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Cadernos Brasileiros de Saúde Mental

versão On-line ISSN 1984-2147

Cad. Bras. Saúde Ment. vol.8 no.20 Florianópolis  2016

 

ARTIGOS

 

Saúde mental e arte: relato de uma oficina de experiências estéticas em um centro de atenção psicossocial

 

Mental health and art: workshop experience aesthetic report in a psychosocial care center

 

 

Magda Ferreira Mendes1,I; Vanina Barbosa Lopes2,II; Ana Paula Antero Lobo3,I

ISecretaria Municipal de Fortaleza
II
Hospital de Saúde Mental Dr. Professor Frota Pinto

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

A Reforma Psiquiátrica é um marco na organização da política de saúde mental no Brasil. Caracteriza-se pela transformação do modelo de cuidado centrado na internação em hospital psiquiátrico para ode base territorial. Os Centros de Atenção Psicossocial – álcool e outras drogas (CAPS AD) são serviços de referência e tratamento para pessoas que fazem uso abusivo de substâncias psicoativas. As oficinas terapêuticas são atividades grupais que promovem maior integração social e familiar, a expressividade, o desenvolvimento de habilidades corporais, a realização de atividades produtivas e o exercício coletivo de cidadania. A arte pode ser utilizada como instrumento potencializador desse processo, ampliando a percepção, resgatando a autoestima e despertando a criatividade dos indivíduos. O presente artigo é o relato de experiência de uma oficina de arte com usuários de um CAPS AD, situado na cidade de Fortaleza/Ce. O objetivo é narrar as atividades desenvolvidas nessa oficina que facilitaram a promoção de habilidades e capacidades para o desempenho ocupacional desses usuários.O grupo era composto, em média, por oito usuários e mediado por duas profissionais. As oficinas aconteciam semanalmente e as atividades e as considerações dos usuários sobre as reuniões eram transcritas pelas profissionais em um caderno de registros. A "oficina de Pirulitoches" - construção de uma peça teatral, através de fantoches promoveu a potencialização e valorização de formas singulares do processo de livre criação dos usuários, melhora do equilíbrio emocional e minimização dos efeitos negativos do uso abusivo de drogas.

Palavras-chave: Centros de atenção psicossocial; Terapia pela arte; Saúde mental.


ABSTRACT

The psychiatric reform is a milestone in the organization of mental health policy in Brazil. It is characterized by the transformation of the care design centered on hospitalization in psychiatric hospitals for the territorial basis. Psychosocial Care Centers - Alcohol and Other Drugs (CAPS - AD) are services and treatment reference for people who abuse of psychoactive substances. The therapeutic workshops are group activities that promote high social and family integration, expressiveness, physical abilities development, productive activities engagement and collective exercise of citizenship. Art can be used as a tool to en hace this process. Art increase the perception, recover the self-esteem and awake the creativity of individuals. This article is the experience of an art workshop with users of a CAPS AD, located in Fortaleza / Ce. The aim is to describe the activities developed in this workshop, which facilitated the promotion of skills and abilities to occupational performance of these users. The group was composed by eight users, in average, and mediated by two professionals. The workshops took place weekly and the activities and the users considerations, about the metings, were transcribed by professional in a notebook. The workshop "Pirulitoches" - construction of a play through puppets - promoted the empowerment and enhancement particular forms of the users by a free process of creating. Moreover the "Pirulitoches" improved emotional balance and minimizing the negative effects of drug abuse.

Keywords: Psychosocial care centers; Art therapy; Mental health.


 

 

1 INTRODUÇÃO

A Reforma Psiquiátrica é um marco na organização da política de saúde mental no Brasil.Caracteriza-se pela transformação de um modelo centrado na internação em hospital psiquiátrico para outro, de base territorial, por meio de serviços comunitários de atenção e cuidado. Porém, os principais desafios enfrentados pela reforma são a materialização desses serviços substitutivos como espaços acessíveis e de proteção social, capazes de oferecer aquilo que a população necessita (SCHECHTMAN; ALVES, 2014).

Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) são dispositivos de referência e tratamento para pessoas que sofrem com transtornos mentais severos e/ou persistentes, incluindo os transtornos decorrentes do uso abusivo e dependência de substâncias psicoativas. O CAPS AD (álcool e outras drogas) é o lugar de atendimento à essa população específica visando a inserção social pelo trabalho, lazer, exercício de cidadania e fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários (BRASIL, 2004).

