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Revista Psicologia Organizações e Trabalho

versión On-line ISSN 1984-6657

Rev. Psicol., Organ. Trab. vol.22 no.1 Brasília ene./mar. 2022

http://dx.doi.org/10.5935/RPOT/2022.1.21536 

10.5935/RPOT/2022.1.21536 ARTIGOS

 

Servidores públicos no contexto universitário: saúde mental, uso de álcool e qualidade de vida

 

Public workers in the university context: mental health, alcohol use and quality of life

 

Trabajadores públicos en el contexto universitario: salud mental, consumo de alcohol y calidad de vida

 

 

Maira Leon Ferreira; Isabela de Matos Alves Mendonça Luquini; Jéssica Silva Cypriano; Laisa Marcorela Andreoli Sartes

Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Brasil

Informações sobre as autoras

 

 


RESUMO

Contemporaneamente se faz necessário investir em políticas públicas em prol dos trabalhadores das universidades. O objetivo do estudo foi fazer um levantamento sobre a saúde física e mental dos trabalhadores universitários. O estudo está classificado como descritivo, quantitativo e transversal, com amostra de 1011 servidores. Foram utilizadas análises descritivas e inferenciais, e a análise de clusters com o método Ward. Como resultados, 45,3% dos servidores relataram algum tipo de sintoma físico ou psicológico, o que demonstra uma alta incidência de adoecimento nesta população, principalmente quanto aos transtornos mentais ansiedade e depressão. Também existe alta prevalência de adoecimento físico na amostra investigada, sobretudo em mulheres. Foram encontrados cinco agrupamentos de servidores que apresentaram perfis diferenciados em relação ao adoecimento no trabalho, enfatizando a necessidade de políticas públicas em prol da saúde do trabalhador. Conclui-se que programas de promoção à saúde física e mental são necessários na referida universidade, além da necessidade da participação ativa de psicólogos organizacionais na referida instituição.

Palavras-chave: saúde do trabalhador; levantamento; trabalhador universitário.


ABSTRACT

Nowadays, it is necessary to invest in public policies in favor of university workers. The objective of the present study was to survey the physical and mental health of university workers. The study is classified as descriptive, quantitative and transversal, with a sample of 1011 university workers. Descriptive and inferential analyses were used, as well as cluster analysis using the Ward method. As a result, there is a high prevalence of physical and mental illness in the investigated sample, especially anxiety and depression. Of the workers, 45.3% reported some type of physical or psychological symptom. This question demonstrates a high incidence of illness in this population, mainly anxiety and depression. There is also a high prevalence of physical diseases in the sample investigated, especially in women. Five groups of public servants were found who presented different profiles in relation to illness at work, emphasizing the need for public policies in favor of workers' health. It is concluded that programs to promote physical and mental health are necessary in the universities, in addition to the need for the active participation of organizational psychologists in those institutions.

Keywords: worker health; survey; workplace.


RESUMEN

Hoy en día es necesario invertir en políticas públicas a favor de los trabajadores universitarios. El objetivo del estudio fue hacer un relevamiento de la salud física y mental de los trabajadores universitarios. Este estudio se clasifica en descriptivo, cuantitativo y transversal, con una muestra de 1011 trabajadores. Se utilizaron análisis descriptivos e inferenciales y análisis de clústeres con el método de Ward. Como resultado, el 45,3% de los trabajadores relataron algún tipo de síntoma físico o psicológico, lo que demuestra una alta incidencia de enfermedades en esta población, especialmente en lo que se refiere a trastornos mentales, ansiedad y depresión. También existe una alta prevalencia de enfermedades físicas en la muestra investigada, especialmente en mujeres. Se encontraron cinco grupos de trabajadores públicos que presentaron diferentes perfiles en relación a la enfermedad en el trabajo, enfatizando la necesidad de políticas públicas a favor de la salud de los trabajadores. Se concluye que los programas de promoción de la salud física y mental son necesarios en la universidad referida, junto con la necesidad de la participación activa de los psicólogos organizacionales en dicha institución.

Palabras clave: salud del trabajador; relevamiento; trabajador universitario.


