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Gerais : Revista Interinstitucional de Psicologia

versão On-line ISSN 1983-8220

Gerais, Rev. Interinst. Psicol. vol.8 no.spe Juiz de fora dez. 2015

 

REVISÕES CRÍTICAS DE LITERATURA

 

Psicologia das emergências

 

Psychology of disaster

 

 

Orestes Diniz Neto1; Fabio Roberto Rodrigues Belo

Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Brasil

 

 


RESUMO

O objetivo deste trabalho foi traçar o panorama da produção em português de trabalhos acadêmicos sobre a Psicologia das Emergências. Realizou-se inicialmente uma revisão sistemática sobre o tema contemplando as bases de dados LILACS, MEDLINE, SciELO e PsycINFO com o descritor "psicologia das emergências", sendo encontrado 1 artigo. A pesquisa incluiu então a busca do Google Acadêmico, sendo encontrados 22 trabalhos em português. Realizou-se a seguir uma revisão compreensiva sobre os trabalhos e linhas de pesquisa sobre o tema. Os resultados indicam que, embora a produção sobre o tema seja incipiente na língua portuguesa, encontra interesse na academia, pois 15 dos 22 trabalhos são teses dissertações ou monografias de especialização. Conclui-se pela necessidade de maiores estudos no campo da Psicologia das Emergências no Brasil.

Palavras-chave: Emergências, História, Intervenção.


ABSTRACT

The objective of this study was to outline the production of academic papers in Portuguese on Psychology of Emergencies. A systematic review was initially conducted on the subject contemplating the LILACS , MEDLINE , SciELO and PsycINFO data bases with the descriptor "psychology of emergency", with 1 article being found. The survey then included a Google academic search and found 22 papers in Portuguese. A comprehensive review of the work and research lines on the subject were then carried out. The results indicate that while production on the subject is incipient in Portuguese, it remains an interesting field in the academy as 15 of the 22 works found are theses or post graduation papers. The results confirmed the need for further studies in the field of psychology of emergency in Brazil.

Keywords: Emergency, History, Intervention.


 

 

A Psicologia da Saúde coletiva tem se desenvolvido nos últimos anos como resposta às novas questões da saúde como campos de atuação emergentes, introduzindo foco psicossocial tanto à teoria quanto à práxis. De forma autônoma, a Psicologia das Emergências surgiu nos EUA, no início do século XX, como resposta às tragédias coletivas. Inicialmente utilizou-se de instrumental derivado da teoria e prática clínica, no entanto, à medida em que estudos foram realizados, a limitação da extrapolação direta das teorias clínicas mostrou-se insuficiente tanto para compreender a complexa dinâmica das emergências quanto como intervenções produtivas.

Desta forma, a Psicologia das Emergências tem focado no estudo e intervenção com questões da Saúde Coletiva, fecundando-se e trazendo novas questões. No Brasil teve sua introdução muito recente no final do século XX. Assim, o objetivo deste trabalho é descrever os estudos que procuraram investigar questões relativas à Psicologia das Emergências e seu desenvolvimento no Brasil. Trata-se, portanto, de um estudo de revisão bibliográfica tanto descritiva quanto sintética.

O campo da Psicologia das Emergências possui uma longa história, embora sua introdução no Brasil como foco de investigação seja recente. Do ponto de vista histórico, os primeiros estudos neste campo sobre desastres e seus efeitos psicológicos foram realizados por Stierlim, em 1909, que concentrou seus estudos nos efeitos emocionais em pessoas envolvidas em desastres (Alamo, 2007). Em 1917, Samuel Price estudou, do ponto de vista da Psicologia Social, o desastre ocorrido em Halifax, quando houve um choque entre um navio belga carregado de explosivos e um navio francês, o que causou destruição de parte da província da Nova Escócia. Seu estudo lança os fundamentos do modelo de ciclo de desastre. Em 1944, Lindemam realizou o primeiro estudo sobre intervenções psicológicas no pós-desastre avaliando sistematicamente a resposta psicológica de sobreviventes e familiares do desastre do Clube Noturno Cococnut Grove em Boston, Nos Estados Unidos.

