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Revista do NUFEN

versão On-line ISSN 2175-2591

Rev. NUFEN vol.6 no.2 Belém  2014

 

Artigo

 

Estudo compreensivo acerca da metrossexualidade em Belém/PA

 

Comprehensive study about metrosexuality in Belém/PA

 

Estudio integral sobre metrosexualidad en Bélem/PA

 

 

Luciano Jorge Fernandes Moura; Márcia Nami Endo Souza; Tatiane Pontes Rodrigues; Soraya Cristina Melo Wanzeller; Kamilly Souza do Vale

Universidade Federal do Pará

 

 


RESUMO

Pesquisar o fenômeno da metrossexualidade requer compreensões que envolvem novas discussões acerca dos conceitos de Gênero, identidade e masculinidade sob a ótica de uma perspectiva pós-moderna, já que este é um fenômeno recente, característico da sociedade atual. Esta pesquisa buscou apresentar a autoimagem e a finalidade da manutenção das práticas metrossexuais de homens de Belém do Pará. Utilizou-se uma abordagem qualitativa de cunho exploratório tendo como ferramenta de análise dos dados o método fenomenológico. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa a fim de garantir as questões éticas ligadas à pesquisa. Foram realizadas entrevistas com 03 homens, escolhidos a partir do método bola de neve, com os seguintes critérios de inclusão: idade entre 20 e 35 anos, classe média, e que apresentaram práticas e/ou perfis compatíveis com características metrossexuais. A partir das análises dos elementos discursivos dos entrevistados, o estudo revelou a autoimagem dos participantes, a visão de metrossexualidade, os objetivos de suas práticas, a finalidade delas e como isso afeta suas rotinas e relações pessoais. Os resultados indicam que o conceito de masculinidade construído historicamente ainda influencia o homem pós-moderno, porém, os benefícios de manter o perfil metrossexual são mais significativos que os preconceitos sofridos, obtendo satisfação pessoal e a confirmação social. Estudos científicos futuros nesta área são fundamentais para fomentar discussões e ampliar compreensões sobre o tema, especialmente no que diz respeito aos elementos que influenciam o processo de subjetivação e construção de identidades metrossexuais.

Palavras-chave: Metrossexualidade; masculinidades; gênero.


ABSTRACT

Search the phenomenon of metrosexuality requires new understandings that involve discussions about the concepts of gender, identity and masculinity from the standpoint of a postmodern perspective, since this is a recent phenomenon characteristic of nowadays society. This research aimed to present the self-image and the purpose of the maintenance metrosexuals practices of men from Belém/Pará. An exploratory qualitative approach, with the phenomenological method as a data analysis tool, was used. The project was approved by the Research Ethics Committee to ensure ethical issues related to the research. Interviews were conducted with 03 men chosen by the snowball sampling with the following inclusion criteria: ages between 20 and 35 years, middle class, who presented practices and/or profiles compatible with metrosexuals characteristics. Based on the analysis of the discursive elements proffered by the interviewees, the study revealed the participants' self-image, their viewpoints about metrosexuality, the goals of their practices, their purpose and how these affects their routines and personal relationships. The results indicate that the historically constructed concept of masculinity still influences the post-modern man. However, the benefits of maintaining the metrosexual profile are more significant than the prejudices suffered, achieving personal satisfaction and social confirmation. Future scientific studies in this area are critical to fostering discussions and broaden understandings of the subject, especially as regards the elements that influence the process of subjectivity and construction of metrosexuals identities.

Keywords: Metrosexuality; masculinities; gender.


