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Contextos Clínicos

versión impresa ISSN 1983-3482

Contextos Clínic vol.9 no.1 São Leopoldo jun. 2016

http://dx.doi.org/10.4013/ctc.2016.91.05 

ARTIGOS

 

Abuso sexual na infância e suas repercussões na satisfação sexual na idade adulta de mulheres vítimas

 

Sexual abuse in childhood and their impact on sexual satisfaction for women victims in the age adult

 

 

Cris Aline KrindgesI; Davi Manzini MacedoII; Luísa Fernanda HabigzangIII

IPontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Grupo de Pesquisa Violência, Vulnerabilidade e Intervenções Clínicas. Av. Ipiranga, 6681, prédio 11, 9º andar, 90619-900, Porto Alegre, RS, Brasil. cris.krindges@gmail.com
IIUniversidade Federal do Rio Grande do Sul. Centro de Estudos Psicológicos CEP-Rua. Rua Ramiro Barcelos, 2600, 90035-003, Porto Alegre, RS, Brasil. davimanzini@gmail.com
IIIPontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Grupo de Pesquisa Violência, Vulnerabilidade e Intervenções Clínicas. Av. Ipiranga, 6681, prédio 11, 9º andar, 90619-900, Porto Alegre, RS, Brasil. luisa.habigzang@pucrs.br

 

 


RESUMO

Objetivou-se realizar uma revisão narrativa da literatura a respeito de abuso sexual na infância (ASI) e suas repercussões na satisfação sexual na idade adulta de mulheres vítimas. Sabe-se que o ASI é fator importante na etiologia de transtornos psicológicos, contudo, suas repercussões para a sexualidade adulta são pouco discutidas na literatura nacional. Neste artigo, são apresentadas as principais contribuições da literatura científica para a compreensão dessa relação. Na ausência de relações de causalidade, aponta-se a influência de variáveis mediadoras entre o ASI e a satisfação sexual na idade adulta, tais como: características do abuso sexual, estratégias de coping utilizadas pelas vítimas, emoções e cognições associadas ao trauma, mecanismos de resposta ao estresse e componentes do funcionamento sexual. Implicações clínicas acerca do impacto da vitimização sexual na infância sobre a capacidade de estabelecimento e manutenção de relações íntimas e saudáveis na vida adulta são discutidas.

Palavras-chaves: abuso sexual na infância, satisfação sexual, mulheres vítimas.


ABSTRACT

This article proposes a literature review concerning the impact of childhood sexual abuse (CSA) in the sexual satisfaction levels of victimized women. It is largely discussed that CSA is a major factor in psychological disorders etiology, although its implication to adult sexuality has been bare ly discussed in Brazilian scientific literature. This investigation presents the major contributions from scientific international literature for the comprehension of such association. In the absence of causality relationships, the influence of mediating variables between CSA and sexual satisfaction in adulthood are pointed out, such as: characteristics of sexual violence episodes, coping strategies adopted by victims, emotions and cognitions associated with trauma, stress response mechanisms and sexual functioning aspects. Clinical implications for CSA impact on the capacity of establishing and maintaining intimate and healthy adult relationships are discussed.

Keywords: child sexual abuse, sexual satisfaction, women victims.


 

 

Este artigo tem como objetivo realizar uma revisão narrativa da literatura sobre abuso sexual na infância (ASI) e suas repercussões na satisfação sexual de mulheres na idade adulta. As consequências do ASI para a satisfação sexual na vida adulta ainda são pouco abordadas na literatura nacional, se comparadas com a amplitude em que o tema é discutido na literatura internacional. Os altos índices de prevalência do ASI e as repercussões para o desenvolvimento precisam ser mais bem conhecidos para o desenvolvimento de intervenções efetivas. Tais intervenções devem englobar planos de prevenção e tratamento (WHO e ISPCAN, 2006).

Para compreender a dimensão desse problema, podem-se observar os dados de estudos realizados em diferentes partes do mundo, indicando que aproximadamente 20% das mulheres já foram abusadas sexualmente quando crianças (WHO, 2014). A precisão dos dados epidemiológicos sobre o ASI ainda é incipiente, visto que os dados obtidos são baseados em notificações, não abrangendo a totalidade de ocorrências. Além disso, ainda existe uma falta de sistematização dos dados obtidos (Hohendorff et al., 2014a).

