SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.12 issue1Parental involvement and child's temperament: a systematic review of the literatureSocial and affective support of women who have experienced intimate partner violence author indexsubject indexarticles search
Home Pagealphabetic serial listing  

Contextos Clínicos

Print version ISSN 1983-3482

Contextos Clínic vol.12 no.1 São Leopoldo Jan./Apr. 2019

http://dx.doi.org/10.4013/ctc.2019.121.05 

ARTIGOS

 

Avaliação das habilidades sociais de universitários ingressantes e concluintes

 

Social skills of beginner and senior undergraduates evaluation

 

 

Murilo Freitas BauthI; Andréa Cabral RiosI; Diego Costa LimaII; Kênia Izabel David Silva de ResendeIII

ICentro Universitário de Lavras. Graduação em Psicologia. Rua Padre José Poggel, 506, Centenario, Lavras, 37200-000, MG, Brasil. murilobauth.bauth.psi@gmail.com; andrea.rios@unilavras.edu.br
IIUniversidade José do Rosário Vellano (UNIFENAS). Curso de Psicologia. Praça do Estudante, 2000, Imaculada Conceição, 37070-045, Varginha, MG, Brasil. diegopsicologia@yahoo.com.br
IIICentro Universitário de Lavras. Graduação em Psicologia. Rua Padre José Poggel, 506, Centenario, Lavras, 37200-000, MG, Brasil. keniaizabel@gmail.com

 

 


RESUMO

O processo de ingresso e permanência ao ensino superior exige do universitário o desenvolvimento de habilidades sociais que promovam uma melhor adaptação e preparo para o mercado de trabalho. Objetivou-se caracterizar e comparar o repertório de habilidades sociais de universitários iniciantes (segundo período) e concluintes (décimo período) de diferentes cursos de graduação, e identificar fatores sociodemográficos e ocupacionais associados às habilidades sociais. Participaram 165 universitários, matriculados nos cursos de Psicologia, Direito e Engenharia Civil de uma instituição particular de Minas Gerais, que responderam o Inventário de Habilidades Sociais (IHS-Del-Prette) e um Questionário Sociodemográfico e Ocupacional. Com exceção da Engenharia Civil, foi verificado que os alunos concluintes apresentaram um repertório de habilidades sociais mais desenvolvido quando comparados aos iniciantes. Além disso, estudantes que concluíram o ensino médio em instituições públicas e possuíam renda própria mostraram-se mais habilidosos. Quanto ao gênero, homens e mulheres apresentaram um repertório mais desenvolvido em habilidades sociais distintas. Recomenda-se novas pesquisas que tenham como objetivo avaliar as mudanças no repertório de habilidades sociais dos universitários durante o período da graduação, possibilitando, desta forma, o planejamento de intervenções que promovam uma melhor adaptação e preparo para o mercado de trabalho por meio da aquisição e aperfeiçoamento dessas habilidades.

Palavras-chave: habilidades sociais; universitários; formação profissional.


ABSTRACT

The process of entering and remaining in college demands from the undergraduates the development of social skills which promote a better adaptation and preparation for the market. The purpose of this study was to characterize and compare the repertoire of social skills from beginners (second semester) and senior students (tenth semester) from different graduation courses and identify sociodemographic and occupational factors related to social skills. Undergraduates (n = 165) enrolled in Psychology, Law and Civil Engineering schools at a private institution from Minas Gerais participated in the study and responded to the Social Skills Inventory (IHS-Del-Prette) and an occupational and sociodemographic questionnaire. Except for Civil Engineering students, we observed that seniors showed a more developed social skills repertoire when compared to beginners. Besides, students that concluded secondary school in public institutions and had their own income showed themselves as the more skilled ones. Regarding gender, men and women showed a more developed repertoire in distinct social skills. New researches that evaluate changes in social skills repertoire from undergraduates during graduation period are recommended, enabling the intervention planning which promotes a better adaptation and preparation for the market via acquisition and improvement of these skills.

Keywords: social skills; undergraduates; vocational training.


 

 

Introdução

No que se refere às relações interpessoais no âmbito universitário, percebe-se que desempenhos sociais mais elaborados são cada vez mais exigidos, tanto na formação dos universitários (Del Prette et al., 1998) quanto, posteriormente, no mercado de trabalho (Carter et al., 2012; Philips et al., 2014). Para Menkes (2011), além de um conhecimento teórico e especializado, é necessário que o profissional, ao se inserir em um mercado de trabalho altamente competitivo, possua competências técnicas e a capacidade de interagir socialmente.

