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Gerais : Revista Interinstitucional de Psicologia

versão On-line ISSN 1983-8220

Gerais, Rev. Interinst. Psicol. vol.7 no.1 Juiz de Fora jun. 2014

 

ARTIGOS

 

Concepções e expectativas de estudantes de psicologia sobre sua futura profissão

 

Psychology students' conceptions and expectations as to their future career

 

 

Denise Macedo ZiliottoI,1; Jussara BenvenuttiII; Mihele MatielloII; Simony PeilII

IUniversidade Feevale, Novo Hamburgo, Brasil
IICentro Universitário Unilasalle, Canoas, Brasil

 

 


RESUMO

Considerando os 50 anos da Psicologia enquanto profissão no Brasil, torna-se oportuno conhecer os acadêmicos que estão em formação, bem como suas ideias e projetos profissionais. Para tanto, foi desenvolvida uma pesquisa com o objetivo de compreender como os futuros psicólogos concebem sua escolha profissional e quais são suas expectativas em relação ao exercício da profissão. A investigação realizada, de cunho qualitativo e de natureza exploratória, foi realizada com 91 alunos de instituição privada de ensino superior, a partir de entrevistas semidirigidas. Os resultados apontam para uma concepção de Psicologia associada à condição de ajuda e à perspectiva de desvelamento do ser humano. Os entrevistados concebem como amplas as potencialidades de exercício profissional, mas reconhecem elementos discriminatórios remetidos ao psicólogo e àquele que busca a Psicologia.

Palavras-chave: Estudantes universitários, Escolha profissional, Formação profissional, Psicologia.


ABSTRACT

Considering the five decades of Psychology as a profession in Brazil, it is opportune to know the students who are studying, as well as their ideas and professional projects. This research aims at understanding how future psychologists conceive their professional choice and what their expectations of the career are. This qualitative, exploratory investigation involved semi-structured interviews with 91 students from a private higher education institution. The results pointed out a conception of Psychology associated with both a help condition and a perspective of disclosure of the human being. The respondents think that the professional exercise shows great potentialities due to the presence of a wide range of spaces for practice, but they identify some discrimination of psychologists and those who pursue Psychology.

Keywords: College students, Professional choice, Professional education, Psychology.


 

 

Concepções e expectativas de estudantes de Psicologia sobre sua futura profissão

Nos 50 anos de Psicologia no Brasil, os psicólogos têm produzido práticas, saberes, posicionamentos e diferenças, mas este período foi marcado por profundas transformações econômicas e sociais que, por sua vez, também tiveram seus efeitos sobre a profissão. Como evidências deste processo estão as diferentes versões do código de ética, a deliberação de inúmeras resoluções para o exercício da Psicologia, a ampliação das unidades de representação do Conselho no país e o crescimento do número de cursos oferecidos, expandindo consideravelmente o contingente de profissionais atuantes, especialmente em novos espaços como a saúde pública. Na interlocução entre os psicólogos e a sociedade, ações de ambos os lados indicam demandas. Os movimentos sociais que reivindicam a garantia dos direitos e da condição cidadã concorrem para o reconhecimento da contribuição das práticas e saberes psicológicos, especialmente aqueles que concebem a subjetividade como uma construção social. A inserção em equipes multiprofissionais em diversos serviços e a participação, com outras categorias profissionais, da oposição à lei do ato médico também conferiram visibilidade e protagonismo à Psicologia, oportunizando a ruptura da concepção psicoterápica oriunda do modelo clínico predominante.

Atentando para este cenário contemporâneo, entende-se como relevante a reflexão sobre a profissão que, embora recente em relação ao estabelecimento anterior de outras categorias, neste escopo de estudo, especialmente o conhecimento das concepções e projetos dos acadêmicos de Psicologia, justamente por apontar perspectivas do lugar futuro da profissão. Como assinala Jacó-Vilela (2012) há um processo de reflexão sobre a necessidade de maior conhecimento da realidade brasileira e, em consequência, de produções e de ensino de Psicologia baseados nessa realidade. Nesta direção, Dantas (2010, p. 632) defende que a Psicologia deve preocupar-se em constituir, no campo de sua formação, "o entendimento e a crítica do modo como a sociedade está organizada, indicando quais os fatores que favorecem e os que não favorecem a obtenção da igualdade de direito dos cidadãos". Este posicionamento possibilitaria a construção de saberes afinados com o comprometimento social, buscando a proposição de políticas que engendrem mudanças.

Concebendo o psicólogo, como propõe Bock (1997), comprometido com seu tempo e com sua sociedade, um profissional cidadão, é oportuno produzir leituras de como este sujeito se desdobra diante dos diferentes cenários que experiencia. Neste recorte investigativo, nos dedicamos a pensar o estudante e sua futura profissão, tendo como objetivo compreender como os acadêmicos de Psicologia concebem sua escolha profissional e quais são suas expectativas em relação ao exercício da profissão. A investigação de cunho qualitativo e exploratório foi realizada a partir de entrevistas semi-dirigidas com 91 discentes de semestres iniciais, em instituição de ensino superior privado.