No entanto o foco de pesquisa da Psicologia na década de 1960 e 1970 era as reações individuais pós-desastre. A American Psychological Association (APA), em 1970, publica um guia de orientação para Primeiros auxílios psicológicos em casos de catástrofes, focando nas reações emocionais típicas pós-desastre e na identificação de vítimas perturbadas emocionalmente pelo evento. Em 1974, o Instituto de Saúde Mental do Departamento de Saúde dos Estados Unidos promulga a lei na qual consta uma seção sobre a orientação psicológica aos atingidos por desastres.

No Brasil, em 1987, no acidente causado pelo vazamento de Césio 137, ocorrido em Goiânia, no qual uma capsula com o material foi extraviada e deixada em um ferro velho, sendo aberta por populares, contaminando diversas pessoas. Ocorre assim o primeiro registro histórico da Psicologia brasileira intervindo neste campo, que se deu no evento promovido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em parceria com a Universidade Católica de Goiânia (UGC), e em conjunto com uma equipe de psicólogos cubanos que havia atuado em 1986 no acidente nuclear de Chernobyl, evento em que tais psicólogos realizam atendimento aos atingidos adaptando o mesmo programa de atendimento utilizado em Chernobyl.

O I Seminário Nacional de Psicologia das Emergências e Desastres ocorre em 2006 em uma colaboração do Conselho Federal de Psicologia (CFP) com a Secretaria Nacional de Defesa Civil. Neste mesmo ano, ocorria a primeira reunião internacional para Formação Especializada em Psicologia das Emergências e Desastres, procurando sintetizar elementos curriculares para a formação de futuros psicólogos que colaborariam com a defesa civil. Diversas iniciativas ocorreram desde então, buscando introduzir no cenário a Psicologia das Emergências como campo de atuação de saúde coletiva.

Assim, este trabalho busca investigar a produção de trabalhos e estudos sobre este tema em língua portuguesa delineando suas tendências e resultados. Por se tratar de um mapeamento da temática optou-se por realizar um estudo exploratório descritivo e uma breve revisão sistemática da produção nacional

 

Metodologia

O objetivo deste trabalho é descrever características das investigações realizadas no Brasil relativas à Psicologia das Emergências. Para tanto, dois aspectos foram abordados: primeiro uma revisão bibliográfica descritiva que, conforme aponta Gil (2002), busca delinear as tendências teóricas e de pesquisa de um determinado objeto; e, feito isso, uma revisão bibliográfica integrativa, que busca ressaltar os principais núcleos de temas e resultados alcançados delineando as questões metodológicas e teóricas em aberto.

A revisão descritiva fundamenta-se na metodologia delineada por Lima e Mioto (2007), que propõe três etapas, a saber: a exposição do método; a construção do desenho metodológico e procedimentos; e a apresentação do percurso de pesquisa. Na revisão sistemática optou-se por uma metodologia compreensiva buscando delinear os trabalhos realizados e seus resultados.

Este estudo focou nas produções científicas referenciadas nas bases de dados da Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), da Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE), da Scientific Electronic Library Online (SciELO) e da American Psychological Association (PsycINFO)2. A escolha destas bases de dados foi feita por conveniência e se justifica pela importância de todas elas no campo da saúde e da Psicologia.

Foi encontrado apenas 1 artigo, estando ele hospedado no site da SciELO, a partir da consulta com o descritor "psicologia das emergências", com filtro de data livre. Esse resultado de busca, já relevante por suas implicações, levaram à ampliação da busca incluindo como fonte o Google Acadêmico. Neste, foi possível encontrar cerca de 59 referências com o mesmo descritor mencionado, entre Teses de Doutorado, Dissertações de Mestrado e Trabalhos de Conclusão de Curso (TCCs), hospedados em bases de dados de Universidades e em revistas não cadastradas nas quatro bases de dados científicas.

Em seguida, foram realizadas leituras exploratórias e seletivas com intuito de verificar a pertinência das informações e dos dados, bem como a seleção do material de interesse. Das 59 referências foram excluídas 6 citações, 7 trabalhos repetidos, totalizando ao fim 22 trabalhos, todos em português.

Logo após, foram realizadas leituras de reconhecimento do material bibliográfico, dos títulos, resumos e palavras chaves, buscando-se informações e/ou dados sobre o tema. Em seguida, um roteiro de leitura foi elaborado e preenchido para cada artigo da amostra final.

As variáveis descritivas que orientaram a análise foram embasadas na pesquisa realizada por Nascimento et al. (2012), e foram elas: ano de publicação; tipo de publicação; tipo de estudo; formação dos autores; tipo de trabalho; metodologia empregada; abordagem teórica; objetivos do estudo; sujeitos de pesquisa.