RESUMEN

Investigar el fenómeno de la metrosexualidad exige comprensiones que implican nuevos debates sobre los conceptos de género, de identidad y de masculinidad desde la perspectiva posmoderna, ya que este es un reciente fenómeno característico de la sociedad actual. Este estudio tuvo como objetivo presentar la propia imagen de los hombres metrosexuales de Belém/Pará y sus propósitos en el mantenimiento de esta práctica. Se utilizó un enfoque cualitativo exploratorio, utilizando el método fenomenológico como una herramienta de análisis de datos. El proyecto fue aprobado por la Ética en Investigación, asegurando los aspectos éticos relacionados con esta investigación. Las entrevistas se llevaron a cabo con 03 hombres, seleccionados entre el método de bola de nieve, con los siguientes criterios de inclusión: con edades comprendidas entre 20 y 35 años, de clase media, y que presentaron prácticas y/o perfiles compatibles con características metrosexuales. A partir del análisis de los elementos discursivos de los entrevistados, el estudio reveló la propia imagen de los participantes, sus visiones de la metrosexualidad, los objetivos de sus prácticas, sus propósitos y cómo estas prácticas afectan a sus rutinas y a sus relaciones personales. Los resultados indican que el concepto de masculinidad construido históricamente todavía influye en el hombre posmoderno, sin embargo, los beneficios de mantener el perfil metrosexual son más significativos que el perjuicio sufrido, consiguiendo la satisfacción personal y la confirmación social. Futuros estudios científicos en esta área son fundamentales para fomentar los debates y ampliar comprensiones de este tema, especialmente en lo relativo a los elementos que influyen en el proceso de la subjetividad y la construcción de identidades metrosexuales.

Palabras-clave: metrosexualidad, masculinidad, género.


 

 

INTRODUÇÃO

A metrossexualidade presentifica-se em corpos masculinos cuidadosamente trabalhados e percebidos no cotidiano social. Antes, os cuidados exagerados ligados à aparência destinavam-se à figura feminina, mas hoje esse "exagero" também contempla o universo masculino. (Garcia, 2011)

Pensar esta temática requer a reflexão do momento sócio-histórico vivenciado, visto que, a partir da perspectiva existencialista heideggeriana, o sujeito está em constante processo de transformação. Bauman (2004) denomina a coletividade contemporânea como "líquida", permeada pelas desconstruções de valores antigos, dúvidas e fragmentações, uma sociedade em que tudo acontece de forma instantânea e transitória.

Deste modo, para pensar o fenômeno da metrossexualidade é fundamental a compreensão dos conceitos de Gêneros, identidade e masculinidade pautados numa abordagem pós-moderna (Bauman, 2004; Hall, 2011), que possibilita uma análise integradora desses conceitos e contempla a dimensão proposta pela abordagem gestáltica ao utilizar-se do conceito de campo para fundamentar a concepção desses fenômenos (Rocha, 2005; Mesquita, 2011). Essa perspectiva integradora possibilita romper com uma proposta determinante e essencialista acerca do ser humano e compreende-o numa perspectiva mais complexa, que é corroborada pelos estudos do sociólogo Edgar Morin (2010).

Assim, sendo a metrossexualidade um "novo" fenômeno evidenciado no contexto atual, esta pesquisa visa aprofundar os estudos acerca do fenômeno da metrossexualidade, adaptando o conceito à realidade amazônica de Belém do Pará.

Foi utilizado o método fenomenológico para a análise dos discursos obtidos em entrevistas com os participantes, considerando o cenário pós-moderno no qual a identidade e os papeis sociais do homem se modificam e ganham novos significados constantemente.

Com isso, buscou-se revelar o significado dado à manutenção das práticas metrossexuais pelos homens que possuem características compatíveis ao perfil. A pesquisa foi desenvolvida sob cunho qualitativo que enfoca o subjetivo, sendo baseada no método fenomenológico, o qual prima pelo estudo do Fenômeno em si.

 

DA MASCULINIDADE À METROSSEXUALIDADE

A masculinidade é estudada e interrogada por diversos pensadores de vários períodos e contextos históricos. A chamada "crise masculina" não é algo novo ou característico da atualidade, reflexões acerca dessa temática vêm ultrapassando tempos, alcançando o estágio atual e apresenta-se como um conceito em construção constante, difundindo-se no cotidiano dos indivíduos, despertando o interesse de segmentos sociais que outrora se mostravam indiferentes (mercado de consumo, por exemplo). Busca-se hoje a compreensão desse fenômeno que consequentemente cria novos processos de subjetivação dos indivíduos (Garcia, 2011; Oliveira & Leão, 2012; Silva, 2000).

Tais discussões surgiram historicamente com a ênfase na diferenciação anatomofisiológica entre os sexos, na primazia do sexo masculino em detrimento ao sexo feminino. O homem era valorosamente superior à mulher, sendo essa subjugada como inferior e invertida ao homem. Ressaltando que segundo Silva (2000), esse "culto à masculinidade" e o monismo sexual (masculino) vigorou em sociedades vitorianas europeias até a passagem do século XVIII para o século XIX. Logo, houve uma ruptura na valorização de ideais perfeccionistas masculinos da sociedade, tanto em sua concepção ideológica como nas articulações das relações sociais e definições de papéis.