Boaventura Santos (1991) afirma que as condições de possibilidade da ação humana são projetadas no mundo a partir de um espaço-tempo local, o que sempre implica em analisar sujeitos em uma perspectiva histórica e protagonista. Considerando este pressuposto, em 2000, Dimenstein identificou que a maioria dos estudantes dos cursos de Psicologia no Brasil aspirava ao ideal liberal de atuar com seus iguais - a classe média urbana - e ter formação teórica voltada para a prática clínica, no modelo tradicional de atendimento individual. Considerando o aumento significativo de instituições de ensino e a presença de profissionais em cidades do interior do país, como também a ampliação importante de espaços de atuação do psicólogo na esfera pública, esta premissa afirmada acima ainda se sustenta? Questões como esta evocam a presente investigação, norteada pelos estudos da história da Psicologia, especialmente a partir de Bock (1997; 2010), Jacó-Vilela (2012) e Bernardes (2012), que concebem a profissão a partir de elementos políticos e sociais.

 

O cenário que instiga a reflexão

Em 1987 haviam 54.139 psicólogos inscritos em oito conselhos regionais (CRPs) e em 2012 já ultrapassam os 240.000, cadastrados em 20 regionais, o que demonstra um crescimento importante que se reflete na formação em Psicologia, em novas territorialidades e serviços. Tais mudanças são atribuídas, segundo Macedo e Dimenstein (2011) ao processo de reestruturação e expansão da educação superior e às articulações dos psicólogos com os movimentos sociais, especialmente no processo de descentralização das políticas sociais, tendo como efeito a expansão e a interiorização da Psicologia como profissão. É importante contextualizar estas mudanças no conjunto das transformações que atingiram o ensino superior brasileiro nas últimas décadas, entendido por Lisboa e Barbosa (2009) a partir de três momentos: um primeiro boom com o advento da reforma universitária em 1968, um segundo incremento com a promulgação da nova Lei de Diretrizes e Bases (LDB) em 1996 e um crescimento realmente vertiginoso a partir de 2006, onde se configura uma "definição política em favor da soberania do mercado como gestor maior dos serviços do setor" (Lisboa e Barbosa, 2009, p.7).

Pode-se visualizar tais processos no âmbito da formação em Psicologia, a partir da investigação de Bastos, Gondim e Rodrigues (2010) que analisa um período de 15 anos: em 1991 havia no Brasil um total de 101 cursos e 12.475 vagas oferecidas; já em 2006, contabilizava-se 352 cursos e 55.436 vagas para ingresso. Em relação ao número de ingressantes e concluintes no período analisado, inicialmente eram 11.295 vestibulandos, para 28.619 em 2006. Os formandos somavam 9.576 em 1991 e, 15 anos depois, 17.002 psicólogos. Ainda, segundo o mesmo estudo, as regiões sudeste e sul perfaziam majoritariamente os locais de formação - 51,8% e 20,2%, respectivamente sendo que o estado de São Paulo continua sendo o maior polo de formação (30,1%) e inserção do profissional de psicologia (34,7%).

Em relação ao local de atuação dos psicólogos, contudo, observa-se aumento nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, bem como um crescente número de cursos em instituições de ensino no interior dos estados, percebendo-se o aumento da mobilidade e da presença dos profissionais em diversas regiões. Em 1998, 59% dos psicólogos encontravam-se nas capitais do país, o que se reduziu para o percentual de 48% em 2009 (Bastos, Gondim & Borges-Andrade, 2010), ocorrendo o equivalente inverso em relação ao interior dos Estados. Esta mobilidade também pode apontar outros vieses, como o observado por Bastos et al. (2010) no Rio Grande do Sul, onde se encontra o maior contingente de profissionais graduados em um Estado que trabalham em outras regiões do país: do total de psicólogos, 8,7% se graduaram no RS, porém somente 2,8% deles trabalham neste Estado.

Como afirma Bock (2010), as pesquisas têm mostrado que os psicólogos gostam muito da profissão e se mantêm registrados no Conselho mesmo sem trabalhar na profissão, pois entendem que irão exercê-la oportunamente. Ademais, "os cursos de Psicologia têm baixos índices de evasão e de inadimplência, o que mostra um vínculo e isso tem refletido o interesse por maior inserção" (p. 247). Porém, reconhece-se que as diversas mudanças curriculares que marcaram os últimos vinte anos ainda não conseguiram empreender uma mudança estrutural nos cursos (Francisco & Bastos, 2005), o que indica que a Psicologia, constituída originalmente a partir de um saber e de uma prática conservadores passa, de maneira tardia, a imbuir-se da construção e efetivação de um projeto de transformação social, (Yamamoto & Oliveira, 2010), com necessária expressão na formação. Jacó-Vilela (2012) considera ainda que há uma produção multivariada sobre a ciência psicológica, podendo gerar um efeito perverso, tornando o conhecimento disperso, justamente por não mais haver a preocupação com um conteúdo mínimo do qual o psicólogo deva ser responsável. Tais considerações situam o processo em curso dos balizadores da formação e de seus norteadores.

