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Contextos Clínicos

versão impressa ISSN 1983-3482

Contextos Clínic vol.12 no.3 São Leopoldo set./dez. 2019

http://dx.doi.org/10.4013/ctc.2019.123.08 

ARTIGOS

 

A amamentação sob o olhar das puérperas e as influências do meio sociofamiliar no processo de vinculação mãe-bebê

 

Breastfeeding under the eyes of puerperae and the influences of the socio-familial environment in the process of mother-baby bonding

 

 

Maria Cileda dos Santos PaixãoI; Angela Cristina Fagundes GoésI; Aline Del RasoII; Maria Alice Ferreira LealIII

IUniversidade do Estado da Bahia. Departamento de Ciências da Vida. Rua Silveira Martins, 2555, Cabula, 41150-000, Salvador, BA, Brasil. ledapaixao@yahoo.com.br, acfgoes@gmail.com
IIFaculdade UNIME. Departamento de Psicologia. Av. Luis Tarquinio Pontes, 600, Fazenda Pitangueira, 42700-000, Lauro de Freitas, BA, Brasil. alinedelraso@yahoo.com.br
IIISecretaria da Saúde do Estado da Bahia. Rua Santa Barbara do Saboeiro, s/n, Cabula, 41180-780, Salvador, BA, Brasil. alicefleal@hotmail.com

 

 


RESUMO

A amamentação é um ato que favorece o fortalecimento do vínculo entre mãe e filho, beneficiando a saúde da mulher e do bebê. O estudo objetiva identificar a compreensão das puérperas, admitidas em Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Canguru, acerca da amamentação e dos aspectos sociofamiliares que influenciam nesse processo. Trata-se de um estudo exploratório, com abordagem qualitativa, realizado mediante entrevistas semiestruturadas, submetidas à técnica de análise de conteúdo temática. Os resultados revelaram aspectos relevantes, relacionados à concepção que as participantes do estudo possuem acerca da amamentação, os sentimentos e sensações envolvidos e, ainda, as implicações do tempo no processo da amamentação, o que resulta no estabelecimento do vínculo mãe-bebê. Ressalta-se que as participantes do estudo demonstraram concepções diversificadas relacionadas à amamentação. Quanto aos sentimentos e às sensações, as puérperas consideram a amamentação como algo bom e importante para o desenvolvimento de seus filhos, considerando o tempo como parte desse processo.

Palavras-chave: Aleitamento materno; Método Cangur; Psicologia.


ABSTRACT

Breastfeeding is an act that favors the strengthening of the mother-child relationship, benefiting the health of the woman and the baby and the society. The objective of this article is the understanding of puerperae, admitted in UCINCa, the attendance of breastfeeding and the socio-human requirements that influence these processes. This is an exploratory study, with a qualitative approach, performed through semi-structured interviews, submitted to the thematic content analysis technique. The criteria were relevant, those related to the concepts of participants about the breastfeeding process, the feelings and concerns involved, and also the rules of the breastfeeding process, the feelings and concerns involved, and the process mother-baby. It is emphasized that as participants of the study demonstrated diverse conceptions related to breastfeeding. To the feelings and sensations, the puerperas predicted to amamentation like eaful the development of their sous children, which should be an error to an processes processes.

Keywords: Breast Feeding; Kangaroo-Mother Care Method; Psychology.


 

 

Introdução

O ato de amamentar vai além do biológico, pois também perpassa as dimensões psicológica, histórica, cultural e social. Nesse conjunto de dimensões, destacam-se alguns aspectos que apresentam ampla implicação com o processo da amamentação, tais como: o estado emocional da mãe, o conhecimento da mulher a respeito do tema e o desejo de amamentar (Cruz e Sebastião, 2015).

A amamentação é considerada um ato de amor e cuidado, possibilitando nessa vivência a troca do olhar, o contato pele a pele e a carícia, favorecendo o fortalecimento do vínculo mãe-bebê. É considerado ainda como uma das formas que o ser humano começa a estabelecer as relações emocionais (Cunha et al., 2012).