 

 

Documentos do Ministério da Saúde, Brasil (2020) citam que houve um aumento do número das doenças relacionadas ao trabalho, passando de 182 para 342 classificações de incidências relacionadas a saúde. Este mesmo documento relata que as doenças relacionadas ao trabalho se referem a um conjunto de danos ou agravos que incidem sobre a saúde dos trabalhadores, causados, desencadeados ou agravados por fatores de risco presentes no ambiente laboral. Zanelli e Kanan (2018) salientam que situações negativas no ambiente de trabalho podem estar relacionadas a transtornos mentais e comportamentais, acidentes, suicídio e abuso de substâncias. Com isso a saúde do indivíduo é influenciada por diversas situações do trabalho, e com isso é sinalizada a relevância de aprofundar em estudos sobre a temática da saúde do trabalhador.

Em relação ao adoecimento do trabalhador do setor público, Carmo et al. (2020) sinalizaram que uso de álcool, estresse, depressão e ansiedade trazem particularidades que devem ser avaliadas e reconhecidas dentre os problemas de saúde do servidor universitário. Em suma, o estudo de Guimarães, Martins, Grubits e Caetano (2006) mostrou associações significativas entre transtornos mentais em servidores públicos com baixo nível social. Segundo Silva, Tomé, Costa e Santana (2012), no Brasil 8.249 servidores públicos foram afastados das atividades laborais por diversas causas, principalmente por transtornos mentais e comportamentais. Neste estudo foi encontrada uma predominância significativa do sexo feminino nos afastamentos, com 82,0% dos casos. Segundo Coutinho, Diogo e Joaquim (2008) os técnicos administrativos, por serem responsáveis pelas "atividades-meio", nem sempre recebem atenção prioritária nas políticas públicas e internas das instituições de educação, resultados semelhantes foram encontrados nos estudos de Wallace, Lemaire e Ghali (2009).

Sobre o adoecimento do servidor público, os autores Gavin, Reisdorfer, Gherardi-Donato, Reis e Zanetti (2015) evidenciaram a alta prevalência de estresse, ansiedade, depressão e uso de álcool entre servidores universitários de uma universidade pública do interior do Estado de São Paulo. Aproximadamente um quinto dos trabalhadores apresentou sintomas de ansiedade e depressão, e 13,2% preencheram critérios para uso abusivo de álcool. Os problemas relacionados ao uso de álcool foram significativamente associados com a depressão entre os servidores. Os autores também sinalizaram a importância de intervenções que objetivassem prevenir o adoecimento mental dos trabalhadores de universidades. Os autores Moura et al. (2018) corroboram com estes achados e afirmam que no contexto de trabalho do servidor universitário existe uma alta demanda de adoecimento no trabalho, além de existir uma associação entre o estresse no trabalho com vários desfechos como hipertensão arterial, insônia, enxaqueca, doença coronária, obesidade, transtornos mentais, dentre outros.

De acordo com Silva et al. (2012),8.249 servidores públicos estaduais foram afastados do contexto laboral por causas diversas. Em relação a estes afastamentos, 1.668 (20,2%) se deram por transtornos mentais e comportamentais. Considerando-se o total de 1.668 casos, o grupo dos transtornos de humor - afetivos predominou com 1.015 (61%) dos casos, seguido pelo grupo dos transtornos neuróticos relacionados ao stress e transtornos somatoformes, com 440 (26,4%) afastamentos. Houve uma predominância significativa do sexo feminino nos afastamentos, com 82,0% dos afastamentos efetuados.

De acordo com Fantazia (2015), o perfil de adoecimento dos trabalhadores tem apresentado mudanças na medida em que são implementadas novas formas de produção e de trabalho na sociedade, tanto em relação a instituições públicas quanto privadas. Nas instituições públicas, as recentes mudanças se devem a novos mecanismos de gestão, com exigência de uma maior produtividade, aumento do ritmo de trabalho, enxugamento da folha de pagamento, vínculos precarizados e terceirizados, entre outros. Resultante dessas mudanças, surgem índices elevados de adoecimento físico e mental entre os servidores. Assim, os perfis de adoecimento da população pode ser caracterizada como características quanto a idade, gênero, grupo social, tipo de profissão, doenças relacionadas ao trabalho, dentre outras características.

