SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.4 número2Arte, artesanato e trabalho: um estudo acerca dos limites do fazer e do criar artesanalAcompanhamento do primeiro ano de trabalho de pessoas com deficiência em uma instituição pública índice de autoresíndice de materiabúsqueda de artículos
Home Pagelista alfabética de revistas  

Gerais : Revista Interinstitucional de Psicologia

versión On-line ISSN 1983-8220

Gerais, Rev. Interinst. Psicol. vol.4 no.2 Juiz de fora dic. 2011

 

REVISÕES CRÍTICAS DE LITERATURA

 

Características da relação entre violência doméstica e bullying: revisão sistemática da literatura

 

Characteristics of the relationship between domestic violence and bullying: a systematic review of the literature

 

 

Luciana Xavier SenraI,1; Lélio Moura LourençoI; Beatriz Oliveira PereiraII

IUniversidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, Brasil
IIUniversidade do Minho, Braga, Portugal

 

 


RESUMO

O bullying envolve comportamentos agressivos intencionais e repetitivos, físicos ou psicológicos entre colegas, visando ao prejuízo daquele percebido como frágil e indefeso. Sem motivação aparente, relaciona-se às diversas experiências familiares e comunitárias, inclusive violência doméstica (VD). A VD afeta a população mundial pela ação ou omissão prejudicial à liberdade, bem-estar e desenvolvimento individual (físico/psicológico). Realizou-se uma pesquisa bibliométrica com busca eletrônica pelos descritores bullying domestic violence ou bullying violence entre 2005 e 2010 para catalogar artigos das bases de dados Web of Science, Medline, PsycInfo, Dialnet e Redalyc, que tratassem da relação VD-bullying. Consideraram-se as variáveis: autor, periódico, ano, título, delineamento e implicações dessa relação. Selecionaram-se 45 artigos. Os principais resultados revelaram 2007 e 2010 como anos de maior produtividade, EUA (21) e Espanha (13) países mais produtores, que 35,56% dos artigos apontaram a vítima de VD como vítima-agressora de bullying e que a associação VD-bullying ocasiona danos físicos, psicológicos, comportamentais e sociais em crianças e adolescentes.

Palavras-chave: Bullying, Violência Doméstica, Estudo Bibliométrico


ABSTRACT

Bullying involves intentional and repeated aggressive, physical or psychological behavior, among peers, aiming to undermine those considered weak and helpless. With no apparent motivation, it is related to the different kinds of family and community experience, including domestic violence (DV). DV affects world population by an action or omission which is detrimental to freedom, welfare and individual development (physical/psychological). A bibliometric survey was conducted by electronic search with the keywords bullying domestic violence or violence bullying between 2005 and 2010 at the databases Web of Science, Medline, PsycInfo, Dialnet and Redalyc, addressing the relationship between DV-bullying. The author, the journal, the year, the title, the design, and the implications of this relationship were taken into account. Forty-five articles were selected. The results revealed 2007 and 2010 as the years of greater productivity, U.S. (21) and Spain (13) as the most productive countries, that 35.56% of the articles mentioned the victim of DV as the victim-aggressor of bullying, and that the association of DV-bullying causes physical, psychological, behavioral and social problems in children and adolescents.

Keywords: Bullying, Domestic Violence, Bibliometric Study


 

 

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define violência como "o intencional uso da força física ou do poder, em ameaça ou real, contra si próprio, outra pessoa, contra um grupo ou comunidade, que resulte ou tenha probabilidade de resultar em injúria, morte, dano psicológico, privação ou prejuízos no desenvolvimento" (Krug, Dahlberg, Mercy, Zwi, & Lozano, 2002, p. 5). Apontada como uma das prioridades nas ações da OMS, a violência tem sido considerada um problema de saúde pública global a partir do reconhecimento das suas sérias implicações de curto e longo prazos para a saúde e o desenvolvimento psicológico e social de indivíduos, famílias e comunidades.

A definição da OMS salienta a necessidade de o tema ser estudado de distintas maneiras, seja com foco social, da saúde e/ou da educação. No entanto, mesmo existindo várias formas de manifestação e/ou definições de violência com suas consequentes divergências em distintos ambientes, salienta-se que todas as implicações de um ato de violência coloca os seres humanos em condições de vítimas, autores e/ou testemunhas de tal ato (Maldonado & Williams, 2005).

Mediante essa compreensão, Pinheiro e Williams (2009), Antunes e Zuin (2008) e Pereira (2006) apresentam estudos relativos à violência que ocorre no ambiente escolar. De acordo com esses autores, ela envolve comportamentos agressivos e antissociais, incluindo danos ao patrimônio e, sobretudo, conflitos interpessoais, os quais têm sido objeto de importantes estudos nos Estados Unidos, Europa, Japão e Brasil. Essa modalidade de violência escolar em tais estudos é denominada bullying, ou seja, "agressividade entre pares de forma continuada e intencional [...] usualmente maldosa e persistente, podendo durar semanas, meses ou anos, e as vítimas estão normalmente em situação em que é difícil defenderem-se" (Pereira, 2006, p. 45).