Com a chegada do século XIX, a diferenciação humana restrita ao sexo predominava na dinâmica social, porém, o culto à masculinidade decorre da mudança da concepção biológica para a política, econômica e social atinentes à sociedade burguesa ascendente. Características comportamentais e morais dos indivíduos foram assim pensadas seguindo os ideais dessa sociedade, buscando uma normatização/padronização de condutas ditas masculinas e femininas, implicando numa má distribuição de funções e papéis sociais. Assim, percebe-se que é nesse panorama histórico social que surgiram as chamadas "coisas de homem" e "coisas de mulher" (Silva, 2000).

Nesse período histórico, as concepções femininas ganhavam espaço na recente discussão sobre os papéis de gênero, porém, permaneciam em patamares inferiores ao homem e próximas às compreensões referentes ao homossexualismo, considerado como a inversão do homem e, assim como a mulher, caracterizava o que Foucault (1988) chamou de "sexualidades periféricas", sendo esses grupos considerados inferiores político e socialmente. No mais, "ser homem" no século XIX significava "não ser mulher" e jamais "ser homossexual" e para isso era necessário pensar em formas de ser que o afastasse de comparações com esses personagens.

Nessa época, a sociedade era feita por homens e para homens, cabendo à mulher, ao homossexual, às crianças e idosos um segundo lugar de importância no constructo da lógica social. Assim, construíram-se social e culturalmente características condizentes prioritariamente ao homem, como parâmetros de vestimenta, formas de andar, falar, portar-se, idealizar o corpo, qualificar moral, comportamental e psicologicamente (como virilidade, bravura, força, coragem, agilidade, etc). Nesse aspecto, o homem parece viver em constante processo de afirmação de sua identidade na sociedade.

Contudo, a mesma se expande e complexifica-se ainda mais, exigindo que novos atores sociais sejam criados ou recrutados para a sua dinâmica. Surgem, assim, discussões sobre as redefinições de papéis sociais de gênero, o movimento feminista mostra sua inquietação e evidencia-se dentro do gênero masculino a crise diante das normas sociais impostas ao homem, o que abala os padrões referenciais do gênero na sociedade (Oliveira & Leão, 2012; Silva, 2000).

A crise que historicamente acompanha o gênero masculino mostra sua herança em alguns homens na atualidade. Seus processos de afirmação social agora se deparam com a emergência de vários outros atores, cada um buscando mais espaço e afirmação na dinâmica social, política e econômica. Nesse cenário, "O novo homem agora admitia sua fraqueza, sua fragilidade: o corpo já não servia para impor uma condição masculina. A sensibilidade feminina também passaria a fazer parte das novas subjetividades masculinas" (Silva, 2000, p.13).

Tal afirmativa é contemplada pela perspectiva gestáltica que compreende gênero a partir do conceito de Campo de Kurt Levin, pois "o campo é o lugar da emergência de Gestalts de gênero onde se podem encontrar diversas masculinidades e feminilidades fazendo da cultura o lugar de possibilidade do aparecimento das mais ricas formas de gênero" (Rocha, 2005, p. 215).

Assim, o conceito de gênero é uma apropriação cultural que vai além do sexo anatômico, é um aprendizado sociocultural que nos ensina desde muito cedo como homens e mulheres devem se comportar, são regras que ditam a maneira de agir em sociedade a partir das determinações de cada gênero. "O pertencimento a este ou àquele gênero é julgado com base em convenções e comportamentos prescritos. Isso, por sua vez, reflete uma conotação histórica [...] aprisionando regras, hábitos e comportamento num conceito" (Oliveira & Leão, 2012, p.266).

A partir desse conceito podemos pensar nas transformações que a pós-modernidade trouxe para a construção de novas identidades de gênero, onde:

A imagem do homem no passado estava associada à força, dominação e sustentação da família. Já as mulheres, uma vez consideradas frágeis e dóceis, eram responsáveis pelos cuidados com o ambiente doméstico e os filhos. Com base nessa construção, a feminilidade era subvalorizada, e a masculinidade, supervalorizada. Com a pós-modernidade, porém, as identidades de gênero hibridizam-se, a exemplo de homens que podem assumir sua sensibilidade ao chorar e mulheres que podem ocupar espaços na vida profissional e chefiar suas famílias, não mais se limitando à esfera produtiva (Oliveira & Leão, 2012, p. 267).