Considerando este cenário permeado por um crescimento importante do contingente de profissionais, fruto de igual incremento de acadêmicos nos cursos de Psicologia, torna-se relevante investigar os futuros psicólogos e suas concepções sobre a profissão. Ao refletir sobre os sujeitos que estão em formação, suas ideias e expectativas, busca-se vislumbrar questões que incidam sobre a constituição da categoria, sobre suas práticas e seus saberes. Compreender que pensamentos se associam à escolha profissional e ao exercício da profissão igualmente remetem aos objetivos desta pesquisa.

 

Percurso da investigação

A pesquisa, de característica qualitativa e exploratória, foi realizada a partir de entrevista semi-dirigida com 91 acadêmicos de Psicologia que cursavam disciplinas entre o 1º e o 3º semestre do curso, em instituição privada de ensino superior da região metropolitana de Porto Alegre/RS, no ano de 2012. Cabe salientar a expressividade do contexto investigado, uma vez que, das 2378 Instituições de Educação Superior existentes em 2010, 2100 (88,3%) eram privadas e respondiam por 74,2% do total de matrículas realizadas (INEP, 2012). Na amostra escolhida por conveniência, os alunos foram questionados a partir de entrevista sobre motivo da escolha profissional, sobre a imagem da Psicologia e o exercício futuro da profissão.

As entrevistas foram o instrumento escolhido para dar curso à investigação por possibilitar, de maneira ampliada, a busca de informações sobre o tema e o problema de pesquisa, oportunizando identificar as posições dos entrevistados sobre o foco do estudo em questão (Marconi & Lakatos, 2010). Para analisar os dados obtidos nas entrevistas, fez-se uso da metodologia de Bardin que conceitua a categorização como "uma operação de classificação de elementos constitutivos de um conjunto, por diferenciação e, seguidamente, por reagrupamento, com os critérios previamente definidos" (Bardin, 2004, p. 111). Desta forma, classificar dados em categorias implica em reunir o que cada um dos elementos investigados tem em comum, compondo unidades a serem analisadas. A partir de várias leituras do material disponível, as respostas advindas das entrevistas foram agrupadas em três categorias, a saber: escolha profissional, concepções sobre a Psicologia e futuro exercício da profissão.

Inicialmente caracterizaremos a amostra, a partir da explicitação de sua composição. Dos 91 sujeitos participantes, 75 eram mulheres e 16 homens, perfazendo respectivamente 82,6% e 17,4%, o que se aproxima de estudos anteriores que caracterizam a Psicologia como uma profissão feminina (Castro & Yamamoto, 1998; Pereira & Pereira Neto, 2003; Conselho Federal Psicologia, 2004; Bastos, Gondim & Rodrigues, 2010). Os entrevistados possuíam entre 17 e 64 anos, sendo a idade média de 29 anos, mais jovem do que os 36,7 anos da investigação de Bastos, Gondim e Borges-Andrade (2010). Contudo, é importante considerar que o tempo médio de graduação se ampliou, segundo referido por esses autores, de 7,51 anos em 1988 para 10,6 anos em 2009, o que sugere que, no decorrer da formação, os estudantes deste estudo estejam no mesmo escopo da investigação citada.

Quanto ao estado civil, a maioria (64,1%) dos entrevistados é solteira e 28,3% eram casados. Apenas dois sujeitos eram divorciados e um declarou-se viúvo, sendo que os demais não informaram seu estado civil. Na amostra pesquisada, 53,3% dos acadêmicos não tinham filhos e 21,8% tinham até dois filhos.

Quanto à escolaridade, 83,7% estavam cursando pela primeira vez um curso de graduação, 4,3% possuíam outro curso superior incompleto, 6,5% possuíam outro curso superior completo e 5,4% possuíam Pós Graduação. Em relação às atividades profissionais desenvolvidas pelos participantes da pesquisa, considerando que o curso que frequentavam era noturno, destacaramse aquelas de cunho comercial em que trabalhavam 14,2% dos entrevistados, seguidas pela área administrativa (9,8%) e pelas atividades na educação (8,7%). Destaca-se que o 19,6% dedicava-se somente à vida acadêmica, e que 80,4% dos acadêmicos exerciam alguma função remunerada, havendo importante diversidade de atividades mencionadas - atuação militar, segmento de serviços, área de RH, funcionário público, empresário, autônomo, entre outras.

