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Contextos Clínicos

Print version ISSN 1983-3482

Contextos Clínic vol.3 no.1 São Leopoldo June 2010

 

ARTIGOS

 

Re-escolha profissional: relato de experiência de orientação profissional com estudantes do Ensino Normal

 

Vocational reguidance: experience report of vocational guidance with High School students of teaching practices

 

 

Jean Von Hohendorff; Laíssa Eschiletti Prati

Faculdades Integradas de Taquara (FACCAT). Av. Oscar Martins Rangel, 4500, RS 115, 95600-000, Taquara, RS, Brasil. jhohendorff@gmail.com, laissa.prati@gmail.com

 

 


RESUMO

Programas de orientação profissional cumprem sua função quando levam indivíduos a analisarem suas características e explorarem aspectos de sua personalidade que possam influenciar no processo de escolha. Foi realizado um programa de orientação profissional com um grupo de nove estudantes do quarto ano do Ensino Normal de uma escola privada do Rio Grande do Sul. Esta intervenção foi destinada a um público pouco explorado por programas de orientação profissional e indica a importância de práticas voltadas a este público. Por meio de discussões, objetivou-se despertar nos alunos o interesse pelo assunto da escolha e re-escolha profissional. Foram realizados seis encontros, abordando temas como dúvidas, escolhas, profi ssões e família. Evidenciou-se que os alunos possuíam dúvidas quanto à inserção no mercado profissional e/ou quanto a cursar uma faculdade, tendo, assim, que vivenciar um momento de re-escolha profissional. A vivência do projeto foi vista como satisfatória pelos participantes, uma vez que os alunos relataram ganhos significativos com a participação neste.

Palavras-chave: orientação profissional, Ensino Normal, psicologia escolar.


ABSTRACT

Professional guidance programs reach their proposal when they are able to lead individuals to analyze their features and explore aspects of their personality that might influence on the choice process. A program of professional guidance was performed with a group of nine High School students from the fourth grade of teaching practice from a private school in Rio Grande do Sul. This project had the focus on a rather unexplored audience and indicates the importance of practices designed to this group. Through some discussions, it was aimed to arouse students' interest in professional guidance and reguidance. There were six meetings, in order to discuss subjects such as questions, choices, occupations and family. With this study, it was evidenced that students have some doubts about the inclusion in professional market and also about college, which means a reevaluation of their first professional choice. The project experience was seen as satisfactory by the participants, since the students reported significant gains in this participation.

Key words: professional guidance, high school students, school psychology.


 

 

Introdução

Na sociedade atual, o momento da escolha profissional costuma coincidir com a adolescência, etapa da vida na qual o indivíduo se depara com diversas mudanças, não só corporais, mas também psicológicas e emocionais (Papalia e Olds, 2000). Com relação às mudanças psicológicas, Erikson (1972) afirma que a tarefa mais importante da adolescência é a construção da identidade, ou seja, obter uma autodefinição, uma conceituação sobre si mesmo, levando em consideração seus valores e objetivos de vida. Santos (2005) enfatiza que é inevitável ao adolescente ter muitas dúvidas, pois está atravessando uma etapa de transformações e definições. Sentimentos de dúvida são inerentes ao ser humano e evidenciam a capacidade maturacional de discriminação, relacionada à etapa do desenvolvimento em que o indivíduo desenvolve o pensamento hipotético (Leventus e Nunes, 2002).

As dúvidas normais dos adolescentes giram em torno de diversos assuntos, dentre eles, a escolha profissional. Para o processo de formação de identidade, mais especificamente, questões referentes ao futuro profissional do jovem estão inclusas (Bastos, 2002). As dificuldades que os adolescentes podem apresentar sobre a escolha profissional vão desde a dúvida entre a totalidade das profissões que podem escolher até estarem divididos entre duas possibilidades. Alguns adolescentes costumam ter dúvidas sobre a competitividade e a instabilidade do mundo profissional (Lehman et al., 2006). Com essas inúmeras mudanças, os adolescentes podem se beneficiar de alguma ajuda estruturada que auxilie a entrada no "mundo adulto" com maior segurança.

A orientação profissional, tendo por objetivo atender indivíduos que se encontram no processo de escolha de uma profissão (Melo-Silva et al., 2004), pode ser um campo de apoio aos adolescentes. Para que se alcance o objetivo de auxiliar os indivíduos em sua escolha, as práticas mais comuns de orientação profissional focam temas como autoconhecimento, informação sobre as profissões e o processo de escolha (Andrade et al., 2002; Melo-Silva et al., 2004).

