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Contextos Clínicos

Print version ISSN 1983-3482

Contextos Clínic vol.13 no.1 São Leopoldo Jan./Apr. 2020

http://dx.doi.org/10.4013/ctc.2020.131.14 

10.4013/ctc.2020.131.14 ARTIGOS

 

O Suicídio na Perspectiva das Psicologias Humanista, Fenomenológica e Existencial: Revisão Sistemática e Metassíntese

 

The Suicide in the Perspective of Humanistic, Phenomenological and Existential Psychologies: Systematic Review and Meta-Synthesis

 

 

Carolina Alves CruzI; Danilo de Oliveira SalesI; Letícia Silva de SouzaI; Paulo Coelho Castelo BrancoII

IUniversidade Federal da Bahia
IIUniversidade Federal do Ceará

Correspondência para

 

 


RESUMO

Objetivamos analisar as produções científicas nacionais sobre o suicídio segundo as psicologias humanista, fenomenológica e existencial. Foi utilizado o método de revisão sistemática seguido de uma metassíntese qualitativa dos achados. Computamos 18 artigos categorizados e analisados conforme título, autoria, base de dados, periódico, ano de publicação, área de discussão, tipo de estudo, objetivos e resultados. Os resultados demonstram: proeminência de produções na Revista da Abordagem Gestáltica; concentração de publicações no PePSIC; aglomeração de produções na última década, em razão das políticas de prevenção ao suicídio; expressividade de produções filiadas à UFRN; concentração de estudos empíricos norteados pelo método fenomenológico e influenciados por Heidegger. Os achados foram sintetizados segundo: as relações entre psicopatologia e suicídio; os motivos e explicações sobre o suicídio; o pensamento fenomenológico-existencial acerca do suicídio; as práticas e intervenções humanista, fenomenológica e existencial no tratamento. Concluímos que os estudos consideram as tradicionais perspectivas biomédicas de pensamento e manejo do suicídio, contudo tentam repensar isso com base em lentes clínicas mais subjetivas e compreensivas.

Palavras-chave: suicídio; fenomenologia; psicologia humanista.


ABSTRACT

We aim to analyze the national scientific productions about the suicide according to humanistic, phenomenological and existential psychologies. The systematic review method was used followed by a qualitative meta-synthesis of the findings. We computed 18 articles categorized and analyzed according to title, authorship, database, journal, year of publication, discussion area, type of study, objectives and results. The results demonstrates: prominence of productions in Revista da Abordagem Gestáltica; concentration of publications in PePSIC; productions agglomeration in the last decade, due to suicide prevention policies; expressiveness of productions affiliated to UFRN; concentration of empirical studies guided by the phenomenological method and influenced by Heidegger. The findings were synthesized according the: relationship between psychopathology and suicide; motives and explanations about suicide; phenomenological-existential thinking about suicide; humanistic, phenomenological and existential practices and interventions in treatment. We conclude that the studies consider the traditional biomedical perspectives of suicide's thinking and management, however they try to rethink this based on more subjective and comprehensive clinical lenses.

Keywords: suicide; phenomenology; humanistic psychology.


 

 

Introdução

Segundo a Organização Mundial de Saúde - OMS (2006), o suicídio é considerado um problema de saúde pública, sendo definido como uma agressão deliberada e executada pelo próprio indivíduo, cuja finalidade seja a sua morte, de forma consciente e intencional, ainda que ambivalente, através do uso de meios letais. De acordo com os dados da OMS, em 2012, ocorreram 800 mil suicídios, tornando-se este fenômeno a segunda principal causa de morte e responsável por 1,4% do total de mortes a nível mundial. Devido a prováveis subnotificações, estima-se que o número de tentativas de suicídio seja de 10 a 20 vezes maior que o número de óbitos por suicídio (Botega, 2015).

No Brasil, estudos epidemiológicos mostram que as taxas de suicídio vêm aumentando no decorrer dos anos, com os índices mais elevados nas regiões Sul, Centro-Oeste e em cidades de pequeno e de médio porte populacional, com predomínio significativo do sexo masculino na faixa etária entre 15 a 34 anos (Botega, 2015). Dados do Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde (Brasil, 2019) identificaram que no período de 2011 a 2015, foram notificados 55.649 óbitos por suicídio no Brasil, com uma taxa geral de 5,5 para cada 100 mil habitantes. Não obstante, o fenômeno do suicídio é mais frequente nas áreas mais desenvolvidas do País, existindo, também, um crescimento nas regiões em desenvolvimento, a exemplo do Nordeste, destacando os estados do Ceará e da Bahia, por representarem juntos mais de 40% das mortes por suicídio na região (Carmo, Ribeiro, Nery & Casotti, 2018).