Posteriormente, as características gerais delineadas foram comparadas de modo descritivo.

 

Resultados

Optou-se por apresentar os resultados apontando suas implicações. A Tabela 1 descreve a distribuição de tipos de publicação. Ressalta-se a dificuldade de encontrar nas bases de dados trabalhos relacionados ao descritor "psicologia das emergências". Embora 7 artigos estejam publicados em periódicos, apenas um artigo foi encontrado no SciELO. Isto parece dever-se à não indexação direta com o tema, embora a algum outro descritor relacionado a ele, como por exemplo ao descritor "desastre". Outros artigos foram encontrados em periódicos não cobertos pelas bases de dados consultadas. Isto parece indicar a ausência de uma produção acadêmica robusta sobre o tema. Cerca de 59,15% foram encontrados em base de dados não cobertos pelos periódicos, isto é, de instituições, como monografias, TCCs, dissertações e teses, indicando um incipiente interesse por parte da academia.

 

 

A Tabela 2 indica a distribuição da publicação ao longo do tempo. O primeiro trabalho encontrado foi publicado em 2008 (Favero & Diesel, 2008). O número de publicações relacionadas ao tema em 10 anos é de 2,2 artigos por ano, uma média muito baixa indicando a necessidade de reconhecimento da importância do campo de estudo e investimento acadêmico.

 

 

Quanto ao tipo de estudo, 40,95% foram explorações teóricas, seguidas por revisões, 22,75%. Poucas pesquisas de campo e estudos de caso ocorreram, indicando a ausência de pesquisadores interessados.

 

 

O número de pesquisadores com formação acadêmica, na Tabela 4, indica um interesse inicial na temática, com 36,21% dos autores com mestrado e 12,78% com doutorado. É relevante o número de graduados que investem no campo, 44,73%, podendo indicar o interesse de uma nova geração de pesquisadores.

 

 

A Tabela 5 mostra a distribuição do tipo de trabalho. Ressalta-se o predomínio de artigos, teses e dissertações: tese de doutorado (9,10%), dissertação de mestrado (27,30%) e artigos (31,85%), totalizando 68,25%. A presença de 31,75% de trabalhos de iniciação cientifica e monografia indica o interesse também do corpo discente sobre o tema.

 

 

A Tabela 6 indica um leve predomínio de estudo teóricos, 36,40%, e de revisão, 22,75%, sobre estudos práticos. É possível que isto se deva a recente introdução do tema, que convida os novos pesquisadores a rever sua base teórica e metodológica antes de iniciar explorações práticas.

 

 

Quanto à abordagem teórica podemos notar uma dispersão de abordagem, com o predomínio da Psicologia Social, 27,30%. Tal diversidade reflete o status de dispersão da Psicologia como ciência, e pode ser considerado como uma indicação que autores de diferentes abordagens estão se interessando e oferecendo contribuições.

 

 

A Tabela 8 mostra um predomínio de interesse em estudar os efeitos das emergências ou desastres, 31,85%, e de meios de intervenção, 27,30%. Estudos visando a uma revisão teórica sobre o campo, 9,10%, e estudos teóricos, 22,75%, totalizam 31,85%, indicando a necessidade destes autores de compreender o campo e oferecer contribuições.

 

 

Na Tabela 9 encontramos os sujeitos em foco nos estudos teóricos e práticos. Ressalta-se que o foco predominante foram as comunidades vitimadas, 50,05%, indicando a compreensão da Psicologia das Emergências como situação social e coletiva. Estudos sobre os agentes de intervenção nas emergências, psicólogos, 13,65%, e bombeiros, 13,65%, indicam a necessidade se compreender a atuação real destes profissionais no campo de intervenção e suas consequências.

 

 

Revisando a produção

Neste estudo optamos por revisar a temática da produção de trabalhos da Psicologia das Emergências de modo compreensivo. Uma vez que a produção encontrada foi de 22 trabalhos, optou-se por revisa-los focando nas categorias levantadas como objetivos dos estudos, isto é: prevenção de desastres; efeitos dos desastres; técnicas de intervenção; revisão teórica e estudo teórico.