Subjacente aos aspectos que envolvem as relações interpessoais, encontra-se o constructo das habilidades sociais (Barreto et al., 2004). De acordo com Del Prette e Del Prette (2013), as habilidades sociais são descritas como diferentes classes de comportamentos presentes no repertório do indivíduo que contribuem para as relações interpessoais. No contexto acadêmico, elas apresentam relação tanto com o desempenho profissional e ajuste do estudante ao ensino superior, quanto a uma socialização saudável, que possa garantir seu bem-estar psicológico (Bandeira e Quaglia, 2005). Quanto às características de socialização dos universitários, Bartholomeu et al. (2008), ao avaliarem estudantes de Educação Física (n = 126) de uma instituição particular do interior de São Paulo, encontraram correlações positivas entre o escore total do Inventário de Habilidades Sociais (IHS-Del-Prette) e a amabilidade, que se refere a um dos traços de personalidade presentes na teoria dos Cinco Grandes Fatores (Big Five), indicando que estudantes mais habilidosos socialmente tendem a ser mais atenciosos, agradáveis, empáticos e compreensivos.

Outros dois termos bastante utilizados na área de habilidades sociais são o de desempenho social e competência social. O desempenho social é definido pela emissão de um ou mais comportamentos em uma determinada situação social, que podem ser caracterizados como socialmente competentes ou não. A competência social apresenta caráter avaliativo, que dependerá da funcionalidade e coerência dos pensamentos e sentimentos do indivíduo. Na dinâmica das relações, as habilidades sociais apresentam-se como parte componente, mas não suficiente, para um desempenho socialmente competente (Del Prette e Del Prette, 2013).

De acordo com Bolsoni-Silva et al. (2010), déficits de habilidades sociais do estudante podem gerar prejuízos no desempenho e nas interações sociais, dificultando seu desenvolvimento no meio acadêmico. Os déficits em habilidades sociais que um indivíduo pode apresentar são: (a) déficits de aquisição, definido pela falta de determinadas habilidades (uma ou mais) em seu repertório, tais quais não foram aprendidas por ele; (b) déficits de desempenho, caracterizado pela emissão de um comportamento com uma frequência menor do que é esperada no ambiente (Del Prette e Del Prette, 2005); e (c) déficits de fluência, que consiste no desempenho de uma determinada habilidade em níveis de proficiência inferiores aos requeridos pelo ambiente (Angélico et al., 2013).

O ensino superior exige do estudante uma maior autonomia e, por isso, faz-se necessário que ele saiba lidar com várias tarefas curriculares e extracurriculares, tais como: a adaptação às exigências cognitivas relacionadas à instituição de ensino e ao curso que se matricularam, às novas responsabilidades adquiridas quando saem de casa (como manejo e gestão do tempo e dinheiro), necessidade de estabelecer relações com os demais alunos e professores, entre outras (Freitas et al., 2007). Pellegrini et al. (2012) investigaram a relação entre habilidades sociais e o gerenciamento do tempo, como variáveis para controle de estresse, de estudantes universitários (n = 83) matriculados no primeiro ano dos cursos de Biologia, Engenharia Civil e Psicologia de uma instituição pública paulista. Os resultados apontaram que, falhas no gerenciamento do tempo constituíam um fator causador de estresse para a amostra estudada e estavam associadas a déficits em habilidades sociais. Desta forma, como salientou Bolsoni-Silva et al. (2010), estudos que avaliem as habilidades sociais dos universitários apresentam grande relevância.

Além das considerações apontadas, a avaliação do repertório de habilidades sociais de universitários justifica-se por se tratarem de uma parcela da população que, cada vez mais, tem sido exigida a competência nas relações interpessoais. Isso ocorre devido o acesso ao conhecimento que os universitários possuem na universidade, que irá orientar seus papéis e funções na sociedade (Del Prette e Del Prette, 2001). Nesse sentido, percebe-se na literatura uma carência de estudos que caracterizam as habilidades sociais de universitários de acordo com os cursos e períodos da graduação em que estão matriculados (Bolsoni-Silva et al., 2010; Bolsoni-Silva e Loureiro, 2015). Pesquisas com esse enfoque podem oferecer subsídios para intervenções mais efetivas conforme o momento do curso dos universitários (Bolsoni-Silva et al. (2010) e, também, na formação de profissionais mais capacitados para lidar com as atuais exigências do mercado de trabalho.

Todo o processo de adaptação do estudante universitário, que vai desde a sua entrada, permanência e saída do ensino superior, vem se mostrando um campo promissor e necessitado de estudos. A avaliação do repertório de habilidades sociais em estudantes ingressantes e concluintes justifica-se por dois motivos principais. O primeiro visa identificar possíveis déficits no início da graduação e, a partir disso, promover intervenções para o aprimoramento dessas habilidades, além de favorecer uma melhor adaptação na universidade e um preparo para o mercado de trabalho. O segundo tem como objetivo verificar quais cursos, ao final da graduação, necessitam de reformulações curriculares, por meio do levantamento do índice de estudantes com repertório de habilidades sociais deficitário. Diante o que foi exposto, o objetivo desse estudo foi: (a) caracterizar o repertório de habilidades sociais de estudantes universitários que estão matriculados nos segundos e décimos períodos dos cursos de Psicologia, Direito e Engenharia Civil; (b) comparar o repertório de habilidades sociais dos estudantes do segundo com os do décimo período; (c) identificar os fatores sociodemográficos e ocupacionais associados às habilidades sociais dos estudantes universitários analisados.

