SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.5 número1Desvelando a vergonha da vivência de trecheiros na contemporaneidadePsicologia no sistema único de assistência social: uma experiência de clínica ampliada e intervenção em crise índice de autoresíndice de assuntospesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Gerais : Revista Interinstitucional de Psicologia

versão On-line ISSN 1983-8220

Gerais, Rev. Interinst. Psicol. vol.5 no.1 Juiz de fora jun. 2012

 

REVISÕES CRÍTICAS DE LITERATURA

 

Violência doméstica e adolescência: levantamento bibliométrico

 

Domestic violence and adolescence: bibliometric survey

 

 

Fernanda Monteiro de Castro Bhona1; Francesca Stephan; Camila Resende Soares Brum; Lélio Moura Lourenço

Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, Brasil

 

 


RESUMO

A violência é considerada um problema de saúde pública por seus comprometimentos na saúde e qualidade de vida das pessoas, sendo o ambiente doméstico o lugar de predominante expressão da violência contra crianças e adolescentes. Foi realizada busca eletrônica nas bases de dados: Web of Science, Psyc Info, Lilacs, Scielo e Pub Med pela associação dos termos "violência doméstica", "violência intrafamiliar" e "adolescência", no período de 2007 a 2011. Foram encontrados 28 artigos sobre a temática, que parece ser pouco explorada em sua associação. Mais da metade dos textos não apresentou a adolescência como categoria diferenciada, abordando "crianças e adolescentes" juntos. O Brasil foi o país que mais apresentou publicações. Os temas predominantes foram: vitimização e/ou exposição à violência doméstica e problemas associados; caracterização/descrição dos atos violentos direcionados a crianças e adolescentes; percepções de pais e filhos; e percepções de profissionais sobre violência doméstica.

Palavras-chave: Violência Doméstica, Adolescência, Indicadores Bibliométricos


ABSTRACT

Violence is regarded as a public health problem for it compromises several people's health and life quality, and the domestic environment is the place of prevailing expression of violence against children and adolescents. An electronic search was conducted in the databases: Web of Science, Psyc Info, Lilacs, Scielo, and Pub Med, by means of the association of the terms "domestic violence", "infamily violence", and "adolescence", in the period from 2007 to 2011. 28 articles were found on the issue, which seems to be little explored in their associations. More than half of the texts did not present adolescence as a differentiated category, approaching "children and adolescents" together. Brazil was the country which most presented publications. The prevailing issues were: victimization and/or exposition to domestic violence and associated problems; characteristics/description of violent acts violent acts against children and adolescents; perceptions of parents and children; perceptions of professionals on domestic violence.

Keywords: Domestic Violence, Adolescence, Bibliometric Indicators


 

 

Além de problema social, a violência é considerada um problema de saúde pública por seus comprometimentos na saúde e qualidade de vida das pessoas. Uma das prioridades na agenda de trabalho e de pesquisa da Organização Mundial de Saúde (OMS), a violência gera discussões em diversos campos do saber. Recentemente, é possível constatar o destaque do assunto entre os profissionais da saúde, os quais ocupam posição estratégica não apenas nos cuidados com as vítimas, mas na identificação desses eventos (Krug, Dahlberg, Mercy, Zwi, & Lozano, 2002; Oliveira et al., 2008; Minayo & Deslandes, 2009; Ministério da Saúde, 2010; Schraiber & D'Oliveira, 2003).

O ambiente doméstico e familiar tem sido o lugar de predominante expressão da violência contra crianças e adolescentes (Minayo & Souza, 1999). Destaca-se, contudo, que o conceito de violência doméstica aqui utilizado envolve aquela que é praticada no contexto das relações de afeto, não sendo restrita apenas ao ambiente doméstico (Ministério da Saúde, 2001).

No que tange à questão conceitual, observa-se também a utilização da expressão "violência intrafamiliar", que se diferenciaria da doméstica por abranger somente aqueles que compõem o grupo familiar (Ministério da Saúde, 2001). Entretanto, apesar da aludida diferenciação, e de haver autores que adotam uma expressão em detrimento de outra, esse aspecto não é claramente definido em várias publicações que tratam do tema (Dossi, Saliba, Garbin & Garbin, 2008; Schraiber, D'Oliveira, França-Júnior, & Pinho, 2002; Silva, Coelho, & Caponi, 2007; Vieira et al., 2008). Neste estudo, as duas expressões serão consideradas sinônimas.

Cabe ainda destacar que o estudo da violência tende a diferenciar o contexto em que ela se manifesta, podendo ser categorizada como autoinfligida, interpessoal ou coletiva. Na esfera das relações interpessoais, ainda é possível delimitar a conduta violenta mediante a forma como se manifestam os indivíduos, ou seja, por meio de natureza de seus atos. Assim, fala-se em violência física (uso da força física para causar danos a outrem), psicológica (agressões gestuais, verbais ou ameaças), sexual (adoção de práticas de cunho sexual contra a vontade da pessoa ou que levem à sua vitimização), também existindo a negligência ou abandono (privar de cuidados a quem necessita) (Krug et al., 2002; Minayo, 2005; Ministério da Saúde, 2001).

