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Contextos Clínicos

versão impressa ISSN 1983-3482

Contextos Clínic vol.9 no.2 São Leopoldo jul./dez. 2016

http://dx.doi.org/10.4013/ctc.2016.92.09 

ARTIGOS

 

Transtorno dismórfico corporal: revisão da literatura

 

Body dysmorphic disorder: literature review

 

 

Grazielle Willian Bonfim; Isabela Peres Cordeiro Nascimento; Nicodemos Batista Borges

Universidade São Judas Tadeu. Rua Taquari, 546, Mooca, 03166-000, São Paulo, SP, Brasil. grazielle.bonfim@outlook.com, isabelapcn@gmail.com, nicobborges@gmail.com

 

 


RESUMO

O Transtorno Dismórfico Corporal (TDC) é caracterizado por um comportamento perceptivo distorcido em relação à imagem corporal e uma preocupação com um defeito imaginário na aparência ou inquietação exagerada em relação a imperfeições corporais identificadas. O objetivo desta pesquisa foi revisar a literatura sobre os tratamentos psicológicos para o TDC, propostas de intervenção, as temáticas que foram abordadas, tipos de pesquisa e delineamentos escolhidos, por meio da análise da produção científica indexada às bases de dados Bireme e Pubmed. Foram analisados 83 artigos sobre o tema, sendo que as pesquisas descritivas correspondem a 73% da amostra, enquanto as pesquisas experimentais equivalem a 27%. Dentre estas, foi possível observar que apresentam delineamentos distintos, sendo predominantes as pesquisas com grupo controle. Em relação às temáticas que foram abordadas pelos artigos, nota-se que a maioria se propôs a fazer comparações entre indivíduos diagnosticados com TDC com grupos controles (24%) e a explorar a caracterização do TDC (23%). Permanecem algumas questões a serem exploradas, como o tratamento mais adequado e a epidemiologia.

Palavras-chave: imagem corporal, revisão sistemática, transtorno dismórfico corporal.


ABSTRACT

Body Dysmorphic Disorder (BDD) is characterized by a distorted perceptive behavior towards one body's image and a concern with an imaginary defect in one's appearance or an exaggerated distress about identified physical imperfections. The purpose of this research was to analyze psychological treatments to BDD, intervention proposals, the issues that were addressed, research type's and designs chosen, by reviewing scientific production in the database Bireme and PubMed. A total of 83 articles on the subject were examined. Among them descriptive researches refer to 73% of the analyzed productions, whereas experimental research corresponds to the remainder 27%. In this latest group, different designs were observed, with researches based in control groups being however preponderant. In relation to the issues that were approached by the articles, it is remarkable that most of the studies analyzed proposed to make comparisons between individuals diagnosed with BDD with control groups (24%) and explore the characterization of BDD (23%). The most adequate treatment and epidemiology remain as issues to be explored.

Keywords: body image, systematic review, body dysmorphic disorder.


 

 

Introdução

Diversos transtornos mentais têm entre seu conjunto de sintomas uma preocupação exagerada com a forma corporal, como, por exemplo, a bulimia e a anorexia nervosa (Saikali et al., 2004). De acordo com Moriyama (2003), a preocupação relacionada à aparência é, também, um dos comportamentos fundamentais para a classificação do transtorno dismórfico corporal (TDC). No TDC, os indivíduos não reconhecem o seu defeito como mínimo ou inexistente, dessa forma, o que caracteriza esse transtorno é um comportamento perceptivo "distorcido" em relação à imagem corporal e uma preocupação com uma "anomalia imaginária" na aparência ou exagerada em relação a uma imperfeição corporal identificada. Tais comportamentos acarretam em importantes prejuízos no funcionamento pessoal, familiar, social e profissional (Conrado, 2009).