 

Método

Delineamento

O presente estudo consiste em um levantamento, cujo objetivo é a descrição, distribuição e incidência das características de uma população alvo (Selltiz et al., 1987). Para a comparação de grupos de sujeitos, foi utilizada a Comparação com Grupo Estático, que visa comparar grupos naturais, que diferem por características inerentes aos sujeitos (Selltiz et al., 1987). Também se tem um estudo do tipo correlacional, descrito como aquele que investiga variáveis naturais dos indivíduos, sem a manipulação de variáveis independentes (Selltiz et al., 1987). Por fim, trata-se de um estudo de corte transversal, definido como um estudo em que a coleta de dados é realizada apenas em um intervalo de tempo (Campbell e Stanley, 1979; Selltiz et al., 1987).

Participantes

Participaram deste estudo 165 estudantes universitários matriculados nos segundos e décimos períodos dos cursos de graduação em Psicologia, Direito e Engenharia Civil de uma instituição de ensino superior particular da região do sul de Minas Gerais. Do total de universitários, 88 estavam matriculados no segundo período e 77 no décimo período. Destes, 46 eram estudantes de Psicologia (26 do segundo período e 20 do décimo período), 52 eram do curso de Direito (30 do segundo período e 22 do décimo período) e 67 do curso de Engenharia Civil (32 do segundo período e 35 do décimo período). Do total de alunos (n = 165), 9 foram excluídos por não responderem os instrumentos de forma completa. As características sociodemográficas e ocupacionais de toda a população estudada encontram-se descritas na Tabela 1.

 

 

Os cursos de Psicologia, Direito e Engenharia Civil foram escolhidos por serem os únicos, na época da pesquisa, a possuírem turmas de universitários iniciantes (segundo período) e concluintes (décimo período). A avaliação foi realizada com todos os alunos que estavam presentes no dia da aplicação dos instrumentos e aceitaram participar da pesquisa.

Instrumentos

Para coleta de dados, foram utilizados o Inventário de Habilidades Sociais (IHS-Del-Prette) (Del Prette e Del Prette, 2001) e um Questionário Sociodemográfico e Ocupacional. Os instrumentos estão descritos a seguir.

Inventário de Habilidades Sociais: possui 38 itens que objetivam avaliar a frequência com que o respondente sente ou age referente às situações interpessoais propostas. As alternativas de resposta, que devem ser indicadas pelo respondente, são: A ("nunca ou raramente"), B ("com pouca frequência"), C ("com regular frequência"), D ("muito frequentemente"), E ("sempre ou quase sempre"). Os resultados são apresentados em forma de um Escore Global das habilidades sociais e em cinco fatores, denominados de: F1) Autoafirmação com risco - remete à capacidade do indivíduo de lidar com situações interpessoais que demandam a afirmação e defesa dos direitos e autoestima, com risco potencial de reação indesejável; F2) Autoafirmação na expressão de sentimento positivo - diz respeito à demandas interpessoais de expressão de afeto positivo e afirmação da autoestima que envolvem risco mínimo de reação indesejável; F3) Conversação e desenvoltura social - avalia a capacidade do indivíduo de lidar com situações sociais neutras que envolvem aproximação (em termos de afeto positivo ou negativo), com risco mínimo de reação indesejável; F4) Autoexposição a desconhecidos e situações novas - abarca habilidades de abordar pessoas desconhecidas e, diferente da subescala anterior, possui maior risco de reação indesejável; F5) - Autocontrole da agressividade em situações aversivas - retrata a capacidade do indivíduo de reagir a situações aversivas do interlocutor (agressão, pilhéria, descontrole) com razoável controle da raiva e da agressividade.

Além dos dados brutos de escore global e fatores, o instrumento foi normatizado para avaliar o percentil, a partir da seguinte classificação: 1) Repertório deficitário em habilidades sociais (P < 25); 2) Bom repertório de habilidades sociais (abaixo da mediana, P = 25 e < 50); 3) Repertório mediano (P = 50); 4) Bom repertório de habilidades sociais (acima da mediana; P > 50 e < 75); 5) Repertório bastante elaborado de habilidades sociais (P > 75). O instrumento possui indicadores de consistência interna satisfatória, com alfa de Cronbach de 0,75 para a escala global e valores de alfa entre 0,74 a 0,96 para as subescalas; estrutura fatorial, avaliada pelo método de extração alfa com rotação Varimax, mediante cinco fatores principais identificados, que explicaram 92,75% da variância dos dados (Del Prette, Del Prette e Barreto, 1998). A fidedignidade também foi avaliada pelo teste e reteste, no qual foi obtido um coeficiente de correlação de 0,90 (p = 0,001; Bandeira et al., 2000).