Pinheiro e Williams (2009) e Pereira (2008) ressaltam o bullying como uma das formas de violência escolar por envolver conflitos interpessoais entre colegas de maneira que um ou mais alunos intimida(m) e agride(m) física e/ou psicologicamente seus pares, repetidamente e por um determinado período de tempo. Esses atos de intimidação e agressão do bullying são identificados pela intencionalidade das ações de magoar e ferir outra pessoa que seja vítima e alvo de comportamentos e atos agressivos, como: bater, empurrar, tirar dinheiro, chantagear e ameaçar, atribuir apelidos pejorativos, humilhar, chamar nomes (xingamentos), excluir, rejeitar e ignorar o colega etc. Nas palavras de Pereira (2008), "é a intencionalidade de fazer mal e a persistência de uma prática à que a vítima é sujeita o que diferencia o 'bullying' de outras situações ou comportamentos agressivos" (p. 18).

Bandura, Ross and Ross (1961), por meio do estudo da transmissão da agressividade a partir da observação de modelos agressivos, mostram que crianças apenas observando situações interparentais, além de aprenderem por imitação os modelos de padrões cognitivos e de condutas e eventos conflituosos, podem reproduzi-los com seus pares, professores e as demais figuras do contexto familiar, escolar e social, levando-as à conclusão de que a agressão e/ou a violência é uma maneira adequada de resolução de conflitos e até de relacionamentos.

De acordo com Bandura et al. (1961), crianças e adolescentes podem aprender por imitação e observação de modelos cognitivos e de condutas parentais por meio da imitação da agressão física e verbal ou pela simples repetição desses mesmos atos observados. Esses autores, ao compararem grupos expostos ou não à agressividade (por meio do grupo controle), constataram que os escores de imitação da agressão física e verbal eram maiores para os grupos diretamente expostos aos modelos agressivos, sendo ainda maiores os escores relacionados aos modelos masculinos de agressividade. Nessa perspectiva, perceberam que os meninos tendem a reproduzir mais facilmente um modelo de agressividade física, enquanto as meninas repetem mais facilmente um modelo de agressividade verbal, o que não é muito comum entre os meninos.

Os dados dos experimentos de Bandura et al. (1961) são corroborados pelo estudo de Maldonado e Williams (2005), o qual relacionou o comportamento agressivo de crianças do sexo masculino na escola e o contexto de violência doméstica. Nesse estudo, foi demonstrado que crianças vítimas diretas e/ou indiretas da violência em contexto familiar apresentavam mais problemas de saúde e de desempenho escolar do que crianças não inseridas no referido contexto. O estudo constatou que a mera exposição e/ou testemunho de conflitos, agressões e violência entre os pais, bem como dos pais com a criança, além de ser uma forma de maus-tratos e de violência psicológica, funciona como um modelo padrão de conduta e de estilo cognitivo com os quais a criança e/ou o adolescente passa a contar para a resolução de conflitos com a própria família, com seus pares e com todos os atores do ambiente escolar.

Nesse sentido, Pinheiro e Williams (2009), Bauer et al. (2006) e Baldry (2003) destacam uma relação existente entre violência doméstica e/ou intrafamiliar e bullying. Essa relação pode ser identificada a partir do aumento de situações de violência escolar. De acordo com esses autores, esse tipo de violência caracteriza-se por condutas agressivas e antissociais que acontecem na escola, incluindo conflitos interpessoais, os quais, nos últimos anos, têm desencadeado ocorrências mais graves, como o uso de arma de fogo e até homicídios, além de agressões a professores e demais funcionários.

Pinheiro e Williams (2009), Antunes e Zuin (2008) e Pereira (2006, 2008) salientam que múltiplos fatores podem desencadear o bullying. Dentre eles, podemos destacar os socioeconômicos, os culturais, o temperamento do indivíduo e as influências de familiares, de colegas e da comunidade. Além destes, destacam-se as relações de desigualdade e de poder em casa e na escola, a ausência de coesão e a ambivalência no envolvimento emocional com pais, irmãos e colegas, com clima emocional frio e assimétrico. As relações de desigualdade e de poder na família revelam um lar com cotidiano hostil e permissivo, em que há uso de violência como forma de disciplina, sem quaisquer habilidades para resolução de conflitos, o que leva as crianças e adolescentes a reproduzirem tais condutas com colegas e professores.

Interessa mencionar que a repetição de condutas agressivas e intencionais de uma criança e/ou adolescente para outros sem condições de se defenderem que caracterizam o bullying pode ocorrer de três formas, isto é, o bullying apresenta-se em três tipologias: (a) direta e física, que consiste em agressões físicas, roubos ou estragos de objetos de colegas, extorsão financeira, imposição de condutas sexuais e realização de atividades servis ou simples ameaça dessas situações; (b) direta e verbal, que envolve insultos, apelidos, comentários racistas ou que mirem qualquer diferença no outro; e (c) indireta, ou seja, a exclusão sistemática de uma pessoa ou grupo pela obtenção de algum favorecimento, a realização de fofocas e boatos e a manipulação da vida social de um colega (Antunes & Zunin, 2008).

As formas mais comuns de ocorrência do bullying relatadas anteriormente evidenciam a relação existente com a violência doméstica e/ou interparental já anunciada. Baldry (2003) constatou que lares violentos são significativos fatores de risco para o desenvolvimento de comportamentos antissociais e o bullying, sendo que este também tem sido associado com o contexto de violência dentro da família. A autora destaca que essa associação foi observada também em estudos anteriores, como os de Baldry e Farrington (1999, 2000), por meio dos quais se pode perceber que os bullies (agressores de bullying) possuem pais conflitantes e autoritários.