Tal padrão comportamental é frequentemente notado em situações sociais, sendo comum esquiva social e tentativas de camuflagem (com maquiagem, roupas, gestos, etc.) Outros comportamentos característicos são: examinar o "defeito" constantemente no espelho ou evitá-lo, comparar-se com outras pessoas, pedir reafirmações sobre o defeito, realizar cirurgias plásticas e tratamentos estéticos, etc. (Ramos e Amaral, 2004). Alguns desses comportamentos podem se tornar cotidianos, prejudicando as atividades diárias.

O TDC passou a constar no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-III) em 1980, como um transtorno somatoforme atípico chamado dismorfobia (Fang et al., 2014). Atualmente, o TDC não é mais classificado como uma das manifestações dos Transtornos somatoformes, mas sim como manifestação do chamado espectro do Transtorno Obsessivo Compulsivo, devido aos pensamentos e comportamentos compulsivos presentes no TDC (Kerwin et al., 2014).

Quando uma pessoa se torna muito angustiada e/ou prejudicada por seus defeitos imaginários ou por uma pequena anomalia física, um diagnóstico de TDC pode ser considerado. De acordo com o DSM-5, o TDC é diagnosticável por quatro critérios necessariamente presentes: (i) o indivíduo preocupa-se com um defeito na aparência física (que não são observáveis ou aparentam ser mínimas para os outros) e se uma mínima anomalia está presente, tem preocupação marcadamente excessiva com essa; (ii) durante o curso da doença, o indivíduo realiza comportamentos repetitivos (por exemplo, verificações no espelho, escoriação neurótica e pedir opinião de amigos e familiares sobre o defeito) ou atos mentais (por exemplo, comparando a sua aparência com a dos outros) em resposta para os problemas de aparência; (iii) a preocupação deve causar estresse significativo ou prejuízo na vida social, ocupacional ou outras áreas do funcionamento; (iv) essas queixas não podem ser caracterizadas como outro transtorno mental, tais como a anorexia nervosa (Conrado, 2009; American Psychiatric Association, 2013).

No estudo feito por Moriyama e Amaral (2007), cujo objetivo foi investigar a história de reforçamento (contribuir para a compreensão dos efeitos de aprendizagens anteriores sobre desempenho em aprendizagens posteriores) e identificar contingências em operação (o que mantém os comportamentos repetitivos) - descritas por participantes com TDC e seus familiares -, para compreender o transtorno a partir da perspectiva da Análise do Comportamento, foi possível observar por meio dos relatos que portadores de TDC evitam se expor a situações sociais e têm medo de serem criticados, além de se sentirem ansiosos em locais públicos. Nesse sentido, pode-se caracterizar tais comportamentos como esquivas e, portanto, mantidos por reforçamento negativo, que, em médio e longo prazo, podem trazer prejuízos, pois deixam de emitir comportamentos que poderiam ser positivamente reforçados e começam a apresentar repertório comportamental empobrecido.

Um estudo epidemiológico de Fang et al. (2014) a respeito da prevalência de TDC nos Estados Unidos da América revelou que existe uma incidência ligeiramente maior de TDC em mulheres (2,5%) em comparação a homens (2,2%). Em outro estudo, realizado por Harris e Carr (2001) nos EUA, encontrou-se que a prevalência de preocupação com a imagem corporal em mulheres foi maior na faixa etária entre 18 - 30 anos (69%), e manteve-se elevada até os 60 anos (63%). Entre os homens, a prevalência dessas preocupações foi maior na faixa etária de 18 - 21 anos (56%), e foi caindo progressivamente com o aumento da idade (Prazeres et al., 2013). Além disso, é possível notar que cada sexo apresenta diferenças em relação à parte do corpo que lhes causa preocupação. Homens tendem a se preocuparem mais com órgãos genitais e queda de cabelo, já mulheres com pele, seios, peso, coxas, quadris, pernas e nádegas (Fang et al., 2014).