Questionário sociodemográfico e ocupacional: tem como objetivo investigar características sociodemográficas e ocupacionais relacionadas à idade, gênero, estado civil, se possui renda própria e status de moradia.

Procedimento éticos e de coleta de dados

Primeiramente, a pesquisa foi submetida, avaliada e aprovada pela Comissão de Ética em Pesquisa envolvendo Seres Humanos (CEP) (CAAE: 37533314.4.0000.5116). Após a aprovação, a Diretoria Geral da instituição foi consultada para autorizar a realização da pesquisa. Em seguida, realizou-se uma reunião com os coordenadores dos cursos de graduação participantes para que o pesquisador pudesse apresentar o objetivo do estudo.

A aplicação dos instrumentos foi realizada de forma coletiva nas salas de aula, em horários previamente combinados com os professores. No momento da coleta, foram expostos a todos os alunos que estavam presentes os objetivos do estudo e solicitada a sua participação. Os alunos que aceitaram participar da pesquisa assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e foram informados que, a qualquer momento, poderiam interromper a sua participação, sem risco de qualquer prejuízo ou constrangimento e que as informações fornecidas seriam mantidas em sigilo.

Procedimentos de análise de dados

Os dados obtidos por meio do IHS-Del-Prette foram avaliados conforme às instruções de seu manual de aplicação, apuração e interpretação (Del Prette e Del Prette, 2001). A partir dessas análises, foi realizada a classificação do repertório de habilidades sociais dos respondentes da seguinte forma: (a) Repertório bastante elaborado de habilidades sociais; (b) Bom repertório de habilidades sociais (acima da mediana); (c) Repertório mediano; (d) Bom repertório de habilidades sociais; e (e) Indicação para Treinamento de Habilidades Sociais (repertório deficitário).

A análise dos dados foi realizada por meio do programa Statistical Package for Social Sciences (SPSS) 20.0 para Windows. Para caracterização da amostra e descrição dos escores do IHS-Del-Prette, foi utilizada a estatística descritiva, por meio de cálculos médias, desvio-padrão e porcentagem. Em seguida, foram realizadas análises para determinar se seriam usados testes paramétricos ou não-paramétricos por meio do teste de normalidade Kolmogorov-Smirnov. Foi verificado que o escore global e os fatoriais do IHS demonstraram seguir distribuição normal (p > 0,05). Desta forma, foram aplicados testes paramétricos para todas as análises estatísticas deste estudo, adotando-se um nível de significância de p < 0,05.

Para analisar as diferenças no repertório de habilidades sociais quanto às variáveis "estado civil" e "status de moradia", foi realizada uma Análise de Variância de medidas repetidas de um fator (ANOVA Oneway) com post hoc Tukey. O teste t de Student para amostras independentes foi empregado para investigar as diferenças referentes ao escore total e fatoriais do IHS-Del-Prette dos universitários agrupados pelo período do curso em que estavam matriculados (segundo ou décimo período), bem como para as variáveis "gênero" e "se renda própria". Para a variável "idade" foi utilizado o teste de correlação de Pearson.

Foi realizado, também, o cálculo do tamanho do efeito (d) a partir da diferença entre as médias de duas condições pela média dos seus desvios-padrões. Essa avaliação mede o quanto duas médias diferem em termos de desvios-padrões. A medida do tamanho de efeito é avaliada como: pequeno (0,20 < d < 0,50), médio (0,50 < d < 0,80) ou grande (d > 0,80; Cohen, 1988).

 

Resultados

Os resultados referentes à classificação do repertório global de habilidades sociais dos universitários separados por categorias (amostra total, segundo e décimo período) estão descritos na Tabela 2. Do total de universitários que participaram desse estudo, verificou-se que 28,8% (n = 19) da amostra apresentava um repertório deficitário e 25,8% (n = 17) estavam abaixo da mediana, sendo eles provindos, em sua maioria, do curso de Engenharia Civil.

No que diz respeito aos períodos, o maior percentual de universitários que apresentou um repertório deficitário estava situado no segundo período e, em contraponto, foi observado um maior índice de estudantes com um repertório bastante elaborado no décimo período. Ainda no que diz respeito aos alunos concluintes, verificou-se que o curso de Engenharia Civil possuía um maior índice de alunos com repertório deficitário.

A Tabela 3 exibe os dados relativos à comparação entre alunos iniciantes (segundo período) e concluintes (décimo período). Foram verificadas diferenças estatisticamente significativas no Escore Global, F1 - Enfrentamento e autoafirmação com risco e F4 - Auto exposição a desconhecidos e situações novas. De maneira geral, no que diz respeito aos resultados estatisticamente significativos, observou-se que os alunos concluintes apresentaram médias superior à dos iniciantes em todas as análises realizadas.

