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Contextos Clínicos

versión impresa ISSN 1983-3482

Contextos Clínic vol.14 no.2 São Leopoldo mayo/ago. 2021

 

ARTIGOS

 

Características e desfechos da educação em saúde e psicoeducação para dor crônica: uma revisão sistemática da literatura

 

Characteristics and outcomes of health education and psychoeducation for chronic pain: a systematic review of literature

 

 

Stephane Mossmann Ferreira; Juliana Thais Schneider; Emily Schwade; Bruna Fragoso Rodrigues; Carolina Bevilacqua Vedoin; Clarissa Tochetto de Oliveira

Universidade Federal de Santa Maria

Correspondência

 

 


RESUMO

O objetivo deste estudo foi caracterizar a produção científica referente à psicoeducação da dor crônica de forma a identificar quais modalidades de educação em saúde e psicoeducação estão sendo conduzidas, qual seu foco, para qual público-alvo e com que resultados. Foi realizada uma revisão sistemática da literatura em oito bases de dados nacionais e internacionais, de artigos publicados entre 1989 e 2020, em língua portuguesa e inglesa. Foram encontrados 1457 estudos, sendo 36 selecionados para análise. As informações foram organizadas nas categorias: conceito utilizado, foco do estudo, e características das intervenções. Verificou-se que a maior parte dos artigos não esclareceu o significado dos termos "psicoeducação" e "educação em saúde" embora seu uso tenha sido consistente e de acordo com a literatura. Constatou-se que as intervenções educativas são amplamente utilizadas no tratamento da dor crônica de adolescentes, adultos e idosos, apresentadas em diversos formatos e oferecidas, em geral, em conjunto com outras modalidades de tratamento. Psicoeducação e educação em saúde foram consideradas de fácil realização, com boa aceitação dos profissionais de saúde e entre pacientes adultos e idosos.

Palavras-chave: educação em saúde; psicoeducação; dor crônica.


ABSTRACT

The aim of this study was to characterize scientific publications regarding health education and psychoeducation for chronic pain in order to identify which modalities of health education and psychoeducation are being conducted, what are their focus, target audience, and results. A systematic review of literature was carried out in eight national and international databases of articles published between 1989 and 2020, in Portuguese and English. In total, 1457 studies were found, and 36 of which were selected for analysis. The information was organized into the categories: concept used, focus of the study, and characteristics of interventions. Results show that most articles did not mention the meaning of the terms "psychoeducation" and "health education" although their use was consistent and is in line with the literature. Educational interventions are used in the treatment of adolescents, adults, and elderly's chronic pain, in various formats and offered, in general, in conjunction with other treatment modalities. Psychoeducation and health education were considered achievable, with good acceptance by health professionals and among adult and elderly patients.

Keywords: health education; psychoeducation; chronic pain.


 

 

Introdução

A dor é descrita como uma sensação indesejada de ordem sensorial e emocional, de forma contínua e recorrente, causada por uma lesão real ou potencial em parte do tecido do organismo. No que se refere ao tempo de duração, a dor pode ser classificada em aguda ou crônica, conforme permanência menor ou maior que três meses, respectivamente (Barbosa et al., 2016; Souza, Vasconcelos, Caumo, & Batista, 2017).

A dor crônica (DC) pode ser compreendida como um fenômeno complexo em que fatores biológicos, psicológicos e sociais interagem entre si originando um quadro de dor persistente (Edwards, Dworkin, Sullivan, Turk, & Wassan, 2016; Jensen & Turk, 2014). A atribuição de sentido às experiências emocionais é responsabilidade da cognição. O sentido atribuído aos eventos pode desencadear respostas comportamentais ou outras emoções que amplificam, perpetuam ou facilitam o manejo da dor (Gatchel, McGeary, & Lippe, 2014).