O tratamento psicofarmacológico do TDC é indicado a partir de seu diagnóstico, tendo como critério os manuais como o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM) e a Classificação Internacional de Doenças (CID). Contudo, para o acompanhamento psicológico desses indivíduos, esse diagnóstico é insuficiente para delimitar os rumos das intervenções, pois acabam por limitarem-se a identificação de comportamentos (respostas) que o indivíduo emite ou não (Banaco et al., 2010), faltando identificar as contingências das quais tais comportamentos são função. Assim, de um ponto de vista analítico-comportamental, fechar o diagnóstico psiquiátrico não é compreender o problema, sendo, na melhor das hipóteses, um ponto de partida para a compreensão daquele padrão comportamental (Aldinucci, 2011). Portanto, sob a ótica da Análise do Comportamento, é importante que se compreendam as contingências responsáveis pelo desenvolvimento e, principalmente, pela manutenção daquele padrão comportamental, pois só assim se poderá delinear uma intervenção apropriada para a resolução do problema (Moriyama e Amaral, 2007; Leonardi et al., 2012; Vilas Boas et al., 2012).

Dada a importância dessas contingências para a compreensão e o delineamento da intervenção, cabe a pergunta: tais contingências foram identificadas nas pesquisas a respeito de tratamento de TDC? Para tentar responder a essa pergunta, recorreu-se a análise da produção científica acerca dos tratamentos para o TDC.

Existem poucos trabalhos publicados em língua portuguesa a respeito do TDC, principalmente pesquisas de análise de produção científica, as quais também são incomuns no país. Espera-se que esse tipo de pesquisa ganhe volume, uma vez que vai se estabelecendo uma cultura de avaliação do conhecimento que já existe sobre o tema. Estudos de revisão de literatura apresentam resultados de vários estudos independentes, ou seja, utiliza como fonte de dados a literatura sobre determinado tema, que são combinados e sintetizados, de modo a apresentar uma estimativa que caracterize o estado da arte (Witter, 1999; Sampaio e Mancini, 2007).

Para Torres et al. (2005), o TDC recebe pouca atenção na rede assistencial e na literatura, estimamdo-se que apenas 10% dos indivíduos que o apresenta recebem atendimento apropriado. O presente artigo ganha relevância quando analisado nesse contexto, tratando-se de uma tentativa de discutir os artigos publicados entre janeiro de 2012 e dezembro de 2014 encontrados nas bases de dados Bireme e Pubmed. Em virtude do exposto, foi estabelecido como objetivo geral desta pesquisa analisar os tratamentos psicológicos para o TDC por meio da análise da produção científica indexada às bases de dados Bireme e Pubmed. Como objetivos específicos, tem-se: (i) analisar aspectos relacionados a delineamentos e métodos empregados; e (ii) identificar os tipos de intervenções propostas e a duração dos tratamentos.

 

Método

Foi realizado um levantamento de artigos nas bases de dados Bireme (www.bireme.br) e Pubmed (www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed), devido a estas apresentarem um maior número de pesquisas sobre o tema. Em ambas, foi utilizado como palavra-chave: body dysmorphic disorder, sempre utilizando a função de busca avançada. Optou-se por utilizar os descritores em inglês pelo fato de existirem poucas pesquisas em português sobre do tema. Visando restringir o material ao escopo desta pesquisa, utilizou-se do recurso de filtro, de modo que a busca da palavra-chave ocorresse apenas no título dos artigos. Além disso, restringiu-se a busca aos três últimos anos, de acordo com a data de publicação (janeiro de 2012 a dezembro de 2014). Sabe-se que essas escolhas metodológicas podem ter resultado na exclusão de materiais que versam a respeito do tratamento de TDC. Todavia, dado que o retorno foi de 115 artigos e que esses são atuais e indexados em duas das principais bases de dados da área da saúde, acredita-se que o critério escolhido permitiu o levantamento de uma parte representativa da produção acadêmica relacionada ao tema de interesse.

Dentre os 115 artigos, foram incluídos artigos publicados em português e inglês, e excluídos os que estavam em outras línguas, como holandês, francês e espanhol (6 artigos). Além disso, excluiu-se também publicações como resenhas, cartas ao autor e réplicas de cartas ao autor (9 artigos) e os que não estavam acessíveis a uma consulta completa (13 artigos). Alguns trabalhos (5 artigos) apareceram mais de uma vez nas consultas, porque foram publicados em revistas e anos diferentes, portanto, também foram excluídos. Assim, compuseram a amostra 82 artigos, os quais foram analisados visando atender aos objetivos.

