxa é ainda mais elevada entre universitários. Estes dados indicam que intervenções de promoção de saúde devem ser implementadas já em escolas de ensino fundamental e médio de modo a prevenir que sintomas de TMC surjam ou se agravem quando os alunos chegam à universidade, considerando todas as novas exigências deste novo contexto educacional.

Estudos internacionais também avaliaram a presença de TMC entre universitários. A pesquisa realizada por Kerebih et al. (2017) com estudantes de medicina em uma universidade da Etiópia apresentou prevalência de sintomas de TMC em 35,2% da amostra (n=305) e identificou que variáveis como ser do sexo feminino, jovem, casada, baixa renda e uso contínuo de álcool e tabaco apresentaram maior associação com a TMC. Um estudo belga conduzido com 4.291 estudantes, indicou que aproximadamente um em cada três estudantes relatou problemas de saúde mental no ano anterior, com problemas de internalização e externalização associados a prejuízos no funcionamento acadêmico (Bruffaerts et al., 2018).

A partir de dados de pesquisas da Organização Mundial da Saúde, realizados em 21 países, Auerbach et al. (2016) examinaram as relações entre transtornos mentais com ingresso e desgaste no ensino superior. Constatou-se que 20,3% dos estudantes apresentavam sintomas há 12 meses, sendo que mais de 80% já estavam presentes no período pré-matrícula. Os autores concluíram que a detecção e tratamento desses transtornos no início da trajetória acadêmico-universitária podem reduzir o desgaste físico e emocional e melhorar o funcionamento educacional e psicossocial dos estudantes.

Comparados com dados sobre prevalência de TMC entre população geral e outros públicos específicos, as taxas de TMC entre universitários brasileiros foi mais elevada. Moraes, Silva, Oliveira e Peres (2017) identificaram prevalência de TMC em 14,7% de uma amostra de adultos (n=1720), com taxas mais elevadas entre mulheres. Entre profissionais da área da saúde, encontrou-se frequência de 29,7% de sintomas de TMC associados a variáveis sociodemográficas e condições laborais (Carlotto, 2017), e de 21%, cuja intensidade se mostrou mais elevada no grupo exposto à alta exigência e baixo apoio social (Mattos, Araújo, & Almeida, 2017). Especificamente entre profissionais de enfermagem, a prevalência de TMC foi ligeiramente maior (35%), embora ainda mais baixa do que as encontradas entre os universitários desta revisão, e foi associada às condições de trabalho e saúde (Rodrigues, Rodrigues, Oliveira, Laudano, & Nascimento, 2014). A partir de dados secundários provenientes do Inquérito de Saúde do Município de São Paulo de 2015, observou-se uma prevalência de 19,7% de TMC (Santos et al., 2019). Estes índices foram maiores entre mulheres, indivíduos que nunca frequentaram a escola, inativos e/ou desempregados, e que possuíam renda familiar de até um salário-mínimo.

Em relação ao sexo, a maior prevalência de TMC encontrada nas universitárias mulheres desta revisão foi de 69% (Silva & Cavalcante Neto, 2014) e nos homens foi de 45,80% (Carleto et al., 2018); e as menores prevalências foram de 30,8% e 14,7%, respectivamente, no estudo de Melado et al. (2019). Apesar desta diferença, apenas três dos 18 estudos encontraram maior índice de TMC em mulheres ao comparar grupos por sexo (Costa et al., 2014; Medeiros et al., 2018; Silva & Costa, 2012). Maiores taxas de TMC em mulheres também foram confirmadas em revisão integrativa (Tavares et al., 2011) e sistemática sobre prevalência de TMC em adultos brasileiros (Santos & Siqueira, 2010) e em meta-análise sobre prevalência mundial de TMC (Steel et al., 2014). Um estudo transversal de base populacional realizado em Campinas/SP sobre a prevalência de TMC em 848 mulheres apontou taxas que variaram de 19% a 34% (Senicato, Azevedo, & Barros, 2018), ou seja, inferiores às encontradas em universitárias. Isto significa que universitárias brasileiras apresentam maiores índices de TMC quando comparadas a mulheres da população geral tanto em âmbito nacional como internacional. Embora não se possa inferir relação de causalidade a partir destes resultados, futuros estudos são necessários para investigar se ser do sexo feminino e pertencer ao grupo de estudantes universitários no Brasil apresentam maiores fatores de risco para desenvolvimento de TMC.

As diferenças observadas nas prevalências de TMC entre os sexos podem ser compreendidas pelos papéis e comportamentos sociais específicos, como a combinação de trabalho e responsabilidades familiares, que é uma realidade vivenciada ainda por um grande número de mulheres e que representa um fator que pode acarretar consequências adversas à saúde física e emocional. Além disso, há o modo como as mulheres vivenciam, expressam e lidam com os estressores, assim como suas estratégias de enfrentamento, as quais podem variar de acordo com o contexto social e cultural na qual estão inseridas, com possíveis implicações em sua saúde mental (Carlotto, 2017; Heppner, 2008; Mirvis, Graney, Ingram, Tang, & Kilpatrick, 2006).

Na análise de outras variáveis relacionadas a TMC evidenciadas nos artigos desta revisão sistemática, aquelas que apresentaram maiores associações com estes transtornos em estudantes universitários foram as relacionadas a aspectos sociais, como dificuldades de fazer amigos e sentimento de rejeição (Rocha & Sassi, 2013; Silva, Cerqueira, & Lima, 2014). Um estudo de revisão da literatura nacional sobre ansiedade social e treinamento de habilidades sociais em universitários indicou que as instituições de ensino superior devem desenvolver políticas de promoção à saúde mental e desenvolvimento de habilidades sociais como medidas protetivas ao desenvolvimento de transtornos de ansiedade social (Borba, Hayasida, & Lopes, 2019).