Depressão e ansiedade costumam estar relacionadas à maior intensidade sintomática e incapacidade entre pacientes com DC. Sintomas depressivos e ansiosos, pensamentos e crenças disfuncionais referentes à condição clínica de dor são potenciais complicadores de qualidade de vida desses indivíduos (Lemes & Neto, 2017; Polakowski, Rodrigues, & Benchaya, 2020). Pensamentos desadaptativos a respeito da dor podem contribuir para sua manutenção e provocar a esquiva de atividades que no passado estavam associadas à sensação dolorosa, como exercícios físicos e tarefas domésticas. Comportamentos evitativos, por sua vez, aumentam a inatividade, a dependência e os sintomas depressivos - características relacionadas a um prognóstico clínico desfavorável (Turk & Wilson, 2010). Fatores cognitivos e emocionais também podem interferir na avaliação da dor, e fazer com que o paciente se torne mais sensível ao processo álgico e sua intensidade. É possível, ainda, que tenham impacto negativo na percepção de eficácia do tratamento e da incapacidade gerada pelo quadro álgico, de modo a gerar maior sofrimento e menor adesão às medidas terapêuticas recomendadas (i.e. não seguir as instruções do profissional da saúde, nem participar das decisões referentes à elaboração do seu tratamento (Barbosa, Vieira, & Garcia, 2018; De Castro, Jorge, Junior, Filoni, & Alves, 2018; World Health Organization, 2003).

O paciente com DC pode ter dificuldade de engajamento em tratamentos devido ao desconforto físico e psicológico causados pela algia. Contudo, supõe-se que uma maior compreensão por parte dos pacientes sobre a lógica que embasa o tratamento sugerido pelos profissionais possa contribuir para a adesão terapêutica (Ministério da Saúde, 2009). Uma estratégia para tal corresponde à educação em saúde. Esta compreende ações educativas acerca de temáticas da saúde para a comunidade, que visam a divulgação de informações sobre como fatores econômicos, sociais e ambientais podem interferir na saúde. Também busca o desenvolvimento de habilidades necessárias para a melhoria da saúde, por exemplo, o manejo de determinado quadro clínico, e como consequência, estimula a autonomia dos sujeitos no tratamento e na comunicação com os profissionais, bem como promove a sensação de autoeficácia do indivíduo (Ministério da Saúde, 2009; WHO, 1998). Outra estratégia que pode ser útil é a psicoeducação, que busca auxiliar na compreensão de determinada condição clínica, das suas consequências e dos objetivos do tratamento, bem como empoderar pacientes e familiares para melhorar suas habilidades para lidar com os problemas associados à doença (Oliveira & Dias, 2018). No caso da DC, a psicoeducação do processo álgico se difere e complementa a educação em saúde por meio do compartilhamento de estratégias para a compreensão, aceitação e manejo da dor com ênfase nos aspectos psicológicos que interferem na percepção e intensidade da dor (Penido & Dias, 2019; Robins, Perron, Heathcote, & Simons, 2016). Além disso, a psicoeducação também pode utilizar técnicas cognitivas e comportamentais a fim de promover a conscientização e prevenção em saúde mental de maneira geral e também em quadros específicos, como a DC (Carvalho, Malagris, & Rangé, 2019; Lemes & Neto, 2017).

A literatura sobre educação em saúde e psicoeducação na DC ainda apresenta lacunas que dificultam uma melhor compreensão e suporte psicológico a indivíduos que possuem esses quadros. Embora se saiba que essas estratégias beneficiem os pacientes (Hanscom, Brox & Bunnage, 2015), não está claro quais informações ofertar nem quais formatos (palestras, rodas de conversa, vídeos e biblioterapia) funcionam melhor. Estudos que façam uma compilação abrangente acerca de intervenções dessa natureza no processo álgico, bem como da eficácia desses métodos, devido à heterogeneidade de técnicas e à complexidade da DC, são fundamentais para aprimorar o atendimento psicológico dos pacientes. Diante disso, este estudo tem como objetivo caracterizar a produção científica referente à psicoeducação da DC. Em especial, busca-se identificar quais modalidades de educação em saúde e psicoeducação estão sendo conduzidas, qual seu foco, para qual público-alvo e com que resultados.