Após a seleção da amostra, foi criada uma tabela para analisar alguns aspectos de cada artigo, como: país de publicação, tipo de pesquisa, ano de publicação e objetivos de cada trabalho. A partir dessa tabulação, foram criadas algumas tabelas, conforme segue nos resultados.

 

Resultados e discussões

O primeiro aspecto analisado foi a distribuição em relação às temáticas que foram abordadas pelos artigos. Nota-se que a maioria dos trabalhos analisados (24%) se propôs a fazer comparações entre a população com TDC e outras populações (como grupos de controles saudáveis ou grupos que apresentam outro diagnóstico em comorbidade com o TDC). A segunda categoria mais encontrada refere-se a trabalhos que visam fazer uma caracterização do TDC, ou seja, descrevem características típicas desse transtorno, sendo 23% da amostra. Outras categorias encontradas foram: 15,9% investigaram as formas de tratamento; 8% desenvolveram ou validaram instrumentos de avaliação; 7% investigaram a relação existente entre o TDC e os transtornos alimentares; 6% dos trabalhos realizaram um mapeamento cerebral sinalizando possíveis alterações em portadores de TDC; 6% abordaram a relação do TDC com pacientes que realizaram ou buscaram a Rinoplastia; 2% dos trabalhos realizaram um levantamento de produção científica sobre o tema; 4% avaliaram a relação existente entre o TDC e pacientes de cirurgia ortognática, e 2% das publicações apresentaram outras temáticas, sendo classificados como "outros". Entre esses últimos, encontram-se um estudo cujo objetivo foi discutir comorbidade com a Síndrome do Pânico e outro trabalho que investigou comportamentos de portadores de TDC que podem estar associados a risco de suicídio.

A pesquisa publicada em 2012 (Phillips et al., 2012) é um exemplo de trabalho que realizou um comparativo de populações, em que compararam a dimensão das crenças obsessivas em indivíduos com diagnóstico de TDC (68 participantes) com indivíduos diagnosticados com TOC (211 participantes). Os resultados indicaram que a percepção em indivíduos portadores de TDC é significativamente mais prejudicada que a nos indivíduos com TOC.

É importante ressaltar que é relativamente comum a comorbidade entre o TDC e outros transtornos psiquiátricos, como Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), ansiedade, depressão e Fobia Social (Amâncio et al. 2002). Essa comorbidade deve ser considerada na avaliação e no acompanhamento do quadro clínico, tendo em vista que a classificação psiquiátrica do TDC é difícil, pois raramente indivíduos com esse transtorno apresentam apenas comportamentos relacionados a preocupações com a aparência, sendo comuns também comportamentos característicos de outros transtornos (Mufaddel et al., 2013; Moriyama e Amaral, 2007).

Em outro estudo, que investigou a extensão e a natureza das preocupações sociais-avaliativas e autoavaliativas relacionadas com a aparência em indivíduos com TDC, foi feita uma comparação entre indivíduos diagnosticados e controles ("saudáveis"). Participantes portadores de TDC, em comparação aos controles, relataram altos níveis de ansiedade associados à percepção de pontos de vista dos outros sobre sua aparência, além de sua própria visão.

 

Tabela 1

 

O segundo tema mais abordado foi a caracterização do TDC, que está diretamente ligada com o processo de construção do conhecimento da área. A caracterização do TDC é fundamental para a compreensão e o delineamento da intervenção dos profissionais da Psicologia, tendo em vista que é preciso ampliar o conhecimento não apenas por parte de psicólogos ou psiquiatras, já que a maioria dos pacientes com TDC busca tratamento não psiquiátrico, como cirúrgico ou dermatológico (Amâncio et al., 2002).