A seguir, apresentam-se as categorias resultantes da análise das entrevistas realizadas escolha profissional, concepções sobre a Psicologia e futuro exercício da profissão, que aludem às questões que originaram a investigação.

 

Escolha profissional

As entrevistas evidenciam significativa identificação dos alunos com sua escolha profissional e com o curso, sendo as referências à Psicologia sempre elogiosas e marcadas por certo "encantamento" dos acadêmicos diante das potencialidades supostas na profissão. A menção à compreensão da complexidade do ser humano das suas razões, do que se passa em sua mente através do conhecimento psicológico é majoritária nos entrevistados. M. B., 21 anos, explicita esta concepção acerca da ciência psicológica ao dizer que "quer muito entender o ser humano e seus enigmas". E., 27 anos afirma que "sempre gostei da Psicologia, mas o que mais me motivou foi a vontade de conhecer o ser humano". J., 47 anos, declara que "é uma importante ciência que tem contribuído para esclarecer e desvendar determinados comportamentos". E ainda, "a Psicologia abre uma porta para trabalhar com o seu humano e todos os sentimentos armazenados ao logo do processo evolutivo" (M., 52 anos) e "conhecimento da condição humana, do seu funcionamento e da sua constituição" (M., 54 anos), são expressões dos entrevistados relativas à aposta no desvelamento do ser humano. A possibilidade de conhecer e aprender com outras pessoas e o contato interpessoal cotidiano também foram identificados como razões da escolha de estudantes de Psicologia por Traverso-Yepez & Morais (2004), entendendo a sua contribuição enquanto profissionais na ajuda às pessoas no intuito de se compreenderem.

Esta condição de ajuda vislumbrada no exercício da profissão foi mencionada inúmeras vezes nas entrevistas, podendo ser reconhecida em:

Me identifico muito com as áreas que ajudam o ser humano a se conhecer e viver melhor (A., 24 anos).

Escolhi a psicologia porque sempre gostei de ajudar as pessoas e a capacidade da mente humana de nos transformar é algo que me chamou muita atenção (L., 26 anos).

Por gostar de analisar e observar as pessoas. E também por acreditar que as pessoas mentalmente saudáveis fazem um mundo melhor (T., 20 anos).

E ainda:

Escolhi a psicologia como profissão, por acreditar que o ser humano possui dentro de si mesmo a resposta para seus traumas. Dessa forma com o estudo da psicologia, poderei ajudar o indivíduo com ferramentas a superá-las. Por querer ajudar os outros e também para entender melhor o ser humano (L., 30 anos).

Souza Filho, Oliveira e Lima (2006) realizaram pesquisa sobre como o psicólogo é percebido: alguém que oferece auxílio, aludido também como um profissional da saúde mental, que está apto a oferecer apoio de cunho psicológico, aproximando-se do modelo médico. Na presente investigação foi manifesto certo fascínio pela profissão, expresso por sete entrevistados, como para J., 47 anos, que diz ter admiração pelos profissionais que trabalham para minimizar o sofrimento das pessoas. Evidencia-se também a proximidade com a área da saúde, como afirma A., 18 anos:

Na verdade, eu sempre quis fazer medicina, mas não foi possível, então entrei na psicologia com a esperança de que pudesse, de alguma maneira, me aproximar das pessoas e quem sabe trabalhar na área hospitalar. Tive sorte em gostar do curso que escolhi. Hoje se tivesse oportunidade de fazer medicina, não faria. Amo essa profissão e sei que fiz a escolha correta (A., 18 anos).

Já para R., 21 anos, a relevância de sua escolha está em ajudar o ser humano a praticar e melhorar sua própria saúde mental, sem a necessidade de medicamentos, o que enseja o entendimento a partir justamente de uma diferença das ciências médicas. A opção pela Psicologia também se delineia para alguns a partir do seu sofrimento psíquico e do tratamento pessoal:

Escolhi esta profissão em último caso, pois queria veterinária. Mas como não consegui, fiz terapia por nove meses e gostei; também fiz estágio com três psicólogos e eles me ajudaram muito na minha escolha (C. 22 anos).

Me interessei pelo curso, em função da minha condição, dos tratamentos frustrados que passei, em função da minha condição, do meu transtorno de personalidade borderline. Fui lendo livros da área e percebendo que queria saber mais, por isso optei pelo curso de Psicologia (N., 24 anos).

Eu tive depressão na infância e, na época, sofri muito preconceito. Hoje quero entender mais sobre as doenças mentais e ajudar as pessoas que sofrem com isso (G., 33 anos).