Ainda segundo Baldry (2003), crianças expostas à violência doméstica e/ou interparental estão mais propensas a prejuízos no desenvolvimento do que aquelas não expostas. Em contexto escolar, tendem a ser mais agressivas e até cometer atos delinquentes ou se tornarem vítimas de abuso na escola, pois, se em suas casas sofreram abuso e violência, no local em que estejam com seus pares podem exibir tais comportamentos, repetindo e externalizando agressividade e transtorno de conduta, no caso dos meninos, e, no caso das meninas, mostrando problemas relativos à agressividade verbal e, mais comumente, depressão e ansiedade.

Vale ressaltar que a violência doméstica e/ou intrafamiliar consiste em toda ação, omissão, negligência e abuso que prejudica o bem-estar, a integridade física, psicológica, ou a liberdade e o direito ao pleno desenvolvimento de um membro da família, podendo ser cometida interna ou externamente a casa, por quaisquer integrantes da família (com ou sem laços consanguíneos) que estejam em relação de poder com a pessoa agredida (Krug et al., 2002). No Brasil, é possível estimar que 600 mil crianças e adolescentes sejam vítimas de diversas formas de violência doméstica (VD) e/ou intrafamiliar (Gabatz et al., 2010; Biscegli, Arroyo, Halley, & Dotoli, 2008).

A definição de violência doméstica (VD) ressalta e descreve que o contexto que a envolve acarreta em grave impacto na vida das pessoas que o vivenciam, sobretudo na vida de crianças e adolescentes. Esse impacto é decorrente de situações diretas e/ou indiretas de violência, seja a vitimização por exposição à VD, abuso ou negligência, ou a imposição de condutas agressivas e violentas diante de outras pessoas. Sobre a exposição (ver, ouvir e conviver) à violência intrafamiliar, Sani (2008) aponta que ela é tratada como uma forma de abuso psicológico que prejudica o desenvolvimento do self e da competência social da criança.

Conforme já apontado por Baldry (2003), os prejuízos físicos, psicológicos, comportamentais e sociais de crianças e adolescentes vítimas de VD culminam em problemas cardíacos, dores de cabeça, desordens alimentares e transtorno do sono, reações de evitação, baixa estima por si mesmo, medos, insegurança, ansiedade, depressão, transtorno de estresse pós-traumático, ambivalência de sentimentos, percepção distorcida de si mesmo, movimentos corporais tensos, choro, comprometimento das relações interpessoais e das habilidades sociais, repetição intencional de condutas violentas e agressivas e problemas no desempenho acadêmico e escolar (O'Donnel, Moreau, Cardeml, & Pollastri, 2010; Whiteside-Mansell, Bradley, McKelvey, & Fussell, 2009; Sani, 2008).

A revisão de literatura permitiu observar a relação existente entre o bullying, a vitimização e a violência doméstica. Entretanto, ela apontou para a necessária continuidade das pesquisas sobre a temática, a fim de que se possa ter melhor dimensão dos efeitos dessa relação no desenvolvimento da criança e do adolescente direta e/ou indiretamente.

 

Objetivo do estudo

O presente estudo teve como objetivo realizar uma pesquisa bibliométrica, a fim de levantar indicadores referentes a artigos científicos indexados em bases de dados para a identificação e caracterização: (1) de fatores que possibilitam uma relação entre violência doméstica e bullying e (2) das maneiras como tal correlação tem sido evidenciada e quais as dimensões dos efeitos dessa relação no desenvolvimento de crianças e adolescentes.

Especificamente, objetivou: (a) identificar quais e a quantidade de países, periódicos, base de dados, tipo de estudo realizado, palavras-chave utilizadas e autores que apresentaram publicações com essa temática; (b) identificar quantos artigos apontaram a criança ou o adolescente como agressor, vítima, agressor e vítima, todos os grupos de VD e de bullying, quantos não especificaram e quantos não mencionaram relação direta; (c) identificar quais e quantas consequências da relação VD-bullying foram ressaltadas pelas publicações; e (d) avaliar as constatações enumeradas pela pesquisa.

 

Metodologia

A pesquisa bibliométrica é um tipo de pesquisa cuja finalidade é "quantificar os processos de comunicação escrita e o emprego de indicadores bibliométricos para medir a produção científica" (Reveles & Takahashi, 2007, p. 246). O uso de tal modalidade se justifica em razão de possibilitar a análise e avaliação das fontes difusoras de trabalhos, a evolução cronológica da produção cientifica, a produtividade de autores e instituições, o crescimento de qualquer campo da ciência e o impacto das publicações frente à comunidade científica internacional.

Nesse sentido, a presente pesquisa foi realizada mediante uma busca eletrônica de artigos indexados em bases de dados, procurando identificar publicações num período de seis anos que avaliassem uma relação entre violência doméstica e bullying. Foram selecionados estudos desses últimos seis anos pela necessidade de se considerar uma fonte de literatura científica mais atual sobre o tema.

Para análise das publicações selecionadas decorrentes das catalogações e indexações, fundamentou-se nas abordagens de pesquisa qualitativa e quantitativa, "as quais são perspectivas complementares quando se pretende aproximar de uma realidade com a finalidade de conhecê-la" (Reveles & Takahashi, 2007, p. 246).