Stelko-Pereira e Wiliams (2010) apontam que, apesar dessas classificações, é comum a existência de desdobramentos e fragmentações no estudo da violência, de forma a abordar determinados grupos de vítimas e contextos de emergência dessas condutas. Nesse sentido, diversos estudos têm abordado crianças e adolescentes no contexto da violência praticada nas famílias (Espinoza-Gomez et al., 2010; Evans, Davis, & DiLillo, 2008; Moylan et al., 2010; Mustanoja et al., 2011; Paula et al., 2008).

Moylan et al. (2010) destacam que ser vítima direta, ou seja, ser alvo de atos de violência, bem como presenciar, testemunhar ou tomar conhecimento da vitimização de membros da relação familiar, com os quais existe vinculação afetiva, são eventos relacionados a problemas no desenvolvimento de crianças e adolescentes. Dentre os fatores que costumam estar associados a presenciar a violência doméstica e/ou a ser vítima direta desse tipo de ação, destacam-se: comportamentos internalizantes, como isolamento, queixas somáticas, depressão e ansiedade; e comportamentos externalizantes, como delinquência, agressividade e sintomas de traumas.

Aymer (2008), em pesquisa qualitativa com jovens atendidos por agência de Serviço Social nos Estados Unidos, identificou ideação suicida em nove dos dez adolescentes ouvidos que presenciaram violência perpetrada por seus pais. Também verificou a presença de sentimentos depressivos, pesadelos e consumo de drogas como forma de lidar com esse contexto. Entretanto, as reações a esses eventos são bastante diversificadas, sendo a idade um dos fatores que pode estar relacionado à variação no impacto produzido pela violência sofrida ou presenciada (Holt, Buckley, & Whelan, 2008).

O adolescente é a pessoa que tem entre 12 e 17 anos, segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) (Lei n. 8.069). Esse período, considerado como transição entre a infância e a idade adulta, é relevante pelo surgimento de características sexuais e do desenvolvimento de processos psicológicos e padrões de identificação. Entre os problemas relacionados a essa fase, a literatura indica a violência sexual, emocional e física, sendo praticadas na maioria das vezes por pessoas de estreita relação com os adolescentes, destacando-se familiares e parceiros (Monteiro, Costa, Nascimento, & Aguiar, 2007).

Pesquisa realizada com alunos da rede pública e privada em município do Rio de Janeiro apontou a violência física intrafamiliar como a variável de maior destaque para predição à depressão na fase da adolescência (Avanci, Assis, & Oliveira, 2008). Estudo transversal realizado com estudantes da sexta série de todas as escolas públicas de um município paulista constatou que adolescentes que haviam presenciado violência tiveram o dobro de chance de apresentarem problemas de saúde mental quando comparados com aqueles que não haviam presenciado. Nesse mesmo estudo, aqueles alunos expostos à violência doméstica tinham três vezes mais chances de apresentar esse tipo de problema quando comparados aos expostos à violência urbana, apontando que a violência doméstica tem papel ainda mais significativo na saúde mental desse grupo (Paula et al., 2008).

Pesquisa de abrangência nacional realizada nos anos de 2005 e 2006 visando a identificar a prevalência de abuso físico e exposição à violência parental constatou que 44,1% dos entrevistados na faixa etária dos 14 aos 19 anos foram vítimas de abuso físico (moderado ou severo) na infância (Zanoti-Jeronymo et al., 2009). Dados recentes sobre a implantação da Política Nacional de Redução dos Acidentes e Violências (PNRMAV) indicam que os jovens, juntamente aos idosos, são os grupos etários mais afetados pela mortalidade decorrente de causas externas - categoria que engloba acidentes e violências (Minayo & Deslandes, 2009).

Assim, diante da relevância social do estudo da violência doméstica, bem como da importância da adolescência como momento de domínio e incorporação das regras, valores e papéis sociais (Assis, Deslandes, & Santos, 2005), propôs-se um levantamento bibliométrico, buscando relacionar esses dois eventos. A importância de estudos bibliométricos se revela na medida em que permite conhecer e avaliar a produtividade e a qualidade da pesquisa sobre determinado assunto, favorecendo a identificação de tendências nos estudos e lacunas no conhecimento. Dessa maneira, ajuda a compreender como acontece a incorporação e difusão do conhecimento científico na sociedade (Vanti, 2002).

Visando a identificar as publicações recentes que relacionam violência doméstica e adolescência, pesquisou-se o período compreendido entre os anos de 2007 e 2011. Buscou-se identificar com que freqüência e de que forma a temática tem sido estudada. Além disso, objetivou-se identificar as contribuições que as pesquisas realizadas têm fornecido para o conhecimento do assunto.

 

Metodologia

Com o objetivo de alcançar um número representativo da produção científica acerca da temática em estudo, foi realizada busca eletrônica em cinco diferentes bases de dados: Web of Science, Psyc Info, Lilacs, Scielo e PubMed. A Web of Science é multidisciplinar e abarca os periódicos de maior impacto em cada área do conhecimento. A Psyc Info é considerada referência nas publicações em Psicologia e na área de saúde e das ciências humanas de forma geral. Já o Lilacs, Centro de Informação em Ciências da Saúde, abrange publicações dos países da América Latina e do Caribe. A Scielo, Scientific Eletronic Library Online, é uma biblioteca com publicações eletrônicas de periódicos científicos na Internet, abrangendo principalmente países da América Latina e Caribe. E o PubMed é um serviço da Biblioteca Nacional de Medicina Americana e provê acesso a artigos médicos publicados nas mais variadas revistas de diversas especialidades.