A compreensão dos aspectos epidemiológicos, dos meios letais frequentes, fatores de risco e medidas de proteção são essenciais para mapear a problemática e, ainda, para fomentar políticas públicas de prevenção do suicídio. Todavia, trata-se de um fenômeno complexo, originário de um processo humano e universal, cuja causa não deve ser reduzida a um acontecimento específico. A compreensão desse fenômeno deve considerar a trajetória de vida, a subjetividade, o contexto histórico, econômico e cultural (Teixeira, Souza & Viana, 2018).

Considerando tal complexidade, a Psicologia tem se debruçado em investigar o suicídio, para além das investigações epidemiológicas e estatísticas. Em uma análise temporal realizada por Gomes, Inglesias e Constatinidis (2019) foi identificado que, entre os anos de 2006 e 2010, a maioria dos estudos da área da Psicologia teria finalidade predominantemente compreensiva, seja na caracterização de populações de risco ou na descrição das dinâmicas psíquicas envolvidas no fenômeno em tela. A partir de 2011, o enfoque dos estudos passou a ser mais social, identificando fatores de risco externos e possíveis aspectos para a formulação de políticas públicas. No período de 2013 até 2016, o foco passou a se centrar mais na integração do atendimento ao comportamento suicida com a percepção dos profissionais que prestam o atendimento, bem como o manejo dos casos.

Com efeito, o suicídio pode ser, também, entendido como um fenômeno humano dado que o horizonte da morte, torna o ser consciente de sua finitude existencial, possibilitando-lhe um modo de se lançar no mundo, inclusive para fora deste. Nesse sentido, diversas perspectivas humanistas, fenomenológicas e existenciais (Fukumitsu, 2012, Feijoo, 2018, 2019) têm dialogado e produzido conhecimento sobre o suicídio. Destarte, este estudo objetiva realizar uma revisão sistemática e uma metassíntese qualitativa das produções científicas brasileiras acerca do suicídio segundo as psicologias humanista, fenomenológica e existencial.

 

Método

A pesquisa foi realizada mediante estratégia metodológica da revisão sistemática seguida de metassíntese qualitativa (Alencar & Almouloud, 2017) sobre as produções nacionais relacionadas ao tema do suicídio no âmbito das psicologias humanista, fenomenológica e existencial. Utilizamos como base de dados os Portais de Periódicos SciELO, PePSIC e o Lilacs, considerando o ano corrente no período da coleta e análise dos dados bibliográficos, a saber 2019.

As buscas foram realizadas utilizando o cruzamento do termo Suicídio com os seguintes descritores disponíveis no índice de assuntos do SciELO (total de 17): Gestalt-Terapia, Gestalt Terapia, Abordagem Gestáltica, Gestalt, Psicologia Humanista, Psicologia Humanística, Fenomenologia, Psicologia Fenomenológica, Psicologia Fenomenológica Existencial, Psicologia Fenomenológico Existencial, Psicologia Existencial, Abordagem Centrada na Pessoa, Terapia Centrada no Cliente, Carl Rogers, Terapia Não Diretiva, Logoterapia, Viktor Frankl. No índice do PePSIC encontramos os seguintes descritores (total de 17): Gestalt-Terapia, Gestalt Terapia, Gestalt, Fritz Perls, Psicologia Humanista, Psicologia Humanística, Fenomenologia, Psicologia Fenomenológica, Psicologia Fenomenológica Existencial, Psicologia Fenomenológico Existencial, Psicologia Fenomenológica Existencialista, Psicologia Existencial, Abordagem Centrada na Pessoa, Terapia Centrada no Cliente, Carl Rogers, Logoterapia, Viktor Frankl. No Lilacs encontramos disponíveis os seguintes descritores (total de 13): Gestalt-Terapia, Gestalt, Perls, Humanista, Psicologia Humanista, Fenomenologia, Psicologia Existencial, Abordagem Centrada na Pessoa, Terapia Centrada no Cliente, Carl Rogers, Logoterapia, Viktor Frankl.