Durante o processo de escolha, o adolescente depara-se com expectativas quanto a si próprio, suas preferências, suas habilidades já desenvolvidas, seus limites e possibilidades. Todo o mundo interno do indivíduo é mobilizado neste momento (Bock et al., 2002). Para Neiva et al. (2005), um dos aspectos fundamentais de investigação durante o processo de escolha profissional é o conhecimento que o indivíduo possui sobre si mesmo. O condutor do processo de escolha profissional pode explorar temas como interesses, habilidades, valores e o modo como estes aspectos interferem na construção do autoconhecimento. Diante disso, Andrade et al. (2002) afirmam que um programa de orientação destinado à escolha profissional cumpre sua função quando leva o indivíduo a analisar suas características, explorando aspectos da sua personalidade. Além disso, é importante aprender a lidar com escolhas e com situações conflitivas. É através do processo de orientação que os indivíduos se conhecem melhor, percebendo suas características, identificações e singularidades. Esse processo os leva a refletir sobre si mesmo e adquirir melhores condições de organizar seus projetos de vida, entre eles, definir sua escolha profissional.

Levenfus e Nunes (2002) evidenciam ser comum entre os jovens que buscam orientação profissional a falta de informações sobre si mesmos, sobre profissões e sobre o mundo de trabalho. Tais questões costumam aparecer nos jovens que estão em meio ao processo de escolha profissional, por intermédio das seguintes abordagens: busco informações (procurar informações); tenho informações (possuir informações sobre algumas profissões); conheço pouco (possuir informações escassas sobre as profissões); quero mais (ter interesse em saber mais sobre as profissões); não conheço (não conhecer muito sobre as profissões); professor (ser fonte de informações) e superficial (não ter um aprofundamento nas informações sobre as profissões). Conforme Ivatiuk e Amaral (2004), é papel do orientador profissional incentivar o indivíduo para o processo de busca de informações, ampliando o conhecimento que o adolescente tem de suas possibilidades profissionais.

Além da importância do autoconhecimento e da busca por informações, o papel da família durante a escolha profissional também é essencial. Bohoslavsky (1998) afirma que a família é o grupo de participação e de referência fundamental e, por este motivo, os valores deste grupo são significativos na orientação do jovem. É na família que o adolescente tende a buscar apoio, pois, na maioria das vezes, são os pais que irão pagar a faculdade ou manter (emocionalmente e financeiramente) o adolescente enquanto estuda. Nesse ponto, a família pode atuar tanto como um grupo positivo (de referência) quanto como um grupo negativo (cerceador). Santos (2005), investigando as percepções dos adolescentes quanto à influência da família e de terceiros na escolha profissional, concluiu que o discurso dos pais pode tanto gerar dúvidas no adolescente quanto trazer segurança ou significar alguma obrigação. O estudo de Barreto e Aiello-Vaisberg (2007) indicou que o desejo parental pode ser expresso na tendência que o jovem tem em adotar profissões tradicionais, suprindo uma necessidade ou expectativa dos pais. Santos (2005) afirma, também, que a falta de opinião por parte dos pais gera insegurança no adolescente e que o apoio pode gerar segurança ou dependência. Dessa forma, pode-se supor que o apoio familiar, quando inexistente, gera uma sensação de solidão ou individualidade ao jovem. Da mesma forma, quando o suporte é demasiado, o adolescente pode se acomodar às expectativas apresentadas pelos pais, delegando aos demais algumas de suas responsabilidades, adiando o processo de individuação necessário para o desenvolvimento emocional saudável. A família é um entre os vários facilitadores ou dificultadores do processo de escolha e deve ser sempre considerada ao se trabalhar com aspectos do projeto de vida do adolescente.

A diversidade de fatores que estão implicados em uma escolha profissional é notável. Existem fatores que influenciam tanto em um primeiro momento de escolha, como em definições realizadas em dois momentos (escolher um curso técnico e depois um curso superior, por exemplo). Este artigo pretende focar exatamente essa situação de re-escolha. Os indivíduos que optam por realizar o Ensino Normal no Ensino Médio precisam fazer uma primeira escolha quando estão completando o Ensino Fundamental e outra no final do Ensino Médio. Assim, podem re-escolher seguir na profissão (entrando no mercado de trabalho) e/ou partir para um curso de nível superior que os afaste da primeira escolha realizada ou não.

A re-escolha profissional é ainda pouco estudada no Brasil. Entre os poucos estudos que investigam essa temática ressalta-se a dissertação de Portella (2002), na qual a re-escolha é caracterizada como um fenômeno processual e particular, diferenciando-se da primeira escolha profissional. Moura e Menezes (2004) desenvolveram um levantamento preliminar com um grupo de pessoas em condição de reescolha profissional, constatando que uma das necessidades desses indivíduos era ter maiores informações sobre cursos disponíveis. Entre as dificuldades enfrentadas, foi citada a pressão por parte dos familiares, indicando uma possível influência negativa da família. Esse grupo também evidenciou a relevância do autoconhecimento no momento de escolha. Tais resultados reforçam a necessidade de trabalhar esses aspectos em um programa de orientação profissional no Ensino Normal que conduza o adolescente a refletir sobre aspectos pessoais (autoconhecimento) e sobre as possibilidades de desenvolvimento profissional.

