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Contextos Clínicos

versão impressa ISSN 1983-3482

Contextos Clínic vol.6 no.1 São Leopoldo jun. 2013

http://dx.doi.org/10.4013/ctc.2013.61.05 

ARTIGOS

 

A qualidade conjugal e os elementos do amor: um estudo correlacional

 

Marital quality and love components: a correlational study

 

 

Ana Letícia Castellan RizzonI; Clarisse Pereira MosmannII; Adriana WagnerIII

IPsicóloga. Rua Rio de Janeiro, 345, Cidade Nova, 93900-000, Ivoti, RS, Brasil. ana.rizzon@terra.com.br
IIUniversidade do Vale do Rio dos Sinos. Av. Unisinos, 950, Cristo Rei, 93022-000, São Leopoldo, RS, Brasil. clarissepm@unisinos.br
IIIUniversidade Federal do Rio Grande do Sul. Rua Ramiro Barcelos, 2600, Santana, 90035-003, Porto Alegre, RS, Brasil. adrianawagner.ufrgs@hotmail.com

 

 


RESUMO

Este estudo objetivou investigar as relações entre a qualidade conjugal, avaliada, neste estudo, pela satisfação e por variáveis sóciodemográficas, e os elementos do amor de Sternberg. Participaram 102 sujeitos, sendo 52 do sexo masculino e 50 do sexo feminino da capital e do interior do Rio Grande do Sul. Utilizou-se a Escala Triangular do Amor de Sternberg (ETAS) - Versão Reduzida e a Escala de Satisfação Conjugal - The Golombok Rust Inventory of Marital State (GRIMS). Nossos resultados indicaram que os sujeitos avaliaram sua satisfação conjugal de forma bastante heterogênea, e o componente decisão/compromisso surgiu como o mais preponderante. Os três componentes do amor, Intimidade, Paixão e Decisão/Compromisso, e a escolaridade dos sujeitos mostraram-se correlacionados à satisfação conjugal, perfilando um interessante panorama nas interações dos casais desta amostra. Identifica-se uma tendência dos sujeitos estudados a valorizar sua relação quando se sentem satisfeitos e comprometidos, porém, há carência de intimidade e paixão.

Palavras-chave: amor, relacionamento interpessoal, qualidade conjugal.


ABSTRACT

This study aimed to investigate the relationship between marital quality- in this study, the satisfaction and sociodemographic variables - and Sternberg's elements of love. 102 subjects participated in the study, 52 male and 50 female subjects from the capital and the countryside of Rio Grande do Sul. We used the Sternberg's Triangular Love Scale (ETAS) - Reduced Version and the Marital Satisfaction Scale - The Golombok Rust Inventory of Marital State (GRIMS). Our results indicated that marital satisfaction was heterogeneously evaluated by the sample, being decision/commitment the most preponderant element. The three components of love - Intimacy, Passion, Decision/Commitment - and the education level were correlated with marital satisfaction, demonstrating an interesting interactional frame of couples in this sample. Our data indicate a tendency for this sample to a greater appreciation of satisfaction and decision/commitment at the expense of intimacy and passion.

Key words: love, interpersonal relationship, marital quality.


 

 

Revisão de literatura

O relacionamento amoroso é um fenômeno complexo que tem despertado cada vez mais a necessidade de compreender as variáveis e os processos implicados na sua qualidade e na sua estabilidade. Embora, nas últimas décadas, tenha aumentado o número de pesquisas focadas nessas relações, é lenta a caminhada na construção de explicações que deem conta da complexidade inerente à conjugalidade. Estudos empíricos buscam preencher essa lacuna, mas constata-se que ainda há mais perguntas do que respostas (Proulx et al., 2007; Fincham et al., 2007).