O levantamento do material bibliográfico ocorreu no período de Outubro a Dezembro de 2019. Nos três bancos de dados, utilizamos como critério de inclusão, artigos publicados em periódicos nacionais, dissertações e teses (no Lilacs) produzidos por autores brasileiros que abordaram qualquer discussão teórica, prática ou empírica sobre como as psicologias humanista, fenomenológica e existencial versam o tema do suicídio.

Os artigos foram lidos conforme os seus títulos, resumos e palavras-chave. A partir de uma leitura seletiva, foram excluídas as produções que se repetiam nas bases de dados, havendo somente uma catalogação. Foram excluídas as produções de autoria estrangeira ou oriundas de periódico estrangeiro, por nos atermos às produções nacionais sobre o tema. Também não foram considerados livros ou resenhas.

A busca inicial nas bases de dados SciELO e PePSIC resultou em 23 referências; após remover as duplicações (n=5) e as produções em língua estrangeira (n=1) e resenhas (n=1), tivemos um número final de 16 artigos. A busca realizada no Lilacs resultou em 32 referências sem a identificação de teses e dissertações. Assim, após remover as duplicações (n= 16), as produções em língua estrangeira (n=9) e as produções não relacionadas à temática (n=5), identificamos o número final de somente 2 artigos.

Dessa forma, a partir das três bases investigadas, foram selecionados 18 artigos como amostra bibliográfica final. As produções resultantes foram compiladas mediante as seguintes categorias: título; autoria; base de dados; periódico; ano de publicação; área de discussão; tipo de estudo (teórico, empírico ou relato de experiência); objetivos; e resultados. Em caso de dúvidas houve leitura integral do texto seguida de uma ponderação entre quatro juízes. A Figura 1, exposta a seguir, demonstra o fluxograma da coleta de dados para atingir a amostra bibliográfica final.

Após a leitura integral de todos os artigos selecionados na etapa da revisão sistemática, os estudos foram agrupados por semelhança de conteúdo, de modo a realizar uma metassíntese dos resultados. Essa etapa intencionou relacionar os estudos de modo a desenvolver suas reflexões preservando seus dados originais, porém articulando-os de modo a obter outro olhar.

 

Resultados

Em seguida, na Tabela 1, apresentamos os dezoito estudos numerados e organizados de modo a permitir uma visão geral das produções minutadas. A compilação dos dados permitiu identificar uma proeminência de produções no periódico Revista da Abordagem Gestáltica - Phenomenological Studies (n=6), que tem um foco e escopo voltado para as perspectivas humanistas, fenomenológicas e existenciais. Além disso, ficou evidente a concentração de publicações na base de dados PePSIC, em razão deste concentrar somente periódicos de Psicologia.

No que se refere à distribuição temporal, identificamos uma aglomeração de produções na última década, uma vez que todas as produções datam a partir do ano de 2010. Inferimos que alguns marcos políticos vinculados à prevenção do suicídio podem ter relação com este dado, tomando como ponto de partida a Portaria Nº 1.876, de 14 de Agosto de 2006, que institui Diretrizes Nacionais para Prevenção do Suicídio, a ser implantada em todas as unidades federadas (Brasil, 2006) e como marco mais recente, a lei 13.819, de 26 de Abril de 2019 que institui a Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio (Brasil, 2019).

Em relação às autorias de produção de conhecimento na temática, identificamos a expressividade de Elza Dutra (n=6), com filiação institucional na Universidade Federal do Rio Grande do Norte; Virgínia Moreira (n=3) filiada à Universidade de Fortaleza;

Karina Fukumitsu (n=2) docente da Universidade de São Paulo; e Ana Maria Feijoo (n=2) vinculada a Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Segundo uma consulta no currículo lattes, essas autoras possuem incursão em pesquisas vinculadas aos temas do suicídio, saúde mental e psicopatologia. A Tabela 2, indicada a seguir, sintetiza e organiza as autorias, os objetivos e os achados dos estudos computados.

Os tipos de estudo mais observados são de cunho empírico (n=10), seguidos de teórico (n=5), revisão de literatura (n=2) e estudo de caso (n=1). A Tabela 3, apresentada em seguida, demonstra a distribuição de frequência das temáticas discutidas.