O Ministério da Saúde (MS) salienta os benefícios da amamentação, tais como: estabelecimento da vinculação mãe-bebê, valor nutricional e repercussões fisiológicas, favorecimento no desenvolvimento cognitivo e emocional da criança, além das consequências positivas na saúde física e psíquica da mãe (Brasil, 2015).

Contudo, vale ressaltar que o ato de amamentar é influenciado pelo ambiente no qual a puérpera está inserida, afinal, para uma amamentação bem-sucedida é necessário o suporte e apoio da família, dos profissionais de saúde, da comunidade e, principalmente, da figura paterna. Uma rede que apoie a decisão da mulher de amamentar será fundamental para o sucesso do processo da amamentação (Brasil, 2015).

Para algumas culturas, o seio materno possui uma representação que ultrapassa o ato de alimentar, uma vez que durante a amamentação os seios representam também um local de aconchego para os bebês, o que favorece a vinculação (Feliciano e Souza, 2011).

Entretanto, é importante evidenciar que para uma boa vinculação entre mãe e bebê deve se levar em consideração não apenas o ato de amamentar, mas sobretudo, a forma de segurar e manusear o bebê, possibilitando a ele a sensação de acalanto e segurança (Winnicott, 1999). Nessa perspectiva, o aleitamento materno deve ser visualizado como um processo de grande complexidade ao qual é atribuído uma diversidade de emoções e sentimentos.

Embora o ato de amamentar possa proporcionar satisfação às mulheres que não enfrentam dificuldades para isso, pode também causar angústia às puérperas, principalmente as primíparas e jovens, podendo dificultar a construção dessa nova relação (King, 2001; Feliciano e Souza, 2011). Nesse sentido, apesar das mulheres serem preparadas biologicamente para produzirem leite, a sua secreção pode ser comprometida por diversos fatores, tais como: ansiedade, falta de confiança de que seu leite é suficiente para alimentar o filho e disposição interna para amamentar (King, 2001). Feliciano e Souza (2011) acrescentam a esses fatores, a recusa ou a impossibilidade do próprio bebê de sugar, o que pode provocar a diminuição da produção do leite, gerando na mãe frustação e sentimento de impotência.

Outro aspecto que interfere na amamentação é o parto pré-termo, pois a mulher não tem tempo hábil para elaborar a separação precoce do bebê, prejudicando o contato inicial nessa relação. A prematuridade faz com que a mulher vivencie momentos de muita dificuldade, uma vez que se depara com o risco de morte do bebê, a impossibilidade de exercer a maternidade, e ainda com o saber médico sobreposto ao saber materno, o que pode interferir na vinculação mãe-bebê (Ferrari e Donelli, 2010).

A motivação para o estudo parte da atuação das autoras como profissionais residentes do Programa de Residência Multiprofissional em Nutrição Clínica da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), cuja atuação possui enfoque na compreensão do papel de ser mãe, através da escuta psicológica, possibilitando uma compreensão dos mecanismos envolvidos no ato de amamentar. Assim, a partir disso, objetiva-se favorecer que as mães ampliem suas reflexões com vistas a identificar possíveis interferências no processo de amamentação e venham a se tornarem sujeitos atuantes nesse processo.

Nesse cenário, orienta esse estudo a seguinte questão: qual o olhar das mães admitidas na Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Canguru (UCINCa) do Hospital Geral Roberto Santos (HGRS) em relação à amamentação?

Diante dessa questão, pressupõe-se que a prática da amamentação esteja diretamente relacionada à concepção que as puérperas possuem acerca do aleitamento materno. Deste modo, o estudo objetiva identificar a compreensão das puérperas, admitidas em UCINCa, acerca da amamentação e dos aspectos sociofamiliares que influenciam o aleitamento.

 

Método

Realizou-se um estudo descritivo, exploratório, com abordagem qualitativa, que permitiu a investigação de um fenômeno multifacetado, por entender que a amamentação transcende os aspectos fisiológicos, sendo, por isso, considerada como um fenômeno que envolve as dimensões psicológicas, emocionais, sociais e culturais dos sujeitos.