 

Prevenção de desastres

O primeiro trabalho encontrado sobre o tema "prevenção de desastres" foi a tese de doutorado de Bruck (2007). Neste trabalho, este autor estuda o trauma e seus novos significados considerando situações limite como catástrofes e desastres. Realiza uma revisão das práticas preventivas e de intervenção individual e grupal, encontrando pesquisas com suporte no método da observação participante refere às questões

da complexidade, da análise multirreferencial e da implicação. Quanto às técnicas mais utilizadas nos trabalhos revistos, estas foram entrevistas, grupos focais, "histórias significativas" e análise documental. Conclui que as pessoas acidentadas vivenciam o luto e sofrimento com familiares, mas que o estresse pós-traumático não é uma consequência inevitável do trauma. Nota que não há nenhuma orientação, ou rotina, nas missões de socorros e nos documentos oficiais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) acerca do procedimento correto a ser adotado pelos pricólogos em caso de emergências, carecendo o sistema público de práticas preventivas.

Objetivando a prevenção de consequências de desastres, Martins (2013), a partir de metodologias qualitativas ligadas à Psicologia Social, analisou o uso de tecnologias de comunicação de riscos para prevenir desastres. O autor critica a ideia de desastre como fenômeno natural e aponta para as falhas de comunicação como um dos fatores fundamentais de aumento da vulnerabilidade de comunidades em risco. Assim, para o autor, é fundamental que pesquisadores da área valorizem o paradoxo inerente em trabalhar com prevenção: "não há como garantir que um desastre seja ou venha a ser evitado, ou mesmo confirmar isso por meio dos nossos atuais dispositivos técnicos e científicos" (Martins, 2013, p. 106). Para Martins (2013), a catástrofe "ora se confirma como tragédia, ora se ausenta como ironia" (p. 106) e é justamente para evitar o devir trágico dessa ausência irônica que a tática da prevenção situa o lugar da catástrofe não no futuro, mas no presente.

 

Efeitos dos desastres

O trabalho de Favero e Diesel (2008) abordou a seca como hazards, ou seja, eventos físicos perigosos (fenômenos naturais como secas, tornados, furacões, etc.) em áreas de interesse humano, lembrando que, tradicionalmente, o estudo dos hazards e dos desastres é realizado por geógrafos. A inclusão das Ciências Sociais em geral, e da Psicologia em particular, é recente. Assim, este autor o método fenomenológico analisa os efeitos da seca em famílias de zonas rurais. Sentimentos de insegurança, desproteção e impotência são relatados e percebidos nas famílias atingidas pela seca. Sugere serem possíveis medidas de políticas públicas de prevenção e também de acolhimento pós desastre. Por ser um tipo de desastre cíclico, os efeitos da seca podem ser minorados através de medidas de prevenção, tais como a captação de água da chuva e a construção de cisternas. Por outro lado, programas de seguro agrícola, como o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (PROAGRO) ainda parecem ser insuficientes para gerar sensação de segurança na população estudada (Favero & Diesel, 2008, p. 96).

Massing, Lise e Gaio (2009) apresentam um relato de caso de um desastre natural em consequência à passagem de um tornado ocorrido na cidade de Guaraciba em julho de 2009. A população lidou com a situação emergencial, mas tendo como sequelas o surgimento de diversos casos de Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT). A intervenção psicológica começou em outubro de 2009, focando a elaboração do luto e a desconstrução de crenças irracionais culpabilizantes e paralisantes. Trabalhou-se com técnicas de grupo operativo e com debriefing, isto é, a descrição emocional decorrente do evento feita pelos pacientes. O estudo de caso utilizou uma avaliação clínica qualitativa.

Gomes e Cavalcanti (2009) investigaram as reações de vítimas na enchente de Teresina em 2009. Objetivou-se investigar quais as perdas vivenciadas e as consequentes reações psicológicas de vítimas da enchente ocorrida no ano de 2009. Propôs-se, também, a pontuar os dispositivos subjetivos criados pelos membros comunitários para enfrentamento da crise e de suas consequentes perdas. Os conteúdos emergentes na pesquisa sugerem maior atenção à saúde mental de pessoas atingidas por desastres, bem como a necessidade de mais pesquisas na área para respaldar as intervenções realizadas neste contexto. A metodologia foi construída a partir de pesquisa de campo qualitativa, exploratória e descritiva e entrevista semiestruturada, além de análise de discurso e análise de conteúdo. O estudo apresenta, também, revisão conceitual.