 

 

Ainda em relação aos tipos de estudos levantados, excluídas as revisões de literatura, identificamos uma predominância da utilização do referencial teórico e metodológico fenomenológico, com o uso frequente de entrevistas narrativas ou semidirigidas para coletar dados empíricos. Atentando-se para a numeração dos artigos apresentados na Tabela 1, a Tabela 4, exposta a seguir, especifica dessa categoria metodológica empírica.

 

Discussão

Nesta etapa, as produções foram agrupadas por semelhança de conteúdo, considerando-se a discussão sobre o suicídio nas perspectivas humanista, fenomenológica e existencial. Com base, na leitura dos 18 textos, elaboramos quatro metassínteses que articulam alguns estudos e tecem algumas metarreflexões sobre eles.

Psicopatologia e doenças associadas ao suicídio

De um modo geral, o suicídio tem sido estudado concomitante a ocorrência de transtornos mentais, uma vez que epidemiologicamente isso corresponde a um dos principais fatores de risco. Um estudo de revisão de 31 artigos, publicados entre 1959 e 2001, identificou que em 97% dos 15.629 casos de suicídio, ocorridos na população geral do hemisfério norte, caberia algum diagnóstico (Botega, 2015). No Brasil, os principais fatores de risco são transtorno mental, abuso de álcool e outras drogas, relação familiar conturbada e tentativa de suicídio prévia (Gomes et al., 2019). Com base nisso, alguns artigos versam a respeito dos transtornos mentais como fatores de risco associados à tentativa de suicídio, destacando a depressão como mais frequente. De maneira geral, os artigos apresentam o suicídio como agravo do sofrimento decorrente de algum transtorno mental.

Em uma perspectiva fenomenológica tatossiana sobre a relação do suicídio com a depressão e a melancolia, Souza e Moreira (2018), argumentam que a depressão é diferenciada conceitualmente da tristeza e da melancolia. A depressão é passível de ocorrer em todos os indivíduos, diferenciando-se entre depressão reativa (quando algum fator modifica a vida do sujeito), uma segunda manifestação denominada vida depressiva (quando a depressão nunca se ausenta e a pessoa se apresenta sempre mal) e uma terceira caracterizada como depressão-doença, que diz respeito a um estado mais grave, também chamado de melancolia. Esta, por sua vez, seria uma tentativa de isolamento do sujeito em si mesmo, caracterizada como um distúrbio da ordem do humor e não do sentimento, como a tristeza. Nessa perspectiva, as mencionadas autoras explicam que o sentimento é uma ação, um movimento afetivo direcionado para algo ou alguém; já o humor possui um teor de passividade que permanece subtraído à vontade do sujeito.

Assim, a melancolia se torna uma existência de esvaziamento e de estagnação, perdurando o sentimento de não poder agir e não poder viver. A depressão melancólica se configura como um estado de anestesia em que prevalece um sentimento de ausência de sentimento, encarcerando o sujeito em si próprio, distanciando-o do mundo exterior e tornando-o alienado de si mesmo (Souza & Moreira, 2018). A principal distinção entre a tristeza, a depressão, luto e melancolia é fundamentada na relação com o outro.

Corroborando com o estudo de Melo, Siebra e Moreira (2016), o sujeito é afetado de maneiras singulares por diversos atravessamentos de questões inerentes à relação indivíduo/sociedade. O estudo identificou certo consenso na determinação de fatores de risco/proteção na problemática do suicídio, como: vulnerabilidade social; o contexto familiar; suporte social; contexto social; e comorbidades. O entendimento do entrelaçamento entre o homem e o mundo no que se refere ao processo saúde-doença deve, portanto, ser investigado como uma experiência cultural, pois emerge não só de aspectos psicopatológicos, mas também políticos e sociais.