Bock (2010) situa basicamente quatro respostas dos psicólogos em relação à escolha pelo curso, nenhuma de cunho social: prazer com o conhecimento, prazer em conhecer o outro, em conhecer-se melhor e em ajudar o outro. Não há, como igualmente ocorre nesta pesquisa, um projeto de trabalho na e para a sociedade. Persiste a ideia de uma atividade que oferece retorno a quem a exercer ou a sujeitos individualizados.

Alguns alunos já graduados em outros cursos decidiram retornar à graduação em busca de conhecimentos não contemplados em sua formação anterior:

No curso de Administração tivemos uma disciplina que se chamava Psicologia aplicada à Administração. Naquela época, 1992, nasceu o desejo. Ao longo de minha vida profissional fui fazendo outros cursos, inclusive Pós Graduação em Administração e Formação de RH e Humanização da Atenção e Gestão do SUS. Todos os cursos foram muito importantes, porém não supriram meu desejo de fazer Psicologia. Sempre tive facilidades em desenvolver minha atividade como administradora, porém sempre faltaram os conceitos teóricos de Psicologia para o melhor desenvolvimento da mesma. Estou agora realizando um sonho (J., 49 anos).

Como venho das ciências exatas e da área técnica, acabei por perceber, depois de certo tempo, que teria algo mais do que as ditas "certezas" das estatísticas e percentuais. Sendo assim, acabei por me enamorar da psicologia (R., 48 anos).

Magalhães, Straliotto, Keller e Gomes (2001) analisaram a escolha vocacional da Psicologia e obtiveram como motivos o desejo de ajudar (75%), a busca de crescimento pessoal (20%), o fascínio pelo conhecimento psicológico (62,5%) e a busca de competência interpessoal (22,5%). A escolha advém de uma construção anterior acerca da profissão e da ciência, como se explicita na categoria descrita a seguir.

 

Concepções sobre a Psicologia

No percurso da investigação foram levantados dados que pudessem elucidar sobre como os acadêmicos concebiam a ciência e a profissão na Psicologia. Frequentemente faz-se referência à psicologia como uma área ampla, com espaços diversos para atuação e em crescimento:

É uma profissão que está cada vez mais ampla no mercado de trabalho. Como existe muito campo, nós psicólogos podemos estudar muito para escolher uma que nos agrada (C., 22 anos).

Vejo como uma área em grande ascensão. Pois hoje em dia, diferente da visão que havia um tempo atrás, apenas do psicólogo clínico, já notamos o crescimento de outras áreas da Psicologia, como social, organizacional, jurídica, etc. (A., 24 anos).

Vejo como uma profissão em constante expansão, porque tanto a mente quanto o comportamento humano são áreas de estudos muito amplas, que permitem novas descobertas a cada dia. A Psicologia é muito versátil, por isso se encaixa bem com outras áreas também, como por exemplo: Educação, Medicina, Filosofia, Biologia, entre outras. Sendo assim, abrem-se diversos campos de trabalho, tornando-a cada vez mais interessante (N., 24 anos).

Psicologia é um campo do saber muito amplo. Podemos trabalhar todas as áreas do humano, explorá-las de um modo mais complexo (L., 26 anos).

Os dois últimos entrevistados cotejam a questão da interdisciplinaridade ou da transdisciplinaridade, na qual o conhecimento não é mais concebido em suas fronteiras dos campos da ciência, sendo importante borrar estes limites para que se possam diminuir as dificuldades de compreensão presentes no princípio disciplinar. Contudo, prevalece a visão da Psicologia como um saber que responde sobre o ser humano e ao ser humano:

O psicólogo tem uma importância muito grande dentro da sociedade, porque hoje em dia, as pessoas necessitam de alguém para expor seus problemas e dividir suas angústias (I., 23 anos).

A Psicologia é de extrema importância na sociedade atual, tendo em vista a vida do ser humano cada vez mais agitada. Com esta correria do dia a dia, surgem problemas como stress, por exemplo. Noto que, nos dias de hoje, com as inúmeras tecnologias existentes, as pessoas estão se relacionando cada vez menos entre si (pessoalmente) e isto também pode causar problemas. O psicólogo traz este papel, ele escuta, o que hoje em dia as pessoas já não têm muito o hábito de fazer (A., 24 anos).

A importância da Psicologia na sociedade atual se dá pela forma na qual levamos nossas vidas. Vivemos cada vez mais estressados, correndo, tentando nos superar a todo o momento. Dessa forma, causando diversos problemas como a ansiedade, o pânico, a angústia, depressão, insegurança, etc. Exatamente nesse momento que buscamos ajuda na Psicologia, para aliviarmos nosso sofrimento (L., 30 anos).