Somado a isso, a diversidade e a efemeridade das relações contemporâneas têm levado a uma revisão das idealizações construídas ao longo do tempo sobre casamento, amor e sexualidade, entre outros aspectos que permeiam as relações amorosas (Mosmann et al., 2010; Wagner e Mosmann, 2010). Ainda assim, pesquisas com jovens brasileiros revelam que o casamento ainda está associado à ideia de felicidade, tendo a união conjugal o status de uma das relações mais importantes e desejadas pela maioria das pessoas (Jablonski, 2001, 2011). Considerando que os relacionamentos íntimos são centrais na vida adulta e sua qualidade tem implicações na saúde mental, física e laboral de homens e mulheres (Falcke, 2003; Zordan, 2003; Norgren et al., 2004; Wagner e Mosmann, 2008; Silva Neto et al., 2009), este estudo analisou as relações entre a qualidade conjugal e os elementos do amor de Sternberg.

A Teoria Triangular do Amor de Sternberg (1989, 1998) a qual propõe, através da interconexão de dimensões, explicar aspectos do amor subjacentes às relações íntimas, será utilizada neste estudo, associada à abordagem cognitivo-comportamental. Embora, atualmente, a psicologia ainda não tenha definido um conceito unânime de amor, constata-se que esta teoria é reconhecida no meio científico devido a sua validação nacional e internacional na tentativa de compreender o sentimento amoroso (Acker e Davis, 1992; Serrano e Carreño, 1993; Yela, 1996; Engel et al., 2002; Hernandez e Oliveira, 2003; Gouveia et al., 2009).

Sternberg (1989, 1998) postula que quando as pessoas estão apaixonadas, diversos sentimentos são percebidos ao mesmo tempo como sendo um todo único. Ele partiu da pergunta inicial: se o amor é muitas coisas, quais são elas e como se relacionam? Teorizou que o amor não é um todo "principal" inseparável, mas um conjunto de emoções primárias que é mais bem compreendido separadamente do que de forma integrada. Todas as emoções contribuem simultaneamente para a experiência do amor, mas se perdem na experiência subjetiva. Em sua teoria, afirma que o amor é resultado da interação entre três componentes: Intimidade, Paixão e Decisão/Compromisso.

O componente Intimidade refere-se aos sentimentos que promovem o vínculo entre o casal, tais como: desejo de promover o bem-estar da pessoa amada; sentimento de felicidade; respeito; capacidade de contar com o amado em caso de necessidade e receber apoio emocional do parceiro; entendimento mútuo e comunicação íntima; entrega e divisão de posses; valorização mútua. Bons níveis de Intimidade refletem em sensação de proximidade, de contentamento e união entre os parceiros (Sternberg, 1986, 1989, 1998). Estudo realizado por Martson et al. (1998), no final da década de noventa, com setenta e nove casais norte-americanos, aponta que este elemento integra aspectos relativos à abertura, à sexo, à afetividade, à capacidade de apoiar o outro e à companhia silenciosa. Pesquisas nacionais e internacionais indicam que a intimidade tem status de preditor de satisfação nos relacionamentos (Sternberg, 1989; Hernandez e Oliveira, 2003; Karwowski-Marques, 2008; Cassepp-Borges e Teodoro, 2009).

Soma-se à Intimidade o componente Paixão. A paixão é um sentimento que tem fascinado poetas de todos os tempos da mesma forma em que instiga a ciência a encontrar uma resposta satisfatória à pergunta: por que alguém, em um determinado momento, sente-se apaixonado por outra pessoa? A Paixão está descrita por Sternberg (1986, 1989, 1998) como sendo: sensações românticas; atração física e o desejo de estar junto; satisfação e o contentamento sexual mútuo, excitação física e emocional. O componente passional é resultado da inter-relação entre os componentes psicológico e físico. A interação de ambos no fenômeno amoroso é forte. Eles se retroalimentam, porém, a intensidade varia de acordo com a pessoa e a situação. A Paixão é o componente que mais envolve a sensação física. Dessa forma, considera a atividade sexual como responsável pelo preenchimento de muitas necessidades emocionais (Sternberg, 1998; Hernandez, 1999), entretanto, não pode ser considerado apenas sexual, já que qualquer forma de despertar fisiológico e psicológico pode gerar a experiência passional.