Leal (2010) vale-se da perspectiva fenomenológico-existencial e da Gestalt-Terapia para analisar os efeitos de desastre no desenvolvimento infantil. A autora defende a tese de que a principal consequência psicológica da experiência desastre é o TEPT. De acordo com dados levantados pela autora, "das 350 milhões de pessoas que serão afetadas por desastres naturais em todo o mundo, a cada ano, durante a próxima década, 175 milhões serão crianças" (Leal, 2010, p. 56), o que sugere fortemente que haja mais estudos e preparação dos efeitos dos desastres em crianças.

Torlai (2010) analisa a vivência do luto em pessoas que enfrentaram as inundações na cidade de Blumenau, em 2008. O desastre provocou uma sucessão de perdas: materiais, identidade pessoal e comunitária. O luto é um "processo contínuo de elaboração de perdas que exige recursos internos e externos para enfrentar a situação traumática. Os recursos de enfrentamento encontrados para suportar os traumas e perdas foi o apoio social, a fé e a religiosidade." (Torlai, 2010, p. 7). A autora utiliza o método qualitativo hermenêutico para analisar os resultados de entrevistas que fez com os afetados pelos desastres em questão. Conclui-se que "a vivência do desastre corrói aos poucos a ideia de que o mundo é um lugar seguro" (Torlai, 2010, p. 117), nesse sentido, o estudo também parece apontar para a necessidade de redes sociais consistentes como medida de proteção e reconstrução das identidades pessoais e comunitárias afetadas em situação de desastre.

O artigo de Melo e Santos (2011) traz à discussão um tema ainda pouco explorado no campo psicológico, o das emergências e dos desastres. A partir da definição de desastre, faz-se uma revisão de acontecimentos de proporções catastróficas ocorridos no Brasil e no mundo, trazendo alguns dados atuais em relação a desastres provocados pelas chuvas na região de São Paulo. Também descreve o papel da Defesa Civil na sociedade e suas fases de atuação. Por fim, busca-se identificar as contribuições da Psicologia em ações de defesa civil, quer nos cenários críticos, durante e após grandes emergências, quer nas fases de prevenção e reconstrução. As autoras procuraram discutir contribuições da psicologia. Estudo teórico com revisão não sistemática.

Finalmente, em produção recente, De Freitas et al (2013) relatam o atendimento à comunidade universitária da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) após o a tragédia ocorrida na boate Kiss, na referida cidade. O estudo é uma produção universitária pouco profunda ou elaborada. Relatam queixas dos alunos após o evento nas sessões de apoio e acolhimento.

 

Técnicas de intervenções

Geremia e Kienen (2009), em uma monografia de iniciação cientifica, tiveram por objetivo caracterizar a intervenção que a Psicologia realiza com vítimas de desastres (o caso escolhido pelas autoras foi o deslizamento ocorrido em Santa Catarina, em 2008). Foram entrevistados 4 psicólogos e uma estagiária. Foi realizada entrevista semiestruturada focando 5 eixos temáticos: 1. Descrição do sujeito e de sua formação; 2. Conhecimento sobre desastres; 3. Características do desastre que ocorreu em Santa Catarina em novembro de 2008; 4. Características das intervenções que realizou; 5. Competências necessárias para esse tipo de intervenção. Os resultados indicaram que, em uma situação de desastre, os entrevistados observam o homem e a natureza de forma dicotomizada, isto é, como entidades distintas. Acerca das causas de um desastre, foram apontados tanto fatores de ordem natural, quanto aqueles de ordem social. O trabalho do psicólogo se caracteriza, em sua maior parte, por intervenções de cunho clínico e os entrevistados demonstraram pouca clareza acerca de quais intervenções poderiam ser realizadas pois, relataram que não se sentiam preparados para intervir sobre esse tipo de fenômeno. A análise das entrevistas demonstrara também que, com relação à capacidade de interpretar os sujeitos consideraram sua capacidade como insuficiente.

No trabalho de Carvalho, Polli, Montalvão e Shimith (2012), o objetivo foi compreender as técnicas do coping, resiliência e debriefing, suas contribuições e o papel do psicólogo no processo de recuperação e superação dos possíveis traumas psicológicos dos indivíduos afetados por desastres.