Na comparação entre os universitários iniciantes e concluintes, separados pelo curso de graduação em que estavam matriculados, foram encontradas diferenças estatisticamente significativas nos cursos de Psicologia e Direito. No curso de Psicologia, verificou-se que essas diferenças foram significativas no Escore Global, F1 - Enfrentamento e autoafirmação com risco e F2 - Autoafirmação na expressão de afeto positivo. Para os alunos de Direito, as diferenças significativas ocorreram no Escore Global, F4 - Auto exposição a desconhecidos e situações novas e F5 - Autocontrole da agressividade. Em ambos os casos, os alunos concluintes apresentaram maiores médias quando comparados aos iniciantes. Destes resultados, foi verificado um tamanho de efeito grande para as diferenças entre os alunos de Psicologia, médio para os de Direito e pequeno para a Amostra Total.

A tabela 4 exibe os resultados relacionados às diferenças significativas entre as características sociodemográficas e ocupacionais dos universitários em relação aos escores global e fatoriais do IHS-Del-Prette. No que diz respeito ao gênero, diferenças estatisticamente significativas foram encontradas nos fatores 1 - Enfrentamento e autoafirmação com risco, 2 - Autoafirmação na expressão de afeto positivo e 5 - Autocontrole da agressividade. Nos fatores citados, os homens apresentaram médias superiores nos dois primeiros e as mulheres no último fator. Quanto à idade, foram verificadas correlações positivas e significativas para o Escore Global e para os fatores 1 - Enfrentamento e autoafirmação com risco, 2 - Autoafirmação na expressão de afeto positivo, 3 - Conversação e desenvoltura social e 4 - Auto exposição a desconhecidos e situações novas.

Não foram encontradas diferenças significativas nas variáveis "Estado Civil", "Status de moradia". Em relação à variável "Renda", foi observado que os universitários que possuíam renda própria apresentavam médias mais elevadas no Escore Global e nos fatores 1 - Enfrentamento e autoafirmação com risco, 3 - Conversação e desenvoltura social e 4 - Auto exposição a desconhecidos e situações novas, quando comparados aos que não tinham renda própria. Quanto ao tamanho do efeito, foi verificado que para a variável gênero, o efeito foi pequeno para os fatores 1 e 2 e grande para o fator 5. Para a variável renda, o efeito foi pequeno no F1, médio no escore global e F3, e grande para o F4.

Não foram encontradas diferenças significativas nas variáveis "Estado Civil", "Status de moradia". Em relação à variável "Renda", foi observado que os universitários que possuíam renda própria apresentavam médias mais elevadas no Escore Global e nos fatores 1 - Enfrentamento e autoafirmação com risco, 3 - Conversação e desenvoltura social e 4 - Auto exposição a desconhecidos e situações novas, quando comparados aos que não tinham renda própria. Quanto ao tamanho do efeito, foi verificado que para a variável gênero, o efeito foi pequeno para os fatores 1 e 2 e grande para o fator 5. Para a variável renda, o efeito foi pequeno no F1, médio no escore global e F3, e grande para o F4.

 

Discussão

De maneira geral, a amostra total do presente estudo apresentou índices bastante diversificados no que se refere à classificação prevista pelo IHS. Entretanto, quando observado o percentual de alunos com repertório deficitário no décimo período, foi verificado que a maioria dos alunos do curso de Engenharia Civil apresentavam uma classificação situada abaixo da mediana. Uma hipótese relacionada a esses índices é a de que, diferente dos cursos de Psicologia e Direito, durante o percurso na universidade, podem ter ocorrido poucas oportunidades de aquisição e aprimoramento das habilidades sociais destes estudantes. Ao decorrer desta discussão, serão apresentados outros dados que podem promover um possível entendimento sobre esses resultados.

Ao avaliar as diferenças no repertório de habilidades sociais dos alunos concluintes e iniciantes, foi observado que, mesmo apresentando um pequeno poder discriminativo, os alunos concluintes possuíam um repertório global mais elaborado, eram mais assertivos (F1) e habilidosos para situações de autoexposição a desconhecidos e situações novas (F4). Apesar deste estudo possuir alunos iniciantes e concluintes matriculados somente em um período da universidade (segundo e décimo), diferenciando-se de estudos que possuíam comparações entre alunos dos três primeiros anos (Bolsoni-Silva et al., 2010) e entre os anos intermediários/finais (a partir do terceiro ano) e iniciantes (primeiros dois anos) da graduação (Bolsoni-Silva e Loureiro, 2015), esses resultados podem contribuir para o avanço de um melhor entendimento sobre a influência dos períodos da graduação no repertório de habilidades sociais dos universitários.