Em termos de publicações sobre a saúde do trabalhador no Brasil, a importância de estudos dessa natureza pode ser evidenciada quando o Ministério da Saúde retratou a falta de políticas de gestão da informação e de investigações epidemiológicas sobre a saúde dos trabalhadores. Assim, publicadas, atualmente, as informações disponíveis não permitem conhecer de que adoecem e morrem os trabalhadores no Brasil, ou o perfil de morbimortalidade, informação essencial para a organização da assistência aos trabalhadores e o planejamento, execução e avaliação das ações, no âmbito dos serviços de saúde. Essas informações também são importantes para a orientação das ações sindicais em saúde e para os sistemas de gestão de saúde, segurança e ambiente pelas empresas (Brasil, 2020). Os autores Araújo et al (2016) sugerem a necessidade de uma maior investigação sobre os agravos que acometem os trabalhadores, além de um maior apoio da instituição e comprometimento na elaboração de estratégias que promovam o bem-estar do trabalhador.

Tendo em vista a complexidade de fatores que permeiam o trabalho dos servidores universitários, a carência de publicações na área e a alta prevalência de doenças tanto físicas, como psicológicas entre servidores, o presente estudo teve como objetivo fazer uma descrição sobre a saúde física e mental, sobre a qualidade de vida, uso de álcool e características sociodemográficas entre trabalhadores de uma universidade pública de Minas Gerais. Também se configura como objetivo específico investigar se existem perfis de adoecimento dos servidores mediante a análise de agrupamentos.

 

Método

Trata-se de um estudo descritivo, transversal, de natureza quantitativa.

Participantes

A pesquisa foi realizada no Campus de uma universidade do interior de Minas Gerais. Foram convidados a participar do estudo todos os 1433 trabalhadores efetivos, vinculados a carreira de Técnico Administrativo da Educação (TAE) da universidade. Foram incluídos indivíduos que assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), e que faziam parte da carreira de TAE da referida universidade, a escolha desta amostra se deu pela necessidade de realizar estudos com a referida população, já que a literatura carece de pesquisas baseadas neste público específico, também por este motivo, os professores universitários e funcionários terceirizados não foram incluídos na amostra final. O corpo de TAEs da universidade engloba profissionais de diversos cargos e ocupações como: técnicos administrativos, coordenadores, engenheiros, pedreiros, vigilantes, médicos, entre outros. Foram delimitados como critérios de não inclusão professores universitários e funcionários terceirizados. Dos indivíduos convidados, 123 recusaram por motivos diversos, 295 tinham sido removidos do Campus, estavam de licença médica ou licença por estudos. Portanto, a amostra total foi constituída por 1011 trabalhadores universitários.

Instrumentos

Além do questionário sociodemográfico, foram aplicados mais três instrumentos, descritos a seguir.

AUDIT - Alcohol Disorders Identification Test (Babor, Higgins-Biddle, Saunders, & Monteiro, 2006). Aplicado como ferramenta de medição do padrão de uso de cada trabalhador. O instrumento é composto de dez questões de autorrelato e foi desenvolvido para identificar os vários padrões de uso de álcool na população. Para este estudo foi utilizado o escore total, calculado a partir da soma simples das questões, que pode variar de 0 a 40. O instrumento também classifica o indivíduo em zona de baixo risco (0 a 7 pontos), zona de uso nocivo (8 a 19 pontos) e sugestivo de dependência (20 a 40 pontos).

Escala de Qualidade de Vida proposto pela OMS - WHOQOL- BREF. Instrumento composto por 26 questões que avaliam a qualidade de vida em cinco domínios principais Fleck (1999). Seus cinco domínios principais são: Domínio I - Domínio físico; Domínio II - Domínio psicológico; Domínio III - Nível de Independência; Domínio IV - Relações sociais e relações pessoais; Domínio V- Ambiente. Cada domínio é representado por várias facetas e suas questões foram formuladas com escala de intensidade (nada - extremamente), capacidade (nada - completamente), frequência (nunca - sempre) e avaliação (muito insatisfeito - muito satisfeito; muito ruim - muito bom).

Áreas "Médica" e "Psiquiátrica" do ASI 6 Light - (Addiction Severity Index versão 6 Light) (Fernandes, Colugnati, & Sartes, 2015). Utilizadas para avaliação de problemas nas áreas Médica e Psiquiátrica. A Área "Médica" é composta por 13 questões sobre saúde física. A área "Psiquiátrica" é composta por 11 questões sobre problemas psiquiátricos ou psicológicos. As respostas são fornecidas a partir de uma escala Likert de cinco pontos, que variam de 0-nada a 5- extremamente.

