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Revista de Psicologia da UNESP

versão On-line ISSN 1984-9044

Rev. Psicol. UNESP vol.19 no.1 Assis jan./jun. 2020

http://dx.doi.org/10.5935/1984-9044.20200009 

SEÇÃO LIVRE

 

Possíveis contribuições da cartografia ao paradigma ético-estético-político

 

Possible contributions of cartography to the ethical-aesthetic-political paradigm

 

 

Eloisa Navarro Greggio; Hugo Geppe Dellasta

Universidade Estadual "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP)

 

 


RESUMO

Considerando as distinções do método cartográfico, dentre as quais destacamos a orientação disruptiva e o direcionamento de pesquisa não prescritivo, na ausência de objetivos preestabelecidos, neste trabalho, nos propusemos a apresentar a cartografia como um método em processo permanente de construção e produção e descrição de "uma paisagem", enquanto fenômeno e movimento. Nossa estratégia foi resgatar a construção histórica do que hoje chamamos de cartografia em Foucault e Deleuze, passando pelas visões de Guattari e Suely Rolnik, fazendo um sobrevoo sobre a obra Cartografia Sentimental, da mesma autora, e terminando com uma conexão com o Manifesto Antropófago de Oswald de Andrade, marco do modernismo brasileiro. Nossa intenção foi produzir uma cartografia da nossa experiência de formação, partindo, em primeiro lugar, do conjunto de ideias que edifica a possibilidade de pensarmos um método cartográfico e, em segundo, do regime de funcionamento, disparadores e instrumentos pelos quais esse método se articula. Por último, e talvez mais importante, da contribuição que a cartografia tem a oferecer às nossas formas de produzir conhecimento, especialmente em práticas psicológicas, das quais os aspectos éticos, estéticos e políticos são, sempre, indissociáveis.

Palavras-chave: antropofagia, cartografia, epistemologia, esquizoanálise, metodologia.


ABSTRACT

Considering cartographic method's specifics of the, out of which we highlight the disruptive orientation and a non-prescriptive direction for researching, and the absence of previously established objectives, we intend to present cartography as a method of construction and description of a "landscape", as a phenomenon and movement. Our strategy was to rescue the historical construction of what we call cartography today in Foucault and Deleuze, passing through the visions of Guattari and Suely Rolnik - a journey through her book Cartografia Sentimental - and finishing up with in connection with the Manifesto Antropófago of Oswald de Andrade - a mark of the Brazilian modernism. We intent to build up a cartography of our experience as an intern. Firstly, we expose the ideas that allow us to think on the cartographic method as a possibility; secondly, we present the ways this method works, and its instruments. Last, but not least, we highlight the important contribution cartography has offer to the ways we've been constructing knowledge, especially in psychological practices - in of which the ethics, aesthetics, and politics aspects are always inseparable.

Key words: anthropophagy, cartography, epistemology, schizoanalysis, methodology.


 

 

Esboços de partida

A Apresentar a cartografia como um método em processo permanente de construção e produção de um método e descrição de "uma paisagem", enquanto fenômeno e movimento, significa que não se trata aqui de uma metodologia como proposição de regras ou protocolos de pesquisa, mas, sim, como estratégia flexível de análise crítica e ação política, que acompanha e descreve relações, trajetórias, formações rizomáticas, composições de dispositivos, apontando linhas de fuga, ruptura e resistência (Kleber Filho, Teti, 2013).

O viés político da produção de subjetividade é o cerne estratégico da análise cartográfica. Para tanto, destina seu olhar às dinâmicas de verdade e enunciação, objetivação e subjetivação, modos de sujeição e assujeitamento, produções de corpos morais, sexuais, estetizações e produções de si, modos de resistência, práticas de liberdade de que deriva sua valiosa instrumentalidade para os saberes psicológicos e para uma visão crítica da nossa forma de produzi-los e expressá-los.