Trindade e Serpa (2013) procuraram discorrer sobre as possíveis intervenções do psicólogo e colaborações da Psicologia frente aos eventos de emergências e desastres. Para isso, é realizada uma pesquisa qualitativa, na qual é aplicada uma entrevista semiestruturada com dois psicólogos que atuam nessas situações. O estudo revela uma mudança do enfoque dos profissionais da Psicologia quanto ao tema, que passa do diagnóstico à prevenção das comunidades, propondo intervenções que priorizam a subjetividade das pessoas. Trindade e Serpa (2013) também apontam na mesma direção que Alves (2011) e argumentam que está havendo uma mudança no enfoque ou ampliação do enfoque da psicologia das emergências do pós-desastre para a prevenção do mesmo. As autoras advertem que a formação do psicólogo que vai atuar nessa área deve ser generalista e interdisciplinar.

Stamato, Henriques e Azevedo (2014) elaboram projeto cujo objetivo é investigar a percepção de risco da população que mora em áreas vulneráveis a desastres, por meio do levantamento da representação social sobre situações de risco de alunos de escolas localizadas no entorno destas áreas, nos municípios de Santos, São Vicente, Cubatão e Guarujá, integrantes da Região Metropolitana da Baixada Santista. O projeto abrange levantamento de dados bibliográficos e estatísticos sobre a realidade das áreas estudadas e pesquisa de campo com questionários aplicados aos sujeitos participantes. Os dados obtidos serão sistematizados, organizados e analisados tendo como norte a Psicologia Social.

Weintraub, Noal, Vicente e Knobloch (2015) pretendem contribuir com a reflexão a respeito da atuação do psicólogo em um contexto de desastres. Inicia-se por uma breve retomada histórico-institucional da questão no Brasil, para, então, apresentar algumas reflexões conceituais e práticas da saúde mental a esse respeito. E, por fim, discutir princípios e diretrizes de intervenção em situações de desastre argumentar que a intervenção do psicólogo num contexto de desastres deve ser articulada com outras instâncias, contextualizada e descolada da noção de traumatismo como principal operador da clínica.

 

Revisão teórica

Carvalho e Borges (2009) tratam do relacionamento entre a prática da psicologia no campo da Psicologia das emergências. Importante revisão que resgata a trajetória do campo e sugere direções em relação às políticas públicas. A descrição do método de revisão foi uma aproximação compreensiva do tema através de livros, artigos e outras fontes que surgiram em uma busca inicial. Apresenta uma revisão histórica conceitual do tema. Aponta sugestões gerais de políticas públicas do tema.

Alves, Lacerda e Legal (2012) analisam a produção científica no campo da psicologia, disponível em bibliotecas virtuais nacionais e internacionais no período de 2000 a 2010, acerca da atuação do psicólogo diante dos desastres naturais. Para tanto, foi realizada uma análise de conteúdo da produção bibliográfica disponível nos bancos de dados do Centro Regional de Información sobre Desastres para la América Latina y el Caribe (CRID), Biblioteca Virtual em Saúde (BIREME) e LILACS. Dos 72 trabalhos acessados, 47,67% (35 deles), relacionavam-se ao tema, sendo 43,33% em língua portuguesa. Quanto às práticas descritas, verifica-se maior enfoque nas ações do pós-desastre, especificamente no tratamento de transtornos mentais, em especial no transtorno do estresse pós-traumático. A partir dos dados levantados, salienta-se a necessidade de produzir artigos e outros trabalhos científicos como forma de divulgar orientações que sejam capazes de subsidiar as ações dos psicólogos diante dos desastres naturais, não focando somente o pós-desastre, mas também ações preventivas que visem fortalecer e preparar a comunidade para enfrentar os desastres naturais.

Souza (2012), em artigo publicado pela Escola Superior de Guerra, aponta sobre a importância do tema e da participação da psicologia nas intervenções como parte de um a atuação multidisciplinar. Apresenta uma revisão do tema apontando que Política Nacional de Defesa Civil preconiza que as ações de redução dos desastres devem abranger quatro aspectos: a prevenção; a preparação; a resposta; e a reconstrução. Discute o documento desenvolvido pela Secretaria Nacional de Defesa Civil (Brasil, 2010). São elas: na prevenção, atuar com capacitação comunitária para a percepção de riscos, em projetos educativos, no desenvolvimento de projetos para a minimização de vulnerabilidades sociais, e no mapeamento de áreas de risco. Na preparação, auxiliar as comunidades a estabelecer e estruturar planos de contingência. As ações durante o desastre e na recuperação pós-desastre, por sua vez, estão voltadas para a gestão e administração de seus efeitos, o atendimento às pessoas afetadas, a administração dos abrigos provisórios.