Desenvolver tratamentos cada vez mais eficazes para o TDC é essencial, tendo em vista que pacientes com esse transtorno têm alta chance de apresentar um curso crônico de sintomas, má qualidade de vida e funcionamento ocupacional e social prejudicados (Diniz et al., 2013). Há necessidade de se voltar à atenção para temas dessa natureza, enfatizando sua importância para alcançar melhor qualidade de vida e bem-estar psicológico.

Tendo em vista o desenvolvimento de pesquisas sobre o TDC, a Tabela 2 apresenta os resultados do tipo de delineamento dos trabalhos comparados aos tipos de pesquisa, que é um dos indicativos de desenvolvimento sobre um tema. Nota-se que o total é de 67 trabalhos, pois os artigos teóricos (n = 16) não foram contabilizados nesta tabela, tendo em vista que os trabalhos documentais não possuem tal delineamento.

Evidencia-se que as pesquisas de campo, tanto descritivas quanto experimentais ou quase-experimentais são realizadas em maior frequência com grupos controle (comparando o TDC com outros grupos, como grupos "saudáveis" ou grupos que apresentavam outro diagnóstico em comorbidade com o TDC), representando 67% da amostra. Acredita-se que, devido ao fato de o TDC ser classificado como uma manifestação do chamado espectro do TOC e por suas semelhanças, tais como checagens frequentes no espelho, comportamentos que buscam confiança e esquiva, além de ambos serem de instalação precoce e curso crônico e flutuante, se faz realmente necessário uma comparação entre ambos os grupos para delineamento de diferenças e semelhanças visando ao tratamento mais adequado a cada grupo (Pires et al., 2014). Em seguida, nota-se que as pesquisas que são realizadas com grupo único representam 21% da amostra, enquanto que as pesquisas que trataram os dados de forma individualizada correspondem a 12% da amostra.

Em relação aos tipos de pesquisas realizadas, analisando a Tabela 2, percebe-se que predominam os estudos de caráter descritivo, correspondendo a 73% da amostra. Considerando que pesquisas descritivas têm como interesse descobrir e observar fenômenos, procurando descrevê-los, classificá-los e interpretá-los (em seu ambiente natural) e que pesquisas experimentais pretendem evidenciar de que modo ou por quais causas o fenômeno é produzido (relação de causalidade), poderia se dizer que parece haver um maior interesse em observar e descrever o TDC do que buscar por seus possíveis eventos causais. Contudo, tal interpretação deve ser feita com parcimônia, pois outros podem ser os motivos que levam ao maior número de pesquisas descritivas. Por exemplo, o maior tempo gasto na realização de pesquisas experimentais e a exigência de controle rigoroso de variáveis, características que Moraes e Alvão (2000) apontam ser típicas de pesquisas experimentais.

A Tabela 3 apresenta os objetivos dos estudos proposto nas pesquisas experimentais ou quase experimentais.

Como pode-se notar nas Tabelas 3, 4 e 5, houve 18 pesquisas que delinearam um possível tratamento para o TDC. As pesquisas três, quatro e cinco investigaram a eficácia de medicamentos, dentre eles, antidepressivos, antidepressivo tricíclico e antipsicóticos.

Um estudo sobre a farmacologia no tratamento de pacientes com TOC (Marques, 2001) indicou que a utilização de antidepressivos (que aumentam a função serotonérgica, tais como os inibidores de recaptação de serotonina - Fluoxetina e Clomipramina, por exemplo) melhou os sintomas de maneira significativa, embora raramente os pacientes fiquem assintomáticos. O mesmo ocorre nos trabalhos que utilizaram inibidores de recaptação de serotonina (IRS) como tratamento para TDC: alguns pacientes responderam bem ao tratamento, e, ao mesmo tempo, é preciso aprofundar o conhecimento sobre essas medicações para julgar a eficácia das mesmas.

Segundo Amâncio et al. (2002), não há uma uniformidade nos resultados da farmacologia para o tratamento do TDC. Entretanto, os estudos a respeito da ação de inibidores de recaptação de serotonina têm mostrado resultados promissores, comparado a outros agentes farmacológicos, tais como os neurolépticos e as drogas anticonvulsivas.