A essa máquina de produção de subjetividade eu oporia a ideia de que é possível desenvolver modos de subjetivação singulares (...) uma maneira de recusar todos esses modos de encodificação preestabelecidos, todos esses modos de manipulação e de telecomando, recusá-los para construir, de certa forma, modos de sensibilidade, modos de relação com o outro, modos de produção, modos de criatividade que produzam uma subjetividade singular. Uma singularização existencial que coincida com um desejo, com um gosto de viver, com uma vontade de construir o mundo no qual nos encontramos, com a instauração de dispositivos para mudar os tipos de sociedade, os tipos de valores que não são nossos. [...] (Guattari, Rolnik, 2000, p.16-17).

Guattari (2000) nos lembra de que a característica dos meios de produção capitalísticos é que não funcionam unicamente no registro dos valores de troca, mas também por meio de um modo de controle e massificação de subjetivação. O capital funciona de modo complementar à cultura: essa se ocupa da sujeição subjetiva, aquele, da econômica. E, quando falamos em sujeição subjetiva, não pensamos apenas na publicidade para o consumo de bens, mas na própria essência do lucro capitalista que não se limita à esfera da mais-valia econômica; está também tomada de poder da subjetividade.

 

Construção: um método no processo de investigação

Salientamos que a noção de cartografia não é uma formulação foucaultiana. Foi desenvolvida por Deleuze, a partir de indicações de Foucault e em diálogo com sua obra. Podemos dizer que é uma produção a quatro mãos desses dois parceiros, ligados ambos à tradição nietzschiana. Deleuze refere-se a Foucault como "um novo cartógrafo" em um texto com esse título de 19861 . No entanto, vestígios cartográficos já se apresentavam numa entrevista dada por ele - Foucault - à revista Heródote em 19762, na qual se discute a relação de seu pensamento com o campo da geografia, observável pelo seu uso de metáforas espaciais e por certa espacialização da história presente em suas genealogias (Kleber Filho, Teti, 2013).

Referências à cartografia como um método rizomático também aparecem na introdução de Mil platôs, texto de Deleuze e Guattari, datado de 1980. O desenvolvimento desse exercício de método também leva em consideração publicações brasileiras mais recentes, como os trabalhos de Rolnik e Guattari (1986; 1989), de Passos, Kastrup e Escóssia (2009), entre outros, com os quais podemos compor, no sentido de uma produção dialógica, dialética e coletiva. Todas essas publicações trazem explorações cartográficas que levam em conta o regime metodológico de Foucault: arqueologia do saber, genealogia do poder e genealogia da ética. A cartografia incorpora, ao mesmo tempo que deriva, dessas perspectivas.

Encontro com os intercessores3 Suely Rolnik e Oswaldo de Andrade. Um livro, um manifesto: das cartografias sentimentais

A prática de um cartógrafo diz respeito às estratégias de formações do desejo no campo social, compreendido como processo de produção de universos psicossociais (Rolnik4 , 2016). A intenção do cartógrafo é se envolver com a constituição da realidade, embarcar na constituição de territórios existenciais, mergulhar na geografia dos afetos e "inventar pontes para fazer sua travessia: pontes de linguagem. A linguagem, em si mesma, como uma criação de mundos" (Rolnik, 2016, p. 66). Em outras palavras, a cartografia como um modo de circunscrever em vocábulos [e não só] e dar-a-ver os movimentos do desejo social. A exteriorização de intensidades, que costumam buscar máscaras para se apresentarem, "se simularem", depende de elas tomarem corpo em matérias de expressão. Sem seguir normatizações, o que delineia o cartógrafo é, e é apenas, um tipo de sensibilidade.

Essa análise do desejo para a autora é, essencialmente, uma ética, pois, se pensarmos que não há realidade social que não seja feita de investimentos de desejos, em múltiplas direções, inferimos que não existem investimentos de desejos que não sejam uma atualização de um certo tipo de prática e discurso, ou seja, de um certo tipo de realidade social em seus modos de subjetivação: O desejo é criação de mundo. "Não cabe ao analista do desejo sustentar valores, mas ser suporte da sustentação da vida em seu movimento de expansão" (p. 79).

A cartografia, utilizando-se de conteúdos provenientes da geografia para diferenciar territórios e representar espaços - diferentemente do mapa, que caracteriza terrenos de forma estática - é uma topologia dinâmica, que procura capturar intensidades, dar visibilidade à dinâmica micropolítica de um campo social.