Diante disso, a orientação profissional, ao ajudar o jovem a refletir sobre a sua escolha profissional (Bastos, 2002), vem sendo considerada como um fator preventivo ao estresse e promotor de saúde (Sparta, 2007). Diferentes teorias (Ivatiuk e Amaral, 2004) e diversos modelos de orientação (Abade, 2005; Lehman et al., 2006; Silva e Birk, 2002; Tupinambá, 1988) são estudados e desenvolvidos, indicando a constante revisão deste campo. No Brasil, a orientação profissional desenvolveu-se principalmente destinada a estudantes do Ensino Médio (Melo-Silva et al., 2004), que estão realizando, normalmente, a primeira escolha. Os programas de orientação profissional geralmente são realizados em grupos, proporcionando uma melhor exposição das dúvidas, anseios, necessidades e incertezas (Silva e Birk, 2002). Esta estrutura tem como resultado o compartilhamento de questões com indivíduos que estão vivendo o mesmo momento de dúvidas e tomada de decisões (Soares e Krawulski, 2002). Além disso, no grupo ocorrem identificações entre os jovens, trocas de ideias e o consequente enriquecimento pessoal, relatos de experiências pessoais e feedbacks entre os componentes do grupo (Soares, 1987).

No Brasil, a produção de conhecimento científico, no que se refere à re-escolha profissional, é ainda incipiente (Sparta, 2007). Salienta-se, no entanto, a importância da disponibilização de novas técnicas e formas de atuação em orientação profissional. Esta é a proposta deste artigo, que traz o relato de experiência e com ele busca possibilitar reflexão e divulgação de um trabalho de re-escolha profissional desenvolvido com alunos de Ensino Médio que já haviam optado pelo Ensino Normal.

 

Descrição da intervenção

Este relato de experiência refere-se à execução de um projeto de orientação profissional com alunos do Ensino Normal, realizada como intervenção vinculada ao Estágio Básico II, do curso de Psicologia das Faculdades Integradas de Taquara (Faccat). O objetivo foi despertar novamente nos alunos o interesse pelo tema da escolha profissional, por meio de discussões orientadas acerca de assuntos relacionados: dúvidas, escolhas, profissões e família. Especificamente, os objetivos foram: (a) identificar a necessidade e disponibilidade de se realizar orientação profissional com este público; (b) promover discussões acerca de assuntos relacionados à escolha profissional; (c) ampliar o conhecimento dos alunos sobre as profissões; e (d) estimular o processo de responsabilização pelas questões de escolha profissional. Proporcionar reflexões e vivências de situações que envolvem o tema escolhas, contribuindo para o desenvolvimento do autoconhecimento e da percepção de si mesmo como principal fator neste processo, também constituíram as finalidades deste projeto.

O projeto foi planejado a partir das características da turma (número de alunos, idade média dos participantes, atividades já desenvolvidas), da disponibilidade de horários para os encontros e da análise do momento de escolha profissional do grupo. O público dessa intervenção foi uma turma do quarto ano do Ensino Normal (antigo Magistério), tendo em vista a relevância de projetos de orientação profissional com alunos, que, teoricamente, já escolheram uma profissão, mas que poderiam ter dúvidas quanto ao seu futuro profissional. O momento no qual a turma se encontrava (quarto ano) caracterizava um novo momento de decisão: trabalhar como professores e/ou seguir estudando. Dessa forma, os estudantes necessitavam realizar uma nova escolha. Esta se referia a permanecer trabalhando como professor (podendo ou não cursar o nível superior para aprimoramento da profissão escolhida) ou realizar uma escolha por uma graduação diferente da formação no Ensino Normal.

O projeto inicial contava com cinco encontros com intervalos quinzenais entre cada um. O número de encontros parecia condizente com os assuntos propostos e estava adequado ao tempo disponível para a sua execução. A Tabela 1 apresenta o projeto proposto para intervenção.