Nos estudos citados anteriormente, foram observados, também, que aqueles universitários que se encontravam matriculados em períodos mais avançados da universidade, possuíam um repertório de habilidades interpessoais mais elaborado que os iniciantes. A princípio, acredita-se que essas diferenças ocorreram devido ao tempo de permanência na universidade dos alunos, na qual entraram em contato com diversas demandas que podem ter propiciado a aquisição e/ou aprimoramento de suas habilidades sociais (por exemplo, apresentar seminários, negociar com professores horários para avaliações ou correção de notas equivocadas, envolver-se em relacionamentos amorosos, trabalhar em grupo, entre outras).

Nas comparações realizadas entre os dois períodos pesquisados (segundo e décimo), para cada curso separadamente, observou-se que alunos concluintes de Psicologia e Direito apresentavam um repertório geral de habilidades sociais mais desenvolvido que os seus respectivos alunos iniciantes. Algumas diferenças, ainda, foram encontradas nos fatores do IHS. Os alunos concluintes de Psicologia também eram mais assertivos (F1) e mais habilidosos na autoafirmação na expressão de afeto positivo (F2). Já os alunos concluintes de Direito, possuíam um repertório mais desenvolvido em habilidades de auto exposição a desconhecidos e situações novas (F4) e no autocontrole da agressividade (F5). Além disso, foi observado que o curso de Psicologia apresentou um tamanho de efeito classificado como grande e o de Direito uma capacidade discriminativa média nas diferenças apresentadas. Embora exista uma ausência na literatura que avalie a diferença entre os cursos de Direito e Psicologia, impossibilitando uma análise geral quanto às habilidades sociais características de cada um, supõe-se que essas diferenças possam ter ocorrido devido as particularidades das grades curriculares e demandas que os alunos entraram em contato ao decorrer da sua permanência na universidade. Ou seja, o repertório de habilidades sociais dos universitários pode ter sido desenvolvido no sentido de adequá-los aos desempenhos exigidos de cada curso na instituição em que eles se encontravam matriculados

A ausência de diferenças significativas entre os alunos iniciantes e concluintes do curso de Engenharia Civil evidencia a necessidade de uma maior atenção ao curso em questão. Mesmo não se tratando de um estudo longitudinal, no qual seria possível averiguar se existiam diferenças entre o início e final da graduação quanto ao repertório de habilidades sociais desses indivíduos, atenta-se ao fato deles possuírem um repertório pouco desenvolvido ao encerrar sua permanência na universidade. Uma hipótese que pode ser levantada para este resultado, é a de que o referido curso não possuía uma estrutura curricular que abarcasse o aprimoramento das habilidades sociais dos universitários.

Além do conhecimento específico e instrumental da área, o mercado de trabalho atual exige do profissional de engenharia um bom repertório de habilidades sociais como, por exemplo, a capacidade de se comunicar, lidar com pessoas, trabalhar em equipe, entre outras (Carraro et al., 2016). Nesse sentido, salienta-se a importância de se adequar o currículo dos cursos de engenharia, abarcando desenvolvimento e aprimoramento das habilidades interpessoais (Lopes et al., 2015).

No que se refere ao gênero, os homens se mostraram mais assertivos (F1) que as mulheres e mais habilidosos em situações aversivas que requerem um autocontrole da agressividade (F5). Já as mulheres, possuíam um repertório mais elaborado para lidar com a autoafirmação e expressão de afeto positivo (F2). Esses resultados corroboram os valores médios apresentados na amostra normativa do IHS (Del Prette e Del Prette, 2001) que sinalizaram diferenças entre os gêneros no repertório de habilidades sociais (Bandeira et al., 2006; Bartholomeu et al., 2008; Bolsoni-Silva et al., 2010; Bolsoni-Silva e Loureiro, 2015). Essas diferenças podem estar relacionadas às demandas e expectativas socioculturais que influenciam a aquisição e o desempenho de determinadas habilidades sociais de acordo com o gênero a qual os indivíduos pertencem (Angélico, 2009).

Nesse sentido, analisando as diferenças entre o gênero dos indivíduos dessa pesquisa, supõe-se que os homens entraram em contato com mais demandas que exigiam o desempenho de habilidades de enfrentamento e autoafirmação com risco (por exemplo, devolver mercadoria defeituosa, discordar do grupos e autoridades, cobrar dívidas de amigos, abordar para relação sexual, apresentar-se a outra pessoa, entre outras) e autocontrole da agressividade (como lidar com críticas dos pais e com chacotas, cumprimentar desconhecidos, entre outras). Por outro lado, foi demandado das mulheres um maior desempenho de habilidades de autoafirmação na expressão de sentimento positivo (por exemplo, agradecer a elogios, elogiar familiares e outras pessoas em geral, expressar sentimento positivo e elogiar outras pessoas, entre outras).