 

Método

A pergunta que guiou este estudo foi: como a psicoeducação e/ou educação em saúde para pacientes com DC estão sendo implementadas, para quem (pacientes, familiares, profissionais) e com que resultados? Para a realização desta revisão sistemática da literatura, foram seguidas as etapas sugeridas por Costa e Zoltowski (2014), bem como pelo protocolo PRISMA (Galvão et al., 2015).

Escolheu-se para a pesquisa dos artigos as bases de dados Scielo Brasil, Index Psi, Pepsic, Lilacs, PubMed, ScienceDirect, PsycINFO e Medline. A escolha pelas bases de dados baseou-se na disponibilidade de artigos em meio eletrônico com texto completo nacionais (Scielo Brasil, Index Psi, Pepsic) e internacionais (Lilacs, PubMed, ScienceDirect, PsycINFO, Medline). Os descritores escolhidos basearam-se no objetivo do estudo. Foram realizadas as combinações no campo busca geral/all indexes: ("dor crônica") AND ("psicoeducação" OR "biblioterapia" OR "educação em saúde") no idioma português e ("chronic pain") AND ("psychoeducation" OR "bibliotherapy" OR "health education") no idioma inglês. A busca dos artigos foi realizada entre julho e agosto de 2020.

No total, foram encontradas 1457 publicações, sendo 6 de bases brasileiras e 1451 de bases internacionais. Os resumos dos estudos foram lidos por dois juízes independentes, buscando delimitar a amostra de trabalhos a serem analisados na íntegra conforme os critérios de inclusão: (a) abordar psicoeducação e DC; (b) ser redigido em português ou inglês; (c) ser artigo original publicado em periódico científico, ou seja, não foram aceitos livros, capítulos de livros, relatórios, dissertações, teses e revisões de literatura. Os critérios de exclusão utilizados foram: (a) estar duplicado nas bases de dados; (b) não estar disponível na íntegra e (c) ser um projeto em andamento. O coeficiente kappa de concordância entre juízes foi de 0,99. As discordâncias foram solucionadas pela análise de um terceiro juiz. Nessa etapa, 1421 publicações foram excluídas. A Figura 1 demonstra as fases descritas para seleção da amostra.

A leitura dos artigos selecionados contou com uma equipe de cinco pessoas. Primeiro, procurou-se pelas informações mais relevantes do método, resultado e conclusão dos trabalhos. Em seguida, buscou-se elementos das intervenções, sua ordenação e síntese. Por último, as informações foram elencadas em diferentes categorias definidas a priori com base no objetivo do estudo: a) conceito utilizado; b) foco do estudo; e c) características das intervenções.

 

Resultados e Discussão

Foram analisados 36 estudos, dentre eles, 30 eram internacionais e seis eram nacionais. Informações sobre o termo utilizado para designar as intervenções, público-alvo e características das intervenções estão descritas na Tabela 1.

Entre os estudos internacionais, 26 apresentavam delineamento experimental (A1, A2, A3, A4, A5, A6, A7, A8, A9, A10, A13, A14, A15, A16, A17, A18, A20, A21, A23, A28, A29, A30, A31, A32, A33, A34), três eram estudos de levantamento (A24, A25, A36), e um estudo consistia em um relato de experiência (A12). Dos estudos nacionais, dois apresentavam delineamento qualitativo (A22, A27), dois eram estudos de levantamento (A11, A35), um era estudo de caso (A19) e um apresentava delineamento experimental (A26). As publicações internacionais ofereceram mais informações sobre o método utilizado na psicoeducação, bem como os resultados dessas intervenções, em comparação aos estudos nacionais, por se tratarem de estudos experimentais em sua maioria.