É possível experimentar o surgimento do componente Paixão imediatamente após conhecer alguém que desperte atração física e/ou psicológica. Esta é a dimensão que tende a se manifestar antes que as demais. O despertar passional pode acontecer velozmente e alcançar rapidamente o ápice. Ao chegar ao ponto máximo, uma força negativa começa a atuar e se opõe à Paixão. Nesse momento, é quando o sentimento passional começa a decrescer. A luta entre o componente Paixão e o que Sternberg (1989, 1998) chama de força negativa gera um estado gradual de habituação, mais ou menos estável, a respeito do sentimento dirigido à pessoa com que o indivíduo se relaciona. O grau de declive da paixão dependerá da intensidade relativa das forças positivas e negativas do processo da motivação.

O mecanismo de aprendizagem denominado reforço intermitente é, segundo a teoria, o responsável pela elaboração e pela manutenção da resposta apaixonada. Esse mecanismo constitui-se de uma recompensa esporádica, às vezes aleatória, de uma determinada resposta a um estímulo. Este esquema de reforçamento aumenta a resistência à extinção do comportamento (Moreira e Medeiros, 2007), sendo, desta forma, mais eficiente para manter o comportamento apaixonado do que o reforço contínuo. A Paixão prospera à base do esforço intermitente que é comumente intenso, ao menos no início dos relacionamentos.

Outra variável que pode estar associada ao rápido declínio do componente Paixão é o fato de possuir-se um baixo controle consciente dela. Pesquisas nacionais com o uso da Escala Triangular do Amor de Sternberg (Cassep-Borges e Teodoro, 2007, 2009; Hernandez e Oliveira, 2003; Karwowski-Marques, 2008) corroboram a hipótese de Sternberg (1989) quando demonstram que esse é o elemento que menos se sobressai na avaliação dos casais acerca de suas relações.

Por outro lado, aceita-se que o elemento paixão é o mais facilmente observável no casal (Gouveia et al., 2009). O comportamento apaixonado gerado por companheiros com altos índices neste componente é o "protótipo" de amor amplamente divulgado. Sugere-se, através dessa teoria, que, em função do baixo controle consciente, do forte envolvimento fisiológico e da dependência do reforço externo, o elemento Paixão tende a ser o mais volátil na relação. Entretanto, compreender a insatisfação conjugal tendo como base apenas as oscilações do elemento paixão seria reduzir a complexidade dos relacionamentos e de todas variáveis neles envolvidas. Isso nos leva a questionar de que forma os casais avaliam a satisfação de sua relação quando o componente Paixão não mais prepondera? O que fica quando o romantismo e o interesse sexual se ajustam a rotina da vida conjugal? Como permanecer satisfeito no dia a dia onde são impostas aos casais rotinas práticas, imprescindíveis e incompatíveis com o colorido do romantismo?

Surge, neste contexto, outro elemento: Decisão/Compromisso. Em curto prazo, esse elemento da relação, consiste na Decisão de amar a outra pessoa e, em longo prazo, no Compromisso de manter essa relação. O componente Decisão/Compromisso, nesse caso, carece do colorido da Intimidade e da Paixão, embora também interatue com eles. É fato que as relações não se desenvolvem linearmente e possuem diferentes níveis de interação, porém, segundo a teoria de Sternberg (1989), o que as mantém é o componente Decisão/Compromisso, sendo este o elemento essencial quando as relações atravessam períodos difíceis. Pesquisas nacionais (Custódio, 2002; Hernandez e Oliveira, 2003; Karwowski-Marques, 2008) confirmam esse dado ao demonstrar que os casais pontuam esse elemento como o preponderante em suas relações. Essas pesquisas também apontam que a satisfação conjugal está intimamente relacionada a altos índices no componente Decisão/Compromisso. A teoria vem ao encontro desses dados ao sugerir que o alto nível deste elemento em um relacionamento íntimo contribui em grande medida para o êxito da relação (Sternberg, 1988).

Já nos anos setenta, Kelley e Thibaut (1978) postularam que o amor e o compromisso estão entrelaçados, não podendo existir um sem o outro. Para os autores, o compromisso constitui uma etapa na qual uma pessoa está disposta a unir-se a algo ou alguém, ou seja, uma pessoa que está comprometida tende a persistir no relacionamento.