Dados provenientes de quarenta países com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) baixo e médio apontam que a proporção de vítimas de ASI do sexo feminino com idade entre 15 e 19 anos varia consideravelmente. Nessa faixa etária, ao menos uma entre cada oito adolescentes da maioria dos países da região central e oeste do continente africano relatam a experiência de alguma forma de abuso sexual. Em países como Honduras, República Dominicana e Gabon, o percentual de 20 a 70% das vítimas aponta que sua primeira experiência de abuso sexual ocorreu antes dos 14 anos de idade. As taxas para os países desenvolvidos também são representativas. A prevalência de experiência de alguma forma de abuso sexual anterior aos 16 anos de idade em mulheres foi de 7% na Alemanha, Itália e Reino Unido. Nos Estados Unidos e Suíça, respectivamente, 17% e 22% de adolescentes do sexo feminino reportaram a experiência de abuso sexual envolvendo contato físico (UNICEF, 2014).

No Brasil, o Programa Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes (PNEVSCA, 2014), por meio do Disque Direitos Humanos (Disque 100), realizou mais de 86 mil notificações específicas de abuso sexual no período de janeiro de 2011 a abril de 2014. Os dados indicaram que, nas notificações em que o sexo da vítima foi informado, houve maior prevalência do sexo feminino. Os níveis de incidência de meninas vítimas foram estáveis ao longo do período analisado (75,72% em 2011, 72,85% em 2012, 72,12% em 2013 e 68,71% até abril de 2014). No que diz respeito às notificações sobre as formas específicas de abuso sexual (e.g., exploração sexual, tráfico de crianças e adolescentes, abuso sexual e pornografia), houve também maior prevalência de vítimas do sexo feminino (PNEVSCA, 2014). A comparação entre a incidência do abuso sexual de acordo com o sexo pode ser influenciada pela possibilidade de subnotificação dos casos envolvendo meninos (Hohendorff et al., 2014a). Apesar desse aspecto, a elevada prevalência de experiência de abuso sexual entre crianças e adolescentes do sexo feminino é corroborada por diversos estudos nacionais (Baía et al., 2013; Hohendorff et al., 2014b; Pelisoli et al., 2010).

 

Abuso sexual na infância

O ASI é definido como toda situação na qual a criança ou o adolescente é usado para satisfação sexual de um adulto ou adolescente por meio de contato ou interação sexual (Coordenação de Desenvolvimento de Programas e Políticas de Saúde - CDPPS, 2007). Pode incluir práticas como a manipulação de genitália, mama ou ânus, carícias, penetração vaginal e/ou anal e exploração sexual. O ASI compreende também práticas que não envolvem contato físico, como voyeurismo, exibicionismo, assédio sexual e exibição ou produção de material pornográfico (Ministério da Saúde, 2002). Essas práticas normalmente são impostas à criança ou ao adolescente por meio de ameaças e/ou prática de violência (CDPPS, 2007).

Ressaltam-se três aspectos que precisam ser levados em consideração para compreender as consequências do ASI para a vida adulta. São eles: o contexto em que o abuso ocorre (Nurcombe, 2000), o perfil do agressor que perpetra o abuso e a dinâmica em que a criança é envolvida para que o abuso ocorra (Araújo, 2002; Kendall et al., 1993). A literatura elucida dois contextos distintos de ocorrência, o contexto intrafamiliar e o extrafamiliar (Koller e de Antoni, 2004; Pimentel e Araújo, 2006; Hohendorff et al., 2012; Hohendorff et al., 2014b). O abuso sexual intrafamiliar acontece na residência da vítima ou em ambientes familiares, perpetrado por pessoas com quem esta possui grau de parentesco ou vínculo de cuidado e afeto (Araújo, 2002; Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, 2010; Maia, 2001; Pfeiffer e Salvagni, 2005; Rodrigues et al., 2006). O abuso sexual extrafamiliar é perpetrado por pessoas fora do convívio familiar, mas que possuam proximidade com a vítima, como professores e cuidadores da escola, mas também pessoas estranhas (Amazarray e Koller, 1998; Ministério da Saúde, 2002; Hohendorff et al., 2014a). Em relação ao perfil do agressor, sabe-se que, na maior parte das situações de ASI, o perpetrador é do sexo masculino e possui algum vínculo afetivo e/ou consanguíneo com a criança vítima (PNEVSCA, 2014). Estudos demonstram que pai e padrasto são os principais perpetradores do abuso sexual na infância (Habigzang et al., 2005; Habigzang et al., 2011; Baía et al., 2013).