Procedimentos de Coleta de Dados e Cuidados Éticos

Após a aprovação do projeto no Comitê de Ética em Pesquisa da universidade, (parecer Nº 1.376.664) a unidade Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor (SIASS) e o sindicato dos trabalhadores da universidade foram contatados para a apresentação da proposta de pesquisa. Mediante a autorização destes setores e dos diretores dos departamentos houve a divulgação do projeto em mídias sociais, setor de comunicação, cartazes e reuniões.

Após a aprovação do projeto pelo Comitê de Ética e divulgação, foi realizado um pré-teste com 40 indivíduos para averiguar a adequação metodológica dos instrumentos, os dados do piloto foram utilizados para a amostra final. Para isto, foi feito um treinamento da equipe de pesquisa para realização das entrevistas e mediante contato com os trabalhadores foram agendados os dias e horários para a realização das entrevistas nos locais de trabalho dos servidores, em uma sala individual estando presentes somente o entrevistador e o entrevistado. Para maior detalhamento do método vide M. L. Ferreira (2019). Os questionários foram aplicados em ordem diversa a fim de não enviesar o estudo. Os servidores que possuíam algum sintoma em relação a saúde física ou mental foram encaminhados para psiquiatras, psicólogos e para outros profissionais de saúde.

Procedimentos de Análise de Dados

Os dados foram coletados e digitados em um banco de dados da versão 21.0 do software Statistical Package for Social Science - SPSS® utilizando digitação cruzada para conferência dos dados, logo após os participantes foram classificados em quatro grupos: indivíduos saudáveis (1), com sintomas físicos (2), com sintomas psicológicos (3) e com ambos os sintomas, físicos e psicológicos (4). Foram realizadas análises descritivas dos dados e também os testes ANOVA com post hoc Tukey para as variáveis numéricas, o Chi quadrado para as variáveis categóricas, e o Kruskal Wallis para as variáveis ordinais. Foi considerada a significância estatística de 0,05.

A Análise de Cluster foi utilizada com o objetivo de identificar perfis semelhantes entre si. Nesses casos, os elementos de um mesmo grupo deveriam ser homogêneos com relação às características estudadas, enquanto os elementos de diferentes grupos fossem heterogêneos com relação a tais características. Para tal, foi preciso considerar medidas que descrevessem a similaridade entre os elementos de acordo com as características mensuradas. A medida utilizada parte do fato de que, para cada elemento, há informações das variáveis estudadas em um vetor. Foi realizada, então, uma comparação entre estes elementos, baseando-se na distância vetorial deles. Foram agrupados aqueles em que esta medida é menor. Portanto nesta análise, foram utilizados métodos de agrupamento que são hierárquicos e aglomerativos. O método escolhido para análise foi o Método de Ward. O software utilizado para realização de tais processos foi o Stata.

 

Resultados

A amostra investigada foi constituída por 1011 servidores universitários, dos quais 483 (47,8%) eram homens e 528 (52,2%) eram mulheres, com média de idade e desvio padrão de 43,3 ± 12,0 anos. Dentre os participantes do estudo, 554 (54,7%) indivíduos não apresentaram queixas físicas ou psicológicas, porém 457 (45,3%) apresentaram algum tipo de sintoma. A tabela 1 apresenta os resultados dos dados sociodemográficas. Os grupos se diferiram com relação ao sexo, idade, tempo de trabalho, e qualidade de vida.

Análise de Agrupamentos

Os dados para a análise dos agrupamentos foram referentes aos 972 servidores que foram inclusos para a análise de clusters. Trinta e nove indivíduos foram excluídos em virtude de dados incompletos. Foram identificados cinco clusters ou perfis, como se pode observar nas tabelas 2 e 3. A tabela 2 mostra os clusters e as variáveis sociodemográficas de cada agrupamento, já a tabela 3 enfatiza os perfis em relação à saúde dos servidores.