Através da compreensão dos três elementos, o amor pode ser entendido como um triângulo dentro do qual cada vértice representa um destes três componentes. Embora possam ser considerados isoladamente, os componentes interagem entre si (Engel et al., 2002; Sternberg, 1989). Estima-se que altos níveis de Intimidade possam levar a uma grande Paixão ou Decisão/Compromisso, da mesma forma como Decisão/Compromisso possa levar a uma grande Intimidade ou, com menor probabilidade, a uma grande Paixão (Sternberg, 1998). É fato que os três elementos abarcam partes importantes de um relacionamento amoroso e que seu predomínio pode diferenciar um relacionamento de outro ou, no transcorrer do tempo, dentro de um mesmo relacionamento (Cassep-Borges e Teodoro, 2009).

Distintos níveis de qualidade conjugal podem resultar das diferentes combinações dos componentes propostos por Sternberg (1986, 1988, 1998). Este é um processo extremamente complexo uma vez que conceituar a qualidade conjugal é um desafio para os pesquisadores da área (Mosmann et al., 2006). Atualmente, muitos estudos buscam determinar o que define a qualidade conjugal e que variáveis estão relacionadas à mesma (Wachelke et al., 2004; Wachelke et al., 2007; Cassepp-Borges e Pasquali, 2011). Esse desafio resulta da complexidade dessa análise, a qual requer explicações de várias teorias, não necessariamente mutuamente excludentes. Entre elas, a Teoria da Troca Social, derivada do pensamento de Thibaut e Kelley (1959), sugere que as variáveis como o contexto, a autoavaliação e adaptabilidade estão intimamente relacionadas à qualidade da interação do casal com o ambiente em que vivem.Isso gera desafios e demanda adaptação dos cônjuges tanto entre si como também nas relações com quem os rodeiam.

Especificamente considerando as variáveis contextuais e suas expressões na qualidade conjugal, as pesquisas indicam a importância do nível sócioeconômico, da escolaridade dos cônjuges, do número de filhos e da rede social de apoio que possuem (Mosmann et al., 2008; Norgren et al., 2004; Mupinga et al., 2002). Os dados mostram que cônjuges com maiores índices de escolaridade relatam melhores níveis de satisfação conjugal, enquanto casais com menores ingressos econômicos reportam maiores níveis de conflito conjugal e menores níveis de satisfação (Mosmann et al., 2011). Entretanto, sabe-se que essas associações não encerram o entendimento do mapa que compõe a conjugalidade dos casais uma vez que estas interações não podem ser analisadas isoladamente.

Independente da teoria explicativa, há consenso entre os pesquisadores da área de que a qualidade conjugal é multidimensional (Mosmann et al., 2006). Resulta de um processo dinâmico e interativo do casal que se expressa na avaliação que cada cônjuge tem do nível de qualidade que experimenta em sua união. O conceito é consequente a todas as variáveis que compõem sua estruturação, especificamente variáveis do contexto, dos recursos pessoais dos cônjuges e dos processos adaptativos que vivenciam.

Nesse sentido, embora a Teoria Triangular do Amor de Sternberg (1989) seja exitosa no sentido de compreender as partes de um todo inseparável chamado amor, estima-se que, numa relação satisfatória, os três componentes devem estar presentes e interatuar de forma equilibrada. Entretanto, os indícios científicos comprovam que isso não termina por explicar esses processos que convergem para a qualidade conjugal. O caráter dinâmico dessas conexões sugere que não há linearidade nas mesmas, assim como a intensidade das interações entre os elementos provavelmente se associam a distintos níveis de satisfação nas relações amorosas e ainda interatuam com variáveis contextuais e adaptativas dos casais. Frente a isso, buscou-se analisar a relação entre variáveis sociodemográficas (situação conjugal, tempo de união, escolaridade, renda pessoal, número de filhos), os componentes do amor (Intimidade, Paixão e Decisão/Compromisso) e a satisfação conjugal em homens e mulheres heterossexuais.