Paisagens psicossociais são, também, cartografáveis. Elas remetem a estéticas circulantes e formas coletivas de subjetividade, modos históricos de existência, regimes de produção de corpos, modos históricos de relações sociais, estetizações e modos históricos de elaboração e produção de si. Não focadas no sujeito, mas nas relações em que sua constituição está em questão, a cartografia social debruça-se sobre movimentos, relações-jogos de poder, enfrentamentos, e traça diagramas expondo linhas de forças, densidades e intensidades. Só há real social. "Afinal, que espécie de vida pulsa no pensamento que reduz o desejo à individualidade?" (p.62).

Sobre os diagramas, existem muitas funções e mesmo matérias diagramáticas. Isso porque diagramas, definidos pelo texto de Deleuze (1995), são multiplicidades espaço-temporais e, também, porque há tantos diagramas quanto campos sociais na história. Um diagrama dá-a-ver a cartografia dos agenciamentos. Uma análise de agenciamentos, por sua vez, lida com vetores de forças em jogo num campo, formas de articulação entre saber-poder e efeitos de subjetividade, referindo-se, também, a aspectos micropolíticos.

O diagrama não desenha a grande política - do Estado, da sociedade ou de instituições - mas esboça relações capilares. O poder, em seu exercício, vai muito mais longe, passa por canais muito mais sutis, é muito mais ambíguo, pois cada um de nós é titular de um certo poder e, por isso, o veicula em suas vicissitudes (Foucault, 2014). Nunca age para representar um mundo preexistente, o diagrama. Ele produz um novo tipo de verdade e um novo modelo de realidade. Faz a história, desfazendo suas significações anteriores, formando pontos de criatividade, conjunções inesperadas, duplicando a história com um devir.

Não há protótipo de verdade que não remeta a um tipo de poder e não há relação de poder sem constituição correlata de um campo de saber. Nem saber, ou sequer ciência, que não implique um poder se exercendo. Todo saber vai de um visível a um enunciável (Deleuze, 1995). Foucault (2014) complementa: "o poder não tem necessidade de ciência, mas de uma massa de informações, que ele, por sua posição estratégica, é capaz de explorar" (p.258).

O que quer dizer que "a cartografia" de que falamos se refere mais a campos de forças e relações do que a territórios. Sua compreensão está mais ligada a movimentos do que a posições fixas [não é possível separar o método do objeto, pois o método é o objeto em movimento]. Serve-se da metodologia histórica de Foucault, em torno do eixo das relações entre saber-poder-subjetividade, para se apresentar como ferramenta de análise de dispositivos5 e constituir-se como instrumento para desemaranhar suas linhas, produzir rupturas, desterritorializações, e reverter seus modos de operação.

A cartografia pode nos dizer de um método estratégico-rizomático. O funcionamento rizomático representa uma modalidade de resistência política que envolve análise crítica e exercício concreto de liberdade, ou seja, trata-se de uma questão política para a cartografia, no sentido da recusa de reproduções identitárias e da afirmação do direito à diferença. (Kleber Filho, Teti, 2013).

A cartografia se faz ao mesmo tempo que o desmanchamento de certos mundos - sua perda de sentido - e a formação de outros: mundos que se criam para expressar afetos contemporâneos, em relação aos quais os universos vigentes tornaram-se obsoletos. Sendo tarefa do cartógrafo dar língua para afetos que pedem passagem, dele se espera que esteja mergulhado nas intensidades de seu tempo e que, atento às linguagens que encontra, devore as que lhe parecem elementos possíveis para a composição das cartografias que se fazem necessárias. O cartógrafo é, antes de tudo, um antropófago. [...] (Rolnik, 2016, p.23).

Assim, o cartógrafo se conecta à antropofagia e descobre com ela um "programa de reeducação da sensibilidade" que pode vir a funcionar como uma "terapêutica social para o mundo moderno", como havia proposto Oswald de Andrade (Fonseca, 2007). Perspectiva atualizada, algumas décadas mais tarde, por Augusto de Campos (Sussekind, Guimarães, 2004).