Destarte, o suicídio no caso da depressão melancólica tem relação com uma solidão absoluta e a morte se apresenta como uma alternativa para calar a dor de uma solidão existencial, estando muitas vezes associada a uma significação específica da sensação de já se estar morto. Diferentemente de outros tipos de depressão, em que o suicídio aparece como uma busca por mudança de situações e do meio ou pelo abandono da esperança, por exemplo. Em geral, as discussões sobre suicídio trazem uma tentativa de compreensão a partir de explicações causais e motivações para o ato, ainda que elas por si só não sejam suficientes para apreender a totalidade da experiência (Souza & Moreira, 2018). Contudo, vale ressaltar a importância de analisar elementos que compõem a decisão de findar a própria vida, para que seja possível acessar a variabilidade de determinantes na problemática do suicídio.

Motivos e explicações humanistas sobre o suicídio

Buscando uma definição de suicídio, os artigos baseiam-se na compreensão de teóricos como Cassorla (Fonseca & Lôbo, 2015; Rocha, Boris & Moreira, 2012; Dutra 2011; Assis, 2016), Camus (Dutra 2011), Werlang e Botega (Capucho & Jardim, 2013), Botega, Werlang, Cais e Macedo (Fukumitsu & Kovács 2016), Émile Durkheim (Fonseca & Lôbo, 2015), Sá e Werlang (Azevedo & Dutra, 2015) e a própria definição da Organização Mundial de Saúde (Capucho & Jardim, 2013; Dutra, 2012; Souza & Moreira, 2018). É consenso que o comportamento suicida é um fenômeno humano e abrange aspectos individuais, sociais, culturais e históricos, de modo que não é possível compreendê-lo a partir de explicações simplistas ou reducionistas.

Rocha et al. (2012) enfatizam que os valores de cada sociedade influenciam o valor que as pessoas atribuem à própria vida. O indivíduo em algumas situações pode atribuir a responsabilidade em tirar a própria vida ao outro, nesse caso, a pessoa se mata, ansiando matar o outro dentro de si mesmo, uma questão que leva a ponderar novamente sobre a relação com o outro (Azevedo & Dutra, 2012). De modo geral, a maioria dos estudos considera a variabilidade de determinantes do fenômeno; contudo, eles traçam suas análises sob perspectivas específicas, dando a entender o caráter desafiador de integrar todos os elementos que atravessam a problemática do suicídio.

As perspectivas teóricas humanistas trazem diferentes compreensões dos sentidos do suicídio. Para a Abordagem Centrada na Pessoa (ACP), segundo Rocha et al. (2012), é importante considerar pequenos gestos que atentem contra a própria vida, ainda que a maioria deles passem despercebidos. Isso é importante na consideração de condições do indivíduo, possibilitando uma escuta facilitadora. As experiências vividas deixam registros profundos na existência humana, ainda que os indivíduos se afastem temporariamente de seus impactos. Sendo assim, a superação de momentos de dor e sofrimento depende da abertura a novas experiências, ainda que possam apresentar riscos, mas em um ambiente de aceitação e ressignificação.

Azevedo e Dutra (2012) acrescentam que todo organismo é influenciado por uma tendência a desenvolver suas potencialidades, o que Rogers chama de Tendência à Realização. Junto a isso, o self funcionaria como um elemento regulador do comportamento humano, de modo que quando há uma tensão entre o organismo e o meio, a autoconsciência visa eliminar tal conflito, pela via da modificação do ambiente ou pela modificação do comportamento do próprio organismo. A incongruência seria outro elemento que surge dessa tensão, destacada como um estado de desacordo interno entre a percepção do self e a experiência presente. Considerando a indissociabilidade do organismo com o meio, é provável que existam incongruências que motivem o suicídio enquanto um comportamento não-regulador e destrutivo.

Assim como na ACP, na Gestalt-Terapia, depreende-se que há uma questão decorrente do contato do organismo com ele próprio e com o meio. As experiências organizadas na Gestalt da estrutura do self trazem uma contribuição complementar no que se refere à questão do contato. "Para Perls, o caminho para a saúde psicológica encontra-se na integração harmoniosa de todos os aspectos do self" (Fukumitsu & Scavacini, 2013, p.199). Quando se trata do suicídio, o objetivo não é corrigir o comportamento da pessoa que tenta se matar, mas facilitar uma reflexão sobre o fluxo de contatos (Gestalten) interrompido. Vale ressaltar que não se deve tentar eliminar esses conflitos, mas sim, tratá-los como um distúrbio do campo (Fukumitsu & Scavacini, 2013). A Gestalt-Terapia, compreende o suicídio como um ajustamento criativo disfuncional, ou seja, são reações autorreguladoras, o que as torna disfuncionais é que estão cristalizadas, desconsiderando a existência de novos recursos, estagnado as potencialidades ao crescimento. É a partir dessa concepção que o sistema de fluidez de contato se torna importante para a regulação do indivíduo (Fukumitsu, 2012).