Em estudo realizado por Ferrarini & Camargo (2012), os estudantes situavam a Psicologia enquanto conhecimento que busca a promoção da saúde, o bem-estar, a qualidade de vida e a saúde mental, configurando um discurso circular que não conseguia significar e explicitar o fazer do psicólogo a partir de elementos teóricos e práticos. Como efeito, percebem-se restritos na instrumentalização e capacitação para atuarem nesta perspectiva social, mas reconhecem outras potencialidades, descentralizando a psicologia clínica clássica como predominante. Esta alusão ao contexto social também está se faz presente nas considerações dos entrevistados apresentadas acima, mesmo que esta dimensão seja enfrentada em alguns momentos a partir de condição diferenciada em relação aos outros trabalhadores na área da saúde, como identifica G., 33 anos:

Acho que o psicólogo exercita muita coisa que hoje não fazemos, o ouvir. Expande coisas ocultas no nosso íntimo, trabalha nossa emoção e nos faz mais forte, nos ajuda a entender nosso comportamento, nossas atitudes, e nos conduz à cura de doenças mentais.

A potencialidade da atuação na promoção e prevenção da saúde mental também não se faz presente para os entrevistados, o que sugere uma prática essencialmente constituída e reconhecida a partir da identificação da patologia. A inserção de alunos em projetos de saúde - privada e pública são instrumentos fundamentais para que o conhecimento de diferentes espaços e realidades, possibilitando também a construção de relacionamentos com outros colegas, com outros profissionais, com gestores e com usuários (Mendes, Fonseca, Brasil, Dalbello-Araújo, 2012).

Contudo, o reconhecimento social da profissão não é unânime para os entrevistados. Segundo A., 24 anos, "a Psicologia é uma profissão pouco reconhecida no mercado de trabalho". Contrariamente, J., 20 anos, declara que é uma profissão muito valorizada hoje em dia e considera que o psicólogo precisa ser uma pessoa desprovida de preconceitos, alguém que tenha vontade de ajudar o próximo e que tenha uma visão de que a vida é o bem mais precioso. Aspectos relativos aos estereótipos atribuídos ao psicólogo são discutidos por outros entrevistados:

Psicólogos são vistos como pessoas que cuidam de loucos ou pessoas que queriam ser psiquiatras, mas não tiveram capacidade de passar em Medicina. Também tem pessoas que acham que é alguma espécie de charlatanismo, que não possui métodos eficazes (L., 26 anos).

Pelo que vejo, para as pessoas o psicólogo tem que ser psicólogo o tempo todo, acham que não temos fraquezas. Acham que podemos saber se alguém está mentindo ou não (E., 30 anos).

Não sei dizer quais são os preconceitos que os psicólogos enfrentam na sociedade, mas acho que existem muitas crenças limitantes para a própria sociedade, em relação ao trabalho dos psicólogos. Falando de forma generalizada, a sociedade ainda tem alguns paradigmas a serem quebrados pelos próprios psicólogos, sobre quem são e como são os profissionais dessa área. Percebo, por exemplo, que as pessoas supõem que o psicólogo tudo sabe e tudo explica. Com alguma frequência, pessoas que descobrem que sou estudante de psicologia, falam que não vão mais conversar comigo ou não irão me contar suas vivências, pois eu poderei analisá-los e saber mais sobre eles. Se explicam dizendo que eu poderei conhecê-los mais do que eles mesmos se conhecem (A., 29 anos).

Acho que a sociedade busca soluções rápidas, preferem tomar uma medicação ao invés fazer um tratamento psicoterápico, ainda existem muitos mitos e preconceitos com a Psicologia, há muita ignorância e falta de informação (H. R., 37 anos).

A idealização presente na sociedade em relação ao psicólogo e o desconhecimento sobre seu saber e suas práticas aparecem nos depoimentos acima. Foi significativa na pesquisa a referência ao psicólogo como alguém que promove a saúde mental, como também enquanto alguém que contribui com as relações existentes na sociedade, fazendo a diferença na vida das pessoas. Magalhães et al. (2001, p. 5) encontraram respostas que se aproximam deste estudo, pois os sujeitos pesquisados atribuíram à ciência psicológica e ao psicólogo "um conjunto de habilidades que podem ser sintetizadas em uma capacidade de analisar e compreender os comportamentos humanos, bem como intervir e produzir a cura de problemas psicológicos". Estas concepções sobre a Psicologia, por sua vez, também vão construindo a prática dos futuros psicólogos.

 

Futuro exercício da profissão

Os entrevistados foram indagados sobre seus desejos, expectativas e projetos em relação ao futuro exercício da profissão. Os campos de atuação na Psicologia foram mencionados, aqui referidos por ordem de incidência: Psicologia Clínica (30), Psicologia Organizacional (19), Psicologia Jurídica (11) e Psicologia Hospitalar (08). É importante assinalar que alguns alunos informaram mais de uma área de interesse, entretanto, 26 entrevistados não vislumbram sua atuação futura, sendo indefinida sua escolha neste momento. Cabe salientar que nenhum respondente realizou estágio profissionalizante (curricular) ainda, bem como não cursaram disciplinas relativas aos campos de atuação, o que impossibilita definições para muitos acadêmicos desta pesquisa.