O cartógrafo absorve conteúdos de qualquer procedência, e tudo que for útil como matéria de expressão e criação de sentido é, para ele, bem-vindo. O antropófago fagocita elementos com que entra em contato, digere-os e, ao se misturar, produz hibridizações com as quais cria algo novo, ou passa a ser algo novo.

Só a antropofagia nos une. Única lei do mundo. Tupy or not tupy, that is the question. Só me interessa o que não é meu. Contra todas as cathecheses. Lei do homem. Lei do antropófago. Contra todos os importadores de consciência enlatada. Contra o mundo reversível e as ideias objetivadas. Cadaverizadas. O stop do pensamento que é dinâmico. O indivíduo victima do sistema. Perguntei a um homem o que era o Direito. Ele me respondeu que era a garantia do exercício da possibilidade. Comi-o. Contra a Memoria fonte do costume. A experiência pessoal renovada. [...] (Andrade, Piratininga, Ano 374 da Deglutinação do Bispo Sardinha, 1928. Recorte nosso).

O Manifesto Antropófago, ou antropofágico, de 1928, seguiu-se ao Manifesto da Poesia Pau-Brasil, de 1924. No primeiro, Oswald já enfatizava a necessidade de uma estética artística genuinamente brasileira, o que nos remete a uma espécie de ética histórica na escolha dos instrumentos que produzem subjetividade.

E a coincidência da primeira construção brasileira no movimento de reconstrução geral. Poesia Pau-Brasil. Como a época é miraculosa, as leis nasceram do próprio rotamento dinâmico dos fatores destrutivos. Nenhuma fórmula para a contemporânea expressão do mundo. Ver com olhos livres. [...] (Andrade, 1924. Recorte nosso).

A antropofagia, na sua potência, como forma de subjetivação, é em tudo distinta de uma política identitária, caracterizando-se pela ausência de identificação estável e absoluta com qualquer repertório: "a abertura para incorporar novos universos, a liberdade de hibridação, a flexibilidade de experimentação e de improvisação para criar novos territórios e suas respectivas cartografias" (Rolnik, 2016, p.19).

De acordo com a autora, pode-se dizer que seu texto é autobiográfico, desde que entendamos por auto não uma individualidade de existência, mas a singularidade de como as forças de um determinado contexto histórico atravessam seu corpo-vibrátil. O sentimental a que se refere no título (Cartografias sentimentais) tem mais a ver com afeto: cartografia do afetar e do ser afetado dos corpos vibráteis de uma geração. Devir desses corpos.

As perguntas que inquietam o cartógrafo são, numa face: como e onde se opera o estrangulamento vital que nos aprisiona no intolerável e nos asfixia? Como nossa criatividade juntamente com nossa potência, nossos afetos, erotismo e tempo são drenados pelo mercado? E em outra: como liberar a vida desses novos impasses?

 

Abertos contornos finais e um breve relato

A pesquisa cartográfica convida a nos libertarmos de certas amarras e costumes científicos, quando se trata de lançar luzes sobre a realidade tal qual a percebemos e sentimos, visto que o instrumento de análise é o próprio corpo e subjetividade que "habitamos", em sua capacidade de afetarem e serem afetados pelo externo do mundo. Algo que faz da singularidade - dos toques de pessoalidade - uma preciosa ferramenta, em contrapartida a certa suposta neutralidade analítica, impessoal, dos métodos científicos. Tendo a escrita narrativa como uma aliada, a cartografia se constitui como instrumento revelador de afetos que nos chama a habitar, esperançosamente, uma dimensão sensível outra - tão profunda quanto possível -, mais rica em nuances e estilos. Seu desafio é o de conduzir a heterotopias6: novas paisagens, novas relações, novas formas de existência e de subjetividade, novos modos de relação do sujeito consigo que possibilitem, como práticas concretas, exercícios de liberdade, linhas de fuga. A estratégia cartográfica pretende tornar possível a singularização e produção de si, a partir de novas estéticas de existência.

No dia de nossa comunicação no evento Conversações em Esquizoanálise, tivemos a oportunidade de compartilhar com os interlocutores presentes - e agora, por meio desse texto, com os ausentes - nossas cartografias sentimentais e procuramos mostrar como a liberdade, nesse processo de construção, possibilita uma abertura à passagem de afetos emergentes. O desejo era realizar um encontro, uma troca, em que o Um Microcosmos que fala e o Um Coletivo que escuta pudessem se conectar sensorial e subjetivamente, pela experiência da palavra.