O campo empírico dessa pesquisa foi a UCINCa do HGRS, localizado no município de Salvador-Ba. As ações assistenciais desenvolvidas na UCINCa estão pautadas nas recomendações contidas no Manual Técnico de Atenção Humanizada ao Recém-nascido de Baixo Peso - Método Canguru (Brasil, 2011). De acordo com esse documento, o Método Canguru é caracterizado da seguinte forma:

"É um modelo de assistência perinatal voltado para a melhoria da qualidade do cuidado, desenvolvido em três etapas conforme Portaria GM/MS nº 1.683, de 12 de julho de 2007 que: parte dos princípios da atenção humanizada; reduz o tempo de separação entre mãe e recém-nascido e favorece o vínculo; permite um controle térmico adequado; contribui para a redução do risco de infecção hospitalar; reduz o estresse e a dor do recém-nascido; aumenta as taxas de aleitamento materno; melhora a qualidade do desenvolvimento neuro-comportamental e psicoafetivo do recém-nascido; propicia um melhor relacionamento da família com a equipe de saúde; possibilita maior competência e confiança dos pais no cuidado do seu filho inclusive após a alta hospitalar; reduz o número de reinternações; e contribui para a otimização dos leitos de Unidades de Terapia Intensiva e de Cuidados Intermediários Neonatais. (BRASIL, 2011, p.106)."

O Método Canguru compreende três etapas: A primeira etapa começa com o pré-natal na gestação de risco que necessita de cuidados especiais, em todo o processo do parto/nascimento, seguido pela internação do recém-nascido na UTIN recebendo os devidos cuidados preconizados pelo Método Canguru; a segunda etapa é desenvolvida na UCINCa, dando continuidade aos cuidados realizados na primeira etapa. Nessa etapa, o recém-nascido é mantido junto à sua mãe de maneira contínua, sendo oferecida a posição canguru por um maior tempo dentro das possibilidades da díade; na terceira etapa o recém-nascido recebe alta hospitalar sendo acompanhado pela equipe do hospital e pela rede de Atenção Básica do Método Canguru conjuntamente (Brasil, 2017).

A UCINCa do HGRS possui dez leitos disponíveis, que conta com a assistência de médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, assistentes sociais, fonoaudiólogos e psicólogos. Contudo, no momento da coleta de dados, a Unidade estava em reforma, sendo disponibilizados para internação apenas cinco leitos.

Participaram dessa pesquisa quatro puérperas que atenderam aos critérios de inclusão estabelecidos: estar internada na UCINCa do HGRS durante o período de coleta de dados, aceitar livremente participar da pesquisa e assinar o Termo de Compromisso Livre e Esclarecido - TCLE. Uma das puérperas internadas no período da coleta não aceitou participar da pesquisa.

A coleta de dados foi realizada em fevereiro de 2017, explorando o recurso da entrevista semiestruturada, norteada por meio de um roteiro e com uso de um gravador de voz para o registro fiel dos dados. Além disso, foi utilizada a técnica desenho-estória-tema (DET) como forma de possibilitar o registro das emoções e pensamentos que não são captados na comunicação verbal (Gomes, 2012).

As entrevistas individuais transcorreram, após assinatura do TCLE, em uma sala da unidade escolhida pela própria participante com o objetivo de assegurar a privacidade e atenuar possíveis constrangimentos para a mesma. Os desenhos foram produzidos de acordo com as seguintes etapas: 1) foi solicitado à puérpera que desenhasse algo que representasse a amamentação; 2) a puérpera foi estimulada a contar uma história que tivesse início, meio e fim; 3) a puérpera foi estimulada a dar um título para o seu DET. Ressalta-se que os desenhos produzidos por cada participante, norteados por um roteiro, foram inseridos nas categorias resultantes da interpretação das entrevistas, os quais possibilitaram à pesquisadora se aproximar das participantes.

Para assegurar o anonimato das participantes foram utilizados nomes fictícios escolhidos por elas próprias. Destaca-se que o estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos (Parecer nº 1.892.033), respeitando todas as recomendações da Resolução nº 466/2012, do Conselho Nacional de Saúde (Brasil, 2012).