 

Método

Realizou-se um estudo exploratório e descritivo com método de análise de dados quantitativo.

 

Amostra

Participaram deste estudo 102 indivíduos com idades variando entre 19 e 79 anos, (média 39,58 dp=12,11) residentes na capital e interior do estado do Rio Grande do Sul de ambos os sexos, sendo 50,9% do sexo feminino e 49,1% do sexo masculino. A seleção da amostra respondeu ao critério de conveniência. Com relação ao status conjugal, 53,9%, estavam casados oficialmente e 46,1% viviam em união estável. Os sujeitos apresentaram um tempo médio de união 13,82 (dp=9,45) anos e mais da metade, 69,61%, possuíam filhos, tendo em média 1,42 filhos (dp=1,37).

Em relação ao trabalho, 87,1% da amostra trabalhava fora e o tempo médio de atividade laboral era de 7,58 horas (dp=3,42). A renda pessoal variou de forma heterogênea, sendo que dentre os sujeitos 32,4% ganhavam entre 0 e 2 salários mínimos, 23,5% entre 3 e 5 salários mínimos, 15,7% recebiam entre 6 e 9 salários mínimos e 28,4% mais do que 10 salários mínimos mensais. Com relação à escolaridade 7,8% possuíam ensino fundamental, 27,5% ensino médio, 29,4% dos sujeitos possuíam ensino superior completo e 35,3% pós-graduação.

 

Instrumentos

O instrumento estava composto de três partes:

Parte I: dados de identificação

Investigou-se a idade, a situação conjugal, se o sujeito já fora casado ou já vivera como casal anteriormente, número de filhos e número de pessoas que coabitavam. Também questionou-se o nível de escolaridade, carga horária de trabalho e a renda pessoal.

Parte II: Escala de Satisfação Conjugal (The Golombok Rust Inventory of Marital State - GRIMS)

O GRIMS (Rust et al., 1988) mede a qualidade do relacionamento conjugal através de dimensões que são consideradas importantes para um bom relacionamento. São elas: satisfação, comunicação, interesses compartilhados, confiança e respeito. A escala é constituída por 28 itens, os quais o sujeito deve pontuar em uma escala Likert de 4 pontos (discordo fortemente, discordo, concordo econcordo fortemente). Na pontuação da escala, verifica-se que quanto maiores os escores obtidos, mais severos são os problemas no relacionamento conjugal (traduzida e adaptada à língua portuguesa por Falcke, 2003). O Alpha de Cronbach do escore bruto de GRIMS foi de 0,886, o que define uma boa confiabilidade da escala.

Parte III: Escala Triangular do Amor de Sternberg (ETAS) - Versão reduzida

A escala ETAS visa a calcular qual dos elementos componentes do amor (Intimidade, Paixão e Decisão/Compromisso) predomina no relacionamento amoroso do entrevistado segundo sua percepção. Está constituída por 18 itens pontuados em uma escala Likert que varia de 01 (nunca verdadeiro) a 07 (sempre verdadeiro) (Cassep-Borges e Teodoro, 2007).

Neste estudo, o Alpha de Cronbach foi calculado para cada subescala utilizada. Assim, o valor do Alpha para subescala Decisão/Compromisso foi de 0,803, para a subescala Intimidade, de 0,835 e para Paixão foi de 0,858, sendo observada boa confiabilidade em todas as subescalas.

Procedimentos éticos e de coleta de dados

Os questionários foram autoaplicados e entregues dentro de um envelope para cada sujeito. Na ocasião da coleta foram dadas as instruções acerca do preenchimento das escalas, assim como solicitou-se a assinatura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido. Grande parte dos questionários foi preenchida na presença das pesquisadoras. O restante foi entregue nos envelopes e recolhido posteriormente. Esse estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul sob protocolo número 2010026.