A proposta de cuidado em saúde mental baseia-se em um modelo de organização intersetorial, integrando vários níveis de cuidado em saúde. A reabilitação psicossocial é um dos elementos fundamentais no tratamento desses transtornos (SILVA, 2014), sendo um processo de transformação individual e social, gerador de uma melhor qualidade de vida às pessoas que, em razão de um transtorno psíquico, enfrentam algum nível de incapacidade (OMS, 1997 apud SILVA, 2014). Saraceno (2001) complementa referindo que o objetivo primário da reabilitação psicossocial é possibilitar, a partir da diversidade de habilidades e capacidades dos indivíduos, uma inserção social mais satisfatória.

As oficinas terapêuticas são estratégias que favorecem o processo de reabilitação psicossocial, configurando-se como atividades grupais de diversos conteúdos, mas com o intuito de promover maior integração social e familiar, a expressividade, o desenvolvimento de habilidades corporais, a realização de atividades produtivas e o exercício coletivo de cidadania (BRASIL, 2004). A arte pode ser utilizada como instrumento potencializador desse processo, ampliando a percepção, resgatando a autoestima e despertando a criatividade dos indivíduos. Essa estratégia de cuidado, no âmbito do CAPS, se configura como um dispositivo de resposta às demandas dos usuários, levando em conta a promoção do bemestar, da saúde e da cidadania (COSCRATA; BUENO, 2009).

O presente artigo é o relato de experiência de uma oficina de arte com usuários de um CAPS AD, situado na cidade de Fortaleza/Ce. O objetivo é narrar as atividades desenvolvidas nessa oficina que facilitaram a promoção de habilidades e capacidades para o desempenho ocupacional desses usuários. A partir dessa experiência, pôde-se refletir e oferecer uma contribuição teórico-prática sobre o cuidado em saúde.

 

2 METODOLOGIA

O escrito foi estruturado numa justa posição entre saúde mental, arte e vida. Através da exposição de elementos que se posicionam numa concepção política de prática de saúde integral, teve como referência teórica e ética reflexões geradas a partir da potência e relevância das produções artísticas, expressas de maneira livre e ao mesmo tempo tensionadas por processos de implicação e inacabamento. Baseou-se nos conceitos de arte4, experiência5 e reabilitação psicossocial.

O artigo apresenta algumas ações desenvolvidas na oficina de arte/terapia, realizada no segundo semestre de 2015 no serviço CAPS AD, mediado por duas profissionais – artista e terapeuta ocupacional. O grupo era composto, em média, por oito usuários. As oficinas aconteciam semanalmente e as atividades e as considerações dos usuários sobre as reuniões eram transcritas pelas profissionais em um caderno de registros.

Os relatos apresentados nesse artigo estão associados a diversas formas de expressão artística, transpassados pelo sensível, permeados por ideias teóricas e recortes de práticas baseados no que refere Bondia (2002, p.20): "O par teoria/prática remete, sobretudo, a uma perspectiva política e crítica".

 

3 DO PROCESSO

Na medida em que fomos construindo uma espécie de caderno de registros e passando mais tempo com as pessoas do "grupo tecendo histórias"6, colhemos algumas pistas que nos auxiliaram na construção de uma série de atividades as quais chamamos de: "oficina de Pirulitoches7". A ideia foi sugerida por um dos integrantes do grupo ao reportar-se à sua prática docente sobre os olhares das crianças a respeito de determinados temas/assuntos, quando expostos por meio do teatro de fantoches. Este foi o mote para que pudéssemos trabalhar temáticas variadas, aliadas a processos de cuidado.

Invariavelmente no início de tais projetos, não sabemos quais tessituras vão emergir das ações e atividades desenvolvidas pelo tema escolhido, no caso: "teatro de fantoches". Entretanto, temos algumas orientações que funcionam como urdiduras, compondo o conjunto de fios entrelaçados durante todo o processo de execução das atividades, a partir da qual entrelaçamos uma realidade instituinte8 diante do cenário político e em torno das práticas de cuidado com as pessoas em situação de uso abusivo ou dependência de drogas.

Como em todas as atividades que envolvem uma produção criativa de arte, decidimos que o foco principal dessa oficina não seria reduzido somente ao seu produto final. Pensamos que ao olharmos o produto final como único foco, corremos o risco de não visualizarmos os inúmeros elementos que emergem durante o processo criativo, restringindo com isso as possibilidades de cuidado conjunto e autônomo. Entendemos que mesmo havendo disputas e tensões, entraves e desvios9, resistências e movimentos, estes agem como elementos problematizadores de intervenção e manejos de cuidado.