Dentre as expectativas manifestas pelos sujeitos em relação ao exercício da profissão, pode-se assinalar: reconhecimento, evolução da ciência psicológica, diminuição do preconceito para com o profissional, promoção da saúde mental e minimização do sofrimento na sociedade. Também foram remetidas expectativas no âmbito individual, como empregabilidade e especialmente realização profissional, presente em 11 entrevistas. A preocupação com o mundo do trabalho e com os espaços para atuação também está presente, como se observa a seguir:

Espero continuar com os mesmos interesses e paixão que estou tendo no primeiro semestre até a conclusão. Além disso, espero que tenha mercado de trabalho (K., 27 anos).

Minhas expectativas são: estar empregada na área quando estiver me formando, sentir-me capaz de atender pacientes, estar segura, ser responsável (L., 26 anos).

Fazer aquilo que eu goste e ser recompensada por isso (A., 24 anos).

Alguns alunos, ao serem questionados sobre o retorno financeiro de sua futura profissão, manifestaram não ter expectativa alguma; outros, que não sabem ou não refletiram sobre e, ainda, alguns dizem que estão mais preocupados com sua realização pessoal e sua satisfação interior do que com o retorno financeiro. Sobre o retorno da profissão, foi dito por entrevistada de que seria viver confortavelmente, mas não com a necessidade de ficar rica, opinião que se aproxima das seguintes colocações:

Pequena em termos de dinheiro e grande em termos de satisfação pessoal (C., 50anos).

Não estou fazendo o curso por dinheiro; acho que, quando se trabalha com amor, o dinheiro vem naturalmente (D., s/i).

A minimização da remuneração pode estar remetida à profissão entendida como ajuda ao próximo, como auxílio, consoante com ideias anteriormente manifestas pelos entrevistados. Ajuda ao outro, busca de felicidade e de equilíbrio evidenciam uma noção onipotente da profissão e uma relação assimétrica do psicólogo com o sujeito de sua prática. Muitas vezes, tal postura pode se travestir de humildade absoluta e da negação da sua atividade como um trabalho (Bock, 1997). Neste sentido, como assinala Coimbra e Leitão (2003, p. 14), "o homem, a sociedade, a psicologia e a política não são. Sempre estão sendo, sempre estão se fazendo". Assim não há como afirmar conhecimentos universais, únicos, como também não há como pensar num fazer que não caracterize uma categoria, uma profissão, um valor.

A possibilidade de ampliar o conhecimento através do exercício da profissão foi assinalada pelos entrevistados, bem como a intenção de assegurar esta condição na continuidade da formação, após a graduação:

Minhas expectativas estão ligadas na possibilidade de fazer uma especialização para aprimorar-me e conseguir inserir-me o quanto antes no mercado e abrir um consultório (L., 30 anos).

Fazer uma especialização na área em que irei atuar (J., 47 anos).

Sei que não será muito fácil, já que o mercado de trabalho nessa área está bem saturado, mas tenho muitas expectativas. Pretendo, logo após concluir o curso, fazer alguma especialização pra me inserir no mercado com maior conhecimento (L. P. 20 anos).

Penso que o diferencial do profissional da psicologia é a formação continuada, o estudo constante. O acesso a uma graduação é mais fácil atualmente, mas isto não basta e não pode se acomodar após a colação de grau, se aperfeiçoando e buscando novas possibilidades de atuação em sua área é fundamental para se ter destaque entre os demais (G., 29 anos).

Yamamoto et al (2010) apresentam investigação sobre a formação pós-graduada dos psicólogos brasileiros, identificando que a especialização é uma modalidade profissionalizante bastante frequente entre os profissionais, mas o percentual de mestres e doutores é baixo e majoritariamente destinada aos que seguem carreira acadêmica. Segundo os autores, há participação de quase 90% dos psicólogos em eventos e de 80% em cursos de curta duração, o que se aproxima do reconhecimento presente nas entrevistas acerca da importância da formação complementar.

Além da possibilidade da formação como um processo contínuo, os alunos apontaram outros aspectos que são considerados diferenciais na condição do exercício profissional futuro, como:

Acho que apesar de termos bons professores, não é a Universidade que faz o aluno. Cada um tem um caminho profissional e se empenha de formas diferentes. Acredito que o que me fará ser uma boa profissional é o amor e o entendimento sem julgamento, que se completará com a teoria que tivemos na faculdade (A.., s/i).

Dando-se conta que tem nas mãos um grande diferencial, que é a sua própria profissão, ou melhor, o produto do trabalho, o ser humano, suas emoções, pensamentos, virtudes, defeitos, enfim tudo o que compõe o ser humano.

O psicólogo está para fazer a diferença, um mundo melhor (G., 42 anos).