 

Implementação do projeto

A escola na qual esse processo foi desenvolvido, localizada no município de Taquara, interior do Rio Grande do Sul, é uma instituição privada de ensino tradicional. A direção da escola é composta por religiosas e atende desde a pré-escola até o Ensino Médio, incluindo o Ensino Normal. Após contato com a psicóloga da instituição e a verificação da necessidade e da disponibilidade em executar o projeto, o mesmo foi desenvolvido entre setembro e novembro de 2007. O projeto de orientação profissional foi executado com um grupo de jovens da turma de quarto ano do Ensino Normal, composto por nove jovens (um rapaz e oito moças) com idades entre 17 e 18 anos. A turma foi indicada pela psicóloga da escola, tendo em vista o momento em que se encontravam, ou seja, concluintes do Ensino Normal. Os encontros foram programados para acontecerem durante os períodos de aula e, para isso, foi debatido com os professores quais seriam os períodos e disciplinas mais apropriados para a intervenção.

À medida que os encontros aconteciam, alguns ajustes foram feitos conforme a necessidade da escola. Um encontro a mais foi realizado, pois a instituição solicitou que, em determinado dia, um dos encontros fosse antecipado, pois havia disponibilidade de horário. Como este encontro demandava mais tempo, e o tempo disponível para sua realização era menor, o encontro foi dividido em dois, totalizando, assim, seis encontros. Além disso, a periodicidade também foi alterada conforme necessidade e disponibilidade da escola.

 

Desenvolvimento do projeto e resultados

Primeiro encontro

No primeiro encontro com o grupo, o projeto foi apresentado e foi aberto espaço para que os alunos opinassem a respeito. Todos se interessaram pelo projeto e se mostraram disponíveis em fazer parte do mesmo, uma vez que relataram dúvidas acerca do seu futuro profissional. Alguns pensavam em seguir a profissão escolhida anteriormente (magistério), mas estavam em dúvida se fariam ou não um curso superior; outros sabiam que cursariam o nível superior, mas ainda não estavam seguros sobre qual curso optar. Essas indagações evidenciam o momento de re-escolha dos adolescentes, um processo contínuo de questionamento e reflexão sobre as suas expectativas de vida.

Foi realizada a apresentação dos componentes do grupo. Sentados em círculo, cada jovem apresentou o colega que estava ao seu lado, dizendo seu nome, seguido de características que julgava pertinente para o desenvolvimento do grupo de orientação profissional. Tal atividade foi proposta com o objetivo de levar os jovens à reflexão sobre suas características pessoais, possibilitando contato com as impressões que cada um gera em seus colegas. Neste ponto, foi notável o quanto tal atividade foi enriquecedora, pois os alunos puderam reconhecer o modo como seus colegas os percebiam. Frases como "eu sou assim mesmo?", "nunca tinha pensado nisso!", "isso mesmo, você é bem assim!" ilustram que a atividade mobilizou os adolescentes, fazendo com que refletissem sobre si, seus interesses, habilidades e valores. O fato de terem suas características apresentadas a partir do ponto de vista dos colegas permitiu o acesso à imagem que o aluno transmitia de si. Essa possibilidade de ver-se pelo outro ampliou o autoconhecimento dos adolescentes e permitiu que repensassem as questões referentes à escolha e re-escolha profissional.

A Escala de Maturidade para a Escolha Profissional (EMEP; Neiva, 1999) foi aplicada1. A EMEP foi aplicada objetivando-se realizar um comparativo entre os escores pré-intervenção e pós-intervenção, com vistas a obter dados sobre o progresso (ou não) da maturidade para escolha profissional. Após, partiu-se para o trabalho sobre as dúvidas dos adolescentes a respeito da orientação profissional utilizando a técnica dos balões2. As dúvidas mais frequentes foram: "Como entrar no mercado de trabalho?"; "Conseguirei desempenhar o que eu escolher com sucesso?"; "Qual será minha futura profissão?"; "Qual a profissão se encaixa no meu perfil e na minha personalidade?"; "Quais as funções do profissional desta área?"; "Neste momento, é mais importante pensar no que se gosta ou no que vai trazer estabilidade financeira?". Questões referentes à re-escolha profissional não foram evidenciadas. Assim, os questionamentos refletem uma dinâmica semelhante à primeira escolha profissional. Por exemplo, o questionamento "Conseguirei desempenhar o que eu escolher com sucesso?", não considera o fato de que na verdade os alunos já realizaram uma escolha: o magistério.

O fato de já terem feito uma escolha pode influenciar nas dúvidas que foram apresentadas. De certa forma, esses adolescentes já têm uma garantia quanto ao futuro profissional: eles são futuros professores e podem entrar no mercado de trabalho assim que terminarem o curso. Por outro lado, a opção pelo Ensino Normal é realizada durante a conclusão do Ensino Fundamental, momento no qual a escolha pode não ter sida trabalhada adequadamente. Como esses jovens não referem o magistério como primeira escolha profissional, pode-se pensar que o jovem não a perceba como uma escolha propriamente dita. O fato de serem somente duas possibilidades (normal ou científico) e de uma possível forte influência da família e do grupo de amigos no primeiro momento, pode descaracterizar a escolha como uma decisão pessoal do adolescente. Contudo, quando estão concluindo o Ensino Médio e há muitas possibilidades, surge mais claramente a indicação de um processo de escolha e este é percebido como o primeiro a ser vivenciado.