A busca nas bases Web of Science, Psyc Info e PubMed foi realizada pela associação da expressão "domestic violence" com o termo "adolescent" nos campos relativos ao título. No Lilacs e na Scielo, a forma mais eficaz de se efetuar a busca consistiu na utilização de termos em português, sendo as expressões "violência doméstica" e "violência intrafamiliar" usadas na entrada para descritor de assunto e "adolescente" no campo correspondente a "limites". Tais diferenças devem-se ao idioma predominante em cada uma das plataformas eletrônicas pesquisadas. O período abrangido pela busca incluiu os anos de 2007, 2008, 2009, 2010 e 2011.

O material coletado a partir de tais procedimentos foi organizado numa tabela com as seguintes referências: autor, título, fonte e ano de publicação, ocasião em que foram descartados os textos repetidos. A leitura dos abstracts/resumos dessas publicações possibilitou a exclusão daquelas que não focavam a temática da violência doméstica/adolescência. Alguns abordavam a violência de forma geral, e não a que ocorre no âmbito das relações familiares; outras não se referiam, de forma específica, à etapa de desenvolvimento alvo deste estudo, a adolescência.

Dessa forma, os critérios de inclusão utilizados nessa etapa foram: 1) ser artigo, modalidade de comunicação científica que apresenta estudos recentes na área, excluindo-se dissertações, teses e capítulos de livros; 2) apresentar resumo/abstract para identificação do tema e objetivos do estudo; 3) tratar da violência doméstica como um dos temas centrais do trabalho, explicitado em seus objetivos e/ou no título; e 4) abordar o adolescente como aspecto central do estudo, identificado no título e/ou objetivo.

Conforme mencionado, a presença da expressão "violência doméstica" ou "violência intrafamiliar", bem como dos termos "adolescente" ou "adolescência" no título ou objetivo das publicações foi uma das maneiras adotadas para a identificação dos temas centrais de pesquisa. Contudo, apesar de essas palavras estarem ausentes em dois estudos, estes foram incluídos, pois diziam respeito a registros de Conselhos Tutelares, instituições que lidam com situações de violência doméstica.

Salienta-se que, após a aplicação do primeiro critério de inclusão, quando foram selecionados apenas os artigos, chegou-se a um total de 69 trabalhos. Depois da análise dos títulos e objetivos visando à maior precisão conceitual no que se refere às categorias foco do presente estudo, restaram 28 artigos, os quais se constituíram na amostra a partir da qual foram realizadas as análises bibliométricas descritas nos itens Resultados e Discussão. Os artigos foram organizados e analisados de acordo com o ano de publicação, revista, tipo de estudo, local de realização do estudo, amostra utilizada, instituições de seleção das amostras e temas abordados.

 

Resultados

A seguir, são descritos os resultados desta pesquisa bibliométrica. A Tabela 1 apresenta a relação de todos os artigos pesquisados, assim como ano de publicação dos mesmos e autores. Em relação ao ano de publicação dos artigos, observou-se que, em 2007, houve sete artigos publicados e, em 2008, seis publicações sobre a temática. Em 2009 e 2010, houve um decréscimo na produtividade de artigos sobre o assunto, com apenas três publicações em 2009 e quatro em 2010. Já em 2011, observou-se um aumento de textos (oito artigos).

Artigos por revista

A distribuição do número de artigos por revista pode ser observada na Tabela 2. A Revista Latino-americana de Enfermagem e a Revista de Saúde Pública destacam-se como aquelas que mais publicaram sobre o assunto no período pesquisado. A primeira foi responsável pelo maior número de publicações (quatro), seguida pela Revista de Saúde Pública, com três artigos sobre o tema. Ambas as revistas estão vinculadas à Universidade de São Paulo e se propõem a divulgar resultados de pesquisas na área de saúde, sendo a Revista de Saúde Pública de cunho inter e multidisciplinar.

As revistas Cadernos de Saúde Pública, Acta Paulista de Enfermagem e Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil publicaram dois artigos cada com a temática pesquisada. As demais revistas publicaram um artigo sobre o tema no período de 2007 a 2011. Destaca-se que três dessas publicações são especializadas na temática da violência (Agression and Violent Behavior, Journal of Family Violence e Journal of Interpersonal Violence), o que aponta para a relevância do assunto e sugere a existência de diversas pesquisas sobre o mesmo.

Metodologia empregada nos artigos

A maior parte dos artigos baseou-se na perspectiva quantitativa (12), sendo que apenas um utilizou desenho longitudinal. Os demais foram estudos transversais (nove) e dois levantamentos (survey). A abordagem qualitativa apareceu em dez artigos, sendo que dois artigos se basearam em estudo de caso, um utilizou o método história de vida e um utilizou triangulação de métodos participativos. Os demais utilizaram entrevista (mais especificamente, em duas dessas pesquisas houve associação da entrevista com outra técnica: uma com a observação participante; outra associou observação participante e análise de documentos). Também foram identificados três artigos que apresentaram metodologia combinada, quali-quanti, bem como três estudos que apresentaram revisão de pesquisas anteriores, revisão bibliográfica, meta-análise e análise bibliométrica. A distribuição detalhada dos métodos Tabela 3. encontrados na amostra está especificada na Tabela 3.