Para a análise dos dados, foi utilizada a técnica de análise de conteúdo temático (Bardin, 2011), seguindo três fases: 1) pré-análise, na qual foram selecionados os documentos a serem analisados; 2) exploração do material, que constituiu a classificação dos dados; e 3) tratamento e interpretação dos resultados obtidos.

 

Resultados e discussão

Participaram do estudo quatro puérperas com idades entre quinze e trinta e dois anos. Quanto à escolaridade, três informaram possuir o Ensino Médio completo e uma não ter concluído o Ensino Fundamental. No que se refere à profissão, uma declarou ser dona de casa, uma secretária e duas estudantes. Em relação à quantidade de filhos, três participantes eram primíparas e uma tinha dois filhos.

O conteúdo das entrevistas deu origem a quatro categorias de análise: 1. Concepção das puérperas acerca da amamentação; 2. Experiência singular de amamentar: sentimentos e sensações envolvidas; 3. Papel da assistência durante o internamento favorecedora do aleitamento materno; e 4. O tempo de amamentação e a influência sociofamiliar na vinculação mãe-bebê.

Concepção das puérperas acerca da amamentação

No decorrer da história, a ideia de amamentar esteve relacionada com a nutrição do bebê. Assim, as mulheres que não desejavam ou não podiam amamentar contavam com as amas de leite para que a criança não fosse privada do leite materno. Com o passar do tempo, estudos apontaram que a amamentação vai além da nutrição, proporcionando diversos benefícios à saúde e ao desenvolvimento da criança, beneficiando também a saúde materna (Barbieri; Alves e Couto, 2012). Sendo assim, analisar a concepção das puérperas acerca da amamentação possibilitou identificar a compreensão do tema para estas mulheres e a importância que elas conferem ao aleitamento materno.

Algumas participantes relacionaram a amamentação a uma característica divina, pertencente ao gênero feminino, conforme é apresentado nas falas a seguir:

"Deus criou a gente e nos deu o dom de ser mãe e da gente também produzir o alimento que vai fortificar, fortalecer o nosso bebê, dá saúde pra ele" (Paula)

Com a fala apresentada acima, evidencia-se que a compreensão dessas mulheres sobre a amamentação está relacionada tanto a uma característica fisiológica do corpo da mulher, como também a um envolvimento da dimensão espiritual, ou seja, tal fala demonstra que a mulher nasce com o dom de dar a vida e de alimentar o seu filho, sendo esta concepção difundida entre as gerações no sistema familiar.

Nessa perspectiva, Cabral (2013) ressalta que os bebês vêm ao mundo através do corpo da mãe que os alimenta durante a vida intrauterina e que dá continuidade nas primeiras etapas extrauterina, o ato de amamentar e dar afeto são muitos similares.

Já outras puérperas concebem a amamentação como uma forma de nutrição, resultando em benefícios para a saúde do bebê, conforme descrito nos relatos abaixo:

"[...] é o alimento, é essencial para o bebê depois que ele nasce; é o alimento principal dele, né?!" (Paula)

"É de suma importância. Se todas as mães que têm bebê tivessem isso em mente, do quanto é importante amamentar seus filhos, né?! Acho que não tinha tantas crianças no mundo com tantos problemas, né?! Como a gente ver por aí." (Paula)

"[...] eu estou ajudando ela a se desenvolver mais rápido a ter uma boa saúde, que eu li também que tudo isso a amamentação ajuda." (Maggie)

Por meio destes relatos, evidencia-se que as participantes do estudo consideram o leite materno como um alimento importante para o desenvolvimento e estado de saúde do bebê, atribuindo ao aleitamento a potencialidade de prevenir a ocorrência de doenças. Os benefícios do leite materno para a saúde do bebê são demonstrados em uma série de diretrizes nacionais, sendo o aleitamento considerado um fator importante para evitar mortes neonatais, a ocorrência de diarreia e infecções respiratórias, reduz a chance de obesidade, além de representar uma melhor forma de nutrição para os primeiros meses de vida. Nesse aspecto, o leite materno apresenta, em sua composição, os nutrientes necessários para o desenvolvimento e crescimento do bebê (Brasil, 2015).