Caracterizando mais em pormenor cada um dos cinco clusters podemos verificar que o cluster 1, o qual agregou 220 participantes, foi composto em sua maioria por mulheres que faziam uso de risco de álcool, com pós-graduação, sem religião, com altos índices de insônia, ansiedade e outros problemas psicológicos. Neste agrupamento houve uma baixa prevalência de indivíduos com problemas físicos.

O cluster 2 foi composto por 180 indivíduos mais novos com média de idade de 29 anos, estudantes, solteiros, que possuíam até 2 anos de trabalho, sem religião, e que tinham renda menor. O cluster 2 também apresentou elevado nível de doenças físicas e mentais, como queixas neurológicas, endócrinas, digestivas, respiratórias, e doenças crônicas, ansiedade, insônia, depressão e dificuldade de concentração. Este grupo apresentou número mediano de indivíduos que consumiam álcool, e uma maior quantidade de indivíduos que consumiam maconha.

O cluster 3 foi formado por 251 indivíduos que estavam lotados majoritariamente na unidade hospitalar. Este agrupamento foi formado por mulheres, protestantes, com média de idade de 56 anos, com mais de 20 anos de trabalho na universidade, baixa escolaridade, renda mais alta e que faziam uso de baixo risco quanto ao consumo de álcool. Este grupo possuía altas queixas de doenças ósseas, endócrinas, depressão, ansiedade, dificuldade de concentração, e ideação suicida. Este grupo também possuía uma alta prevalência de problemas físicos somados com problemas psicológicos.

O cluster 4 foi formado por 140 indivíduos, em sua maioria homens, com média de idade de 56 anos, que faziam uso de risco ou nocivo para o uso de álcool, ou dependência. As médias em relação ao padrão de uso do álcool; uso de álcool durante a semana e nos finais de semana foram maiores em relação aos demais clusters. Esses indivíduos possuíam escolaridade mais baixa, sobretudo o ensino fundamental. Em sua maioria, trabalhavam há mais de 20 anos na universidade, eram católicos e possuíam renda mais baixa. Cabe ressaltar o grande número de indivíduos fumantes nesse grupo, e que possuíam queixas físicas, principalmente ósseas. Em relação à qualidade de vida, possuíam altos escores de qualidade de vida no domínio das relações sociais.

O agrupamento 5 foi formado por 181 indivíduos, com proporção bem distribuída entre homens e mulheres, com idade média de 44 anos. Os indivíduos foram predominantemente casados, possuíam pós-graduação ou ensino superior completo. Em sua maioria possuíam de 10 a 20 anos de trabalho, a religião predominante foi a espiritualista/ esotérica. Em relação ao uso de álcool possuíam um número razoável de pessoas que bebiam no padrão de uso de risco e nocivo.

 

Discussão

Pelos achados do presente estudo destaca-se que entre a população de trabalhadores universitários existia uma alta prevalência de diversificados tipos de doenças físicas e mentais. De forma prática, o estudo contribuiu para identificar perfis específicos entre a amostra de servidores, bem como ressalta a importância de investir em políticas públicas em prol da saúde do trabalhador. Dentre a amostra estudada 45,3% dos servidores relataram algum tipo de sintoma físico ou psicológico, o que demonstra uma alta incidência de adoecimento nesta população. Documentos do Ministério da Saúde, Brasil (2020), afirmam que os trabalhadores compartilham os perfis de adoecimento e morte da população em geral, em função de sua idade, gênero, grupo social ou inserção em um grupo específico de risco. Os sintomas que mais emergiram no presente estudo fazem menção aos transtornos mentais e comportamentais, sobretudo a ansiedade, depressão e insônia, e aos problemas físicos, como as doenças osteomoleculares.

Resultados semelhantes foram encontrados nos estudos de Vale, Maciel, Nascimento, Vasconcelos e Pimentel (2015), que sinalizaram altas concessões de licenças médicas relacionadas ao trabalho dos servidores públicos do Estado do Ceará, a taxa de afastamento do trabalho foi de 33, 9%, e as doenças mais prevalentes foram os Transtornos Mentais (22,4%) seguidos de Distúrbios do sistema Osteomolecular e do tecido conjuntivo (21,15%). Resultados análogos foram encontrados no estudo de Vivolo (2014), que sinalizaram altas taxas de doenças do sistema osteomuscular além de transtornos mentais e comportamentais entre servidores públicos.