Nota-se que as dúvidas dos adolescentes foram relacionadas a vários aspectos da escolha profissional, englobando o mercado de trabalho, a satisfação pessoal, as características da profissão e a questão financeira. Tal fato corrobora com as informações trazidas pela literatura (Andrade et al., 2002; Melo-Silva et al., 2004), as quais mostram a importância de englobar no trabalho de orientação profissional os diferentes aspectos da escolha profissional, não se detendo em somente um deles. Ao final do encontro, foi solicitado aos alunos que pesquisassem o significado da palavra escolha, introduzindo o assunto a ser debatido no próximo encontro.

Segundo encontro

O encontro teve o objetivo de debater o assunto escolha. Por demanda da escola, este encontro foi antecipado.

Durante o encontro, alguns aspectos do enquadre foram esclarecidos, objetivando o melhor andamento da execução do projeto. Foi salientado que o grupo seria composto somente pela turma do quarto ano do Ensino Normal, não havendo possibilidade de integrantes de outras turmas. Também foi falado sobre o número de encontros previstos e que esse número poderia sofrer alterações. Ainda foi comentado a respeito do sigilo, do respeito aos horários de início e fim dos encontros, bem como o respeito aos participantes. Foi salientada a importância de falar tudo que sentissem e pensassem sem temer julgamentos, uma vez que todos eram alunos que possuíam dúvidas acerca do seu futuro profissional. Foi salientado que todo o grupo estava em um momento de construção, no qual cada um buscaria saber mais acerca de si mesmo e de seu contexto.

Devido à antecipação da data desse encontro, a maioria dos alunos não havia trazido consigo o material solicitado no encontro anterior. Um aluno levou textos retirados da internet, e outras duas alunas procuraram o significado da palavra escolha no dicionário. Cabe ressaltar que poderia ter sido utilizada a palavra re-escolha, uma vez o grupo de adolescentes estava passando por um novo momento de escolha. Após a leitura da definição da palavra escolha, os alunos iniciaram um debate acerca do assunto, evidenciando um bom envolvimento da turma na segunda etapa do encontro. Divididos em trios, discutiram sobre uma boa e uma má escolha que haviam realizado, levando em consideração o uso ou não de critérios e quais foram utilizados para realizar essa escolha. Os alunos chegaram à conclusão de que é imprescindível pensar a respeito de suas escolhas e buscar informações. O fator mais citado por eles para uma escolha mal sucedida foi o agir sem pensar. A boa escolha relatada pelos trios foi unânime: a escolha pelo magistério. Esta envolveu, segundo os alunos, a opinião dos pais e o pensamento no futuro. Como resultados dessa escolha, foram relatadas a experiência de vida obtida durante o curso, o coleguismo e a possibilidade de conhecer novas pessoas. A percepção da escolha pelo magistério como uma boa escolha pode ter influenciado o não questionamento sobre o processo de re-escolha profissional que estavam vivenciando.

No tocante à má escolha, os alunos relataram ir a festas que não foram legais e dizer coisas sem pensar. "Não pensar nas consequências", "deixar se influenciar pelos outros" e"ir pela opinião dos outros" são fatores que influenciam uma má escolha, na opinião dos alunos. Esta atividade permitiu que os participantes refletissem sobre o que é necessário para se realizar uma escolha (ou até mesmo re-escolha) adequada. Ao final do encontro, foi solicitado que buscassem informações sobre diversas profissões.

Terceiro encontro

O encontro foi dedicado ao assunto profissões. A técnica Gincana das Profissões3, relatada por Soares (2002), foi utilizada com o objetivo de despertar nos adolescentes o interesse de obter informações acerca das profissões. Foram utilizados 60 cartões com profissões diferentes, desde as mais tradicionais (tais como Medicina e Direito) até as menos comuns (Museologia e Geofísica, por exemplo). Os cartões continham informações sobre o mercado de trabalho e as características principais de cada profissão.