Na análise de influência da renda no repertório de habilidades sociais, foi verificado que a parte da amostra que relatou possuir algum tipo de renda apresentou um repertório de habilidades sociais gerais, assertivas (F1), de conversação e desenvoltura social (F3) e de falar em público (F4) mais desenvolvido que os sem nenhum tipo de renda. Resultados semelhantes foram encontrados por Bolsoni-Silva e Loureiro (2015). Estes autores observaram em seu estudo que estudantes que trabalhavam apresentavam habilidades de falar em público mais desenvolvidas que aqueles que não possuíam emprego. Supõe-se que esse resultado esteja relacionado às características de cada trabalho e ao número de demandas que os indivíduos foram expostos nos seus ambientes laborais. Esses universitários podem ter entrado em contato com situações nas quais era necessário, por exemplo, discordar do grupo e autoridades, abordar e cobrar dívidas de clientes (assertividade), apresentar ideias em reuniões ou seminários relacionados à sua ocupação (falar em público), pedir favores a colegas de serviço, e iniciar, manter e encerrar conversações (conversação e desenvoltura social). O contato com estas diferentes demandas pode ter proporcionado a aquisição e/ou aprimoramento dessas habilidades.

No que diz respeito às relações entre idade e habilidades sociais, foi verificado que universitários mais velhos apresentavam um repertório de habilidades sociais gerais, assertivas, de autoafirmação na expressão de sentimento positivo, conversação e desenvoltura social e autoexposição a desconhecidos e situações novas mais desenvolvidos. Esses resultados corroboram, parcialmente, os encontrados por Soares et al. (2013). No estudo em questão, foi verificado que os universitários mais velhos eram mais habilidosos em situações de conversação e desenvoltura social e autoexposição a desconhecidos. Acredita-se que esses resultados tenham ocorrido devido a um maior contato com diversas demandas que permitiram o desenvolvimento das habilidades citadas. Desta forma, a medida que os estudantes foram ficando mais velhos, eles entraram em contato com situações que exigiam a emissão dessas habilidades.

 

Considerações Finais

Os resultados encontrados neste estudo levantam algumas questões importantes. Apesar das habilidades sociais não serem objeto central de atuação de algumas áreas profissionais, o desenvolvimento delas apresenta extrema importância para os relacionamentos interpessoais na universidade e atuação no mercado de trabalho. Vale ressaltar que, em todas as áreas de atuação profissional o indivíduo precisa interagir com outras pessoas, seja participando de reuniões em grupo, nas relações profissionais cotidianas ou com sua clientela.

No que se refere aos procedimentos metodológicos utilizados, esse estudo apresenta algumas limitações. Primeiramente, não é possível generalizar seus resultados para todas as populações universitárias e nem afirmar, com exatidão, que a permanência na universidade resulta em uma melhora no repertório de habilidades sociais. Nesse sentido, essa pesquisa propõe-se, apenas, a apresentar e indicar hipóteses relacionadas ao desenvolvimento e aprimoramento das habilidades sociais no ensino superior. Outra limitação está relacionada ao número de cursos e alunos que foram avaliados. Desta forma, para futuros estudos, sugere-se que sejam realizadas pesquisas longitudinais, visando verificar as mudanças no repertório de habilidades sociais dessa população-alvo durante os períodos da graduação. Além disso, faz-se necessário pesquisas com um maior número de cursos de graduação, possibilitando assim uma maior generalização dos resultados.

Por fim, o presente estudo ressalta o quão importante é avaliar os alunos que entram na instituição e aqueles que estão prestes a se formar. Por meio dessa avaliação, é possível planejar intervenções que tenham como objetivo identificar os déficits em habilidades sociais logo no começo da graduação, evitando possíveis problemas de adaptação e, também, promovendo uma maior preparação para o mercado de trabalho.

 

Referências

ANGÉLICO, A. P. 2009. Transtorno de ansiedade social e habilidades sociais: estudo psicométrico e empírico. São Paulo, SP. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo, 215 p.

ANGÉLICO, A. P.; CRIPPA, J. A. S.; LOUREIRO, S. R. 2013. Social anxiety disorder and social skills. In: F. L. Osório (org), Social anxiety disorder: from research to practice. Nova York, Nova Science Publishers, p. 63-80.         [ Links ]

BANDEIRA, M., COSTA, M. N.; DEL PRETTE Z. A. P.; DEL PRETTE, A.; GERK-CARNEIRO, E. 2000. Qualidades psicométricas do Inventário de Habilidades Sociais (IHS): estudo sobre a estabilidade temporal e validade concomitante. Estudos de Psicologia (Natal), 5(2):401-419.         [ Links ]

BANDEIRA, M.; QUAGLIA, M. A. C. 2005. Habilidades sociais de estudantes universitários: Identificação de situações sociais significativas. Interação em Psicologia, 9(1):1-10.         [ Links ]

BARRETO, M.C.M.; PIERRI, M.R.S.R; DEL PRETTE, Z.A.P.; DEL PRETTE, A. 2004. Habilidades sociais entre jovens universitários: um estudo comparativo. Revista matemática estatística, 22(1):31-42.         [ Links ]