Existem alguns modelos que se propõem a explicar a dinâmica do ASI. Esses modelos foram desenvolvidos desde a década de 1980 e apresentam aspectos similares e complementares. Para melhor compreensão, será utilizado o modelo integrado por Hohendorff et al. (2014a) com base nos autores Sgroi et al. (1982), Furniss (1991), Finkelhor e Browne (1985). A dinâmica do ASI inicia com a relação de confiança que o (a) abusador (a) estabelece com a vítima, baseada em demonstrações de carinho e afeto para se aproximar. Após conquistar a confiança da vítima, iniciam-se as interações sexuais, que podem partir de carícias até evoluir para o intercurso sexual, com penetração (Sgroi et al., 1982). Com a intensificação das interações sexuais, a criança pode identificar tais atos como abusivos. O agressor, em contrapartida, desenvolve estratégias para silenciá-la (e.g., ameaças contra a vítima ou pessoas próximas a ela). Com medo de que algo aconteça a ela ou a alguém próximo, em grande parte dos casos, a vítima silencia diante do abuso (Furniss, 1991; Sgroi et al., 1982). Quando ocorre a revelação, esta pode acontecer de forma acidental ou intencional e levar anos para vir à tona. Quando o abusador possui vínculos afetivos ou familiares com a vítima, a confirmação do abuso muitas vezes é dificultada, em razão do poder de coerção que o abusador exerce sobre a vítima. Outra dificuldade encontrada para confirmação do abuso é que ele pode não vir acompanhado de marcas físicas aparentes (Sgroi et al., 1982). Após ocorrer a revelação, é possível que a vítima sinta-se coagida e busque retratar-se em função da pressão exercita pela família e/ou agressor ou pelos órgãos de proteção. As principais motivações para retratação da vítima são: evitar que a família se dissolva; medo que as ameaças do agressor se concretizem ou descrédito por parte da família (Sgroi et al., 1982). A complexidade da dinâmica do abuso sexual elicia a sensação de traição e impotência frente à iniciação sexual de caráter traumático (Finkelhor e Browne, 1985).

A adoção das medidas necessárias para cessar o abuso sexual está atrelada à revelação. Em situações nas quais isso não ocorre ou nas quais a vítima se retrata, esta pode continuar exposta ao risco e sofrer revitimizações, que acarretam o agravamento das consequências negativas para seu desenvolvimento (Sanderson, 2005). Acredita-se que a não adoção de medidas de proteção por parte da família (e.g., notificação) seja resultado de desconforto em razão de uma possível exposição familiar e da vítima ou até mesmo de possível desestruturação familiar (Pfeiffer e Salvagni, 2005; Sgroi et al., 1982).

 

Consequências do abuso sexual para o desenvolvimento

O abuso sexual na infância é fator importante na etiologia de transtornos psicológicos e também na gravidade dos sintomas (Kendall-Tackett et al.,1993; DSM-V) e pode afetar o desenvolvimento cognitivo, afetivo e social dos indivíduos. A situação de vulnerabilidade que a vítima experiencia nesse momento peculiar do desenvolvimento está associada ao desencadeamento de transtornos psicopatológicos, como transtorno de estresse pós-traumático (Miller et al., 2013), depressão e transtornos de ansiedade (Habigzang et al., 2008).

Os diferentes fatores que compõem a experiência de abuso sexual (e.g., idade da criança; duração do abuso; sua frequência; envolvimento ou não de violência ou ameaças; uso da força física; grau de relacionamento com o abusador; e ausência de figuras parentais protetoras) podem mediar as consequências apresentadas pelas vítimas, em curto e longo prazo. Tais fatores podem atenuar ou intensificar o impacto da experiência (Araújo, 2002; O'Leary et al., 2010; Kendall-Tackett et al.,1993). Uma pesquisa que acompanhou vítimas de abuso físico, sexual e negligência até a idade adulta (aproximadamente 40 anos) indicou maior incidência de experiência de eventos traumáticos ao longo do ciclo vital em comparação a não vítimas. Esse efeito é potencializado quando a vítima vivencia múltiplas formas de abuso. As vítimas estão mais propensas, especificamente, a novos episódios de violência interpessoal, como agressão, perseguição e abuso físico e sexual (Widom et al., 2008). As consequências mais comuns associadas à experiência de ASI podem estar relacionadas à vergonha e ansiedade (Stephenson et al., 2012), depressão, baixa autoestima, insegurança e ideações suicidas, além de dificuldade de estabelecer relacionamentos duradouros, bem como incapacidade de evitar situações de revitimização (Sant'anna e Baima, 2008).

Há uma possibilidade aumentada de vítimas de ASI terem dificuldades no âmbito sexual e de relacionamento interpessoal na vida adulta (Najman et al., 2005; Sant'anna e Baima, 2008; Staples et al., 2012; Turchik, 2012). Essas dificuldades podem estar relacionadas à revivência da experiência de abuso sexual em relações de maior intimidade (Azevedo e Guerra, 1989).