Durante a realização da atividade, ficou evidente que os alunos não possuíam muitas informações sobre as profissões ou que as informações eram superficiais, uma vez que, ao se depararem com as características das profissões acabavam mencionando frases como "não tenho ideia", "não sabemos", "nunca ouvi falar nisso". Porém, os mesmos mostraram interesse e até solicitaram o empréstimo dos cartões com as profissões para poderem estudar com mais calma. Isso evidencia as seguintes formas de abordagem acerca do assunto profissões, segundo Levenfus e Nunes (2002): não conheço, conheço pouco, além de busca e quer mais. Com essa atividade, foi possível verificar o interesse de alguns em cursar uma faculdade, tendo no magistério uma possibilidade de custear seus estudos. Assim, a re-escolha por uma formação superior não significa necessariamente o abandono da profissão anterior. Inclusive, alguns cursos superiores podem ser considerados pelo adolescente como uma continuação do Ensino Normal, confirmando a boa escolha realizada ao optarem por seguir o magistério.

Ao final do encontro, foi solicitado que os alunos elaborassem, como tarefa de casa, a árvore genealógica da família. Tal árvore deveria ter como ênfase as profissões de cada membro familiar.

Quarto encontro

Nesse encontro, o assunto família foi debatido. Devido à mudança na data do encontro, os alunos não haviam confeccionado o material combinado no encontro anterior. Desse modo, a árvore genealógica profissional de cada aluno foi confeccionada durante o encontro e, após, os alunos discutiram sobre as profissões de seus familiares e a possível influência destas em sua escolha. Sete jovens mencioram que algum familiar havia feito o Ensino Normal e que estes exerciam ou exerceram a profissão de professor. Os familiares mais citados foram mãe, irmãs e tias. Isso evidencia a possível influência que o grupo familiar pode exercer sobre o adolescente em meio a um processo de escolha.

A música Família (Titãs) foi utilizada como estímulo para um debate sobre os espaços nos quais as famílias influenciam o desenvolvimento dos jovens. À medida que a discussão sobre os trechos da música era conduzida, os alunos relatavam momentos em que o tema escolha profissional surgiu em suas famílias, frequentemente em conversas com os pais. Uma das alunas relatou uma cena familiar na qual ela e seu pai discutiam a respeito da sua escolha por uma determinada profissão, ao passo que sua mãe assistia a situação tentando amenizar o que ocorria. A aluna relatou que a sua decisão por determinado curso superior não estava de acordo com aquilo que o seu pai queria. Tal situação foi dramatizada por ela e por algumas colegas. Após a dramatização, todos os alunos se envolveram na atividade, sugerindo possíveis resoluções para o conflito. Outra cena, dessa vez fictícia, abordando uma situação de discussão sobre a escolha profissional de uma filha com seus pais, foi dramatizada. Após a dramatização, buscou-se conduzir uma discussão sobre possíveis soluções para os conflitos familiares que, eventualmente, podem surgir na família quando se trata de escolha profissional. Por meio dessa intervenção, objetivou-se que os adolescentes visualizassem esses momentos de discussões na família, elaborando soluções para possíveis conflitos relacionados ao processo de escolha e re-escolha profissional. Como resultado, os alunos mencionaram o diálogo como o principal fator de entendimento. Foi solicitado aos alunos que reunissem material visual para a confecção de um painel sobre a escolha profissional no encontro seguinte.

Quinto encontro

Nesse encontro, procedeu-se a reaplicação da EMEP (Neiva, 1999). Além disso, devido à alteração na data do encontro, novamente os alunos não haviam reunido o material para a confecção do painel ilustrativo das questões debatidas durante a execução do projeto. A escola disponibilizou revistas e demais materiais para que a atividade pudesse ser realizada. Os alunos utilizaram imagens que remetiam a temas como família, escolhas, dinheiro, diferentes profissões, dúvidas e vestibular para compor o painel. Nota-se, assim, a diversidade de variáveis envolvidas em um processo de escolha profissional. No caso específico de alunos do Ensino Normal, é interessante frisar que os itens enfatizavam tanto as influências na sua escolha pelo magistério (a influência da família nessa decisão) quanto os aspectos normais do processo de escolha profissional e revisão desta escolha (profissões, dúvidas, escolhas e, principalmente, vestibular).

O objetivo dessa atividade foi fazer um fechamento do programa, englobando todas as questões trabalhadas. Além disso, buscou-se fazer com que os alunos produzissem algo que servisse como um resultado, um produto do trabalho realizado durante os encontros. O painel com figuras ficou exposto na sala de aula.

Sexto encontro

O encontro foi destinado à avaliação do projeto de orientação profissional. Ademais, foi realizada a devolução dos resultados da EMEP para os alunos.