Os mecanismos de bloqueio do contato podem se manifestar de diferentes formas e a compreensão desse movimento favorece o aprendizado de alguns sentidos do suicídio sob uma perspectiva gestáltica. Dentre eles, a projeção revela uma busca da pessoa por outro modo de viver, colocando em sua fantasia de que tudo seria diferente se morresse. Já na retroflexão, o processo de falha na autorregulação se torna mais perceptível, quando na impossibilidade de lidar com o meio ambiente, o sujeito investe sua energia em auto-aniquilamento. No caso da confluência, pode-se perceber quando a pessoa parece já se sentir morta em vida e morrer significaria identificar-se em totalidade com a parte já morta. Diferenciando-se da proflexão, que pode ser identificada quando, por meio de sua morte, o indivíduo deseja ameaçar o outro para que uma determinada situação se torne como desejava. Estes são alguns dos sentidos possíveis de ser compreendidos, a partir da identificação do sistema de contatos que a pessoa estabelece consigo e com o campo (Fukumitsu & Scavacini, 2013).

A agressão deliberada no suicídio, portanto, revela uma condição de aniquilamento da própria pessoa, mas também sinaliza para as relações que ele estabelece com o outro e com o mundo, bem como os significados que ele atribui a essas relações e o quanto elas participam deste aniquilamento.

Perspectiva fenomenológica-existencial sobre o suicídio

O pensamento de Martin Heidegger fundamenta e é mencionado em grande parte dos estudos compilados, em especial pelas suas noções ontológicas de Dasein, ser-no-mundo, dos modos-de-ser e do ser-para-a-morte. No entanto, Rocha et al. (2012) desenvolvem sua explanação sobre o suicídio partindo dos referenciais da ACP e da fenomenologia ambígua de Merleau-Ponty, para então explorar a angústia de uma vida inautêntica que entende o suicídio com uma forma de cessar essa angústia, mesmo que para isso tenha de abrir mão da vida.

Pressupondo como ponto central a análise das possibilidades de ser-no-mundo, as condições ambientais, socioeconômicas e familiares podem ser fatores limitantes do indivíduo. Roehe e Dutra (2017) descrevem o Dasein como lançamento no mundo a partir das possibilidades de ser. O Dasein se dá, para si, para o mundo e para os outros. Quando essas possibilidades estão inacessíveis podem iniciar se movimentos de busca de novas formas de se lançar no mundo com um ser-para-a-morte. Tendo a morte como uma realidade, o suicídio é a antecipação disso.

Dutra e Roehe (2013) perceberam que o contexto social priva o sujeito dos seus modos-de-ser, havendo uma relação direta disso com a experiência suicida. Outro sentido bastante explorado é o peso ou carga da existência, que é uma consequência direta desse lançamento no mundo, as autoras aludidas exploram o fato de que somos lançados em um mundo, em condições que não temos controle, e cabe a nós nos apropriarmos de nossa existência. Muitos nesse processo têm o suicídio como forma de tomar sua existência nas mãos. Assim, Dutra e Roehe (2013) levantam essa possibilidade para a compreensão do suicídio, chegando a uma experiência de ser o que não se quer ser, quando não se sustenta essa carga da existência. Tal sofrimento gerado por essa vivência inautêntica ajuda a compor o horizonte onde a morte pode ser mais atrativa do que a vida.

A característica do pensamento heideggeriano de negar o homem como um ser isolado, também, mostra-se na dimensão do ser-com, já que o Dasein existe nas suas relações com o mundo e com os entes que estão nele. Logo, "Ainda que alguém vivesse completamente isolado, o isolamento indica a referência aos demais. Isolar-se ou viver junto a várias pessoas são possibilidades de um ente cuja relação com os outros é condição de seu modo de ser" (Roehe & Dutra, 2017, p.08). O termo ser-com aparece de várias maneiras nos artigos, por exemplo, na análise das experiências de tentativa de feminicídio seguida de suicídio, feita por Azevedo e Dutra (2015), na qual o homicídio seguido suicídio aparece como uma não aceitação da escolha da companheira de não mais ser-com-ele.