Em termos qualitativos, foram analisadas as observações identificadas nos artigos referentes aos fatores que possibilitem uma relação entre violência doméstica e bullying mediante uma avaliação do resumo e dos principais resultados divulgados nos artigos e da análise dos artigos que apontaram a criança ou o adolescente como agressor, vítima, agressor e vítima de violência doméstica e de bullying, com suas respectivas consequências.

Quanto aos dados quantitativos, procurou-se investigar as seguintes variáveis: a base de dados das quais foram extraídos os trabalhos, os autores, os países, os periódicos e os anos das publicações, tipo de estudo realizado (metodologias) e as implicações da relação violência doméstica e bullying nos artigos para a criança e/ou adolescente como vítimas, agressores, vítimas-agressoras, todos os grupos juntos (vítimas, agressores e vítimasagressoras) e sem especificação e/ou relação direta entre VD-bullying.

 

Etapas para coleta e análise de dados

A primeira etapa consistiu numa busca eletrônica nos bancos de dados das seguintes bases: (a) Web of Science (base multidisciplinar que agrega conteúdos das revistas de maior impacto acadêmico nas áreas de Ciências, Ciências Sociais, Artes e Ciências Humanas), (b) Medline (que reúne publicações das Ciências da Saúde em geral e compõe a biblioteca virtual em saúde), (c) Dialnet (base ibérica multidisciplinar composta por revistas e jornais de universidades portuguesas e espanholas, de grande impacto na comunidade científica europeia, sobretudo nas áreas de Ciências Humanas, 1.597 revistas, e Psicologia e Educação, 665 periódicos), (d) Redalyc (rede de revistas científicas da América Latina e Caribe, Portugal e Espanha, com 758 periódicos e 184.066 artigos completos em diversas áreas, sendo Ciências Sociais e Humanas as áreas de maior concentração, com 533 revistas) e (e) PsycInfo (que reúne literatura do campo psicológico, vinculada à American Psychological Association). Elas foram escolhidas de forma a se obterem publicações oriundas dos mais diversos países para tentar identificar o impacto dessa temática nas publicações em âmbito mundial.

Foram associados os seguintes termos de busca em cada base de dados: bullying domestic violence e bullying violence. Vale salientar que se optou pela terminologia em inglês por esta ser comum aos referidos dicionários de termos e descritores de cada uma dessas bases. Foram selecionados os artigos entre os anos de 2005 e 2010, observandose base de dados, autor, país, periódico, ano da publicação, tipo de estudo realizado, resumo, título e implicações da relação entre contexto de VD e bullying, como: agressor, vítima, agressor/vítima, todos os grupos, não-especificação ou relação direta. Incluíram-se as publicações que continham os referidos descritores no título e abstract e demais critérios destacados. Excluíram-se artigos sem acesso completo, repetidos e sem relevância significativa para a temática em estudo, livros, capítulos de livro, monografias e teses.

Após a referida seleção de artigos, foram analisados os principais resultados alcançados pelos estudos para a identificação e avaliação de características da relação entre violência doméstica e bullying. Esses dados constituíram a segunda etapa da revisão sistemática, a qual versou na associação desse novo banco àqueles dados constatados na revisão inicial de literatura para discussão e algumas considerações finais pertinentes à temática desta pesquisa.

 

Resultados

Considerando-se os objetivos da pesquisa e de acordo com a busca realizada, foram catalogados 381 artigos e selecionados 45 no período entre 2005 e 2010. Com relação à produção por ano, observou-se a seguinte indexação: 2005 (3), 2006 (3), 2007 (8), 2008 (7), 2009 (7) e 2010 (17). No que se refere às indexações por países, os Estados Unidos (46,7%) e a Espanha (28,9%) se destacaram com os maiores percentuais de artigos em todo o período, conforme demonstra a Tabela 1.

 

 

Dentre os periódicos analisados, aqueles que apresentaram maior frequência nas publicações entre 2005 e 2010 foram: Journal of School Violence (17,8%) e School Psychology Quarterly(8,9%), como pode ser verificado na Tabela 2.

O Journal of School Violence é um periódico dedicado às publicações sobre pesquisas e intervenções realizadas no ambiente escolar que visem a identificar e a inibir situações de violência. Ele está indexado principalmente na PsycInfo. O School Psychology Quarterly abarca as publicações da divisão de Psicologia Escolar da Associação Americana de Psicologia e é direcionado para a divulgação de pesquisas empíricas, cujo objetivo principal seja intervir e prevenir situações de violência e agressão em contexto escolar. Esses dois jornais são norte-americanos e estão vinculados às Universidades da Califórnia e Norte do Colorado, respectivamente.

Em relação aos autores, aqueles que mais publicaram no período em estudo foram Bowes, L., Arseneault, L., Maughan, B., Taylor, A., Caspi, A. e Moffitt, T. E., com 8,9% do total de artigos. Os demais se equipararam num mesmo percentual compreendido entre 2,2% e 6,7%, como é demonstrado pela Tabela 3.