 

Satisfação sexual em mulheres vítimas de abuso sexual na infância

A sexualidade pode ser compreendida como um aspecto da existência humana que, para além do ato sexual em si, relaciona-se aos papéis sociais, à intimidade, ao prazer e à reprodução. Abrange pensamentos, comportamentos, fantasias e desejos influenciados por fatores biológicos, psíquicos, sociais, econômicos, culturais, religiosos e espirituais (WHO, 2006; Stuar e Laraia, 2001). Esses fatores estarão presentes em maior ou menor intensidade ao longo da vida dos indivíduos, repercutindo sobre as diferentes etapas do ciclo vital (Martínez, 2007).

A satisfação sexual compreende o estado de bem-estar físico, emocional e mental relacionado à sexualidade (WHO, 2006) e pode estar diretamente vinculada à qualidade dos relacionamentos amorosos (Althof et al., 2010; Byers, 2005; La France, 2010) e dos relacionamentos conjugais (Byers, 2005). Corresponde à resposta afetiva em relação à experiência subjetiva da sexualidade por meio da avaliação das dimensões positivas e negativas dos relacionamentos sexuais. Aspectos interpessoais, ou o contexto relacional em que a atividade sexual ocorre, e os custos e benefícios implicados são fatores que medeiam a percepção de satisfação sexual. A percepção de equidade entre o investimento afetivo-sexual e o retorno por parte do parceiro também são aspectos a serem contemplados pelo processo avaliativo envolvido na percepção de satisfação sexual. Compreende-se, portanto, que essa dimensão da sexualidade envolve aspectos de afeto e cognição (Byers, 1999; Lawrance e Byers, 1995).

A experiência de abuso sexual é um fator que pode comprometer o funcionamento sexual de mulheres vítimas. O funcionamento sexual consiste na capacidade de um indivíduo responder sexualmente ou experienciar satisfação sexual (APA, 2014) a partir de componentes como desejo e excitação sexuais, nível de dor durante a atividade sexual, lubrificação e experiência de orgasmo (Stephenson et al., 2012). No que tange à sexualidade feminina, existem diferentes fatores que influenciam o funcionamento e o nível de satisfação sexual. Ainda que esse tema tenha sido interesse de estudo de diferentes áreas do conhecimento, ainda não se dispõe de informações suficientes para a elaboração de um modelo completo que explique o funcionamento sexual feminino (Heiman, 2007). Compreende-se, contudo, que essa dimensão da sexualidade humana envolve a interação entre fatores biológicos, socioculturais e psicológicos (APA, 2014). Exemplos desses elementos podem ser a idade, a presença de um companheiro fixo, a idade do companheiro e seu funcionamento sexual característico, os sentimentos para com o companheiro e a duração do relacionamento (Bancroft et al., 2003).

Um estudo envolvendo vítimas de abuso sexual na infância, adolescência e adultez investigou sobre o funcionamento sexual de homens e mulheres. Nos resultados das participantes mulheres, pôde-se observar que, quanto maior o número de vezes que estas tenham sofrido abuso sexual (com penetração) na infância e na adolescência, maior seu desejo sexual diádico e comportamento autoerótico. Além disso, apresentaram probabilidade aumentada de excitação, porém, a satisfação sexual foi menor nesses casos. O estudo verificou também que sofrer apenas um episódio de abuso sexual, seja na infância ou adolescência, pode não afetar significativamente o funcionamento sexual (Moyano e Sierra 2014). Corrobora com tais achados o estudo de Niehaus et al. (2010), o qual identificou que mulheres vítimas de abuso sexual na infância possuem aumento de interesse sexual em comparação com as não vítimas e tendem a ter menos constrangimento ao se relacionarem sexualmente.

O abuso sexual é citado pela 5ª edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V) como um fator de risco para o desenvolvimento de transtornos relacionados à disfunção sexual (APA, 2014). Apesar de não ser recorrente que mulheres sobreviventes de ASI preencham os critérios diagnósticos para tal transtorno, a prevalência de déficits em âmbito sexual para esse grupo é elevada (Castellini et al., 2013; Hall, 2007). Mulheres com histórico de ASI podem ser mais propensas, em comparação a pares não vítimas, ao relato de comprometimento de seu funcionamento sexual, como ausência de prazer, dor genital, lubrificação vaginal insuficiente e dificuldade de atingir orgasmo (Luo et al., 2008). Outras dificuldades em âmbito sexual são comuns, tais como dor menstrual e pré-menstrual e problemas genitourinários e ginecológicos (Lacelle et al., 2012). Em função de sua experiência traumática e das consequências associadas, essas mulheres podem tornar-se propensas à aversão e evitação sexual (Hall, 2007). É necessário ressaltar, contudo, que níveis elevados de estresse frente às atividades sexuais podem ser reportados mesmo na ausência de comprometimento do funcionamento sexual (e.g., anormalidades em relação à lubrificação, orgasmo, desejo e excitação sexuais (Stephenson et al., 2012).