Sentados em círculo, foi solicitado aos alunos que apontassem aspectos positivos e negativos sobre o trabalho desenvolvido. Todos os alunos concordaram que, por intermédio do projeto de orientação profissional, obtiveram esclarecimento de dúvidas, maior acesso a informações (principalmente sobre as profissões), troca de ideias e opiniões, além de haver um aumento na responsabilidade e na preocupação de cada um em relação a sua escolha profissional. Os alunos também concordaram em dizer que, apesar de algumas dúvidas serem sanadas, outras foram despertadas devido ao maior acesso às informações e à reflexão sobre o assunto. Entretanto, isso foi apontado como positivo pelos alunos. Com relação a aspectos negativos, os alunos apontaram a troca de datas e horários dos encontros sem aviso prévio. Os estudantes relataram que tais acontecimentos acabaram atrapalhando o desempenho de algumas tarefas propostas. Na segunda parte do encontro, os resultados da EMEP foram apresentados de forma individual, salientando os progressos de cada um, além da sugestão de atividades para que os alunos progredissem no seu processo re-escolha profissional. Conforme a Tabela 2, verifica-se que três participantes do grupo obtiveram um aumento para Maturidade Total. Dois integrantes obtiveram diminuição do escore e quatro mantiveram a mesma classificação obtida na primeira aplicação.

Cabe levar em consideração as características pessoais de cada aluno que puderam colaborar para seu progresso ou não nos resultados da EMEP. Assim, os estudantes que têm maior interesse no assunto e pensam em escolher um curso superior se engajam mais em tarefas e reflexões acerca de sua escolha. Sendo assim, o fato de estarem satisfeitos com o magistério e vendo-o como uma forma de sustento financeiro imediato pode ter influenciado nos escores da EMEP. Deve-se, ainda, salientar que a condição de já terem escolhido uma profissão pode diminuir a angústia que o momento de primeira escolha desperta nos adolescentes. Outro aspecto importante foi a duração breve da intervenção. Acredita-se que o processo de maturidade para escolha profissional é algo construído ao longo do tempo por meio de práticas constantes. Assim, o projeto de orientação profissional executado pode ser considerado o primeiro passo de um processo que, mesmo com o término dos encontros, continuará acontecendo devido ao interesse e à reflexão despertada nos adolescentes participantes. Esta reflexão constitui-se como objetivo principal desta intervenção.

Durante a devolução individual dos resultados da escala EMEP, foi dado um destaque para o incentivo à busca constante por informações, a dificuldade de realizar escolhas e o constante processo de amadurecimento obtido a partir da reflexão sobre o assunto de escolha profissional. Consideram-se tais sugestões relevantes, uma vez que a busca por informações é fundamental para o esclarecimento de dúvidas. O fato de explicitar a dificuldade em realizar escolhas mostra ao adolescente que a ansiedade que ele pode estar sentido é algo normal neste momento e o amadurecimento é construído ao longo do tempo e não de uma forma repentina.

Os alunos concordaram com os resultados, dizendo que se sentiam mais interessados pela escolha profissional, pois, através dos debates realizados, houve maior acesso à informação. Um dos alunos resumiu o que todos os colegas falaram durante a discussão dos resultados. Ele relatou que, por intermédio do programa de orientação profissional, houve um amadurecimento com relação a sua escolha profissional, porém, ao mesmo tempo, algumas dúvidas surgiram enquanto outras foram sanadas. Segundo ele, essas novas dúvidas evidenciam um amadurecimento no processo de escolha profissional, pois, quanto mais informações se têm, mais dúvidas surgem. Para este aluno, assim como para os outros, ficou evidente o progresso do grupo e o quanto é necessário continuar pensando e empreendendo atividades para que esse progresso seja maior ainda.

Contato pós-intervenção

Decorridos seis meses após o final da execução do projeto, buscou-se saber quais foram os caminhos escolhidos pelos alunos que participaram do mesmo. Para isso, os alunos foram contatados via e-mail e preencheram um questionário contendo perguntas sobre a realização ou não de vestibular. De um total de nove alunos, sete fizeram vestibular e estão cursando faculdade, sendo que quatro o fizeram logo após o término do projeto, ou seja, no processo seletivo de verão, enquanto três prestaram vestibular no processo seletivo de inverno. Os cursos escolhidos pelos jovens foram: Pedagogia, Medicina Veterinária, Administração, Fisioterapia, Educação Física e Psicologia. Dentre as escolhas por cursos superiores, destacam-se Pedagogia e Educação Física, pois são profissões diretamente relacionadas ao ensino. A escolha por tais cursos pode evidenciar uma reafirmação da primeira escolha feita pelo jovem: o magistério. Dois alunos não haviam prestado vestibular, mas pretendiam fazê-lo no ano seguinte. Estes alunos relataram algumas dúvidas quanto à escolha do curso superior, evidenciada pela indecisão entre dois ou mais cursos. Vale ressaltar que, entre os cursos cogitados, estava o curso de História. Mais uma vez pode-se notar a possível reafirmação da primeira escolha feita pelos adolescentes.