No que concerne aos tipos de estudos explicitados e descritos pelos artigos indexados no período, verificou-se a predominância das pesquisas qualitativas tanto na temática de violência doméstica quanto na de bullying e/ou na elação de ambos. Análises de conteúdo e de discurso, bem como estudo(s) de caso(s) foram desenvolvidos no universo dessas pesquisas. Além disso, foram também identificados, como salientado nas próprias publicações, estudos de prevalência, longitudinais, surveys, documental, correlacional e transversal, dentre outros, o conforme é destacado na Tabela 4.

 

 

Após a apresentação dos dados relativos às metodologias utilizadas para o estudo da temática em análise na presente pesquisa, vale destacar os resultados mais frequentes enumerados nos artigos selecionados. Constatou-se, sobre a relação violência doméstica-bullying, que, dentre as crianças e/ou adolescentes vítimas diretas e/ou indiretas de VD, 2,22% delas tornaram-se agressoras (bullies), 15,56% eram vítimas e 35,56% eram simultaneamente bullies e vítimas. Além disso, 17,78% das publicações analisadas mostraram que vítimas de violência doméstica foram bullies em alguma situação, vítima de bullying em outras e, simultaneamente, agressora e vítima tanto de bullying quanto de VD. Por fim, 13,33% dos artigos não especificaram a relação (Tabela 5).

 

 

Em relação aos tipos de consequências da relação entre violência doméstica e bullying, os dados apresentados na Tabela 6 demonstram que os artigos selecionados evidenciaram que 24,44% dos envolvidos em tal relação apresentam problemas sociais e de conduta, abrangendo: movimentos corporais tensos, choro, comprometimento das relações interpessoais e das habilidades sociais, repetição intencional de condutas violentas e agressivas e problemas no desempenho acadêmico e escolar. Já 28,89% possuem algum problema fisiológico relacionado a condições cardíacas, dores de cabeça, transtornos do sono e distúrbios alimentares.

O índice de maior destaque na relação entre VD e bullying, evidenciado nas publicações, referese aos problemas psicológicos desencadeados por tal relação. Conforme evidenciado na revisão de literatura e em 46,67% das publicações selecionadas nesta pesquisa, esses problemas trazem, para os envolvidos, reações de evitação diante de situações de violência tanto na família quanto na escola, baixa estima por si mesmo, medos, insegurança, ansiedade, depressão, transtorno de estresse pós-traumático, ambivalência de sentimentos e percepção distorcida de si mesmo.

No entanto, vale ressaltar que os referidos problemas identificados na relação VD-bullying não aparecem isoladamente nas vítimas. As publicações relataram a ocorrência simultânea de um e outro e até de todos os tipos de problemas citados anteriormente em concomitância, considerando a gravidade, seja do contexto de bullying e/ou violência doméstica. Esses dados evidenciam, mais uma vez, o impacto provocado pelo fenômeno da violência em diferentes contextos e, consequentemente, em quaisquer faixas etárias, com danos para todos os envolvidos direta e/ou indiretamente, conforme é delineado pela OMS (Krug et al., 2002).

 

Discussões e considerações finais

A pesquisa realizada legitimou os dados constatados na revisão de literatura no que concerne à relação violência doméstica-bullying e suas implicações. Inicialmente, isso foi verificado pelo significativo aumento do número de estudos com essa temática (Tabelas 1 e 2), os quais, novamente, ressaltam a importância da continuidade de pesquisas pertinentes ao assunto não somente para identificar as dimensões dos efeitos dessa relação no desenvolvimento de crianças e adolescentes, mas também para melhorar o conhecimento do contexto que a envolve e para o desenvolvimento de estratégias de intervenção que cessem a situação de violência na família e de bullying e vitimização no contexto escolar.

Os diversos estudos expressos por esta pesquisa (Tabela 4), embora apontassem diferentes objetivos de investigação, demonstraram percentuais bastante significativos e comuns entre eles, sobretudo nas situações perante o bullying. Isto é, nos estudos de prevalência, por exemplo, vale destacar o de Bauer et al. (2006), publicado no Pediatrics, cujo N foi igual a 112 indivíduos de ambos os sexos, com idades variando de seis a 13 anos, e o objetivo geral foi identificar o bullying e a vitimização em crianças que foram expostas à violência por parceiros íntimos (IPV) (sigla utilizada no inglês) pela utilização da Escala Tática de Conflitos-2 (CTS-2). Os resultados alcançados pelos referidos autores demonstraram que 61% das crianças estavam em situação de bullying, 55% em situação de vitimização e, destes, 97% dos bullies foram também vítimas de exposição à IPV. De acordo com Bauer et al. (2006), mesmo que tais resultados não explicitassem relação direta com a IPV, as crianças que foram expostas a esse tipo de violência tendiam à externalização de condutas agressivas com outras crianças, o que faz da violência entre parceiros íntimos fator de risco para situações de bullying.

Além do estudo mencionado, ressaltamos também o de Rey e Ortega (2008), que estimaram a prevalência de bullying e a coexistência com outras formas de violência na Nicarágua. O estudo foi feito com amostra representativa de 2.813 estudantes, sendo que 55% deles eram mulheres e 45% homens que cursavam a escola secundária. O instrumento utilizado foi o questionário de Olweus (1977), adaptado para esse país por esses autores no ano de 2003, como o Questionário sobre Convivência, Violência e Experiência de Risco (COVER). Os dados da pesquisa destacaram que a participação perante o bullying ocorreu de três maneiras mais evidenciadas: (a) 12,4% vítima, (b) 10,9% agressor e (c) 11,7% agressor vitimizado. Do percentual de vitimização, todos relataram situações de abuso e maus-tratos por parte de outras pessoas Em relação aos agressores, também houve manifestação da violência nas diferentes modalidades, ou seja, verbal, psicológica, física e social, e, principalmente, maus-tratos por parte dos pais. Isso aponta, mais uma vez, para a associação entre violência doméstica e bullying.