 

Apresentação e discussão dos resultados

Para observar o comportamento das variáveis, realizou-se uma análise descritiva através de frequências, médias e desvio-padrão. Na análise inferencial, realizou-se o teste qui-quadrado, a fim de comparar as respostas. E, no intuito de verificar a existência de associação entre os elementos do amor de Sternberg, a satisfação conjugal e as variáveis sóciodemográficas (situação conjugal, tempo de união, escolaridade, renda pessoal, número de filhos), realizou-se uma análise de correlações de Pearson. O nível de significância utilizado no teste estatístico foi 5% (p<0,05).

As classificações dos níveis de satisfação conjugal indicam que 37,3% da amostra refere um nível de satisfação entre "acima da média" e "muito bom", 10,8% relatam estar "na média", 25,5% atribuem seu nível de satisfação entre "pobre" e "ruim" enquanto 9,8% referem vivenciar "problemas severos" e "problemas muito severos". Não foi observada diferença estatisticamente significativa entre as classificações da escala GRIMS com a variável sexo (p=0,82).Os homens e as mulheres deste estudo avaliam de forma similar sua satisfação em seus relacionamentos, o que corrobora o resultado encontrado em estudo nacional anterior (Cassepp-Borges e Teodoro, 2009).

Em relação à Escala Triangular do Amor de Sternberg (ETAS), os resultados permitem a comparação entre os elementos.Identifica-se que a média maior foi encontrada na categoria Decisão/Compromisso (37,99). Pode-se constatar que houve diferença estatisticamente significativa entre a média dos escores de Decisão/Compromisso e Intimidade (34,63) e Decisão/Compromisso com o componente Paixão (33,70) (p<0,01).

Esses achados corroboram dados de estudos nacionais (Cassep-Borges e Teodoro, 2007; Hernandez e Oliveira, 2003; Karwowski-Marques, 2008) quando demonstram que os casais pontuam esse elemento como preponderante em suas relações. No caso da amostra investigada nesse estudo, o tempo médio de união é superior a dez anos. Em busca de compreender esse resultado, a teoria sugere que o elemento Decisão/Compromisso é um componente essencial para a construção de um relacionamento duradouro (Sternberg, 1989), atua como fator estabilizador do relacionamento em momentos de crise, pois assegura que o casal tenha consciência de que a relação não é apenas um compromisso passageiro. Considerando as constantes transformações da nossa sociedade, as permanentes mudanças que envolvem a relação conjugal ao longo do ciclo de vida e o caráter efêmero das uniões atuais, identifica-se que, para os sujeitos desta amostra, a avaliação de suas uniões se pauta de forma mais significativa pela sua permanência do relacionamento do que pela intensidade da paixão e da intimidade.

Em contraponto ao compromisso com o relacionamento, a paixão é considerada como pouco relevante para os casais deste estudo. Este resultado é coerente com o processo de desenvolvimento dos relacionamentos amorosos, no qual o elemento Paixão é o que possui menor controle consciente, forte envolvimento fisiológico e dependência do reforço externo e, em consequência disso, tende a diminuir com maior rapidez (Sternberg, 1989) ao longo do tempo. Considerando que a média de tempo de relacionamento dos casais deste estudo é de mais de uma década, justificam-se os baixos níveis deste elemento, já que, com o tempo, há uma tendência a estabilizar a intensidade vivida na relação (Cassep-Borges e Teodoro, 2009).

Em relação à dimensão intimidade, os dados mostram que os casais do presente estudo estão comprometidos com seu relacionamento amoroso, mas parece que não estão intimamente unidos. Será que expor-se ao outro pode constituir uma possível ameaça à individualidade e, dessa forma, esta seria uma das explicações para tal resultado? A literatura aponta que este é o componente dinâmico mais valioso, por ser ele o responsável pela formação do elo de afeição e dedicação que une os cônjuges (Hernandez e Oliveira, 2003; Karwowski-Marques, 2008; Sternberg, 1986, 1989, 1998). Esse fato leva ao questionamento sobre o quanto os parceiros se conhecem e/ou se permitem deixar conhecer em seus relacionamentos. Atualmente, uma das características dos relacionamentos interpessoais é a efemeridade, os sentimentos voláteis e com pouca profundidade. Entretanto, identifica-se um paradoxo já que a fragilidade do vínculo e o sentimento de insegurança infundem um conflitante desejo de tornar o laço intenso e, ao mesmo tempo, deixá-lo desprendido (Bauman, 2003). Parece que os casais desta amostra expressam essa contradição uma vez que são comprometidos com seus relacionamentos, tem estabilidade e expressam bons níveis de satisfação, entretanto são pouco íntimos de seus cônjuges.