Portanto, a contextualização histórica da crise da masculinidade é fundamental para a compreensão dos novos processos de subjetivação masculina e criação de novas identidades na sociedade pós-moderna.

As relações que o sujeito vivencia no mundo produzem significações e, como ser significante, ao vivenciar esta sua condição de ser lhe permite singularizar os objetos coletivos, humanizando a objetividade do mundo. Suas significações aliadas às suas ações, em movimento de totalizações abertas, compõem o sujeito que vai sendo revelado por perspectivas (Maheirie, 1994, p.122).

A construção da identidade é um processo contínuo e mutável, pois estamos em constante troca de experiências no mundo, estabelecendo sempre novos contatos. De acordo com Maheirie (1994) é uma síntese inacabada, "uma totalização destotalizada e retotalizada para ser destotalizada novamente" (p. 115). Pode-se dizer que a identidade é construída por oposições, conflitos e negociações, sendo constantemente inventada pelo sujeito, em um processo aberto, nunca acabado. Sobre esse aspecto, Hall (2011) propõe a seguinte reflexão:

Argumenta-se, entretanto, que são exatamente essas coisas que agora estão ‘mudando’. O sujeito, previamente vivido como tendo uma identidade unificada e estável, está se tornando fragmentado; composto não de uma única, mas de várias identidades, algumas vezes contraditórias ou não resolvidas. Correspondentemente, as identidades, que compunham as paisagens sociais ‘lá fora’ e que asseguravam nossa conformidade subjetiva com as ‘necessidades’ objetivas da cultura, estão entrando em colapso, como resultado de mudanças estruturais e institucionais. O próprio processo de identificação, através do qual nos projetamos em nossas identidades culturais, tornou-se mais provisório, variável e problemático. Esse processo produz o sujeito pós-moderno, conceptualizado como não tendo uma identidade fixa, essencial ou permanente. (Hall, [1987] 2011, p. 13)

Essas proposições são corroboradas pelo conceito de Masculinidades proposto por Carrara (1999), que compreende este fenômeno como um marcador de identidade social e que possibilita uma análise mais integradora do processo de constituição da subjetividade do indivíduo. Este modo de pensar a subjetividade masculina é concernente com o entendimento da abordagem gestáltica sobre o conceito de subjetividade, que não a concebe de maneira essencialista e sim, em um constante processo de transformação. Távora (2005) revela que "a subjetividade é um processo temporal no qual se cria, se testa e se contesta e é contestada, podendo assim transformar-se" (p. 129).

O processo de construção da identidade dá-se "no convívio com outros sujeitos, constrói a consciência da realidade física e social, assim como a consciência de si mesmo como sujeito, individualizando-se na medida em que se diferencia dos outros sujeitos" (Lago, 1996 citado por Maheirie, 2002, p. 40).

A construção da identidade masculina, em meio a afirmações, crises e desdobramentos, é pensada concomitante aos processos sociais, econômicos e políticos que caracterizam a sociedade pós-moderna e suas influências na (des)construção da identidade dos seus indivíduos. Assim, "com o sujeito pós-moderno fragmentam-se as identidades que outrora foram consideradas sólidas e fixas" (Oliveira & Leão, 2012, p. 264).

A identidade agora é pensada em constate mudança, líquida segundo Bauman (2004), mergulhada nas influências sociais e em diálogo com as mesmas, sendo a sociedade contemporânea caracterizada pela mundialização das coisas/pessoas e consumismo exacerbado.

Há abordagens que indicam que o papel do consumo também deve ser considerado no processo de construção da identidade dos homens pós-modernos, já que esses sujeitos são encarados por Garcia (2011) como "consumidores específicos", tendo em vista a crescente expansão industrial de produtos voltados para os mesmos.

A identidade masculina pós-moderna é vista como "nova", mutável, de caráter consumista, mesclada com antigas e outras formas de identidades (homem moderno, mulher, estrangeiros, etc.), sendo a identidade metrossexual como um dos produtos de todos esses substratos.