BARTHOLOMEU, D.; NUNES, C. H. S. S.; MACHADO, A. A. 2008. Traços de personalidade e habilidades sociais em universitários. Psico-USF, 13(1):41-50.         [ Links ]

BOLSONI-SILVA, A. T.; LOUREIRO, S. R., ROSA, C.; OLIVEIRA, M. C. 2010. Caracterização das habilidades sociais de universitários. Contextos Clínicos, 3(1),62-75.         [ Links ]

BOLSONI-SILVA, A. T.; LOUREIRO, S. R. 2015. Social skills of undergraduates without mental disorders: academic and socio-demographic variables. Psico-USF, 20(3),447-459.         [ Links ]

CAMPBELL, D. T.; STANLEY, J. C. 1979. Delineamentos experimentais e quase experimentais de pesquisa. São Paulo: E.P.U, 138 p.         [ Links ]

CARRARO, C. R.; RODRIGUES, M. de S.; ARAUJO, E. A. S. 2016. Habilidades sociais profissionais presentes em engenheiros alunos de MBA de uma universidade no interior de São Paulo. Latin American Journal of Business Management, 7(2),298-312.         [ Links ]

CARTER, E. W.; AUSTIN, D.; TRAINOR, A. A. 2012. Predictors of postschool employment outcomes for young adults with severe disabilities. Journal of Disability Policy Studies, 23(1),50-63.         [ Links ]

COHEN, J. 1988. Statistical power for behavioral sciences. New York, Academic Press, 567 p.         [ Links ]

DEL PRETTE, Z.A.P.; DEL PRETTE, A. 2001. Inventário de Habilidades Sociais (IHS-Del-Prette): manual de aplicação, apuração e interpretação. São Paulo, Casa do Psicólogo, 200 p.         [ Links ]

DEL PRETTE, Z.A.P.; DEL PRETTE, A. 2013. Social skills inventory (SSI-Del-Prette): characteristics and studies in Brazil. In: F. L. Osório. (org), Social anxiety disorder: from research to practice. Nova York, Nova Science Publishers, p. 49-62.         [ Links ]

DEL PRETTE, Z. A. P.; DEL PRETTE, A. 2005. Psicologia das habilidades sociais na infância: teoria e prática. Petrópolis, Vozes, 276 p.         [ Links ]

DEL PRETTE, Z. A. P.; DEL PRETTE, A.; BARRETO, M.C.M. 1998. Análise de um inventário de habilidades sociais (IHS-Del-Prette) em uma amostra de universitários. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 14(3):219-228.         [ Links ]

DEL PRETTE, Z. A. P.; DEL PRETTE, A.; CORREIA, M. F. B. 1992. Competência social: um estudo comparativo entre alunos de psicologia, serviço social e engenharia mecânica. Psicólogo Escolar: identidade e perspectivas, 382-384.         [ Links ]

FREITAS, H. C.; RAPOSO, N.; ALMEIDA, L. 2007. Adaptação do estudante ao ensino superior e rendimento académico: um estudo com estudantes do primeiro ano de enfermagem. Revista Portuguesa de Pedagogia, 41(1):179-188.         [ Links ]

LOPES, D. C.; GEROLAMO, M. C., DEL PRETTE, Z. A. P.; MUSETTI, M. A. 2015. Social skills : a key factor for engineering students to develop interpersonal skills. International Journal Enginnering Education, 31(1):405-413.         [ Links ]

MENKES, C. 2011. Novas Demandas do Contexto Profissional: as habilidades sociais profissionais. Revista Psicologia Em Destaque, 01(01):71-74.         [ Links ]

PELLEGRINI, C. F. S.; CALAIS, S. L.; SALGADO, M. H. (2012). Habilidades sociais e administração de tempo no manejo do estresse. Arquivos Brasileiros de Psicologia, 64(3):110-129.         [ Links ]

PHILLIPS, B. N.; KASEROFF, A. A.; FLEMING, A. R.; HUCK, G. E. 2014. Work-related social skills: definitions and interventions in public vocational rehabilitation. Rehabilitation Psychology, 59(4):386-398.         [ Links ]

SELLTIZ, C.; WRIGHTSMAN, L. S.; COOK, S. W. 1987. Métodos de pesquisa nas relações sociais: Delineamentos de pesquisa. 2a., São Paulo: EPU. 117 p        [ Links ]

SOARES, A. B.; FRANCISCHETTO, V.; PEÇANHA, A. P. C. L.; MIRANDA, J. M.; DUTRA, B. M. S. 2013. Inteligência e competência social na adaptação à universidade. Estudos de Psicologia, 30(3):317-328.         [ Links ]

 

 

Recebido em: 03.07.2017
Aceito em: 16.01.2018

Creative Commons License