 

Estudo teórico

Além da já mencionada pesquisa de Bruck (2007), a pesquisa de Toassi (2008) também utiliza o método sócio-histórico para analisar o trabalho de profissionais bombeiros numa cidade de Santa Catarina. Na introdução à sua pesquisa, a autora observa a escassez de estudos sobre psicologia das emergências, apesar de reconhecer medidas ainda incipientes do Conselho Regional de Psicologia (CRP-12) no sentido de efetivar a presença da Psicologia nesse campo (p. 26-7). A pesquisa da autora é particularmente importante por focar em um dos profissionais que lidam diretamente com as emergências. Os resultados encontrados pela autora apontam para a constituição identitária dos bombeiros marcada por traços de heroísmo e amor pelo trabalho. Muitas vezes, tais características podem ocultar aspetos de precariedade encontrados no dia a dia do trabalho. Há clara indicação, a partir desse estudo, de presença constante de serviços de psicologia (clínica e recursos humanos, por exemplo) não apenas nessa categoria profissional, mas também outras ligadas diretamente aos desastres e emergências.

Alves (2011) lembra que, na década de 90, deu-se uma transição de paradigma em relação aos desastres naturais: de uma cultura de reação a uma cultura de prevenção: "A cultura de prevenção, através da gestão de desastres, enfatiza a identificação de ameaças e vulnerabilidades, tendo ainda em consideração o nível de capacidade de resposta à redução do risco de desastres (RRD), para medir o impacto de um desastre" (Alves, 2011, p. 4). Tal mudança paradigmática sugere também campo de pesquisa e atuação para a psicologia das emergências uma vez que o treinamento e as políticas públicas de prevenção aumentam a capacidade de enfrentamento dos indivíduos e comunidades aos possíveis desastres a que estão sujeitos.

Silva (2013), em seu trabalho de conclusão de curso, procura elaborar contribuições da psicologia humanista (tendo Rogers como referência) para a psicologia das emergências, considerando os contextos de adversidades, pretende-se estudar as contribuições da Psicologia, para a compreensão e minimização do sofrimento humano, tendo como base os princípios e conceitos da Psicologia humanista. Destarte, apreendemos que numa situação de desastre e emergência os princípios humanistas colaboram para o acolhimento e minimização do sofrimento das vítimas e possibilitam condições para que o sujeito expresse sentimentos decorrentes da tragédia.

Noal (2014) apresenta-nos metodologia rara encontrada no campo da psicologia das emergências: a partir de Foucault e o pós-estruturalismo francês de Deleuze e Guatarri, a autora analisa práticas discursivas e escritas de sujeitos em situação de desastre. A autora sugere a importância de haver estudos que cartografem os efeitos mutativos e terapêuticos como práticas de cuidado de si voltadas não apenas ao outro em situação de emergência, mas também ao psicólogo que atua nesse campo.

 

Considerações finais

A partir dos dados levantados e examinados, percebe-se que o campo da psicologia das emergências é importante e subvalorizado, seja como prática da Psicologia, seja como campo de pesquisa. Trata-se de um campo epistemológico e prático novo no Brasil, com poucos trabalhos, sendo que estes têm baixíssima inserção em bases de referências indexadas e que se citam também pouquíssimo entre pares. Conclui-se ainda que o campo exige práticas interdisciplinares, pois nas situações anteriores, presentes e posteriores aos desastres, é fundamental trabalhar com vários autores sociais. Dentre esses autores, destacamos aqueles ligados às políticas públicas de saúde coletiva. É preciso construir e reivindicar esse campo de trabalho como permanente e articulado com políticas públicas robustas de prevenção. Do ponto de vista das instituições de ensino, é altamente recomendável que mais estudos sejam feitos e que se criem cursos de formação e capacitação não apenas na Graduação, mas também em níveis superiores de formação continuada, como Especializações e Pós-Graduação estrito senso.

 

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Recebido em: 25/08/2015
Aceito em: 03/12/2015

 

 

1 Contato: orestesdneto@superig.com.br
2 A consulta às bases de dados foi realizada em 29 de março de 2015.

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