País de realização dos estudos

Conforme é possível observar na Tabela 4, 17 estudos foram realizados no Brasil, o que sugere que o assunto vem sendo alvo de interesse de pesquisadores no país. Os Estados Unidos apresentaram a segunda maior produtividade, com quatro artigos no período.

Local de recrutamento da amostra

A maior parte das pesquisas (19) selecionou suas amostras em locais voltados para o atendimento de vítimas de violência doméstica: instituições de saúde (nove), agências de proteção social (seis), Conselhos Tutelares (três) e Vara da Infância e Juventude (um), contextos que podem enviesar os dados. Entretanto, como a violência doméstica é fenômeno que apresenta seus reflexos em diferentes esferas do âmbito social, é possível ter acesso a essas questões em outros contextos, como o escolar, utilizado em seis investigações. Nos três estudos teóricos não foi possível fazer essa categorização.

 

Tabela 5

 

Caracterização das amostras dos estudos

Conforme já destacado na descrição dos procedimentos de pesquisa, foi constatada a falta de delimitação do foco de estudo na adolescência como categoria específica. Dezesseis artigos utilizaram a categoria "crianças e adolescentes" como tema central sem apresentar nenhum tipo de diferenciação relativa às idades compreendidas nessas fases. Ressalta-se que em quatro estudos a categoria utilizada foi a de estudantes de séries que abrangem alunos adolescentes. Apenas oito pesquisas abordaram a faixa da adolescência de forma exclusiva, das quais duas estudaram adolescentes grávidas, duas apresentaram estudo relacionado especificamente a adolescentes do sexo masculino e quatro incluíram ambos os sexos.

 

Tabela 6

 

Temas abordados

Os temas mais abordados nos estudos analisados foram agrupados nas seguintes categorias: caracterização e descrição da violência doméstica praticada contra crianças e adolescentes (cinco); fatores associados a ser vítima ou testemunhar a violência doméstica (cinco); percepções de pais e de filhos sobre as situações associadas à violência doméstica (cinco); percepções de profissionais sobre violência doméstica contra crianças e adolescentes (quatro).

Com menor frequência foram identificados textos que abordaram: estratégias de coping adotadas por adolescentes vítimas de violência doméstica (dois); modelos para intervenção junto a adolescentes vítimas desse tipo de violência (dois); estudos de revisão de literatura: um sobre violência psicológica no contexto familiar e um sobre violência intrafamiliar contra crianças e adolescentes.

Os três artigos restantes trataram, cada um, de um tema específico, não podendo por isso serem enquadrados nas categorias citadas. Um artigo apresentou informações sobre a conduta de identificação e manejo dos casos de violência doméstica atendidos por fonoaudiólogos, o que reflete a tendência de estudo da temática por profissionais da área de saúde de forma mais ampla. O segundo texto tratou da elaboração de indicadores capazes de medir a implantação das políticas públicas de enfrentamento da violência doméstica em todo o país. O terceiro artigo investigou o conhecimento que adolescentes têm acerca de temas como álcool e drogas, abuso sexual infantil e violência intrafamiliar, e apresentou uma experiência de trabalho com essa população por intermédio de oficinas.

 

Tabela 7

 

A caracterização da violência sofrida no ambiente familiar, nos artigos analisados, refere-se principalmente às modalidades física, psicológica e sexual (Cepeda-Cuervo et al., 2007; Oliveira et al., 2011). Além destas, a negligência e o abandono também foram destacados nos estudos realizados a partir de registros realizados em Conselhos Tutelares (Bazon, 2008; Martins & Jorge, 2009). Apenas uma pesquisa investigou somente a punição física e a verbal. Ela teve como amostra os responsáveis por crianças/adolescentes enuréticos, os quais admitiram usar punição física em 48.5% dos casos, sendo as mães as agressoras mais frequentes (87,9%).

No que tange aos estudos que investigam a associação da violência doméstica com eventos prejudiciais ao desenvolvimento, Espinoza-Gómes et al. (2010) identificaram associações estatisticamente significativas entre esse tipo de violência, de modo mais específico o abuso sexual e a violência física, com comportamento suicida em universitários. Moylan et al. (2010) identificaram que a dupla exposição à violência doméstica (ou seja, ser vítima direta e testemunhar a violência no lar) aumentam a vulnerabilidade de jovens, sendo a depressão o fator mais fortemente associado a esse contexto. Comportamentos externalizantes diante da exposição à violência familiar apresentaram-se mais evidentes em meninos que em meninas (Evans et al., 2008; Moylan et al., 2010). As chances de ser vítima de bullying e de apresentar problemas de saúde mental também são aumentadas diante da exposição à violência doméstica, segundo estudos de Mustanoja (2011) e Paula et al. (2008).