O planejamento conjunto de atividades foi construído durante o primeiro dia da oficina onde fizemos uma espécie de listagem, ou trama. Alguns questionamentos emergiram: Como construir um teatro de fantoches? O que queremos criar? Apenas os bonecos ou o conjunto total?Quais materiais serão usados?

Após pesquisa, ficou resolvido que construiríamos palco, bonecos do tipo pirulito e criaríamos uma história. Escolhemos os materiais que seriam utilizados e verificamos que a matéria prima escolhida, o papelão, não tinha disponível no CAPS.

Surge assim outra questão: Como conseguiremos os materiais que não dispomos no serviço? A solução encontrada para tal questionamento foi o mote para o próximo encontro: irmos juntos a um mercantil relativamente próximo ao CAPS e pedir caixas de papelão.

Essa atividade teve vários desdobramentos. No dia marcado para ir ao mercantil, logo de início, observamos que os participantes da oficina não só capricharam nos seus visuais, mas também tomaram alguns cuidados em relação à longa caminhada no sol escaldante de nossa cidade.

Durante o trajeto, até o galpão do mercantil, o percurso permitiu o contato com o território, através de fotografias, conversas com moradores e entre nós. No local determinado, nos aproximamos e nos apresentamos a um funcionário, perguntando se havia a possibilidade dele nos dar uma caixa grande que serviria como palco do teatro e outras quatro ou cinco caixas menores para os bonecos.O rapaz demonstrou presteza e delicadeza na entrega do material solicitado. Contudo, uma outra funcionária demonstrou incômodo com nossa presença, aproximou-se com cautela da entrada e, rispidamente, fechou o portão de ferro dizendo que não poderíamos ficar ali. Esse momento gerou desconforto e reflexão no grupo.

Voltamos ao CAPS, refletimos e conversamos sobre os acontecimentos do dia. Discutimos sobre: como tem ocorrido a participação e a in/exclusão de algumas pessoas nos espaços públicos e privados e no mercado de trabalho? De quais formas a sociedade vem lidando com o desconhecido, quando é veiculado diariamente pela grande mídia informações de altos índices de violência?

Este acontecimento nos trouxe a lembrança de um dos trechos do filme Class 20310. Dentre muitas coisas, a cena refere com destaque, a partir de uma caricatura/arte, situações estigmatizadoras e preconceituosas. Suscitou-nos, desta forma, algumas questões: quais das nossas características marcaram naquela senhora? Qual a caricatura que ela fez de nós: sermos desconhecidos11; estarmos em um grande grupo, cuja maioria era de homens?Talvez tenha sido tudo isso e muitas outras coisas. Não temos como saber, mas é certo que experienciamos a recordação vívida de outros momentos regidos por estigmas e pré-conceitos, como se uma caricatura nossa fosse desenhada naquele instante. Para Goffman (1975), a sociedade estabelece os meios de categorizar as pessoas e o total de atributos considerados como comuns e naturais para os membros de cada uma dessas categorias.

Encerramos o dia, certos de que através dos afetos, suspeitas, protestos, indagações, dúvidas, encontros e desencontros acumulados é que, pouco a pouco, iríamos conseguir compor essas e muitas outras reflexões durante os meses de atividades da oficina.

 

4 OUTROS PROCESSOS

Nos encontros que se seguiram, confeccionamos os bonecos "Pirulitoches", cada um escolheu o nome e traçou o perfil de seu boneco12. Tinha o "Galinha Morta", um cara carismático, mas preguiçoso, atrapalhado, medroso e guloso; o "Pedra" que era imóvel, mudo e gordo; o "Sonhador" se dizia pensativo, responsável, alegre e prestativo; "Chicão", um homem trabalhador, guloso, fazia tudo muito rápido e se achava um grande namorador; "Fabiano" era preguiçoso, mandão, guloso e obeso. Teve também "Chaves", rapaz implicante e brincalhão; "Dona Chiquinha", velha rabugenta, mandona e louca; "Cleópatra", mulher danada, trabalhadora e muito festeira;o jovem "Jack Love"que se definia como mulherengo, descontraído, sensível e algumas vezes agressivo. Por fim, "Jacozinho", atleta, agitado, conversador e famoso.