Em relação à análise de agrupamentos, foi possível delimitar características homogêneas e heterogêneas nos cinco clusters analisados. O cluster 3, formado majoritariamente por mulheres que trabalhavam nas unidades hospitalares, apresentou as maiores proporções de ansiedade e depressão. O estudo de Abdalla (2014), realizado na mesma universidade do presente estudo, também encontrou uma alta prevalência de sintomas depressivos na população de servidores, principalmente entre as mulheres. Os resultados do estudo de Abdalla (2014), revelaram que 28,8% das mulheres e 16,1% dos homens apresentavam sintomas de depressão leve e que existia a necessidade de planejar ações de prevenção e intervenções em prol da saúde do trabalhador na referida universidade. Outros autores também encontraram maior adoecimento entre mulheres em diversos contextos: Cunha, Blank e Boing (2009) e Guimarães et al. (2006) encontraram estes achados em amostras de servidoras públicas. Eriksson et al. (2008) encontraram estes resultados na população geral de mulheres. Roelen, Koopmans, Anema, & Van Der Beek (2010), sinalizaram estes resultados em trabalhadoras do setor público e privado. Ainda sobre o agrupamento 3, já é demonstrado na literatura uma alta prevalência de transtornos mentais que acometem os profissionais de saúde em geral (L. A. L. Ferreira & Ferreira, 2015; Pereira, 2017).

Ainda sobre os transtornos mentais e comportamentais, observa-se que o cluster 2, formado por indivíduos mais novos, com menos tempo de trabalho, também apresenta altos índices de ansiedade e depressão. Estas informações também foram encontradas nos estudos de Melchior et al. (2007). Além disso o estudo de Weinberger et al (2018) afirma que a taxa de aumento da depressão nos Estados Unidos foi significativamente mais rápida entre os jovens em relação a todos os grupos etários mais velhos. Sintomas de insônia também foram altamente relatados pelos servidores, sobretudo nos cluster 1 e 2 que apresentam média de idade menor. Do Vale et al. (2015) também encontraram estes resultados entre servidores entre 31 e 51 anos. Os estudos de Mota, Silva e Amorim (2020) conclui que há alta prevalência de transtornos mentais e comportamentais entre os servidores, sendo o trabalho causador de sofrimento psíquico, impondo a necessidade de cuidar não só do trabalhador, mas também do ambiente de trabalho em questão. Os estudos de Guirado e Pereira (2016) também corroboram a literatura sobre a incidência de ansiedade e depressão em uma amostra de trabalhadores cuja queixa "sente-se nervoso, tenso ou preocupado" é a mais relevante entre o grupo de sintomas do humor depressivo-ansioso. De acordo com os autores Brower et al. (2008), Drapeau et al. (2006) e Espiritu (2008) o uso de álcool pode afetar de forma significativa a qualidade do sono, e esta pode ser uma possível explicação para estes sintomas relatados no clusters 1 e 2.

Em relação às doenças físicas, as maiores queixas de saúde dos servidores participantes do estudo se referiram a queixas osteomusculares, principalmente entre os clusters 3 e 4. Os sintomas no cluster 3 podem estar associados ao trabalho do profissional de saúde, técnico de enfermagem ou enfermeiro, onde há alta incidência de Lesões por Esforço Repetitivo (LER) e Distúrbios Osteomusculares Relacionado ao Trabalho (DORT), Magnago, Lisboa, Griep, Kirchhof e Guido (2010). Já os sintomas em relação ao cluster 4, podem estar associados ao uso de álcool já que este agrupamento é formado por homens, com mais de 20 anos de trabalho, que apresentam baixa escolaridade e que fazem uso nocivo de álcool ou dependência. Os estudos de Cosman (2005) e do Department of Health and Human Services (USDHHS, 2000) mostram fortes associações entre o uso do álcool e problemas osteomusculares.