A relação VD-bullying, de acordo com os dados deste estudo, remete novamente a Bandura, Azzi e Polydoro (2008) no que se refere à aprendizagem observacional. Segundo eles, os comportamentos, de maneira geral, e principalmente os agressivos, são aprendidos socialmente pela observação e imitação de modelos cognitivos e de condutas agressivas. Tais modelos constituem os exibidos pelos pais e demais membros da família, e também pelos meios de comunicação social, com os quais a criança e/ou o adolescente aprende a utilizar estratégias agressivas nas relações interpessoais, na resolução de conflitos e em todas as negociações com seus pares.

As consequências da relação violência doméstica-bullying podem ser identificadas em diversos níveis da vida de uma criança e/ou adolescente. Constatou-se que o impacto de tal relação traz prejuízos para a vida desses indivíduos, ocasionando, muitas vezes, não apenas comprometimento das relações interpessoais e sociais na família, na escola e na comunidade, como também da saúde psicológica e física, com a ocorrência de transtornos mentais (por exemplo, o transtorno de estresse pós-traumático e depressão) e doenças cardiovasculares ou desordens alimentares, como pode ser observado na Tabela 6. Isso aponta para os fatores de risco associados a partir de dados de um estudo conduzido por Reichencheim, Dias e Moraes (2006), o qual evidenciou que a associação de fatores, tais como: idade da mulher (menor ou igual a 25 anos), homem com escolaridade inferior a oito anos, presença de crianças menores de cinco anos no domicílio e abuso de álcool e drogas ilícitas pelo companheiro, aumentam consideravelmente o risco de ocorrência da violência física entre parceiros e entre pais e filhos.

Dados do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) (2011), divulgados em abril de 2011 sobre uma pesquisa realizada nos Estados Unidos com 5.807 estudantes de 138 escolas médias de Massachusetts, revelaram que aqueles que eram abusadores e vítimas de bullying estavam mais propensos ao suicídio e a cometerem atos contra si mesmos em comparação com outros estudantes, o que corrobora os estudos de Olweus (1977, 1978), autor que identificou e caracterizou situações e comportamentos agressivos intencionais e recorrentes entre pares no contexto escolar.

O referido estudo constatou também que esses estudantes estavam sujeitos a fatores de risco, tais como: sofrerem abuso por parte de um familiar e/ou serem testemunhas de violência doméstica e a terem prejuízos para a saúde mental com transtornos psicológicos e envolvimento com consumo de substâncias. Os resultados amostrais revelaram que a proporção de estudantes que recebiam maus-tratos físicos de um familiar foi de 2,9 para as vítimas de bullying, 4,4 para os agressores e 5,0 para os que eram tanto agressores como vítimas se comparados a outros estudantes. A proporção de probabilidades de ser testemunha de violência doméstica foi, respectivamente, de 2,6, 2,9 e 3,9.

Além disso, no que concerne aos problemas de saúde e transtornos psicológicos ressaltados pelo CDC (2011), como depressão e estresse póstraumático, estes foram evidenciados pela pesquisa bibliométrica em 46,67% das publicações, conforme pode ser novamente verificado na Tabela 6, apontando a necessidade de constantes pesquisas para o fornecimento de instrumentos de tratamento e prevenção desses problemas.

Embora o contexto familiar seja compreendido como o espaço primordial de acolhimento e suporte para as crianças e adolescentes, nem sempre esse cenário se apresenta dessa forma, como nos casos em que esse ambiente é marcado pelo fenômeno da violência. Segundo o Ministério da Saúde brasileiro junto à Fundação Oswaldo Cruz (Brasil, 2010), a violência doméstica ou intrafamiliar está presente nas relações hierárquicas e entre gerações caracterizadas por maneiras agressivas e violentas de a família se relacionar e solucionar conflitos, bem como utilizada como estratégia de educação. Inclui, também, a falta de cuidados básicos com os filhos e a exposição da criança a situações violentas em casa, na escola, na comunidade ou na rua. Contudo, é importante ressaltar que uma criança ou um adolescente pode ser afetado por mais de uma modalidade de violência, especialmente em situações crônicas e graves, mesmo por que muitas dessas situações se relacionam.

De acordo com Sani (2008), essa realidade presenciada pela criança, é definida como uma exposição à violência interparental, violência conjugal ou violência marital, e designa "o tipo de vitimização, ou seja, o testemunho pela criança de violência entre duas pessoas próximas afetivamente e com quem partilha o mesmo espaço físico" (p. 95).

Para que o impacto da relação VD-bullying sobre a criança seja avaliado, é necessário o entendimento de que a infância é uma etapa da vida extremamente delicada e importante e que requer significativos investimentos afetivos e de suporte social. Os cuidados prestados pela família, por outros grupos sociais e por instituições à criança influenciarão significativamente sua possibilidade de sobrevivência e de bem-estar. Ademais, servirão também como uma espécie de espelho de valores, no qual ela vai se refletindo e formando suas ideias sobre si mesma, sobre o outro e sobre o mundo em que vive (Deslandes, Assis, & Santos, 2005).