Outro exemplo está nas experiências de adolescentes que tentaram suicídios investigados por Dutra (2011), onde a autora identificou que nas suas narrativas sempre figurava o outro, em que era depositado os supostos motivos das tentativas de suicídio, denotando a mundaneidade do Dasein. Além disso, no relato desses jovens constantemente aparecia a vivência de não ser aceito pelo outro, implicando "(...) um vivenciar de angústias e sofrimentos constantes (...). O sentimento de não ser-com-os-outros do seu mundo gera situações que conduzem à sensação de fracasso, desesperança e solidão, criando uma possibilidade para o fim do sofrimento (...) através do suicídio" (Dutra, 2011, p. 06).

Dutra (2012) usa do mesmo método para pensar a experiência de jovens universitários, com ideação e tentativas de suicídio, para isso ela lança mão do conceito de tédio, que leva a discussão para o âmbito da constituição da modernidade, bem como da objetificação e coisificação do outro e de si mesmo, levando a impessoalidade do Dasein.

Os artigos aqui estudados, em comum, tentam produzir um entendimento do fenômeno do suicídio, através da análise das condições existenciais que levam uma pessoa a abdicar da vida. Nesse esforço, fica clara a multiplicidade de experiências sobre o fenômeno suicida. Entretanto, apesar dessa multiplicidade, pudemos perceber alguns elementos em comum, como: os modos-de-ser inautênticos; o sofrimento por não ser aceito e não se aceitar; as condições limitantes dos modos-de-ser que perpassam a experiência humana. Todos eles gerando sofrimento e a tentativa de cessar a vida.

Práticas e intervenções humanista, fenomenológica e existencial

Os conteúdos sintetizados nos artigos lidos apontam uma direção para lidar com o suicídio em uma visão integrada do homem. As abordagens humanistas e existenciais buscam ultrapassar as barreiras diagnósticas, morais, religiosas e de julgamento. Não obstante, emerge o desafio de alcançar uma prática que esteja para além dos manuais e que não objetive somente o impedimento da morte, pois se pode recair em uma postura de controle ou indiferença ante a experiência singular do outro e os seus modos de se lançar no mundo (Feijoo, 2018).

Tomando como fator a dinâmica social, torna-se relevante considerar esse aspecto na condução do atendimento clínico. Os artigos pontuam a situação clínica e a postura do terapeuta tanto como profissional como pessoa para lidar com o suicídio, pois, intrinsecamente, carregam-se crenças, julgamentos e visões sobre a temática. Freitas (2016) considera que na Gestalt-Terapia não é possível que o terapeuta mantenha uma postura de neutralidade e que, diante disso, o terapeuta pode se utilizar da própria relação como ferramenta no processo terapêutico. Fukumitsu e Scavacini (2013) destacam a necessidade de o terapeuta estar aberto e atento para as questões que se referem à vida e morte, revisitando também suas crenças e sentimentos relacionados ao suicídio. Assim, o manejo psicoterapêutico pode ser favorecido por essa compreensão primeiramente pessoal e, posteriormente, fenomenológica sobre a vida, para oferecer uma disponibilidade genuína para o outro. Feijoo (2018) destaca que o terapeuta deve "(...) assumir uma atuação clínica que não se incline ante uma perspectiva moralizante, seja ela de ordem médica, jurídica ou sacerdotal" (p. 175).

Dessa forma, o setting clínico e a postura do psicoterapeuta devem ser voltados para fornecer um espaço que facilite o esclarecimento, a reconstrução e a mobilização do sujeito ante ao suicídio e as formas de enfrentar a dor e o sofrimento (Feijoo, 2018). Embasada na Fenomenologia, a autora considera três elementos essenciais para orientar o trabalho do psicólogo, a saber: redução fenomenológica; a descrição dos vetores internos ao fenômeno; e a explicitação das experiências. Fukumitsu e Scavacini (2013) explanam sobre a Gestalt-Terapia e, nesse sentido, buscam enriquecer o contato e ampliar a awareness do cliente na relação entre ele, o ambiente e o campo, de forma que seja possível compreender o suicídio sob a perspectiva de quem o intenciona. Freitas (2016) salienta que a prática do Gestalt-terapeuta requer disponibilidade para acompanhar o cliente em uma caminhada que ultrapassa um processo técnico. Com efeito, a autora indica algumas características necessárias, como "Empatia, capacidade de ouvir e prestar atenção no outro, não julgar, estar disponível e aberto ao encontro genuíno, ser curioso, criativo e observador, se abrir para o novo, permitir-se ser ignorante, (...) estar pronto para o inesperado" (p. 95).