Sob a mesma ótica, Menegusse (2010) evidencia a importância da amamentação para o desenvolvimento físico e psíquico do bebê. Enfatiza que do ponto de vista nutricional, o leite materno dispõe de todos os nutrientes necessários para o desenvolvimento da criança, sem necessidade de completar com outros alimentos até os seis meses de idade.

Outro dado importante é que para os bebês prematuros o aleitamento auxilia no seu desenvolvimento de forma mais rápida, devido à diferença do leite que é produzido especialmente para os bebês que nascem antes da data prevista. Durante todo o primeiro mês, o leite materno é similar ao colostro, favorecendo a recuperação.

Diante de tal relevância do aleitamento, torna-se importante o desejo da puérpera em amamentar, pois uma amamentação imposta tem implicações negativas no processo da produção e liberação do leite, devido ao estresse gerado na cobrança, podendo dessa forma, ocasionar na dificuldade de estabelecimento do vínculo mãe-bebê.

Nestes casos, o mais adequado seria promover outras formas de alimentar o bebê para que esse momento não venha a interferir apenas no estabelecimento do vínculo, como também no desenvolvimento nutricional da criança (Rosa, 2009).

Algumas puérperas teceram comentários superficiais acerca da amamentação conforme apresentados nas falas a seguir:

"Eu acho tudo, né?! Que uma mãe amamentar o filho... é muito bom de amamentar o filho." (Luana)

"Eu acho bom, não acho ruim não! Não sei." (Luana)

"Experiência boa! Muito bom! Eu achei muito bom amamentar o filho." (Luana)

"Que é bom pra criança, entendeu?! Amamentação..." (Patrícia)

"Quase nada." (Patrícia)

As percepções reducionistas, apresentadas nas falas acima, podem estar associadas a gestação de alto risco, o que levou a um parto prematuro, impossibilitando a elaboração do papel de ser mãe.

Diante dessa dificuldade para a construção da respectiva identidade materna, algumas mulheres associam a maternidade às suas vivências pregressas, uma vez que ao se tornarem mães, elas revivem as experiências que tiveram quando bebê com suas mães, podendo tais experiências ser boas ou ruins (Winnicott, 1999).

Nessa perspectiva, Felice (2000) inspirada pelo pensamento de Deustsch (1951), Domash (1988) e Langer (1981), acrescenta que a mulher, ao desempenhar as respectivas funções maternais, se identifica com a sua própria mãe. Nesse contexto, algumas puérperas apresentam dificuldades ao cuidar de seu bebê, enquanto outras, demostram certa facilidade para lidar com as necessidades dos seus filhos.

Tal resistência, citada por Winnicott (1999) e em conformidade com o pensamento freudiano, é associada ao fato que ocorre junto com a transferência, quando, no tratamento analítico, procura-se levar os sintomas mórbidos de uma neurose às fontes de onde eles derivam na história de vida do paciente. Nesse aspecto, a resistência corresponde a um fenômeno de defesa inconsciente, memórias que foram retiradas da consciência devido ao incômodo ou dor causado. Por essa razão, o acesso a estas representações é bloqueado pelo indivíduo (Freud, 1980; Fulgencio, 2010).

Experiência singular de amamentar: sentimentos e sensações envolvidas

Esta categoria busca apontar para os aspectos implicados no processo da amamentação, bem como os sentimentos, sensações e como cada puérpera vivencia a experiência de amamentar durante o internamento na UCINCa.

Alguns sentimentos relacionados a experiência da amamentação são ressaltados na fala da participante Paula conforme descrito a seguir:

"Ah, é muito boa... a gente ter o neném assim perto da gente, né?! A gente poder saber que é da gente..". (Paula)

"[...] ah, eu acho muito bom amamentar." (Paula)

"Muito amor pelo bebê, carinho, né?!" (Paula)

Nessas falas é evidenciada a entrega da puérpera em amamentar o seu bebê, o que fortalece o vínculo entre a díade mãe-bebê. Sendo esse um cenário favorável para a continuidade do aleitamento (Gutman, 2013). Este estado emocional influencia diretamente no processo da amamentação, visto que é através dos sentimentos, pensamentos e sensações que influenciam na secreção do leite materno ou na sua inibição (King, 2001).