Segundo Sani (2008), não é possível estabelecer um modelo reativo da criança à violência doméstica, ocorrendo, inclusive, reações bastante divergentes. Contudo, diversos fatores podem auxiliar na compreensão desse impacto, tais como: idade, gênero, frequência, intensidade e severidade dos conflitos, sua resolução, as formas de expressão da violência e o suporte social. O conhecimento dessa realidade é essencial para que melhores formas de prevenção e minimização dos efeitos negativos possam ser determinadas.

Para Sani (2008), um lar com constante clima de tensão e de conflito familiar iminente é o ambiente onde se desenvolvem essas crianças vítimas diretas e indiretas da violência doméstica, o que traz consequências que vão desde marcas físicas, privação da satisfação de necessidades básicas (biológicas e psicológicas) e de educação ao surgimento de problemas fisiológicos, emocionais, cognitivos e comportamentais, como é o caso de condutas repetitivas, intencionais e agressivas para com os pares, de maneira que estes não tenham possibilidade de se defenderem - o bullying (Tabela 5).

O envolvimento com a violência de figuras tão significativas para a criança, como os pais, responsáveis originalmente pelo seu acolhimento e proteção e com as quais se identifica, suscita diferentes reações na mesma. Ela pode assumir uma postura passiva diante dessa realidade ou ativa, buscando interferir de maneira que a situação seja interrompida. Isso acontece de acordo com a forma como a criança constrói no seu psiquismo os significados e as representações sobre a experiência vivenciada por meio de recursos próprios. Nesse sentido, os estudos evidenciados pela pesquisa salientaram também que não serão todas as crianças vítimas diretas e/ou indiretas da violência doméstica e/ou intrafamiliar que responderão negativamente e/ou estarão necessariamente envolvidas em contextos de bullying, visto que a presença de apoio somada a fatores de proteção podem exercer um papel fundamental; dentre eles, destacam-se: o ambiente escolar, o relacionamento com a vizinhança e o suporte advindo de demais membros familiares, entre outros (Venturini, Bazon, & Biasoli-Alves, 2004).

Nessa concepção, Pereira (2008) coloca que, mesmo a criança com longo histórico de vitimização nos contextos de bullying, com o avanço da idade, essa frequencia em ser vítima diminui. Ainda em Pereira (2008), é apontado que estudos longitudinais explicitam que há uma possível relação entre ter sido vítima na escola e estado depressivo na vida adulta. De acordo com essa perspectiva e com a presente pesquisa (Tabela 6), pode-se inferir que esse estado depressivo percebido na vida adulta seja continuidade dos problemas psicológicos implicados pelo bullying e, também, pela relação existente com a situação de violência doméstica, conforme foi demonstrado nos resultados aqui descritos.

Vale ressaltar um dado não exposto nos resultados por constar apenas em um dos artigos selecionados, mas que apresenta uma característica intrigante e até importante para a compreensão dos efeitos da associação violência doméstica-bullying. O referido dado está no estudo de Bauer et al. (2006) sobre o bullying na infância envolvendo exposição à violência entre parceiros íntimos. Ele revela que 70% dos bullies (agressores) na infância ou adolescência cometerão ato criminoso na idade adulta, possivelmente em consequencia dos problemas de conduta e sociais decorrentes das situações de reprodução e repetição de comportamentos violentos entre pares.

Resta concluir, com o auxílio de Maldonado e Williams (2005) e de Venturini et al. (2004), que quaisquer abordagens profissionais, preventivas ou de intervenção, devem ser efetivadas e consideradas sempre de modo interdisciplinar, acrescentando aí também a importância da intersetorialidade, para que o trabalho se configure como uma rede de proteção, assistência, estratégias educacionais e pedagógicas articuladas e metodologicamente definidas, com o objetivo de promover o bem-estar e a qualidade de vida a todas as crianças e adolescentes personagens da relação entre violência doméstica e bullying.

 

Referências

Antunes, D. C., & Zuin, A. A. S. (2008). Do bullying ao preconceito: os desafios da barbárie à educação. Psicologia & Sociedade, 20(1),33-42.         [ Links ]

Baldry, A. C. (2003). Bullying in schools and exposure to domestic violence. Child Abuse & Neglect, 27,713-732.         [ Links ]

Baldry, A. C., & Farringotn, D. P. (1999). Types of bullying among Italian school children. Journal of Adolescence, 22,423-426.         [ Links ]

Baldry, A. C., & Farringotn, D. P. (2000). Bullies and delinquents: personal characteristics and parental styles. Journal of Community and Applied Social Psychology, 10,17-31.         [ Links ]

Bandura, A., Azzi, R.G., & Polydoro, S. (2008). Teoria Social Cognitiva - Conceitos Básicos. Porto Alegre: Artmed.         [ Links ]

Bandura, A., Ross, D., & Ross, S. A. (1961). Transmission of aggression through imitation of aggressive models [An internet resource developed by Christopher D. Green, York University, Toronto]. Journal of Abnormal and Social Psychology, 63,575-582. Retrieved May 10, 2010, from http://psychclassics.yorku.ca/Bandura/bobo.htm        [ Links ]