Acreditamos que essas ferramentas também podem auxiliar o Psicólogo no exercício de suas práxis:

Afinal, o que faz um psicólogo clínico senão uma cartografia infinitesimal da subjetividade, dos afetos, dos sentimentos? E não é necessário ser clínico para desempenhar tal tarefa, pois essa pode ser também uma atividade possível para a psicologia social [...] (Kleber Filho, Teti, 2013, pág. 57).

Por fim... concluímos que não há como falar do método cartográfico que não seja por meio de uma experimentação cartográfica propriamente. Visto que se referem a afetos, as cartografias podem ser uma maneira de criar conexões inteligíveis, dando matérias de expressão, possibilidade de visibilidade e algum contorno ao que comumente fica silenciado em tudo aquilo que a análise institucional chamaria de instituído.

Melhor dizendo: se não se montar uma máquina revolucionária capaz de se fazer cargo do desejo e dos fenômenos do desejo, o desejo continuará sendo manipulado pelas forças de opressão e repressão, ameaçando, mesmo por dentro, as máquinas revolucionárias. [...] (Guattari, 2006, p.29).

Escrever é lutar. Escrever é resistir. Escrever é viver através dos tempos. Escrever é vir-a-ser. Escrever é  cartografar e "intensificar a sensação de terremoto que daí advém e que frequentemente abala os territórios da alma" (Rolnik, 2016, p.233).

 

Referências

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Andrade, O. (1924) Manifesto da poesia pau brasil. In Correio da Manhã, 18 de março.         [ Links ]

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Deleuze, G. (2006) Entrevista sobre o Anti-Édipo com Félix Guattari (1972) In Conversações. (pp. 23-37). 5ª. reimpressão. São Paulo: Editora 34.         [ Links ]

Deleuze, G. (2006) Os intercessores (1985). In Conversações. (pp.151-169). 5a. reimpressão. São Paulo: Editora 34.         [ Links ]

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Foucault, M. (2014). Sobre a história da sexualidade. In Machado, R. (Org.). Microfísica do poder. (pp.363-406). Rio de Janeiro: Paz e Terra.         [ Links ]

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Rolnik, S. (2016). Cartografia sentimental: transformações contemporâneas do desejo (2ª. ed.). Porto Alegre: UFRGS.         [ Links ]

 

 

Recebido em: 06/03/2020
Aprovado em: 18/05/2020

 

 

1 Em Foucault, Deleuze discorre sobre as análises genealógicas realizadas por esse autor em Vigiar e punir
2 No Brasil, publicada no livro Microfísica do poder por Roberto Machado, com o título "Sobre a geografia", citado nas referências.
3 Conceito de Deleuze que versa sobre elementos produtores de diferença, que favorecem a criação e possibilitam transformações, elementos que ocupam o lugar de agentes e suscitam mudanças.
4 Livro baseado na tese de doutorado Cartografia Sentimental da América. A produção do desejo na era da cultura industrial. Tese de Doutorado em Psicologia Social. PUC-SP. São Paulo, abril de 1988.
5 Rapidamente: O dispositivo está sempre inscrito em um jogo de poder, estando sempre, no entanto, ligado a uma ou mais configurações de saber que dele nascem, mas que igualmente o condicionam. É isto, o dispositivo: estratégias de relações de força sustentando tipos de saber e sendo sustentadas por eles. (Foucault,2014). A produção de subjetividade talvez seja a principal finalidade de um dispositivo, sendo essa da ordem dos efeitos, consequências das relações saber-poder.
6 Conceito forjado por Foucault, uma heterotopia opera quando os sujeitos entram numa ruptura com seu tempo habitual. Em oposição às utopias – posicionamentos sem lugar real – uma heterotopia tem a capacidade de justapor em um espaço real vários espaços e posicionamentos incompatíveis entre si, produzindo efeitos de ilusão e estranhamento, a exemplo do cinema, teatro, ou do espaço milenar do jardim.

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