Algumas puérperas enfatizaram tanto a emoção, quanto o medo que sentiam ao presenciarem que seus bebês, que anteriormente não conseguiam pegar o peito, passaram a sugar o leite, conforme descrito nas falas abaixo:

"[...] como meu bebê recém-nascido ele tá começando a pegar o peito agora então as vezes a gente fica nervosa fica preocupada né! Com medo de não sugar direitinho ficar com fome [...]." (Paula)

"Eu nunca tive essa experiência [...] ela não conseguiu pegar o peito ainda [...] ela não consegue pegar não." (Patrícia)

As falas de Paula e Patrícia revelam a complexidade do aleitamento no contexto da prematuridade, tal particularidade é decorrente da ruptura inicial entre a mãe e o bebê no período do internamento na UTIN. Nesse período, a forma de alimentar o recém-nascido pré-termo ocorre por meio da terapia nutricional parenteral ou com o auxílio de sondas, já que o bebê não possui maturidade fisiológica para sugar o peito. Tal processo desencadeia nas mães um sentimento de impotência, o que interfere na produção do leite materno.

Ao serem admitidas na UCINCa, começa uma nova fase de adaptação para o recomeço do aleitamento, sendo necessário para algumas puérperas a relactação. Nesse processo, será importante o cuidado e a acolhida da equipe, pois esse momento de reencontro entre mãe e bebê é de extrema importância para o sucesso da amamentação, uma vez que será uma experiência nova para díade (Brasil, 2017).

A duração do período amamentação e a influência sociofamiliar na vinculação mãe-bebê

Nesta categoria, pretende-se evidenciar a duração do período que as puérperas, participantes do estudo, desejam amamentar seus bebês, ressaltando a influência desta predisposição e a influência sócio familiar para a vinculação entre mãe e bebê.

Uma das puérperas relatou que a opção por amamentar seus filhos advém do conhecimento difundido entre gerações, bem como de experiência pregressa, conforme é evidenciado nas falas a seguir:

"A maioria das minhas amigas amamentou e minha tia também [...], mas, assim, todas que puderam amamentar sempre amamentaram." (Paula)

"[...] é o que praticamente eu já fiz na minha primeira gestação, né?! [...]." (Paula)

Foi evidenciado nas falas de Paula a influência da experiência pregressa na prática da amamentação, sendo positiva ou negativa, ambas podem ser determinantes para que a puérpera optasse por amamentar em uma nova gestação.

Cabe salientar que a rede de apoio é essencial no período do aleitamento materno, visto que mulher está vivenciando vários momentos de adaptação na relação com o bebê, a ausência desse suporte pode acarretar o desmame precoce. Nesse sentido, Silva (2014) ressalta que o convívio familiar, com vizinhas e amigas, tem um papel importante na decisão e manutenção desse processo.

Ao serem consultadas sobre quanto tempo desejavam amamentar seus bebês, as puérperas afirmaram que pretendiam fazê-lo por um período prolongado, conforme evidenciado nas falas de Patrícia e Paula:

"Até um ano, um ano e pouco." (Patrícia)

"Se possível, até os dois anos de novo (risos)..." (Paula)

O MS recomenda o aleitamento materno até dois anos ou mais, sendo exclusivo nos primeiros seis meses de vida, não sendo necessária a introdução dos alimentos complementares antes desse período, podendo causar prejuízos à saúde da criança. Acrescenta que no segundo ano de vida, o leite materno continua trazendo benefícios para saúde, contendo importantes nutrientes como: vitaminas A e C e proteínas (Brasil, 2015).