Em relação aos transtornos relacionados ao uso do álcool, observa-se que o cluster 4 é o agrupamento que pertence aos usuários dependentes ou que fazem uso nocivo dessa substância. O perfil de indivíduos que mais consome álcool na população mundial está de acordo com as características sociodemográficas desse cluster, formado por indivíduos mais velhos, com baixa escolaridade, e que exercem profissões menos privilegiadas na sociedade (Brasil, 2012; Trevisan & Castro, 2019). Os clusters 2 e 5 também sinalizaram um maior uso dessa substância, porém em nível de risco e nocivo. Cabe ressaltar que o cluster 5 relata dificuldade de controlar os impulsos de bater ou ferir alguém, e que o cluster 2 apresenta elevado nível de doenças físicas, como queixas neurológicas, endócrinas, digestivas, respiratórias, doenças crônicas, ansiedade e depressão, que sobretudo podem estar relacionadas ao uso de álcool nesta população. Estes achados estão em consonância com os estudos de Organização Pan Americana de Saúde [OPAS] (2019) que relatam uma relação causal entre o uso nocivo do álcool e uma série de transtornos mentais e comportamentais, além de doenças não transmissíveis e lesões.

Diante dos resultados do presente estudo, fica evidente a necessidade do investimento em programas de promoção da saúde e prevenção a doenças ocupacionais no ambiente de trabalho universitário. De forma específica, faz-se necessário a propagação de programas em prol da saúde mental dos servidores, bem como programas voltados para a ergonomia e tratamento da saúde física. Em documentos da Política Nacional de Promoção da Saúde do Trabalhador do SUS (MNNP-SUS) é explicitado a necessidade de políticas intersetoriais para a melhoria da qualidade de vida e redução da vulnerabilidade e dos riscos no ambiente de trabalho, a promoção de processos de educação permanente nos estabelecimentos de saúde, e o incentivo ao desenvolvimento de pesquisas na área de Saúde do Trabalhador voltadas para o ambiente de trabalho (Brasil, 2011). De acordo com Organização Pan-americana de Saúde (OPAS) (2018), promover saúde no ambiente de trabalho é uma importante estratégia não somente para garantir a saúde dos trabalhadores, mas também para contribuir positivamente para a produtividade, qualidade dos produtos, motivação e satisfação do trabalho e, portanto, para a melhoria geral na qualidade de vida dos indivíduos e da sociedade como um todo.

A análise da problemática que permeia o trabalho do servidor universitário permite concluir que o trabalho multiprofissional e intersetorial possibilita a elaboração de propostas inovadoras, alicerçadas em conceitos de saúde já difundidos na sociedade, tais como, promoção e prevenção de saúde, mas que ainda são pouco expressivos no contexto do serviço público, resultados semelhantes foram encontrados no estudo de Messias, Martins, Brabicoski, e Rodrigues (2020), que ressalta a importância do trabalho multidisciplinar a favor da saúde mental entre trabalhadores das universidades. Por fim, ressalta-se a importância de se conhecer outros perfis epidemiológicos de servidores universitários, bem como investir em mais pesquisas na área da saúde do trabalhador universitário.

Limitações

Como fatores limitadores do presente estudo estão à impossibilidade de generalização dos resultados, já que a amostra foi proveniente de somente uma universidade pública brasileira. Outra questão a ser observada é o viés de autorrelato e de desejabilidade social, já que os participantes podem ter relatado consumir menos drogas, ou possuir um menor ou maior número de doenças a fim de corresponder às expectativas do pesquisador. Mais estudos de agrupamentos precisam ser realizados a fim de descartar a interferência desses e de outros possíveis vieses no presente estudo.

 

Referências

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Informações sobre as autoras:
Maira Leon Ferreira
E-mail: mleonferreira2014@gmail.com

Isabela de Matos Alves Mendonça Luquini
E-mail: isabeladematosalves@yahoo.com.br

Jéssica Silva Cypriano
E-mail: jessicascypriano@gmail.com

Laisa Marcorela Andreoli Sartes
E-mail: laisa.sartes@gmail.com

Submissão: 07/09/2020
Primeira Decisão Editorial: 11/11/2021
Versão Final: 19/11/2021
Aceito em: 27/11/2021

 

 

Agradecimentos: Agradecemos à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) pelo apoio financeiro (N° APQ-01918-15), a UFJF pelas Bolsa de Iniciação Científica (BIC), a Capes pela bolsa de doutorado, e pela bolsa de doutorado sanduíche no exterior PDSE19; ao Programa de Extensão Universitária MEC/SESu (Proext 2015) pelas bolsas de extensão.

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