Conceito utilizado

Dos artigos selecionados, 38,89% utilizaram o termo educação em saúde para caracterizar as intervenções realizadas (A1, A3, A8, A10, A12, A15, A22, A25, A27, A28, A30, A31, A35, A36). Um estudo (A13) usou apenas o termo educação, referindo-se a um processo que busca ajudar os pacientes a adquirir e manter competências para gerenciar a DC. Outro (A11) usou o conceito educação sobre a dor para representar as intervenções educacionais que visavam a compreensão sobre aspectos da dor e sua redução.

O termo psicoeducação foi usado por 36,11% dos estudos para mencionar as intervenções realizadas (A4, A5, A6, A7, A14, A16, A17, A18, A21, A29, A32, A33, A34). As ações eram projetadas para treinar as habilidades de enfrentamento e autogestão do paciente, além de sua adaptação ao tratamento (A33, A34). Outro estudo (A16) tratou a psicoeducação como parte da terapia cognitivo-comportamental (TCC), tendo efeitos terapêuticos e efetivos para contenção do processo de cronificação da dor. Sua utilização também aumentou a compreensão dos pacientes sobre sua dor, o que melhorou a adesão ao tratamento.

De maneira geral, os autores dos estudos analisados usaram os termos educação em saúde e psicoeducação de maneira coerente. Aqueles que se referiram à educação em saúde transmitiram informações sobre DC a fim de estimular a autonomia do paciente e reduzir lesões. Já os que utilizaram o termo psicoeducação adotaram estratégias cognitivas e comportamentais para aumentar a aceitação, a compreensão e a percepção da dor nos participantes.

Foco dos estudos

As amostras das publicações analisadas foram compostas por diversas populações. A maioria dos estudos investigou pacientes adolescentes (A7), adultos (A8, A11, A13, A22, A32, A33, A34, A35) e idosos (A19) com DC em geral. A justificativa para amostras em diferentes fases do desenvolvimento consiste nas especificidades de cada faixa etária, como os impactos na funcionalidade e na qualidade de vida de cada indivíduo (Malta et al., 2017). Nesses casos, o objetivo foi avaliar os efeitos da TCC sobre o manejo de dor, ou averiguar os efeitos de uma cartilha de psicoeducação para dor.

Em relação a patologias que envolvem dor, os pesquisadores investigaram Angina Estável Crônica (A21), Esclerose Múltipla (A10), HIV (A15), público masculino portador de Hemofilia (A30), lesões musculoesqueléticas (A3) ou medulares (A17), e outros exclusivos à pacientes com dor não oncológica (A36). Em geral, o objetivo era analisar a eficácia da psicoeducação e da educação em saúde voltada para a dor. Indivíduos com quadros álgicos de profissões específicas como Taxistas (A25) e Militares do Exército Americano também foram pesquisados a fim de avaliar programas de educação em saúde, preditores positivos para o tratamento e déficits causados pela dor (A14, A29).

Outra parte da amostra centrou-se em patologias diferenciadas por gênero e faixa etária. Por exemplo, em relação à fibromialgia, alguns pesquisadores investigaram avaliação de pacientes mulheres sobre dor (A27, A28), enquanto outros avaliaram programas multidisciplinares de educação em saúde para o público geral (A1, A20, A26). Além desses, demais quadros álgicos foram estudados, como enxaqueca (A5) e dor lombar tanto em adultos (A2, A5) quanto em idosos (A23).

Constata-se que apenas 5,50% dos estudos pesquisaram indivíduos com transtornos psiquiátricos, apesar das evidências de comorbidades psicológicas relacionadas à DC (Barbosa, Vieira, & Garcia, 2018; De Castro, Jorge, Junior, Filoni, & Alves, 2018). Os que o fizeram focaram em pessoas com o diagnóstico de Transtorno Depressivo Maior (A18), comorbidades como Depressão e HIV (A31), e buscaram investigar a eficácia de um programa de psicoeducação baseado em terapia comportamental relacionado à dor e aos sintomas de depressão.