Hoje, diante das transformações da pós-modernidade, é preciso pensar nas diferentes configurações de identidade de gênero que se fazem presentes, pois elas agora são polissêmicas. Assim, o metrossexual surge como uma nova identidade de gênero característica da pós-modernidade, que

Define-se por uma masculinidade narcísica, egocêntrica, vaidosa, urbana e saturada pela exploração na mídia. [...] Alguns não se assumem como tal, e se dizem simplesmente ‘vaidosos’. Outros até disfarçam essa vaidade, temendo o preconceito por parte dos ditos ‘machões’. O homem contemporâneo percebe que não precisa ser desleixado para afirmar a masculinidade (Garcia, 2004, p. 205).

O termo "metrossexual" surgiu da junção de metrópole e heterossexual e caracteriza um novo ideal masculino. Metrossexuais são homens de estilo marcante, bom gosto, de virilidade sutil, sedutores, atentos às tendências de moda masculina, não gostam de passar despercebido, gastam tempo e dinheiro com sua aparência, almejam tornar-se objeto de desejo das mulheres, bem informados, narcísicos, um tanto egocêntricos, exibicionistas e exagerados (Garcia, 2011).

Considera-se como marco do surgimento do neologismo metrossexual o artigo "Here come the mirror men", do jornalista Mark Simpson, publicado em 1994 no jornal inglês The Independent Contudo, apenas em 2002 com o artigo Meet the metrossexual, do mesmo autor, publicado na revista online Salon (Garcia, 2011), o termo ganhou notoriedade social e despertou o interesse de visionários do ramo de marketing, publicidade e campos de pesquisas do consumidor (Oliveira & Leão, 2012).

Simpson descreve o metrossexual como um homem jovem, bem remunerado, que habita ou trabalha numa metrópole, onde se encontram as melhores lojas, shoppings e serviços de beleza e estética. Tendo em vista a ascensão do termo cunhado por Simpson, Michel Flocker (2004) produz um manual do metrossexual, trazendo um guia de estilo com dicas de etiqueta, comida, vinhos, livros, CDs, filmes, etc., assim como recomendações de looks, viagens, maneiras de se portar em eventos sociais ou a dois, a fim de evitar gafes ou atropelos desnecessários.

Já Garcia (2011) afirma que o metrossexual investe cerca de 30% (ou mais) de sua renda em cosméticos, roupas, salões de beleza, clínicas estéticas e passa considerável parte de seu tempo em shoppings. Aplica-se também a homens que vivem próximos ao centro urbano, exibem um lado mais delicado (que chora) sem assumirem necessariamente uma postura feminina. "O metrossexual condiz à imagem de um homem com H (maiúsculo), que geralmente vive em cidades grandes. Ou seja, sua intensidade máscula se traduz na ação urbanóide" (Garcia, 2011, p.120).

O fator consumismo como uma influência considerável no constructo desse personagem metropolitano é apontado por Oliveira e Leão em seus estudos que investigam a construção da identidade metrossexual por meio do consumo. Garcia (2011), ao afirmar que o termo metrossexual designa a definição de um consumidor específico com uma masculinidade sofisticada, fashion, vinculada a uma imagem midiática/mercadológica, corrobora com concepções mais amplas acerca desse fenômeno que (re)configura processos de subjetivação dos homens atuais. Em vista ao impacto desse novo fenômeno em subjetividades masculinas, a metrossexualidade mostra-se um objeto promissor de estudos científicos. Dessa forma, optou-se por utilizar um método que possibilitasse uma compreensão mais reveladora acerca dessa nova identidade de gênero.

 

PERCURSOS METODOLÓGICOS

Tendo em vista a diversidade de modelos de pesquisa qualitativa no campo das ciências humanas, utilizou-se um desenho de pesquisa exploratória, valendo-se do método fenomenológico para a análise dos dados coletados.

Para a fenomenologia, o homem não é propriamente um ‘objeto’ de conhecimento, já que é sujeito, construtor de sua própria história e situado no mundo. A fenomenologia clareia, então, significados atribuídos que constituem um fenômeno, ou seja, um fragmento da experiência de um sujeito-no-mundo, pela descrição da experiência, da observação de ‘como’ ela acontece (Cardella, 2002, p. 39).