Outras variáveis com dimensões biológicas e psicológicas também foram detectadas nos estudos desta revisão em menor frequência, conforme visto na Tabela 2. De forma similar a essas variáveis secundárias identificadas no presente estudo, a revisão integrativa de Graner e Cerqueira (2019) sobre sofrimento psíquico em estudantes universitários e fatores associados identificou como fatores de risco e proteção, aspectos relacionados à vida acadêmica, autoestima, autoeficácia, estratégias de coping, entre outras condições psicológicas. Em conformidade, o estudo realizado por Santos et al. (2019) apontou que as variáveis de maior associação com TMC foram as relacionadas a outras questões de saúde mental, como deficiência intelectual e problemas emocionais, mas, ainda assim, apresentaram porcentagens inferiores à maioria das encontradas em estudantes universitários, o que confirma a necessidade do desenvolvimento e políticas de promoção à saúde para este público.

Em conjunto, os dados da literatura científica apontam para a importância da identificação das dificuldades enfrentadas pelos estudantes durante sua trajetória escolar e acadêmica. Essas informações são estratégicas para se pensar maneiras de enfrentamento de tais dificuldades e para o desenvolvimento de programas de prevenção e cuidado. As políticas devem ser direcionadas a reduzir os impactos negativos e proporcionar melhor qualidade de vida, benefícios à saúde física e emocional, e melhor desempenho acadêmico dos alunos (Tavares et al., 2011).

Em relação ao instrumento, o Self-Reporting Questionnaire (SRQ) foi o mais utilizado para avaliar sintomas de TMC dentre os levantados nesta revisão (embora alguns com pontos de corte diferente) e em estudos com o mesmo objetivo em outras amostras (ver revisão de Tavares et al., 2011). Esse instrumento permite a identificação precoce de sinais e sintomas de possíveis indicadores de problemas de saúde mental, sendo recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um método para detecção dos TMC (Tavares et al., 2011). Além do SRQ, alguns estudos também utilizaram General Health Questionnaire como ferramenta para avaliar prevalência de TMC (Lopes et al., 2016; Graner & Cerqueira, 2019). Ressalta-se que a utilização do mesmo instrumento nos diferentes estudos possibilitou a comparação dos resultados de forma mais fidedigna (Lopes, Andretta, & Oliveira, 2019).

Os artigos incluídos nesta revisão apresentaram limitações metodológicas em seus estudos. Diante do risco de viés da coleta de informações, todos apontaram para o uso de instrumentos autoaplicáveis e indicaram que para reduzir o risco de desejabilidade social nas respostas, o anonimato dos questionários foi ressaltado aos participantes como medida preventiva. Outra limitação referida nos estudos foi sobre o uso do método transversal como incapaz de determinar relação de causalidade e de acompanhar a evolução dos quadros, ainda que os estudos transversais norteiem os sentidos seguidos pelas variáveis e os desfechos. Diante disso e visando aprofundar a compreensão da relação entre o âmbito universitário brasileiro e os TMC, sugere-se que sejam realizados estudos longitudinais e de avaliação de intervenções psicológicas direcionadas a este público específico.

Nesse sentido, as recomendações dadas pelos artigos, de forma geral, envolvem tanto aspectos de prevenção quanto aspectos de tratamento, visando diminuir o alto índice de prevalência de TMC entre os universitários, bem como o consumo de drogas. Como exemplo de ações indicadas, tem-se o suporte psicoterapêutico e psicopedagógico; programas de apoio à saúde mental, ao lazer e ao esporte; cursos de desenvolvimento interpessoal e de outras competências; além daquelas relacionadas à área de formação profissional. Ainda, dado que os cursos da área da saúde foram os mais investigados, é importante destacar que tais ações também podem contribuir para um melhor cuidado aos pacientes atendidos por tais universitários. Por fim, sugere-se também uma participação mais ativa dos estudantes em seus processos de aprendizagem, auxiliando, assim, no vínculo formado com o ambiente de ensino. Dessa forma, a conscientização e o engajamento da comunidade acadêmica se tornam essenciais para a formação profissional humanizada, com mudanças nas diretrizes curriculares e melhora na qualidade de vida dos estudantes.

 

Considerações Finais

Esta revisão sistemática possibilitou a identificação da prevalência de TMC entre universitários brasileiros, revelando que as taxas são superiores a estudos internacionais com universitários, e similares ou superiores às identificadas em estudos nacionais com população geral e com outras amostras específicas. Os resultados apontam a necessidade de compreender as vulnerabilidades que influenciam o desenvolvimento de sintomas de TMC, além de alertar para a formulação e implementação de medidas preventivas e de cuidado em saúde mental para este público. Apesar de sistematizar os estudos sobre TMC e de contribuir para mostrar o panorama nacional nesta temática, a partir do uso do PRISMA como guia para a descrição das etapas, o presente estudo não avaliou o possível viés em cada estudo e nem entre estudos a partir de um protocolo qualitativo, o que pode ser considerada uma limitação metodológica. Em compensação, apresentou as limitações referidas pelos próprios autores e também outras identificadas na análise qualitativa dos mesmos, assim como sistematizou as recomendações para futuros estudos na área. Para o avanço de estudos nesta temática, sugere-se que instituições educacionais, tanto universidades, como instituições de ensino fundamental e médio, desenvolvam e avaliem a eficácia e efetividade de políticas de prevenção e cuidado em saúde mental.

 

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Endereço para correspondência:
Fernanda Machado Lopes
femlopes23@gmail.com

Recebido em:03/07/2020
Aceito em: 27/09/2020

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