Curioso foi percebermos como os bonecos "Pirulitoches", de alguma forma, pareciam com os seus criadores e como nos divertimos, tecendo várias histórias com eles. Um dia o "Pedra" resolveu falar e disse: "não sou qualquer pedra, não! Sou um diamante". Em uma história, "Jacozinho" passou a ser também "Jacozão", um era o contrário do outro e o grupo brincava dizendo que ele tinha dupla personalidade. Noutra história,"Cleópatra" vira um travesti vaidoso e esnobe e assim por diante, porque sabíamos que nesses momentos com os bonecos, poderíamos fazer e ser o que quiséssemos e isso foi identificado por "Jack Love" durante a avaliação de um dos encontros quando diz: "com esses bonecos a gente faz a viagem!".

Depois de criarmos várias histórias, escolhemos uma para ser escrita em formato de roteiro teatral. Dividimos os personagens, ensaiamos as falas, sonoplastia, movimento dos bonecos e, usando um mini gravador, registramos toda a história, pois tínhamos o objetivo de realizar uma apresentação para os usuários do serviço, seus familiares e em especial para as crianças, seus filhos e netos.

Depois de criarmos várias histórias, escolhemos uma para ser escrita em formato de roteiro teatral. Dividimos os personagens, ensaiamos as falas, sonoplastia, movimento dos bonecos e, usando um mini gravador, registramos toda a história, pois tínhamos o objetivo de realizar uma apresentação para os usuários do serviço, seus familiares e em especial para as crianças, seus filhos e netos.

Para tanto, também construímos o palco utilizando uma caixa enorme que o "Galinha Morta", com dificuldade e atrapalhadamente, trouxe de moto do local onde trabalhava. Desmontamos e remontamos a caixa no formato que queríamos e quando estávamos começando a revesti-la, um usuário do CAPS AD, em situação de rua, que até então só ia ao serviço nos dias de consulta médica pegar sua medicação e falar com sua profissional de referência, da porta da sala e sob efeito de álcool diz: "Eu era capoteiro. Posso entrar pra ajudar vocês a cobrir a caixa?"

O grupo se entreolha como que permitindo e alguém diz: o sr. pode nos ajudar? Satisfeito, ele entra na sala e, independentemente do efeito do álcool, nos ajuda a produzir a caixa palco com precisão. Nesse mesmo dia ele comunica ao seu profissional de referência seu interesse em participar do grupo e dali em diante passa a frequentar a oficina com regularidade,como também, possibilitou seu retorno ao mercado de trabalho (informal), como capoteiro. Isso demonstra o potencial da arte enquanto recurso de expressão, terapêutico e produção para o trabalho.

Para Moraes (2008), o trabalho pode ser conceituado como atividade humana, física ou mental, voltada à satisfação das necessidades do ser humano. O trabalho, portanto, não está somente pautado na produção e vínculos empregatícios, mas pode ser conceituado como ocupação e atividade humana; atividades que proporcionam o reconhecimento de si e de suas relações.

A ocupação faz parte da condição humana, pois é central para a identidade e o senso de competência do sujeito. Inserida em seu contexto, ela tem forma, função e significado. Viver é uma ocupação que se pode desenvolver ao longo da vida; necessidade intrínseca do homem em fazer. A ocupação é composta pelas atividades de vida diária, lazer e trabalho (ROJAS et al., 2011; CARLETO et al., 2010; SILVA, 2007; KIELHOFNER, 2004; CLARCK; WOOD; KARSON, 2002).

Atribuímos a esses encontros potencializados pela construção do teatro de fantoches, o caráter de intercessores13, uma vez que todos nós fomos afetados mutuamente pela possibilidade da criação de outras tessituras para nós mesmos, a partir de um sensível processo criativo, marcado pelo entrelaçamento de experiências singulares e urdido por um cuidado repleto de linhas de afetos.

Assim finalizamos nosso escrito, e somente nosso escrito, pois mesmo após o encerramento da oficina, que teve como produto final a apresentação do teatro de "Pirulitoches14", outros desdobramentos continuaram sendo tecidos por nós, isso porque havíamos sido fisgados pelo arrebatamento dos nossos processos de experiências estéticas.

 

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As atividades realizadas promoveram a potencialização e valorização de formas singulares do processo de livre criação dos usuários, melhora do equilíbrio emocional e minimização dos efeitos negativos do uso abusivo de drogas. O grupo vem se apropriando de experiências estéticas através de ações de produção de livre expressão artística, alcançando-se, assim, a adesão e o envolvimento desses usuários, propiciando mudanças nos campos afetivos, interpessoal, relacional e social.