Buscando perfilar essas interações, realizou-se uma análise de correlação entre as variáveis sociodemográficas (situação conjugal, tempo de união, escolaridade, renda pessoal, número de filhos), os elementos do amor e da satisfação conjugal. Os resultados indicam correlações significativas entre um número expressivo delas. Ressalta-se a correlação positiva e significativa (p<0,01) entre a satisfação conjugal, as variáveis da escala ETAS e a escolaridade dos sujeitos. Ou seja, quanto maiores são os valores do componente Decisão/Compromisso (r=0,615), da Intimidade (r=0,679), do componente Paixão (r=0,471) e o nível de escolaridade (r=0,222), maiores os índices de satisfação conjugal.

A análise estatística mostra que os elementos do amor concorrem para determinar os níveis de satisfação da amostra estudada, embora de formas distintas. Esse resultado vem ao encontro da teoria que afirma que o bom desenvolvimento de todos os elementos do amor de Sternberg está intimamente relacionado com a satisfação conjugal (Sternberg, 1989; Serrano e Carreño, 1993). Aliado a isso, constata-se que o nível de escolaridade interatua com estas dimensões e se reflete nos níveis de satisfação conjugal. Pode-se considerar que sujeitos com mais estudo disponham de maior repertório de habilidades pessoais para lidar com os desafios da conjugalidade. Entretanto, algumas reflexões são pertinentes uma vez que os sujeitos desta amostra apresentaram maiores níveis de decisão/compromisso em suas uniões e que a variável com correlação mais forte à satisfação conjugal é a intimidade (r=0,679), corroborando a literatura (Cassep-Borges e Teodoro, 2007). Este dado é relevante uma vez que 25,5% desta amostra avaliam sua satisfação conjugal entre "pobre" e "ruim" enquanto 9,8% referem "problemas severos" e "problemas muito severos". Talvez esses casais estejam se ressentindo de intimidade em seus relacionamentos, embora sejam estáveis e duradouros, a coesão emocional parece estar enfraquecida.

Complementando esse panorama cabe ressaltar que a escolaridade também se associou positivamente com a renda (r= 0,658; p<0,01) e com o nível de intimidade (r=0,257; p<0,01). A relação entre renda e escolaridade é coerente com dados que apontam que as atividades que exigem maior escolaridade tendem a oferecer maior remuneração. Identifica-se que aqueles com maiores níveis de escolaridade são mais capazes de estabelecer intimidade no relacionamento a dois e consequentemente experimentam maiores níveis de satisfação, dado que corrobora a literatura (Mosmann et al., 2011). Teoricamente, poder-se-ia assumir, uma vez que as outras dimensões do triangulo de Sternberg também estão associadas, que, dinamicamente, esses casais teriam também maiores níveis de compromisso e paixão, entretanto, dados de pesquisas nos indicam que cada elemento contribui de forma distinta e que suas inter-relações não são lineares (Cassep-Borges e Teodoro, 2007, 2009).

Nesse sentido, mesmo ressentindo-se de intimidade e paixão, alguns relacionamentos da amostra estudada se mantêm, ainda que com baixos índices de satisfação conjugal. Na tentativa de entender este processo, torna-se relevante indicar que outras variáveis não analisadas neste estudo como a resolução de conflitos e a adaptabilidade poderiam explicar estas dinâmicas. Atualmente, o desafio, além descobrir o que sustenta um casamento, está em compreender como isso ocorre. Manter um casamento somente pelo compromisso está muito aquém de toda a satisfação que a relação conjugal pode proporcionar. Então, como construir e conservar a satisfação dentro do importante e complexo vínculo conjugal?