Dantas (2010) assinala que a formação na Psicologia implica em um compromisso de ir além do cumprimento de etapas curriculares e da busca de um lugar profissional no mercado "para se colocar como agente social, construindo e sendo construído no processo em curso" (Dantas, 2010, p.633). Entretanto, assinala a autora, que somente podemos discutir sobre a formação, mas jamais prescrevê-la: "a nossa contribuição se restringe a questionar determinadas formações ‘psi1 que, distanciadas da História, se agarram em posições absolutas ou em cartilhas do comportamento" (Dantas, 2010, p.634). Soares (2011) enfatiza a importância da ética e da dialogicidade na formação, através de um aprendizado da autonomia que se apoia na heteronomia, numa interrogação constante entre alunos e professores sobre os seus saberes. Tais apontamentos dimensionam a formação a partir do exercício da docência e da condição de discente norteada por paradigmas ainda não preponderantes, mas desafiadores diante das condições que os psicólogos precisam enfrentar.

Bernardes (2012) entende como fundamental trabalhar com os alunos a ética dialógica, o encontro e a alteridade, questões que os Projetos Político Pedagógicos (PPC) dos cursos não conseguem dar conta, sendo desafiador propor uma transmissão que se paute por tais proposições. Explicitar os sentidos e os posicionamentos produzidos por diferentes atores sociais faz com que o diálogo se exercite e se explicite, envolvendo a todos no processo de formação e possivelmente renovando a formação e as práticas profissionais.

 

Considerações Finais

As mudanças estruturais no ensino superior brasileiro repercutem sobre a formação dos profissionais e as práticas que são instituídas e legitimadas a partir deste percurso. Entendendo como decisivo o percurso acadêmico dos psicólogos, esta investigação pautou-se pela aproximação às ideias e expectativas destes sujeitos a partir de uma análise que considera, concomitantemente, o contexto histórico e econômico em que a profissão é exercida.

A pesquisa aponta a profissão ainda como uma opção majoritária feminina, os estudantes são predominantemente adultos jovens, solteiros, acadêmicos em sua primeira graduação e realizam atividade remunerada. A menção à compreensão da complexidade do ser humano -das suas razões, do que se passa em sua mente -através do conhecimento psicológico é majoritária nos entrevistados quando indagados sobre sua escolha profissional. A opção pela Psicologia também se delineia para alguns a partir de vivências pessoais de sofrimento psíquico, da experiência psicoterápica e da complementaridade de formação profissional anterior.

O reconhecimento social da profissão não é unânime para os entrevistados, havendo referência a elementos discriminatórios remetidos ao psicólogo e àquele que busca a Psicologia, contudo identificando a amplitude dos campos e as práticas existentes como promissoras. Dentre as expectativas manifestas pelos sujeitos em relação ao exercício da profissão, pode-se assinalar: reconhecimento, evolução da ciência psicológica, diminuição do preconceito para com o psicólogo, promoção da saúde mental e minimização do sofrimento na sociedade. Também foram significativos os intuitos remetidos ao âmbito individual, como empregabilidade e especialmente realização profissional. A possibilidade de ampliar o conhecimento através do exercício da profissão foi assinalada pelos entrevistados, bem como a intenção de assegurar esta condição na continuidade da formação, através de cursos de especialização.

Os resultados sugerem a continuidade de algumas marcas originárias da história ainda recente da profissão neste grupo investigado, presente na predominância de mulheres no curso, na imbricação entre prática profissional e altruísmo (ajuda) e no reconhecimento ainda restrito dos psicólogos. Por outro lado, a consideração de múltiplos fazeres e a dimensão social da profissão revelam movimentos e mudanças na concepção da Psicologia, revelando perspectivas promissoras relacionadas à amplitude das práticas do psicólogo. Diante destas considerações pode-se aludir o quanto a formação incide sobre estas alternâncias em que pese o contexto social e histórico -pois há discursos sociais que se mantêm na inserção universitária dos sujeitos. A possibilidade de conhecer, aproximar e discutir tais ideias e concepções parece ser promissor, especialmente enquanto problematização dos saberes que supostamente qualificam e diferenciam o exercício da profissão.

Seria oportuna a realização de estudo longitudinal para analisar estes elementos em etapa ulterior da graduação, bem como na prática profissional futura, estabelecendo aspectos comparativos. Cogita-se igualmente a possibilidade de avaliar diferenças regionais entre os estudantes, bem como especificidades dos inseridos em instituições públicas e em instituições privadas. A contribuição justamente reside em compartilhar o contexto da formação, analisando as implicações deste percurso no exercício da profissão e Questões como estas podem lançar novos olhares em direção ao futuro da história da profissão no país, onde o protagonismo da categoria, desde a sala de aula, se faz decisiva.

 

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Recebido em: 29/04/13
Aceito em: 26/09/13

 

 

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