A vinculação com o bebê, como resultado do período prolongado de amamentação, é apontada na pesquisa por uma das participantes, que comentou a respeito da influência que o ato de amamentar possui no fortalecimento do vínculo entre mãe e bebê, o que pode ser percebido na fala abaixo:

"Sensação muito boa, eu fico muito feliz [...] muito, muito feliz mesmo." (Luana)

"É boa né! Uma ligação com a criança" (Maggie)

Compreende-se que o momento da amamentação/alimentação é fundamental para o estabelecimento do vínculo mãe-bebê, este se dá através do olhar, do contato pele a pele e da forma de segurar o filho. Tais aspectos são potenciais para favorecer o fortalecimento desse vínculo, proporcionando para a criança, a expansão afetiva.

Nessa perspectiva, Silva (2008) salienta que os benefícios que a amamentação propicia não são apenas alimentícios e imunológicos, mas também o desenvolvimento emocional da criança o que vai subsidiar as relações afetivas da vida adulta.

Corroborando com esse pensamento, Boccollini et al. (2011) enfatiza que a amamentação na primeira hora de vida contribui para o estabelecimento do vínculo mãe-bebê e na duração do tempo que a puérpera decide amamentar seu filho.

Ressalta-se que o fortalecimento do vínculo entre a díade mãe-bebê surge como reflexo de um período prolongado de amamentação. Em relação a isso, é possível perceber, a partir dos relatos abaixo, o quanto o aleitamento possui influência neste processo de vinculação:

"[...] quando eu estava em casa e ela aqui era estranho, como se seu coração e sua mente estivessem aqui e seu corpo lá [...] Não sei explicar, eu só penso em mim e nela." (Maggie)

A fala de Maggie sugere a existência de um vínculo estabelecido com o bebê, uma vez que ao descrever seus sentimentos e emoções envolvidos no ato de amamentar, a puérpera ressalta que para ela, nesse momento, a única coisa que existe é ela e o bebê, deixando de lado as interferências externas.

O processo de vinculação entre mãe e bebê começa a ser estabelecido desde o período gestacional. Esse processo é fundamental no cuidado com o bebê, pois, nessa fase, a mãe está com sua sensibilidade aumentada, facilitando a percepção das demandas do seu bebê. Este é um processo que a puérpera vivencia com extrema sensibilidade às manifestações expressas pelo bebê, de forma a negligenciar suas demais necessidades. Nessa identificação, a mesma é capaz de perceber os sinais de necessidades do seu bebê e satisfazê-los com grande eficácia (Pilotto et al., 2009).

Felice (2000), influenciada pelo pensamento de Winnicott (1982), defende que a "preocupação materna primária" é um estado que se desenvolve na mulher no período da gestação, perpassando pelo pós-parto durante algumas semanas. Esse estado possibilita que a puérpera vivencie uma sensibilidade aumentada, permitindo que a mesma se ajuste às necessidades iniciais do bebê e abandone, de forma transitória, outros interesses.

Ao entrar nessa fase, muitas vezes as puérperas não conseguem separar: ela é o bebê e o bebê é ela, e não tem nada de estranho nisso, pois um dia ela foi um bebê e traz consigo as lembranças de que um dia foi cuidado por alguém, lembranças essas que podem ajudar ou atrapalhar o seu momento como mãe (Winnicott, 1999).

A identificação da mãe com o seu filho é de suma importância para que a mesma possa desenvolver a capacidade de identificar as necessidades de seu recém-nascido, visto que essa relação favorece um resgate às lembranças da sua própria fase de bebê, quando havia sido cuidada por uma figura materna. Nesse processo, a puérpera pode entrar em contato com as experiências positivas ou negativas desse período, propiciando o cuidado com o seu filho ou em outros casos atrapalhando esse contato. (Winnicott, 1999).

No que concerne ao estímulo à amamentação, há de se considerar a atuação dos profissionais de saúde como grandes incentivadores do aleitamento materno, sobretudo através do uso dos documentos orientadores, como dispositivos para ampliar as orientações. Este aspecto pode ser identificado na seguinte fala:

"Quanto ela precisar [...]! Eu li na caderneta de gestante que é até dois anos ou mais." (Maggie)

A participante Maggie, na sua fala, defende que a opção por amamentar a filha por um período prolongado advém do acesso às informações específicas sobre o tema, contidas na caderneta da gestante. Nesse cenário, é possível perceber a importância das orientações sobre o aleitamento materno, a influência destas no ato de amamentar e, consequentemente, no fortalecimento do vínculo entre mãe e bebê.