 

Considerações finais

O trabalho de orientação profissional realizado proporcionou aos alunos uma reflexão sobre os diferentes aspectos relacionados à reescolha profissional. Assim, os objetivos iniciais do projeto foram alcançados. Conforme Andrade et al. (2002), um programa de orientação destinado à escolha profissional cumpre sua função quando leva o indivíduo a analisar suas características, explorando diversos aspectos de sua personalidade. Além disso, foi notável o interesse despertado nos alunos, que passaram a pensar mais em suas futuras opções profissionais e no processo de escolha destas.

As dúvidas que os alunos verbalizaram durante o primeiro encontro foram abordadas durante as atividades programadas. Dúvidas quanto às funções de profissionais de determinada área e como ingressar no mercado de trabalho puderam ser debatidas durante o segundo encontro, por exemplo. Salienta-se que o objetivo não era trazer respostas prontas para estas dúvidas, mas, sim, instigar a reflexão. Assim, dúvidas quanto ao mercado de trabalho, as funções de profissionais de determinadas áreas, estabilidade financeira e aspectos pessoais para a re-escolha profissional puderam ser debatidas durante os encontros, proporcionando aos alunos oportunidades de partilha de opiniões e maior reflexão sobre estes aspectos da escolha por uma profissão. Além disso, o psicólogo precisa considerar o espaço/perspectiva dos diferentes profissionais que também trabalham na escola.

É evidente que, durante a realização do programa de orientação profissional em uma escola, algumas alterações são necessárias, tendo em vista as necessidades desta instituição. Julga-se que isso faz parte do cotidiano de diversas profissões, não sendo diferente na Psicologia. É importante se adaptar a essa realidade e ter flexibilidade para continuar realizando o trabalho. Acredita-se, também, que o psicólogo que atua em escola está trabalhando em um ambiente em que há outros profissionais e divide espaço com estes, sejam eles professores, pedagogos ou outros colaboradores da escola, precisando levar em consideração o espaço de cada um. Por outro lado, as mudanças de datas e horários ocorridas colaboraram para que os alunos, muitas vezes, não desempenhassem as atividades propostas para a realização no intervalo entre os encontros. Essas atividades objetivaram manter os participantes em constante contato com o tema durante os intervalos do encontro e provocar um maior envolvimento do orientando no processo de orientação (Soares e Krawulski, 2002). Apesar da não realização destas atividades, referi-las já foi válido, pois mantiveram os alunos em contato com o tema central do projeto. Isso pode ser percebido pela preocupação dos alunos em realizá-las, evidenciado ao longo dos encontros e no fechamento do projeto.

Durante a realização do programa de orientação profissional, foi evidente o quanto os alunos possuíam poucas informações sobre o assunto, principalmente acerca das profissões. Além disso, a escolha atual pode deixá-los menos apreensivos, uma vez que tem certa garantia quanto à inserção no mercado de trabalho, embora pudessem cursar uma faculdade e iniciarem uma nova carreira. A avaliação que os alunos fizeram do projeto foi positiva, reforçando que o objetivo principal foi alcançado, por tê-los levado a refletir sobre o assunto. O esclarecimento de dúvidas, o acesso a informações e a troca de ideias e de opiniões foram citados como aspectos positivos do programa.

Por fim, salienta-se que a execução deste projeto foi importante, pois permitiu o contato com a realidade profissional do psicólogo, além da integração entre a teoria e a prática. Sugere-se a execução de mais trabalhos com tal demanda (alunos do Ensino Normal) que, embora já tenham realizado uma escolha, necessitam de um auxílio, pois podem estar em meio a uma nova escolha: permanecer com sua opção pelo magistério ou buscar novos caminhos profissionais. Sugere-se ainda que tais pesquisas sejam compartilhadas com a comunidade científica devido à falta de material publicado sobre intervenções com esse público específico. Partindo da construção de um conhecimento sobre peculiaridades deste público, no que diz respeito a programas de orientação profissional, pode-se buscar o aprimoramento das intervenções. Para tal, o compartilhamento de estudos é importante.

 

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Submetido em: 05/08/2009
Aceito em: 15/12/2009

 

 

1 Os resultados da EMEP são apresentados ao final do relato do quinto encontro com os adolescentes.
2 Técnica na qual cada indivíduo participante escreve sua(s) dúvida(s) em um papel e este é colocado dentro de um balão. Após um tempo de mistura dos balões, este é estourado e as dúvidas são lidas e discutidas no grupo.
3 A técnica consiste em um jogo no qual são formadas equipes que competem entre si, utilizando cartões com informações de diversas profissões. Para a realização da técnica, a turma foi dividida em dois grupos.

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