Sternberg (1989) sugere que para manter bons níveis dos elementos do amor é preciso analisar quais necessidades motivacionais são satisfeitas pela relação para mantê-las. Também indica que é preciso identificar as que não o são e tentar modificá-las. Segundo Mosmann et al. (2008), o acúmulo dessas experiências com o passar do tempo é o que constrói uma influência positiva ou negativa na avaliação e na satisfação conjugal.

Cabe ressaltar que o número de filhos, ao contrário do postulado pela literatura, não apresentou associações significativas com a satisfação conjugal (Norgren et al., 2004; Mupinga et al., 2002). Pode-se avaliar que talvez pelo tempo médio de união dos sujeitos ser superior a dez anos, o número de filhos já não impacte a satisfação dos casais, algo que se expressa de forma mais contundente quando as crianças são pequenas e demandam uma série de cuidados que terminam por levar os pais a relegar a conjugalidade ao segundo plano, frente a todas as demandas dos filhos pequenos.

Diante do universo de teorias que buscam compreender as variáveis envolvidas na qualidade conjugal, os resultados dessa amostra apontam que a Teoria Triangular do Amor de Sternberg, aliada a variáveis sociodemográficas, oferece uma possibilidade bastante abrangente, embora não concludente, para a compreensão de muitos aspectos do amor e da satisfação conjugal subjacente às relações íntimas.

 

Considerações finais

Nossos dados indicam uma tendência da amostra a valorizar uma relação com a qual se percebe satisfeito e comprometido, porém, há carência de intimidade e paixão. Cabe salientar que o elemento Decisão/Compromisso é o que apresenta maior controle consciente e que, diante das constantes mudanças sociais e dos inevitáveis eventos nodais do casamento, os casais podem tender a avaliar a conjugalidade mais pela sua estabilidade do que pela intensidade de gratificação que ela proporciona. Diante da estabilidade das uniões desta amostra, parece que o elemento que melhor as expressa é a Decisão em estar unido e o Compromisso com a relação.

A pouca valorização do elemento Paixão já era esperada, uma vez que tende ao mais rápido declínio. Já os baixos escores no elemento Intimidade sugerem a fragilidade em termos funcionais dessas uniões, por ser ele um componente estruturante e com maior expressão na satisfação conjugal. Fica o questionamento: o alto índice de Decisão/Compromisso é uma estratégia compensatória para trazer segurança à estrutura carente da solidez que a intimidade proporciona? Essa é uma consideração instigante que sugere a necessidade de novos estudos sobre o assunto.

Torna-se pertinente ressaltar algumas limitações do presente estudo como o caráter transversal do delineamento, assim como o número de sujeitos. Estas características terminam por circunscrever os resultados, especialmente, no que se refere às variáveis sóciodemográficas. Devido aos relevantes indícios da associação significativa entre os elementos do amor, a satisfação conjugal e o nível de escolaridade dos sujeitos sugere-se a realização de novos estudos que possam abranger um número maior de sujeitos, assim como de diferentes regiões do Brasil.

Sob a ótica clínica, é importante atentar para a possibilidade de trabalhar no desenvolvimento e no fortalecimento dos elementos da teoria Triangular do Amor de Sternberg (1989), já que eles estão intimamente ligados a bons níveis de satisfação conjugal. O ETAS pode ser uma ferramenta clínica útil para o diagnóstico e o monitoramento da evolução no tratamento de casais.

Não há dúvida de que tornar-se e manter-se casal é uma das tarefas mais complexas do ciclo de vida. Deve-se levar em conta que a satisfação absoluta em um relacionamento é uma expectativa irreal e um ideal inatingível. Cada casal elabora uma dança particular diante da construção de sua conjugalidade. A qualidade resulta da complexa teia que se estrutura entre os sentimentos de paixão, intimidade e compromisso, a realidade contextual dos casais, seus recursos pessoais e a maneira como lidam com os dilemas inerentes à vida e ao relacionamento conjugal.

 

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Recebido: 03/01/2013
Aceito: 14/04/2013