Um estudo de Salina et al. (2011) indicou que existe uma escassez de ensaios clínicos sobre as diferenças entre intervenções medicamentosas e psicoterápicas, mas que parece razoável concluir que a terapia comportamental ou cognitivo-comportamental são as abordagens de preferência e que os ansiolíticos são a primeira linha na intervenção farmacológica, sinalizando que o uso de antipsicóticos ainda permanece incerto.

Destacam-se também as pesquisas que investigaram a relação da rinoplastia com os sintomas de TDC. A posição central do nariz no rosto faz com que ele seja uma das áreas mais comuns de preocupação em pacientes com TDC. Assim, a rinoplastia estética é suspeita de ser um dos procedimentos cirúrgicos mais solicitados e realizados nessa população (Reichert et al., 2014). No estudo realizado por Felix et al. (2014), que verificou se havia melhora nos sintomas de TDC ao realizar rinoplastia, foi possível notar que a rinoplastia pode ser indicada no tratamento de pacientes com sintomas leves a moderados de TDC. No entanto, um estudo a respeito da influência dos sintomas do TDC no pré-operatório e os resultados após a rinoplastia em termos de satisfação e qualidade de vida por meio de questionários padronizados (Picavet et al., 2013) revelou que a intervenção cirúrgica em pacientes com TDC é insatisfatória, com deterioração psicopatológica. No entanto, apenas 30% dos cirurgiões plásticos acreditam que o TDC é sempre uma contraindicação para a cirurgia estética. Portanto, o impacto sobre os resultados após a rinoplastia ainda permanece especulativo.

De acordo com Ziglinas et al. (2013), a avaliação pré-operatória de um paciente que deseja realizar rinoplastia inclui uma série de considerações que são únicas nesse tipo de cirurgia. Durante a consulta com o especialista em cirurgia, avalia-se a motivação do paciente para a cirurgia, a estabilidade e a avaliação psicológica em geral, com ênfase especial sobre o TDC, que tem que ser levado em consideração.

Nas pesquisas em que o delineamento estava voltado para o tratamento através da psicoterapia, nota-se que as técnicas utilizadas estão pautadas basicamente nas práticas da psicoterapia de abordagem cognitivo-comportamental (TCC) e terapia em grupo. Em relação aos tipos de terapia, foram encontrados quatro estudos que avaliaram a efetividade da TCC. O primeiro deles indicou que os indivíduos com transtorno de ansiedade em TCC melhoraram os sintomas do TDC que ocorreram em comorbidade (Fang et al., 2013), outro verificou a eficácia da TCC juntamente com a gestão de ansiedade (GA), sugerindo que a terapia seria mais eficaz que a GA (Veale et al., 2014). Além desses, em um terceiro estudo, submeteu-se os participantes a 22 sessões de TCC, revelando, na avaliação pós-tratamento, que 81% deles preencheram os critérios de melhora significativa, com ganhos mantidos durante o follow-up (Wilhelm et al., 2014) e, por fim, encontrou-se um estudo que avaliou uma intervenção de exposição e prevenção de resposta, indicando melhora de 44% nos sintomas de TDC no pós-tratamento e de 57% no follow-up (Krebs et al., 2012). De acordo com este último, a técnica foi guiada pelo terapeuta por meio da exposição a uma hierarquia de situações temidas e encorajados a entrar em uma situação social sem utilizar recursos para esconder seu suposto defeito. O padrão comportamental característico dos participantes foi a esquiva: na presença de um evento ameaçador ou incômodo, o indivíduo emitia uma resposta que eliminava, amenizava ou adiava esse evento. O que diferenciava o comportamento era o tipo de evento experimentado como ameaçador ou incômodo e/ou o tipo de resposta na qual o sujeito se engajava de forma a produzir uma diminuição do contato com o estímulo aversivo (processos de fuga/esquiva). Por exemplo, os participantes descreveram utilizar um chapéu para esconder o cabelo, se maquiar excessivamente, utilizar óculos escuros e roupas largas, evitar espelhos e até mesmo sair de casa. As respostas envolvidas nesse processo podem ser classificadas topograficamente como respostas de evitação e/ou eliminação do estímulo temido, assim como respostas de verificação ou outras respostas repetitivas que eliminam temporariamente a ameaça da apresentação desse estímulo (Zamignani e Banaco, 2005).