Os profissionais da saúde também foram alvo dos estudos. Em amostras de enfermeiras que trabalhavam com DC (A9, A12), os pesquisadores avaliaram a compreensão de profissionais e pacientes sobre a neurofisiologia da dor, e se os primeiros julgariam com precisão a compreensão que os últimos têm desses conceitos. Outro estudo foi composto por residentes de Medicina (A6) e buscava averiguar se a educação em saúde poderia ser eficaz na prática dos estudantes durante intervenções focadas na DC (A24).

Pais e cuidadores de indivíduos com DC (A4) foram foco dos estudos (5,55%), com o objetivo de aprimorar a autoeficácia dos pacientes e diminuir práticas protetivas exageradas dos cuidados (A7). A maior quantidade de estudos voltados não só para o paciente mas também para profissionais e cuidadores pode ser justificada por esses estarem em contato direto com os pacientes, auxiliarem na adesão ao tratamento e poderem interferir na percepção de autoeficácia. Contudo, estudos com essa amostra ainda são incipientes quando comparados aos voltados exclusivamente à instrução dos pacientes. Sugere-se maior foco na psicoeducação de profissionais e cuidadores para qualificar o manejo não só da DC em si, mas também de aspectos cognitivos (atenção, processamento da informação, memória), emocionais e sociais que modulam a percepção e intensidade da dor (Silva & Ribeiro-Filho, 2011). A inclusão de tais tópicos em intervenções psicoeducativas, aliada às possíveis comorbidades psicológicas que podem ser desencadeadas, pode contribuir para um melhor entendimento do quadro álgico e suas consequências na qualidade de vida do paciente. Ademais, é possível que intervenções psicoeducativas com o mesmo foco mas voltados para a população geral aumentem atitudes positivas frente às pessoas que são diagnosticadas com patologias que envolvem DC (Malta et al., 2017).

Características das intervenções

A maioria das intervenções da amostra analisada era composta por sessões sobre educação em saúde e psicoeducação da DC (A2, A4, A5, A7, A14, A18, A20, A21, A23, A24, A27, A28, A29, A32, A33, A34). Apenas sete estudos não detalharam o modelo utilizado (A1, A3, A8, A10, A15, A31, A36). Nos demais, a intervenção ocorreu de forma virtual - on-line, aplicativo, e-mail - (A16, A17, A19), em formato de aula em grupo (A11), apostilas, livretos e DVD's (A25, A30), documentos e guia com exercícios (A13), jogo de tabuleiro (A26), workshop (A6), elaboração e validação de cartilha (A22, A35). Três estudos que tinham como público-alvo também profissionais da saúde combinaram diferentes formatos, como seminários, palestras e atividades práticas (A9), leituras, fitas de áudio e supervisão (A12). Outro estudo utilizou seminário grupal para educação dos profissionais e sessão individual para os pacientes (A24).

Muitas intervenções para DC não utilizavam a psicoeducação isolada. Alguns estudos utilizaram sessões de TCC para dor aliada à psicoeducação (A16, A32) e outros, diferentes programas de gestão da dor com componentes psicoeducativos (A2, A5, A13, A14, A20, A23), psicoeducação aliada à fisioterapia e auto hipnose (A33, A34), à entrevista motivacional (A7, A29), a exercícios físicos e terapia de grupo (A27). Em outro trabalho, a psicoeducação foi utilizada apenas para o grupo controle (A17). Por não utilizarem unicamente a psicoeducação em seus modelos de tratamento para DC, os artigos analisados descreveram brevemente os componentes psicoeducativos, o que sugere uma lacuna nas informações referentes aos modelos das intervenções. Esses resultados são coerentes com uma série de achados já publicados (Bodoni et al., 2018; Oliveira et al., 2014; Silva, Rocha, & Vandenbergher, 2010).