Os estudos que investigaram percepções de pais e filhos abordaram aspectos diferenciados dentro da temática. Em dois deles, os pais revelaram que as agressões físicas são práticas comuns nas famílias e, de certa forma, não devem ser entendidas como tal, uma vez que são tidas como recursos disciplinares (Martins et al., 2007; Ribeiro et al., 2007). Nesse sentido, adolescentes grávidas revelaram vitimização na família a partir da descoberta da gravidez (Monteiro et al., 2007). Uma pesquisa que teve por base entrevistas com famílias envolvidas em conflitos familiares levados ao Judiciário nas Varas de Infância e Juventude constatou a percepção de que esse sistema não é eficaz (Roque & Ferriani, 2007). Por outro lado, mães e adolescentes externaram percepções positivas acerca do contexto de abrigamento em artigo publicado por Chanmugam (2011).

Os profissionais ouvidos em dois estudos visualizam a violência doméstica como reflexo das condições sociais, bem como inserida em ciclos de perpetuação culturais e intergeracionais (Nunes et al., 2008; Vendruscolo et al., 2007). Alguns profissionais da área de saúde apresentaram percepções de ausência de resolução dos problemas, bem como de priorização de medidas punitivas, e não de atendimento (Nunes et al., 2009). Professores do estudo de Elsen et al. (2011) acreditam que a escola é local de detecção do fenômeno, que poderia ser melhor enfrentado no cotidiano dessas instituições.

As estratégias de coping adotadas por jovens investigados em dois estudos revelam condutas que podem ser considerados características da fase da adolescência. Kaye et al. (2007) identificaram que minimizar o impacto e a severidade da violência, isolar-se e buscar ajuda ou retaliação são algumas das formas que adolescentes grávidas adotaram para lidar com o contexto de violência intrafamiliar. Aymer (2008) identificou, em adolescentes do sexo masculino, estratégias de enfrentamento diferenciadas: participar de atividades esportivas, ler, consumir drogas e agredir pessoas são algumas delas. O autor analisa que condutas saudáveis ou danosas relacionam-se à maturação social e emocional desses jovens.

Os artigos que abordaram aspectos da intervenção caracterizam diferentes propostas e níveis de atenção. Um deles descreve um modelo clínico utilizado em clínica de internação (Stewart et al., 2010) e outro propõe ações por intermédio de um serviço de Telemedicina (Haxhihamza et al., 2011).

Dois textos se dedicaram à revisão de literatura sobre violência: um deles dedicouse à violência intrafamiliar (Oliveira et al., 2008) e outro à violência psicológica nesse contexto (Abranches & Assis, 2011). Em ambos, destacou-se a necessidade de conhecimento das formas de expressão do fenômeno, sendo que, em sua modalidade de expressão psicológica, a delimitação e a detecção são difíceis, dada a invisibilidade que a caracteriza.

 

Discussão

A realização do levantamento bibliométrico relacionando violência doméstica e adolescência indicou que a temática ainda é pouco explorada no âmbito acadêmico quando associada especificamente a essa faixa etária. A amostra deste estudo, que totalizou apenas 28 artigos, representa a literatura dos cinco últimos anos em importantes bases de dados. Essas informações convergem com dados de estudo anterior, o qual constatou que no universo da produção acadêmica sobre violência doméstica entre os anos de 2006 e 2009, as publicações que focalizaram o adolescente representaram cerca de 3% da amostra (Bhona, Lourenço, & Brum, 2011).

Nesse sentido, cabe ressaltar que, apesar de a categoria adolescente se constituir no principal foco de interesse da presente investigação, mais da metade dos artigos coletados (57,12%) não indicou a adolescência como etapa do desenvolvimento diferenciada. Neles, essa faixa etária foi retratada de forma indireta pela categoria "crianças e adolescentes", sem uma abordagem diferenciada capaz de contemplar características dessa fase, tais como os conflitos por autonomia, autoridade e diferenciação, entre outros.

A análise da produtividade por ano indicou oscilação das publicações que associam violência doméstica e adolescência. Uma das hipóteses a ser investigada sobre esse achado diz respeito à tendência do uso de expressões mais específicas para retratar a violência que acontece no contexto das relações familiares, tais como violência familiar, violência entre parceiros íntimos e violência contra crianças e adolescentes (García-Moreno, Jansen, Ellsberg, Heise, & Watts, 2005)

Outra limitação inerente ao presente trabalho diz respeito ao número reduzido de textos encontrados abordando somente a faixa da adolescência. O predomínio de estudos que tratam conjuntamente crianças e adolescentes sugere que as investigações sobre essa faixa etária podem estar diluídas, o que pode ter prejudicado a caracterização desse grupo nos artigos analisados.

Os resultados relacionados aos periódicos que mais publicaram sobre o assunto, bem como os dados relativos aos países onde foram realizadas as pesquisas aqui apresentadas, convergiram no sentido de apontar o Brasil como o país que mais realizou estudos, conforme os critérios adotados na presente investigação, sendo a Universidade de São Paulo (USP) a responsável pelas duas revistas que lideraram as publicações sobre o tema. Destaca-se que essas publicações pertencem à área da saúde, confirmando tendência que vem sendo observada no estudo da violência de forma geral, ou seja, como problema de saúde pública (Schraiber & D'Oliveira, 2003).