Hipotetiza-se que aspectos cognitivos (Lorenz e Meston, 2012) e emocionais possam desempenhar um papel mais relevante que outros componentes da experiência de ASI (Rellini e Meston, 2006; Stephenson et al., 2012). O modelo traumagênico de Finkelhor e Browne (1985) foi uma das primeiras contribuições nesse sentido, ao postular que a criança vítima de abuso sexual pode associar a atividade sexual a emoções e memórias negativas, de modo a generalizar essas reações para experiências sexuais posteriores, mesmo na ausência de componentes abusivos (Hall, 2007). Estudos mais recentes têm contribuído para a confirmação de tais hipóteses. Uma investigação sobre processamento cognitivo implícito de estímulos sexuais e românticos evidenciou que vítimas de ASI preferem estes àqueles, o que sugere ativação atencional fraca para estímulos de ordem sexual. Inferiu-se a desassociação entre sexo e prazer em função do pareamento entre estimulação sexual e intenso medo e ansiedade (Rellini e Meston, 2011).

Outro estudo encontrou como resultado, controladas variáveis intervenientes como depressão e ansiedade, que mulheres com histórico de ASI são mais propensas a apresentar elevados níveis de afeto negativo em relação a conteúdo sexual. Os autores hipotetizam que o pareamento entre atividade sexual e afeto negativo pode ter impactado esquemas pessoais referentes à sexualidade, de modo a comprometer a percepção dessas mulheres de si enquanto sexualmente desejáveis (Meston et al., 2006). O grau de incidência com que mulheres com experiência de ASI descrevem-se a partir de termos negativos, além da recorrente atribuição de significado negativo a conteúdos relacionados a comportamentos sexuais (Meston e Heiman, 2000) é um indicativo de que essa vivência pode contribuir para a criação de associações negativas e generalizáveis sobre a sexualidade. Esses esquemas sexuais negativos ativariam pensamentos automáticos negativos a respeito de si frente a estímulos de natureza sexual (Géonet et al., 2013).

Essas alterações em nível cognitivo estão em consonância com os resultados encontrados em pesquisas que visaram investigar o impacto do ASI aos substratos neurofisiológicos dos processos de cognição e emoção. Uma revisão sistemática baseada em 34 estudos apontou a recorrência de alterações neuroendócrinas, estruturais e funcionais em participantes com histórico de ASI. Os estudos analisados apontaram alterações no volume cerebral e no desenvolvimento de estruturas envolvidas no processamento de emoções e de memórias, como o sistema límbico e o hipocampo. Os resultados também apontaram comprometimento dos processos pelos quais diferentes estruturas cerebrais se relacionam e funcionam em situações de condicionamento e aprendizagem (Pereda e Gallardo-Pujol, 2010).

A influência do ASI sob cognições, emoções e seus substratos neurofisiológicos está também representada por uma classe diagnóstica ordinariamente associada a essa experiência: a classe dos transtornos dissociativos (Hansen et al., 2012). A dissociação corresponde à interrupção ou descontinuidade na integração da memória, identidade, emoção, percepção, comportamento, controle motor e representação corporal e pode comprometer todas as áreas do funcionamento psicológico. Sintomas dissociativos podem estar presentes no Transtorno de Estresse Agudo e no Transtorno do Estresse Pós-Traumático sob a forma de flashbacks da experiência traumática, amnésia, despersonalização e desrealização, de forma a evidenciar a proximidade entre esses transtornos (APA, 2014).

Mulheres com histórico de ASI possuem maior tendência a apresentar o componente dissociativo de despersonalização em suas atividades cotidianas em relação a mulheres não vítimas, como uma resposta aprendida para manejar o estresse (Bird et al., 2014). Os efeitos deletérios da despersonalização na satisfação sexual podem ser explicados pelo papel mediador da consciência a respeito do próprio corpo para a percepção subjetiva de satisfação sexual (Meston, 2006). A dissociação está relacionada a outras formas de abuso e pode comprometer a sexualidade saudável de mulheres sobreviventes, por interferir na capacidade de consentimento e de negociação de preferências, como o uso de preservativo durante o ato sexual (Sutherland et al., 2014), o que pode levar as vítimas a propensão de comportamento sexual de risco (Reid e Sullivan, 2009).