A maioria das intervenções psicoeducativas ou de educação em saúde (52,7%) foi conduzida por psicólogos (A4, A5, A7, A8, A14, A16, A31, A33, A34) ou contava com psicólogos na equipe (A1, A9, A13, A15, A18, A20, A27, A28, A29, A30). Em geral, além de psicólogos, participavam das intervenções médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais e farmacêuticos. Nove estudos realizaram a psicoeducação ou educação em saúde sem a presença de psicólogos (A2, A6, A12, A19, A21, A22, A24, A25, A26) e oito estudos não apresentaram quais profissionais elaboraram ou realizaram as intervenções (A3, A10, A11, A17, A23, A32, A35, A36).

Dos estudos analisados, 58,3% utilizaram instrumentos para medir variáveis relacionadas à dor, como percepção, intensidade e impacto no cotidiano (A1, A2, A3, A4, A5, A7, A9, A11, A12, A13, A14, A15, A16, A18, A19, A20, A21, A23, A28, A32, A34). Além das variáveis relacionadas especificamente à dor, foram mensurados aspectos psicológicos que interferem no processo álgico, como ansiedade (A1, A7, A8, A17, A18, A20, A33), depressão (A1, A4, A5, A7, A17, A18, A20, A23, A32, A33), estresse (A15), autoeficácia (A2, A7, A23), catastrofização (A7, A17, A19, A23), qualidade de vida (A17, A20) e crenças sobre evitação da dor (A13). Constata-se que estilos de coping, por exemplo, não foram investigados, embora pessoas que sofrem de DC pudessem se beneficiar desse tipo de estratégia (Baastrup et al., 2016). Medidas de expectativas sobre o tratamento, taxa de evasão e presença nas sessões também pareceram constituir lacunas dessa literatura.

Poucos estudos (8,33%) avaliaram o conhecimento sobre DC dos participantes pré e pós intervenção. O artigo A7 mensurou o conhecimento de intervenções psicológicas para dor, catastrofização e autoeficácia de adolescentes com DC e suas mães. Além disso, também foi avaliada a resposta das mães aos sintomas dos filhos. O estudo A11 analisou o nível de instrução prévia sobre a dor por meio de questionário elaborado pelos autores. O A32 mensurou o nível de leitura, alfabetização e memória de trabalho para compor o material psicoeducativo em formato de livros e CD. Já o estudo A24 avaliou o entendimento sobre neurofisiologia da dor de pessoas com DC e profissionais da saúde por meio da aplicação de um teste antes e depois da intervenção. Esperava-se que mais pesquisas tivessem conduzido avaliações do conhecimento prévio e posterior à intervenção do público-alvo, uma vez que essas medidas são imprescindíveis para determinar se o modelo de educação em saúde ou psicoeducação proposto atinge seu objetivo (Oliveira, Lúcio, & Miguel, 2016).

Destaca-se, também, que apenas uma pesquisa investigou a utilidade dos materiais educativos. No artigo A30, averiguou-se a frequência de uso do livreto e DVD para educação em saúde, bem como sua utilidade para os participantes do estudo. Pesquisar a frequência de uso e a opinião do público-alvo sobre a utilidade desses dispositivos faz-se necessária, já que, em intervenções em saúde, a significância clínica é um aspecto crucial para a sua usabilidade, ou seja, o efeito de um tratamento é visto também pelo nível prático de mudança na vida do indivíduo (Del Prette & Del Prette, 2008).

De maneira geral, os experimentos analisados foram efetivos e resultaram no aumento do conhecimento a respeito da DC entre pacientes (A24, A32) e profissionais de saúde (A6, A9, A24, A36). Embora os profissionais possam subestimar a capacidade dos pacientes de compreenderem temas complexos da área da saúde (A24), o que pode sinalizar uma barreira para o tratamento da DC, parece que intervenções como conduzidas por A9 contribuíram para instigar sentimentos de sucesso, autoconfiança e habilidades de tomada de decisão na amostra de enfermeiras.