No que se refere aos métodos utilizados para se investigar a questão, a análise dos dados sugere que diversas abordagens metodológicas sobre o assunto são possíveis. Parece haver um equilíbrio na escolha de abordagens qualitativas e quantitativas, o que gera a possibilidade de se obterem conhecimentos complementares sobre a temática.

O local de recrutamento da amostra nos estudos sobre violência doméstica constituise como informação relevante, especialmente para que possam ser contextualizados os achados de pesquisa (Evans et al., 2008; Simmons, Lehmann, & Coob, 2008). A predominância de estudos realizados em locais que atendem a vítimas de violência, tais como Agências de Proteção Social e Instituições de Saúde, sugere que o enfoque mais frequentemente adotado na relação entre violência doméstica e adolescência retrata a vitimização dos jovens. Assim, é possível inferir que a produção científica analisada aponta para grupos provavelmente envolvidos em situações crônicas de violência. Estudos de base populacional, que representem amostras de adolescentes na população geral, não foram encontrados, o que se constitui em agenda de pesquisa para investigações posteriores, capaz de caracterizar a prevalência/incidência do problema. Além disso, não foram identificados estudos que abordassem a perspectiva do adolescente agressor.

Os temas abordados nos artigos revelaram que a temática pode ser entendida como ponto de interseção entre discussões teóricas e práticas. Dentre os aspectos mais investigados, destaca-se: vitimização e/ou exposição à violência doméstica e os problemas associados; caracterização/descrição dos atos violentos direcionados a crianças e adolescentes; percepções de pais e filhos sobre o assunto; e percepções de profissionais sobre violência doméstica.

Por fim, cabe destacar que um tema recorrente apontado na discussão dos resultados em várias das publicações analisadas é o reconhecimento do problema da violência doméstica praticada contra os filhos como um recurso disciplinar, reproduzido através de gerações, o que o torna prática socialmente aceita e dificulta sua eliminação (Espinoza-Gomes et al., 2010; Martins et al., 2007; Martins & Jorge, 2009; Monteiro et al., 2007; Nunes et al., 2008; Vendruscolo et al., 2007; Zanoti- Jeronymo et al., 2009). Contudo, é válido ressaltar que o impacto dessas práticas em crianças e adolescentes pode se manifestar de forma diversa, dadas as características próprias de cada etapa do desenvolvimento. Isso implica abordagens diferenciadas para vítimas e agressores adolescentes no que se refere a práticas de atendimento, suporte e orientação nos casos de violência doméstica.

 

Referências

Abranches, C. D., & Assis, S. G. A (2011). A (in)visibilidade da violência psicológica na infância e adolescência no contexto familiar. Cadernos de Saúde Pública, 27(5),843-854.         [ Links ]

Acioli, R. M. L., Lima, M. L. C., Braga, M. C., Pimentel, F. C., & Castro, A. G. (2011). Violência intrafamiliar contra crianças e adolescentes: Identificação, manejo e conhecimento da rede de referência por fonoaudiólogo em serviços públicos de saúde. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, 11(1),21-28.         [ Links ]

Assis, S. G., Deslandes, S. F., & Santos, N. C. (2005). Violência na adolescência: sementes e frutos de uma sociedade desigual. In: Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Impacto da violência na saúde dos brasileiros (pp. 79-115). Brasília: Ministério da Saúde.         [ Links ]

Avanci, J. Q., Assis, S. G., & Oliveira, R.V.C. (2008). Sintomas depressivos na adolescência: Estudo sobre fatores psicossociais em amostra de escolares de um município do Rio de Janeiro, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, 24(10),2334-2346.         [ Links ]

Aymer, S. R. (2008). Adolescent males' coping responses to domestic violence: A qualitative study. Children and Youth Services, 30,654-664.         [ Links ]

Bazon, M. R. (2008). Violências contra crianças e adolescentes: Análise de quatro anos de notificações feitas ao Conselho Tutelar na cidade de Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, 24(2),323-332.         [ Links ]

Bhona, F. M. C., Lourenço, L. M., & Brum, C. R. S. (2011). Violência doméstica: Um estudo bibliométrico. Arquivos Brasileiros de Psicologia, 63(1),1-110.         [ Links ]

Brasil. Estatuto da Criança e do Adolescente. (1990). Brasília: Ministério da Saúde.         [ Links ]

Cepeda-Cuervo, E., Moncada-Sánchez, E., & Álvarez, V. P. (2007). Violencia intrafamiliar que afecta a estudiantes de educación básica y media en Bogotá. Revista Salud Pública, 9(4),516-528.         [ Links ]

Chanmugam, A. (2011). Perspectives on US domestic violence emergency shelters: what do young adolescent residents and their mothers say? Child Care in Practice, 17(4),393-415.         [ Links ]

Deslandes, S., Figueira, C. H., & Lima, J. S. (2011). Indicators of local actions for reporting and recording cases of domestic violence and sexual exploitation of children and adolescents. Cadernos de Saúde Pública, 27(8),1633-1645.         [ Links ]

Dossi, A. P., Saliba, O., Garbin, C. A. S., & Garbin, A. J. I. (2008). Perfil epidemiológico da violência física intrafamiliar: Agressões denunciadas num município do Estado de São Paulo, Brasil, entre 2001 e 2005. Cadernos de Saúde Pública, 24(8),1939-1952.         [ Links ]