O desenvolvimento de comportamento sexual de risco na vida adulta é um aspecto relevante e que pode estar associado ao abuso sexual na infância, como mostra um estudo longitudinal com duração de 30 anos, realizado na Nova Zelândia (Fergusson et al., 2013). Essa pesquisa acompanhou 1.265 pessoas (630 mulheres) nascidas em 1977. O grupo foi estudado aos quatro meses de idade, um ano, anualmente até os 16 anos e, posteriormente, aos 21, 25 e 30 anos. Na coleta, realizada quando os participantes estavam com 21 anos, foi questionado sobre possíveis experiências de abuso sexual antes de completar 16 anos. Os resultados indicaram que 141 participantes sofreram alguma forma de abuso sexual (28 casos de abuso sem contato, 51 com contato e 62 com penetração). Foi verificado que esses participantes apresentaram maiores níveis de comportamento sexual de risco quando comparados aos participantes que não sofreram abuso sexual na infância. Os comportamentos sexuais de risco investigados foram idade precoce de início de atividades sexuais (excluída a experiência de abuso), número de parceiros e gravidez não planejada. Os resultados indicaram que, quanto maior a severidade do abuso sexual sofrido na infância, maiores foram os níveis de comportamento sexual de risco na idade adulta, além de contribuir para o aumento da frequência de comportamentos sexuais (Conley e Garza, 2011; Wilson e Widom, 2008). Sabe-se, ainda, que sintomas dissociativos representam um dos fatores que compromete a capacidade de detectar estímulos ameaçadores e, consequentemente, situações potencialmente abusivas, de modo a aumentar o risco para revitimização sexual (DePrince, 2005; Hansen et al., 2012).

Os recursos psicológicos utilizados pelo indivíduo após a experiência de abuso sexual também consistem em focos de investigação científica para a compreensão dos sintomas apresentados. A testagem de um modelo para compreender como o ASI pode interferir no número de parceiros sexuais heterossexuais na idade adulta encontrou associação significativa entre essa experiência e as estratégias de coping utilizadas pelas vítimas. Estratégias de evitação (e.g., reclusão, evitação de pensamentos e sentimentos associados ao trauma) podem resultar em redução dos níveis de satisfação sexual, problemas no funcionamento sexual e redução da atividade sexual (menor número de parceiros), nos casos em que são efetivas em reduzir a tensão relacionada a estímulos sexuais. Estratégias de coping autodestrutivas (e.g., ideação suicida, abuso de substâncias psicoativas), por sua vez, estão associadas a comportamentos sexuais disfuncionais (e.g., relações sexuais com estranhos, sexo como permuta por afeto ou para redução de tensão) e ao maior número de parceiros sexuais (Merrill et al., 2003). Essas mulheres podem se utilizar de estratégias evitativas e autodestrutivas de modo concomitante, sendo essa assertiva aplicável principalmente para os casos de ASI mais severos. Devido à severidade do estresse implicado por experiências mais graves, essas vítimas podem estar mais motivadas a buscar estratégias de coping variadas (Merrill et al., 2001; Merril et al., 2003).

As estratégias de coping emocionais, cujo objetivo é administrar o afeto negativo relacionado ao trauma (e.g., evitação de pensamentos, envolvimento em tarefas para distração) também medeiam a relação entre ASI e consequências para a sexualidade adulta de mulheres. A utilização desse tipo de estratégia está associada a sentimentos negativos durante o sexo, à ansiedade e ao medo frente a estímulos sexuais e à diminuição da satisfação sexual. A experiência de ASI também está associada à redução de atitudes otimistas em relação ao futuro, o que pode contribuir para associações negativas em relação ao estabelecimento de vínculos e à atividade sexual (Lacelle et al., 2012).

As estratégias de coping também podem estar associadas à qualidade dos relacionamentos afetivos diádicos futuros. Tanto as estratégias de compulsão quanto as de evitação sexuais podem predizer um mau ajustamento nos relacionamentos íntimos com o(a) parceiro(a). O estabelecimento de intimidade psicológica e sexual em relações adultas é uma importante tarefa desenvolvimental que pode evocar afetos e cognições relacionados ao trauma (Vaillancourt-Morel et al., 2015). Esses elementos traumáticos podem mediar a organização da interação sexual a partir de padrões de dominação e submissão, de modo a comprometer a qualidade dos relacionamentos afetivos e sexuais (Kernberg, 2011).