Diante disso, torna-se essencial que os profissionais de saúde construam práticas de cuidado pautadas em tecnologias leves, que produzam sentidos para as mulheres, em prol de uma postura protagonista em relação ao processo de amamentação.

Cabe aos profissionais apoiar e incentivar as puérperas na prática da amamentação, lançando mão da escuta qualificada para identificar os medos, ansiedades e angústias que esse momento proporciona. Além disso, é importante informar sobre a

fisiologia da lactação, seus benefícios, como cuidar das mamas, incentivar com elogios os cuidados realizados pelas puérperas, bem como se mostrar disponível em caso de alguma dificuldade enfrentada pelas mesmas. Esses cuidados disponibilizados pela equipe favorecem que as puérperas sejam persistentes nas dificuldades com a amamentação e persistam também no prolongamento desse período (Marques et al., 2010).

Convém destacar como aspecto pertinente no estabelecimento do vínculo mãe e bebê, a presença da figura paterna durante o período de internamento podendo influenciar positivamente, dentre outros aspectos, no aleitamento, proporcionando que as mulheres se sintam mais seguras para amamentarem seus filhos, conforme identificado na fala de Luana:

"Acho bom, me sinto normal, aliviada." (Luana)

"[...] me sinto bem." (Patrícia)

O processo da vinculação durante a amamentação perpassa pela existência ou não da rede de apoio da puérpera, proporcionando à mesma uma maior segurança (Gutman, 2013). Nas falas acima, as participantes demonstram o quanto elas se sentem seguras com a presença de uma rede de apoio por saberem que têm a quem recorrer em um momento de insegurança.

Silva, Santiago e Lamonier (2012) ressaltam que, dentre todos os atores que influenciam as puérperas no processo da amamentação, o pai do bebê tem um papel de maior relevância, visto que, de acordo com o olhar materno, a presença do pai no período puerperal faz toda a diferença na decisão da mulher em amamentar, bem como na sua continuidade.

Nesse sentido, um fator relevante para a indução da participação paterna é o reconhecimento desse papel pelos profissionais de saúde, que ao envolver os pais em todos os momentos, desde o pré-natal, possibilitam que os mesmos reflitam acerca da importância desse apoio (Rego, 2016).

 

Considerações finais

A partir desse estudo, foi possível perceber que a compreensão apresentada pelas puérperas acerca da amamentação é superficial, demonstrando pouco conhecimento sobre os benefícios da amamentação, sendo que o ato de amamentar, diversas vezes, está associado às experiências pregressas ou por incentivo de outras mulheres da rede de apoio.

Destaca-se que as participantes da pesquisa admitem que o aleitamento por um período prolongado oferece benefícios para a saúde do bebê e fortalece o vínculo entre a díade mãe-bebê. Contudo, não basta apenas que essas mulheres estejam empoderadas sobre o assunto, elas precisam estar inseridas no contexto que lhes tragam segurança e apoio em sua tomada de decisão, não apenas de sua rede de apoio, como também da equipe de saúde em que está inserida dentro da sua comunidade.

O estudo apresenta potencialidades em promover reflexões em diversos atores (usuárias e trabalhadores) em relação à amamentação e sua influência na vinculação mãe-bebê, com vistas à possibilidade de novas práticas de cuidado, pautadas na ampla utilização de tecnologias leves. Cabe salientar que a amostra reduzida, a pouca idade da maioria das participantes e a pouca experiência das puérperas, devido ao fato de serem primíparas, podem ser considerados limites desta pesquisa. Ademais, acredita-se que novos estudos que abordem minuciosamente os aspectos psicoemocionais envolvidos no processo de amamentação, desde o acompanhamento de pré-natal até o puerpério, subsidiarão uma maior compreensão sobre esta temática.

 

Referências

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Submetido em: 11.09.2018
Aceito em: 03.05.2019

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