 

REFERÊNCIAS

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________. De que lado estamos? In: Uma teoria da ação coletiva. RJ: Zahar, 1977. p. 122 – 136.         [ Links ]

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BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Saúde mental no SUS: os centros de atenção psicossocial. Brasília, 2004.         [ Links ]

COSCRATO, G.; BUENO, S. M. V. A luz da arte nos Centros de Atenção Psicossocial: interface com o cuidado. Cadernos Brasileiros de Saúde Mental, v.1 , n. 2, out./dez. 2009. ISSN 1984-2147.         [ Links ]

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VASCONCELOS, J. A filosofia e seus intercessores: Deleuze e a não-filosofia. Educação Sociedade, Campinas, v. 26, n. 93, p. 1217-1227, set/dez, 2005.         [ Links ]

 

 

Endereço para correspondência
Magda Ferreira Mendes
E-mail: m_fmendes@hotmail.com

Vanina Barbosa Lopes
E-mail: vaninatereza@gmail.com

Ana Paula Antero Lobo
E-mail: anapaula_lobo@hotmail.com

Artigo encaminhado: 15/03/2016
Aceito para publicação: 01/12/2016

 

 

1 Especialização em Saúde Mental e Formação em supervisão clínico institucional. Licenciada em música pela Universidade Estadual do Ceará. Secretaria Municipal de Fortaleza.
2 Doutoranda em Saúde Coletiva. Terapeuta Ocupacional. Hospital de Saúde Mental Dr. Professor Frota Pinto. Universidade de Fortaleza – Unifor.
3 Mestre em Saúde Coletiva. Psicóloga. Secretaria Municipal de Fortaleza. Universidade de Fortaleza.
4 A arte é compreendida como processo, confundindo-se com a própria vida, numa fusão e diluição entre objeto de arte e sujeito. Nesse sentido, concebe-se a arte tal qual estética da existência, possibilidade propulsora de formação de redes de coletivo. Numa aproximação com a crítica realizada à modernidade, nos rastros do pensamento de Benjamin, a arte constitui "práticas dialógicas que buscam efetivamente o encontro com o outro, que se instauram na esfera pública em práticas entendidas como 'pós-estúdio'". (OLIVEIRA, 2009, p. 316).
5 O conceito de experiência considerado neste trabalho pode ser detalhado na dissertação de Meinerz (2008), intitulada: Concepção de experiência em Walter Benjamin. Disponível em: http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/15305.
6 Título dado pelos primeiros componentes do grupo.
7 Para os participantes da oficina, a palavra Pirulitoches significa: Pirulito de Fantoches Pirados.
8 Sobre o conceito de instituído e instituinte sugerimos Compêndio de Análise Institucional, onde Baremblitt conceitua como sendo o instituído os parâmetros de convivência e o instituinte o movimento de transformação permanente da sociedade aos novos estados sociais. Ressalva que não se tratam de conceitos com características negativas ou positivas. Contudo, não nega que o instituído traz em si as características próprias ao conservadorismo e à relutância a mudanças.
9 Sobre o conceito de desvio, sugerimos a leitura de Becker (1977), em dois ensaios, intitulados: Marginais e desviantes e De que lado estamos?Aul.
10 No Brasil, o filme Class 203 é conhecido como: Escritores da liberdade e foi lançado em 2007. A cena a que nos referimos pode ser acessada em: https://www.youtube.com/watch?v=9CtNzAvGG0o
11 Não podemos deixar de referir que nossa cidade está registrada como uma das mais violentas do país, a exemplo dos sites:http://g1.globo.com/ceara/noticia/2016/01/fortaleza-aparece-como-cidademais-violenta-do-brasil-e-12-do-mundo.html e http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/estas-sao-ascapitais-mais-perigosas-do-brasil-sp-em-ultimo.
12 Faremos referência as pessoas que participaram dessa oficina através dos nomes criados por cada um deles para os seus bonecos Pirulitoches.
13 Vasconcellos (2005, p. 1223), ao analisar os intercessores na obra de Deleuze, coloca que "os intercessores são quaisquer encontros que fazem com que o pensamento saia de sua imobilidade natural, de seu estupor. Sem os intercessores não há criação. Sem eles não há pensamento".
14 A apresentação do Teatro de Pirulitoches aconteceu na festa de confraternização de final de ano dez/2015 do CAPS ad, momento este em que contamos com a presença de vários usuários e seus familiares.

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