Uma revisão de literatura realizada com o intuito de compreender quais variáveis influenciam o desenvolvimento de padrões de evitação/aversão ou de compulsão sexual apontou o aspecto mediador da idade e do sexo da vítima à época do abuso. A literatura científica aponta que mulheres são mais propensas que homens a apresentar aversão sexual e disfunções sexuais, enquanto homens tendem a apresentar comportamentos sexuais mais agressivos, que se manifestam, por exemplo, pela compulsão sexual. Mulheres seriam menos propensas a apresentar esse comportamento, mas, entre as que o fazem, é frequente o histórico de ASI. Quanto à idade, adultos vitimizados em tenra idade apresentam mais comportamento hiperssexualizado, enquanto os que o foram após a idade escolar e na adolescência, apresentam comportamentos de aversão sexual com maior frequência (Aaron, 2012).

A variável idade pode estar associada ao medo e à culpa durante a atividade sexual e ao relato de insatisfação sexual. Esses sintomas podem tornar-se mais prevalentes conforme aumenta a idade da vítima à época do abuso. Revelar a experiência e obter reações negativas de figuras protetivas também foi uma variável associada a essas consequências na idade adulta (Easton et al., 2011). É factível que crianças mais velhas apresentem sintomas mais graves em função de sua maior compreensão do significado cultural da experiência e das consequências para os envolvidos, bem como dos estigmas possivelmente enunciados pelo agressor e por familiares e pessoas próximas (Finkelhor e Browne, 1985).

A alteração da resposta fisiológica ao estresse é outra consequência da experiência de ASI que pode interferir nos níveis de funcionamento e satisfação sexuais em mulheres vítimas. Em mulheres sem experiência de abuso, a elevação do sistema nervoso simpático (SNS) até um grau moderado está associada a maiores funcionamento e satisfação sexuais (Lorenz et al., 2012). Mulheres sobreviventes de ASI, por sua vez, apresentam maior excitação quando da menor ativação do SNS frente a um estímulo sexual. Mulheres vitimizadas apenas sexualmente apresentam maior ativação da resposta relacionada ao estresse perante estímulos de natureza sexual, de modo a terem melhor funcionamento e satisfação quando do decréscimo da resposta simpática. Aquelas que vivenciaram múltiplas situações de abuso, por sua vez, apresentam funcionamento reduzido do SNS de modo geral. Dessa forma, não apresentam respostas elevadas ao estresse nem para estímulos sexuais, em função do trauma adicional. O decréscimo na atuação do SNS para essas mulheres pode conduzi-las, portanto, à excitação sexual, o que pode eliciar memórias e emoções conflituosas, de modo a comprometer seus níveis de satisfação sexual (Meston e Lorenz, 2013).

A literatura sobre a relação entre ASI e satisfação sexual em mulheres, aponta, ainda, resultados distintos quanto ao impacto dessa experiência para a sexualidade feminina. Existem indícios de que a experiência provoque efeitos contrários aos anteriormente citados. Por exemplo, a testagem de um modelo que integrou a dimensão dos esquemas cognitivos sobre sexualidade para explicar a satisfação e o funcionamento sexuais em sobreviventes de ASI identificou que a experiência de abuso pode estar associada à maior abertura e satisfação sexuais. Hipotetizou-se que a criação de esquemas flexíveis contribuiu para a espontaneidade em relação às preferências sexuais e pode ter mitigado o impacto geral da experiência do abuso por favorecer estratégias de coping eficientes no que tange ao envolvimento com parceiros (as) (Seehuus et al., 2015). Esses achados são corroborados por outros estudos, que sugerem que mulheres vítimas de abuso sexual na infância possuem aumento de interesse sexual em comparação com as não vítimas e tendem a ter menos constrangimento ao se relacionarem sexualmente (Niehaus et al., 2010).

Um estudo envolvendo sobreviventes de abuso sexual na infância, adolescência e adultez comparou os níveis de desejo e excitação (componentes do funcionamento sexual) e satisfação sexual entre homens e mulheres com idade entre 18 e 50 anos. Com relação às mulheres, especificamente, a experiência de abuso sexual com penetração, na infância ou adolescência, esteve significativamente associada a maiores níveis de desejo sexual diádico, solitário e maior propensão à excitação sexual. As vítimas de abuso sexual, sem penetração, na adolescência e adultez apresentaram maior desejo solitário (preferência por práticas autoeróticas) e maior excitação sexual. A satisfação sexual apresentou-se em níveis significativamente reduzidos apenas para as vítimas de episódios na adolescência e adultez e para os casos em que não ocorreu penetração (Moyano e Sierra, 2014).