Bauer, N. S., Herrenkohl, T. I. L., Lozano, P., Rivara, F. P., Hill, K. G., & Hawkins, D. (2006). Childhood bullying involvement and exposure to intimate partner violence. Pediatrics, 118(2),235-242.         [ Links ]

Biscegli, T. S., Arroyo, H. H., Halley, N. S., & Dotoli, G. M. (2008). Violência doméstica contra crianças: nível de conhecimento dos pais de crianças em escolas pública e privada. Rev. Paul. Pediatria, 26(4),365-371.         [ Links ]

Brasil. Ministério da Saúde, Fundação Oswaldo Cruz. (2010). Linha de Cuidado para a Atenção Integral à Saúde de Crianças, Adolescentes e suas Famílias em Situação de Violência: orientações para gestores e profissionais de saúde. Brasília.         [ Links ]

Centers for Disease Control and Prevention - CDC (2011). El acoso estudiantil se relaciona con la violencia familiar - Un informe encuentra que los abusadores, las víctimas y quienes son ambos se enfrentan a peligros fuera de la escuela. In Morbidity and Mortality Weekly Report [Relatório de pesquisa]. Recuperado em 28 abril, 2011, de http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/spanish/news/fullstory_111311.html        [ Links ]

Deslandes, S. F., Assis, S. G., & Santos, N. C. (2005). Violências envolvendo crianças no Brasil: um plural estruturante e estruturado. In Brasil. Ministério da Saúde. Impacto da violência na saúde dos brasileiros (pp. 43-77). Brasília: Ministério da Saúde.         [ Links ]

Gabatz, R. I. B., Neves, E. T., Beuter, M., & Mello Padoin, S. M. (2010). O significado de cuidado para crianças vítimas de violência intrafamiliar. Escola Anna Nery. Revista de Enfermagem, 14(1),135-142.         [ Links ]

Krug, E. G., Dahlberg, L. L., Mercy, J. A., Zwi, A. B., & Lozano, R. (Eds.) (2002). World report on violence and health. Geneva: World Health Organization.         [ Links ]

Maldonado, D. P. A., & Williams, L. C. A. (2005). O comportamento agressivo de crianças do sexo masculino na escola e sua relação com a violência doméstica. Psicologia em Estudo, 10(3),353-362.         [ Links ]

O'Donnell, E. H., Moreau, M., Cardemil, E. V., & Pollastri, A. (2010). Interparental conflict, parenting, and childhood depression in a diverse urban population: the role of general cognitive style. Journal of Youth Adolescence, 39(1),12-22.         [ Links ]

Olweus, D. (1977). Aggresion and peer acceptance in adolescent boys: two short-term longitudinal studies of ratings. Child Development, 48,1301-1313.         [ Links ]

Olweus, D. (1978). Aggression in the schools: Bullies and Whipping Boys. Washington DC: Hemisphere.         [ Links ]

Pereira, B. O. (2006). Prevenção da violência em contexto escolar: diagnóstico e programa de intervenção. In J. C. S. Neto & M. L. B. P. nascimento (Orgs.). Infância, violência, instituições e políticas públicas (pp. 43-51). São Paulo: Expressão e Arte.         [ Links ]

Pereira, B. O. (2008). Para uma escola sem violência-estudo e prevenção das práticas agressivas entre crianças(2a ed.). Portugal: Fundação Calouste Gulbenkian - FCG, Fundação para a Ciência e Tecnologia - FCT.         [ Links ]

Pinheiro, F. M. F., & Williams, L. C. A. (2009). Violência intrafamiliar e intimidação entre colegas no ensino fundamental. Cadernos de Pesquisa, 39(138),995-1018.         [ Links ]

Reichencheim, M. E., Dias, A. S., & Moraes, C. L. (2006). Co-ocorrência de violência física conjugal e contra filhos em serviços de saúde. Revista Saúde Pública, 40(4),595-603.         [ Links ]

Reveles, A. G., & Takahashi, R. T. (2007). Educação em saúde ao osteomizado: um estudo bibliométrico. Rev. Esc. Enfermagem USP, 41(2),245-250. Recuperado em 5 novembro, 2010, de www.ee.usp.br/reeusp        [ Links ]

Rey, R. D., & Ortega, R. (2008). Bullying em los países pobres: prevalencia e coexistencia com otras formas de violência. International Journal of Psychology and Psychological Therapy, 8(1),39-50.         [ Links ]

Sani, A. I. (2008). Crianças expostas à violência interparental. In C. Machado & R. A. Gonçalves (Orgs.). Violência e vítimas de crimes: crianças (pp. 95-127). Portugal: Quarteto.         [ Links ]

Venturini, F. P., Bazon, M. R., & Biasoli-Alves, Z. M. M. (2004). Família e Violência na ótica de crianças e adolescentes vitimizados. Estudos e Pesquisas em Psicologia, 4(1),20-33.         [ Links ]

Whiteside-Mansell, L., Bradley, R. H., McKelvey, L., & Fussell, J. J. (2009). Parenting: linking impacts of interpartner conflict to preschool children's social behavior. Journal of Pediatric Nursing, 24(5),389-400.         [ Links ]

 

 

Recebido em: 03/06/11
Aceito em: 25/10/11

 

 

1 Contato: lu_senra@yahoo.com.br