Elsen, I., Próspero, E. N. S., Sanches, E. N., Floriano, C. J., & Sgrott, B. C. (2011). Escola: um espaço de revelação da violência doméstica contra crianças e adolescentes. Psicologia Argumento, 29(66), 303-314.         [ Links ]

Espinoza-Gomez, F., Zepeda-Pamplona, V., Bautista-Hernández, V., Hernández-Suárez, C. M., Newton-Sánchez, O. A., & Plasencia-García, G. R. (2010). Violencia doméstica y riesgo de conducta suicida en universitarios adolescentes. Salud Pública de México, 52,213-219.         [ Links ]

Evans, S. E., Davis, C., & DiLillo, D. (2008). Exposure to domestic violence: a meta-analysis of child and adolescent outcomes. Agression and Violent Behavior, 13(2),131-140.         [ Links ]

García-Moreno, C., Jansen, H. A. F. M., Ellsberg, M., Heise, L., & Watts, C. (2005). WHO multi-country study on women's health and domestic violence against women: Initial results on prevalence, health outcomes and women's responses. Lancet, 368(7),1260-1269.         [ Links ]

Haxhihamza, K., Doarn, C. R., & Marija, R. (2011). Domestic and peer violence in secondary school among adolescents: Can telemedicine help? Telemedicine and E-Health, 17(9),700-704.         [ Links ]

Hernández, S. J., Mathus, R. M., Castro, R. R., Solís, A. S., Vargas, M. V., & Campos, D. Z. (2010). Evaluando el conocimento de menores de edad sobre drogas y alcohol, abuso sexual infantil, violência intrafamiliar e infecciones de transmisíon sexual: el caso de la escuela Estados Unidos da América. Medicina Legal de Costa Rica, 27(2),27-33.         [ Links ]

Holt, S. Buckley, H., & Whelan, S. (2008). The impact of exposure to domestic violence on children and young people: A review of the literature. Child Abuse & Neglect, 32,797-810.         [ Links ]

Kaye, D. K, Ekstrom, A. M, Johansson, A., Bantebya, G., & Mirembe, F. M. (2007). Escaping the triple trap: coping strategies of pregnant adolescent survivors of domestic violence in Mulago hospital, Uganda. Scandinavian Journal of Public Health, 35(2),180-186.         [ Links ]

Krug, E. G., Dahlberg, L. L., Mercy, J. A., Zwi, A. B., & Lozano, R. (Ed.) (2002). World report on violence and health. Geneva: World Health Organization.         [ Links ]

Lei n. 8.069 de 13 de Julho de 1990. (1990). Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente. Recuperado em 27 de Março de 2012, de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm         [ Links ]

Martins, C. B. G., & Jorge, M. H. P. M. (2009). A violência contra crianças e adolescentes: Características epidemiológicas dos casos notificados aos Conselhos Tutelares e programas de atendimento em município do Sul do Brasil, 2002 e 2006. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 18(4),315-334.         [ Links ]

Martins, C. S., Ferriani, M. G. C., Silva, M. A. I., Zahr, N. R., Arone, K. M. B., & Roque, E. M. S. (2007). A dinâmica familiar na visão de pais e filhos envolvidos na violência doméstica contra crianças e adolescentes. Revista Latino Americana de Enfermagem,15(5),889-894.         [ Links ]

Minayo, M. C. S. (2005). Violência: um problema para a saúde dos brasileiros. In: Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Impacto da violência na saúde dos brasileiros (pp.10-41). Brasília: Ministério da Saúde.         [ Links ]

Minayo, M. C. S., & Deslandes, S. F. (2009). Análise da implantação da rede de atenção às vítimas de acidentes e violências segundo diretrizes da Política Nacional de Redução da Morbimortalidade sobre Violência e Saúde. Ciência & Saúde Coletiva, 14(5),1641-1649.         [ Links ]

Minayo, M. C. S., & Souza, E. R. (1999). É possível prevenir a violência? Ciência & Saúde Coletiva, 4,7-22.         [ Links ]

Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde. (2001). Violência intrafamiliar: Orientações para prática em serviço. Brasília: Ministério da Saúde.         [ Links ]

Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. (2010). Linha de cuidado para a atenção integral à saúde de crianças, adolescentes e suas famílias em situação de violência: Orientações para gestores e profissionais de saúde. Brasília: Ministério da Saúde.         [ Links ]

Monteiro, C. F. S., Costa N. S. S., Nascimento P. S. V., & Aguiar Y. A. (2007). A violência intrafamiliar contra adolescentes grávidas. Revista Brasileira de Enfermagem, 60(4),373-376.         [ Links ]

Moylan, C. A., Herrenkohl, T. I., Sousa, C., Tajima, E. A., Herrenkohl, R. C., & Russo, M. J. (2010). The effects of child abuse and exposure to domestic violence on adolescent internalizing and externalizing behavior problems. Journal of Family Violence, 25,53-63.         [ Links ]

Mustanoja, S., Luukkonen, A., Hakko, H. Räsänen, P., Säävälä, H., & Riala, K. (2011). Is exposure to domestic violence and violent crime associated with bullying behaviour among underage adolescent psychiatric inpatients? Children Psychiatry & Human Development, 42(4),495-506.         [ Links ]