Algumas intervenções de educação em saúde e psicoeducação apresentaram resultados promissores no que concerne à qualidade de vida e saúde mental. A psicoeducação apresentou redução dos sintomas depressivos (A4, A17), ansiosos e catastrofização (A17), embora em A7 a melhora da catastrofização e da autoeficácia referente à dor tenha sido pouco significativa. Também foi observada melhora do bem-estar emocional, sem especificar quais aspectos, em um programa educativo com amostra de homens hemofílicos (A30). Um programa de educação em saúde para mulheres com fibromialgia (A28) sugeriu ainda que educação em saúde pode interferir em parâmetros imunológicos e neuroendócrinos. Ademais, os artigos A11 e A36 indicaram boa aceitação da intervenção entre os pacientes, melhora no desempenho das atividades de vida diárias (A3), na autoeficácia relacionada ao controle da dor (A10, A34) e no funcionamento físico dos pacientes (A19, A21).

Dentre os estudos analisados, 13,89% não apresentaram os efeitos da educação em saúde (A1, A8) ou da psicoeducação (A14, A29). Além disso, 25% evidenciaram os resultados do plano de intervenção como um todo, sem especificar qual a contribuição da educação em saúde ou psicoeducação no resultado do estudo (A2, A5, A13, A16, A18, A20, A23, A25, A27). Em 11,1% dos artigos, a efetividade descrita não contemplou uma ação psicoeducativa/educação em saúde (A22, A26, A31, A35). Por fim, em 5,5% dos estudos os resultados não foram suficientes para avaliar a efetividade da intervenção (A12, A33).

 

Considerações finais

Este artigo teve como objetivo caracterizar a produção científica referente à psicoeducação da DC de forma a identificar quais modalidades de educação em saúde e psicoeducação estão sendo conduzidas, qual seu foco, para qual público-alvo e com que resultados. Após a análise de 36 artigos nacionais e internacionais, constatou-se que ambas as modalidades são apresentadas em diversos formatos e geralmente em conjunto com outras formas de tratamento. Elas foram consideradas de fácil realização e apresentaram boa aceitação entre profissionais de saúde e pacientes. As intervenções foram realizadas por assistentes sociais e profissionais da área da saúde, como médicos, enfermeiras, fisioterapeutas e, na maioria dos casos, psicólogos.

A maior parte dos artigos não esclareceu o significado dos termos "psicoeducação" e "educação em saúde". Entretanto, o uso desses conceitos foi consistente e está de acordo com a literatura. Apesar disso, é necessário que novos estudos sejam mais rigorosos na descrição dessas intervenções e de seus componentes.

A inserção de intervenções psicoeducativas e de educação em saúde no tratamento da DC parece promissora, já que alguns estudos demonstraram redução de sintomas depressivos e ansiosos e melhora no desempenho físico e de atividades de vida diária dessa população. Entretanto, os resultados sobre a efetividade tanto da psicoeducação quanto da educação em saúde são controversos, e devem ser interpretados com cautela devido à ausência, na maior parte dos artigos avaliados, de grupo controle, instrumentos padronizados e especificação do programa de intervenção. Ademais, raramente os efeitos da psicoeducação enquanto tratamento único foram analisados. Com o objetivo de determinar a efetividade de modelos psicoeducativos e de educação em saúde para DC, é essencial que novas pesquisas utilizem medidas pré e pós intervenção e avaliem o nível prático de mudança na vida do indivíduo.

A principal contribuição deste estudo foi apresentar um panorama da produção nacional e internacional sobre educação em saúde e psicoeducação na DC em oito bases de dados. Como limitação, cita-se a composição da amostra apenas por artigos de dois idiomas encontrados por meio de três descritores. Salienta-se, portanto, que os resultados apresentados referem-se apenas aos artigos avaliados neste estudo.

 

Referências

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Correspondência para:
Stephane Mossmann Ferreira
Av. Roraima no 1000 Cidade Universitária Bairro - Camobi
Santa Maria - RS, 97105-900
E-mail: stephanemosmann@gmail.com

Submetido em: 15.12.2020
Aceito em: 19.08.2021

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