Fukumitsu e Scavacini (2013) apontam, como foco da terapia, a investigação da motivação do suicídio e suas fantasias associadas. Além disso, faz-se necessário trabalhar o potencial e os fatores de proteção, para descobrir os melhores recursos do cliente e suas possibilidades de realizar novos ajustamentos criativos. Em síntese, as autoras reuniram as intervenções desenvolvidas na atuação clínica e na revisão de literatura. Destaca-se: a avaliação de risco de suicídio explorando seus fatores; planejamento e dinâmica relacional; foco no awareness da ambivalência morrer-viver; acolher os sentimentos negativos como a raiva, tristeza, impotência e solidão; explorar com o cliente o sentimento de pertencimento em relação a algo ou alguém; estabelecer um contrato não suicida para que ele comunique antes de uma tentativa ou procure alguém que possa oferecer acolhimento no momento.

Ademais, Freitas (2016) apresenta a postura da Gestalt-Terapia como uma solução terapêutica que prioriza mais a experiência, o aqui-e-agora do que as explicações ou interpretações, pois "(...) a vivência e o acontecimento são as melhores explicações" (p. 99). Desse modo, a ideação ou tentativa suicida pode ser revisada tendo como base a característica de ser um padrão de existência que está se manifestando de tal forma no agora. Fukumitsu e Scavacini (2013) destacam que a importância de que o profissional esteja consciente de que sua tarefa não é a de salvar a vida, mas sim facilitar a ampliação das possibilidades existenciais do cliente, para que este lide com suas questões.

Portanto, o trabalho do psicoterapeuta é desafiador, pois exige uma suspensão fenomenológica e ao mesmo tempo demanda atitudes como congruência e compreensão empática para viabilizar a aproximação da experiência do cliente. Em consequência disso, a existência suicida do outro provoca o contato do terapeuta com a sua própria experiência. Por essa razão, destaca-se a importância do terapeuta se dedicar não só teoricamente ao tema, mas também realizar um cuidado pessoal para tratar as questões emocionais que emergem do envolvimento com os clientes (Freitas, 2016).

 

Considerações finais

A literatura apontou o suicídio como um fenômeno multicausal cuja compreensão está pautada especialmente pela trajetória de vida da pessoa e o seu contexto histórico, social e cultural. Identificou-se que são utilizadas diversas conceituações sobre o suicídio, sendo a mais comum a da OMS. Como ponto de partida, observa-se que as discussões e intervenções podem ser pautadas por um manejo curativista, baseado no modelo biomédico na perspectiva de salvar a vida. Para além disso, os estudos propõem lentes humanísticas, fenomenológicas e existenciais para repensar o suicídio e evitar o seu agravo, a partir de uma compreensão aprofundada da subjetividade do comportamento suicida e de um manejo clínico, que vai além de técnicas e protocolos para enfocar a compreensão dessa experiência na relação.

Longe de esgotar a problemática, a síntese dos achados revela a necessidade de mais estudos humanistas, fenomenológicos e existenciais sobre o suicídio, sobretudo, no âmbito empírico para suprir lacunas na perspectiva intervencionista do fenômeno ou, ainda, na sistematização de intervenções clínicas. Embora tenham sido escolhidas três bases de ampla abrangência na área da Psicologia e no território nacional, não se desconsidera o fato de que a inclusão de outras bases internacionais pode possibilitar futuras contribuições. Isso enseja a proposição de uma futura revisão sistemática e metassíntese para buscar complementações que agreguem reflexões aos achados ora obtidos e tecer comparações entre os cenários nacional e internacional.

 

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Correspondência para:
Paulo Coelho Castelo Branco
Av. da Universidade, nº 2762
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E-mail: pauloccbranco@gmail.com

Submetido em: 09.04.20
Aceito em: 14.07.20

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