Nunes, C. B., Sarti, C. A., & Ohara, C. V. S. (2008). Concepções de profissionais de saúde sobre a violência intrafamiliar contra a criança e o adolescente. Revista Latino-Americana de Enfermagem, 16(1),136-141.         [ Links ]

Nunes, C. B., Sarti, C. A., & Ohara, C. V. S. (2009). Profissionais de saúde e violência intrafamiliar contra a criança e adolescente. Acta Paulista de Enfermagem, 22,903-908.         [ Links ]

Oliveira, B. R. G., Thomazine, A. M., Bittar, D. B., Santos, F. L., Silva, L. M. P., Santos, R. L.R., Silva, M. A. I., & Carvalho, M. G. B. (2008). A violência intrafamiliar contra a criança e o adolescente: o que nos mostra a literatura nacional. Revista Mineira de Enfermagem, 12(4),547-556.         [ Links ]

Oliveira, M. T., Lima, L. C. L., Barros, M. D. A., Paz, A. M., Barbosa, A. M. F., & Leite, R. M. B. (2011). Sub-registro da violência doméstica em adolescentes: A (in)visibilidade na demanda ambulatorial de um serviço de saúde no Recife-PE, Brasil. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, 11(1),29-39.         [ Links ]

Paula, C. S., Vedovato, M. S., Bordin, I. A. S., Barros, M. G. S. M., Antino, M. E. F. D., & Mercadante, M. T. (2008). Saúde mental e violência entre estudantes da sexta série de um município paulista. Revista de Saúde Pública, 42(3),524-528.         [ Links ]

Ribeiro, E. M., Echert, E. R; Souza, A. I. J., & Silva, A. M. F. (2007). Castigo físico adotado por pais acompanhantes no disciplinamento de crianças e adolescentes. Acta Paulista de Enfermagem, 20(3),377-383.         [ Links ]

Roque, E. M. S. T., & Ferriani, M. G. C. (2007). A study about families of children and teenagers who were victims of violence and faced judicial intervention. Revista Latino-Americana de Enfermagem, 15(4),549-555.         [ Links ]

Sapi, M. C., Vasconcelos, J. S. P., Silva, F. G., Damião, R., & Silva, E. A. (2009). Avaliação da violência intradomiciliar na criança e no adolescente enuréticos. Jornal de Pediatria, 85(5),433-437.         [ Links ]

Schraiber, L. B., D'Oliveira, A. F. P. L., França-Júnior, I., & Pinho, A. A. (2002). Violência contra a mulher: estudo em uma unidade de atenção primária à saúde. Revista Saúde Pública, 36(4),470-477.         [ Links ]

Schraiber, L. B., & D'Oliveira, A. F. P. L. (2003). O que devem saber os profissionais de saúde para promover os direitos e a saúde das mulheres em situação de violência doméstica [cartilha]. Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP, São Paulo, SP.         [ Links ]

Silva, L. L., Coelho, E. B. S., & Caponi, S. N. C. (2007). Violência silenciosa: Violência psicológica como condição da violência física doméstica. Interface: Comunicação, Saúde, Educação, 11(21),93-103.         [ Links ]

Simmons, C. A., Lehmann, P., & Coob, N. (2008). Women arrested for partner violence and substance use: an exploration of discrepancies in the literature. Journal of Interpersonal Violence, 23(6),707-727.         [ Links ]

Stelko-Pereira, A. C., & Williams, L. C. A. (2010). Sobre o conceito de violência: distinções necessárias. In: L. C. A. Williams, J. M. D. Maia, & K. S. A. Rios (Orgs.), Aspectos psicológicos da violência: Pesquisa e intervenção cognitivocomportamental (pp. 41-66). Santo André: ESEtec.         [ Links ]

Stewart, J., Todd, N., & Kopeck, C. A. (2010). Clinical model in action in intensive residential treatment: Meeting the needs of adolescent boys who have experienced domestic violence. Journal of Child and Family Studies, 19(4),419-428.         [ Links ]

Vanti, N. A. P. (2002). Da bibliometria à webometria: Uma exploração conceitual dos mecanismos utilizados para medir o registro da informação e a difusão do conhecimento. Ciência da Informação, 31(2),152-162.         [ Links ]

Vendruscolo, T. S., Ferriani, M. G. C., & Silva, M. A. I. (2007). Public care policies for child and adolescent victims of domestic violence. Revista Latino-Americana de Enfermagem, 15, 812-819.         [ Links ]

Vieira, L. J. E. S., Pordeus, A. M. J., Ferreira, R. C., Moreira, D. P., Maia, P. B., & Saviolli, K. C. (2008). Fatores de risco para violência contra a mulher no contexto doméstico e coletivo. Saúde e Sociedade, 17(3),113-125.         [ Links ]

Zanoti-Jeronymo, D. V., Zaleski, M., Pinsky. I., Caetano, R., Figli, N. B., & Laranjeira, R. (2009). Prevalência de abuso físico na infância e exposição à violência parental em uma amostra brasileira. Caderno de Saúde Pública, 25(11),2467-2479.         [ Links ]

 

 

Recebido: 15/12/2011
Aceito: 21/04/2012

 

 

1 Contato: francesca_st@yahoo.com.br

Creative Commons License