Em outra perspectiva, é necessário destacar que alguns estudos não encontraram relação significativa entre o histórico de ASI e a variável satisfação sexual (Bigras et al., 2015; Lemieux e Byers, 2008). É possível que essa mediação ocorra apenas quando da presença de outras situações traumáticas, de forma a implicar estresse cumulativo (Lacelle et al., 2012). A dinâmica familiar também pode influenciar diretamente o funcionamento e a satisfação sexual, independentemente dos efeitos do abuso sexual, de forma que ambientes familiares mais instáveis e hostis podem também provocar baixos níveis de satisfação sexual na vida adulta (Seehuus et al., 2015). Destaca-se também que as experiências posteriores do indivíduo podem modificar suas cognições em relação à sexualidade. Com o tempo, o contato com experiências sexuais, conjuntas ou individuais, pode auxiliar no processo de racionalização de que sexo não está estritamente vinculado às formas negativas de afeto (Rellini et al., 2011).

As respostas sexuais ainda são perpassadas por aspectos sociais e culturais (Weeks, 1999) atrelados a estereótipos e diferenças de gênero. A sexualidade pode ser compreendida como um processo de construção de significados em que elementos culturais e históricos influenciam comportamentos e percepções acerca do corpo, da sexualidade e da satisfação sexual (Borges et al., 2013) como na perspectiva de Foucault (1988), em que a cultura e aspectos sociais possibilitam vivenciar diferentes sexualidades. No entanto, muitas vezes é fundamentada sob valores sociais, como a gravidez, o casamento e a família heterossexual (Toneli, 2012).

 

Considerações finais

Para além dos fatores relacionados estritamente aos níveis de satisfação sexual, a experiência de abuso sexual na infância pode mediar outros componentes da vida sexual e dos relacionamentos afetivos de mulheres. A vitimização na infância pode afetar negativamente a capacidade de estabelecimento e manutenção de relações íntimas saudáveis na vida adulta (Colman e Widow, 2004). A partir de um padrão de apego vinculado à evitação ou à ansiedade, consequência da vitimação, pode tornar-se difícil para elas estabelecer relações de vínculo e confiança. Dessa forma, aumenta a probabilidade de envolvimento em relações extradíadicas ou da percepção de envolvimento do parceiro em interações desse tipo (Frías et al., 2014). O sentimento de vergonha, comumente apresentado por vítimas, medeia possíveis experiências de abuso sexual e conflito com o parceiro íntimo, conflito familiar e vitimização física no âmbito da relação conjugal (Kim et al., 2009). A autoculpabilização pelo abuso sexual, por sua vez, prediz a ocorrência de depressão e de experiências intrusivas e sua ocorrência é mais elevada nos casos envolvendo penetração (Feiring e Cleland, 2007).

Os problemas relacionados à sexualidade vinculados ao abuso sexual tendem a se intensificar ao longo do ciclo vital. Para isso, se fazem necessárias intervenções terapêuticas (Kendall-Tackett et al., 1993) de modo a amenizar os possíveis problemas existentes e agir de maneira profilática, evitando sintomas futuros. Acredita-se na importância de compreender os fatores complexos que moldam o comportamento sexual humano, de modo a fomentar experiências sexuais responsáveis , seguras e satisfatórias. A atenção dada à sexualidade afetará a expressão da sexualidade, que poderá tomar o rumo da saúde sexual e bem-estar ou de comportamentos sexuais que colocam as pessoas em risco, as tornando vulneráveis a problemas de saúde sexual e reprodutiva (WHO, 2006).

O engajamento da família ou de cuidadores na compreensão dos danos causados pelo abuso sexual e também na atenção e proteção dessas vítimas fazem com que estas se sintam mais seguras e com que o impacto dos sintomas, principalmente psicológico, seja atenuado (Brino, 2003; Williams, 2002; Fergusson et al., 1997). Medidas eficazes de proteção da rede e ambientes acolhedores para avaliação e tratamento dessas vítimas também contribuem para a redução do impacto da experiência de abuso para a vida das vítimas (Habigzang et al., 2008; Habigzang et al., 2006).

A complexidade do abuso sexual infantil e de suas potenciais implicações negativas no ciclo vital indica a necessidade de investigação científica. Pesquisas para verificar e compreender as relações entre abuso sexual na infância e comportamento sexual na idade adulta podem contribuir para o desenvolvimento de intervenções psicoterapêuticas eficazes, pois, no Brasil, identifica-se a carência de estudos com mulheres vítimas dessa forma de abuso, bem como de protocolos efetivos de tratamento.

 

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Submetido: 07/10/2015
Aceito: 19/01/2016

 

 

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