Desse ponto de vista, os comportamentos que compõem o TDC seriam funcionalmente semelhantes, o que permitiria análises e propostas de intervenção comuns. Porém, é possível notar que a abordagem analítico-comportamental não apareceu dentre a amostra de estudos analisada, ou seja, não foi identificada nenhuma pesquisa que utilizou os princípios básicos da análise do comportamento como meio de intervenção ao tratamento de TDC. Talvez isso decorra do fato de que o emprego de categorias nosológicas, como usadas no diagnóstico psiquiátrico, não seja a prioridade em investigações nessa abordagem, considerando-se que a análise do comportamento tem como pressupostos os princípios da aprendizagem, como os comportamentos foram selecionados e o que os mantém. Além disso, ao behaviorismo radical - que embasa a análise funcional - interessa a análise de casos particulares, o que iria de encontro a um sistema classificatório tal como o DSM, já que dois indivíduos classificados como portadores de TDC, por exemplo, teriam particularidades que deveriam ser objeto de análises individuais, ou seja, suas histórias pessoais seriam mais importantes para um diagnóstico correto, bem como para o tratamento daí decorrente (Lopes et al., 2006). Por outro lado, ao não pesquisar lançando mão de classificações diagnósticas como o DSM, a abordagem deixa de dialogar com a comunidade, especialmente médica e, por consequência, pode não ser considerada um tratamento de escolha para esse tipo de demanda.

 

Considerações finais

Por meio da análise dos artigos levantados, é possível notar que permanecem algumas questões que exigem mais investigações, como o tratamento mais adequado e a epidemiologia. As pesquisas experimentais e quase-experimentais levantadas variam entre si, ou seja, de dezoito pesquisas experimentais ou quase experimentais, existem dezoito tipos de métodos e/ou intervenções diferentes, o que torna precoce afirmar que uma intervenção dentre as encontradas é a mais efetiva. Levando isso em conta, é importante ressaltar que não foi objetivo deste estudo realizar uma discussão aprofundada acerca dos métodos utilizados em cada pesquisa. Dessa forma, é possível afirmar a necessidade do desenvolvimento de pesquisas que possibilitem um melhor mapeamento do que há de evidências eficazes para o tratamento do TDC.

A caracterização do TDC parece central para manter um diálogo entre diferentes áreas, como a medicina e a psicologia, e, consequentemente, para permitir que algumas modalidades de intervenção psicológicas, como a terapia analítico-comportamental, exponha sua efetividade ou não aos demais profissionais da área da saúde. Tendo em vista que nenhuma pesquisa experimental que compõe a amostra deste estudo utilizou a análise do comportamento como meio de intervenção ao tratamento de TDC, acredita-se que ela poderia ser mais uma possibilidade a ser investigada para o seu tratamento.

Embora o TDC tenha sido descrito na literatura ao longo de vários anos, e apesar do importante aspecto social que envolve esse transtorno, ainda são necessárias investigações que visem compreender e situar melhor o TDC. Essa afirmação é baseada principalmente ao analisar e comparar a quantidade de pesquisas descritivas (73%) e experimentais (27%).

Para delimitar os rumos de uma intervenção baseada na Análise do Comportamento, retomamos a importância de compreender as contingências responsáveis pela instalação e pela manutenção dos padrões comportamentais, evitando que o analista do comportamento foque na patologia, e sim para que compreenda o quanto as variáveis históricas afetam os comportamentos atuais, pois, se um comportamento foi selecionado é porque, de alguma maneira, ele é funcional.

 

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Submetido: 05/01/2016
Aceito: 02/06/2016

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