Para uma melhor compreensão dos dados coletados, foi utilizado o método fenomenológico de Sanders, no qual a estrutura fenomenológica da pesquisa pode ser compreendida a partir de três eixos: determinação de limites sobre "o que" e "quem" é investigado; a coleta de dados e a análise fenomenológica dos dados. Depois de definido o fenômeno a ser investigado e identificados os participantes, segue-se a coleta de dados, onde são permitidas entrevistas em profundidade com os participantes, gravadas em áudio e transcritas posteriormente.

A análise fenomenológica foi realizada logo após as transcrições literais das entrevistas, com o intuito de resguardar a fidedignidade do conteúdo vivencial coletado, a fim de apreender temporariamente o fenômeno como ele se apresenta, preservando o sentido dado pelos participantes. Sanders também destaca que, na análise dos dados, o importante para a delimitação de um tema não é a frequência com que esse emerge, mas sua centralidade e importância. 60

Os participantes foram selecionados a partir do referencial de metrossexual contido na literatura, seguindo alguns critérios: homens residentes da metrópole de Belém; com idade entre 20 e 35 anos; de classe média; que apresentaram práticas e/ou perfis compatíveis com características metrossexuais citadas pelos autores pesquisados, considerando as peculiaridades sociais, culturais e econômicas típicas da capital paraense.

Este estudo, realizado na Universidade Federal do Pará, segue os preceitos éticos referentes a pesquisas com seres humanos e o pré-projeto deste trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto de Ciências da Saúde da UFPA (ICS/UFPA), através do meio eletrônico Plataforma Brasil sob o número do CAAE 22069314.5.0000.0018.

 

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Esta seção mostra as unidades de significados que emergiram no discurso dos entrevistados. A pesquisa contou com três participantes e, para que o caráter sigiloso fosse mantido, eles foram nomeados por pseudônimos: Cristiano (32 anos, Policial Militar); Jhony (25 anos, Policial Militar) e Paulo (24 anos, Jornalista).

1 Revelando as subjetividades

Esta unidade de significado é composta pelas categorias referentes à subjetividade reveladas pelos participantes nas entrevistas. A partir da análise dos discursos foram identificadas três categorias: Autoimagem; Finalidades das práticas e Benefícios.

1.1 Autoimagem Nesta categoria, os elementos revelados no discurso dos entrevistados estão relacionados à forma como eles se percebem enquanto homens que mantém hábitos de autocuidado com o corpo e com a imagem. Verificou-se que os participantes apresentam a autoimagem de um homem moderno, contemporâneo, que acompanha as mudanças sociais, que está à frente dos que não têm as mesmas práticas, possuindo um cuidado exacerbado com a sua estética corporal e com o visual.

Jhony: Eu lembro de uma música assim que ela descreve bem o ser humano, em particularidade a minha pessoa por quê?, ah, então, ela diz assim: ‘eu prefiro ser essa metamorfose ambulante’. [...] Então, eu me considero uma pessoa bem normal, mas assim uma pessoa que acompanha a atualidade [...] Quando eu digo a história da metamorfose é para dizer que eu sou muito flexível [...] Basicamente eu sou uma pessoa como qualquer outra, mas que se cuida, que se preocupa na verdade com o que ta vestindo, com o que ta comendo ou não ta.

Jhony considera-se normal, antenado e flexível, ele usa como artifício para descrevê-lo trechos de uma música que ressalta a flexibilidade da personalidade humana. Nesse ponto, o discurso de Jhony corrobora com as contribuições de Maheirie (1994) no que diz respeito à construção da identidade, sendo um processo inacabado, mutável e contínuo, reinventado constantemente pelo sujeito, como também com os pressupostos da Gestalt-Terapia, que concebe o homem como um sujeito único, em constante mudança e atualização em sua relação com o meio (Cardella, 2002).

1.2 Finalidades das práticas metrossexuais

Esta categoria engloba a finalidade pela qual os entrevistados mantêm os hábitos de autocuidado com o corpo e a imagem. Observou-se que os entrevistados relacionaram a manutenção dessas práticas para garantir a saúde, bem estar e boa aparência, bem como para atingir a aprovação/confirmação social.

Cristiano: Primeiro pelo bem estar né, primeiro pelo bem estar... segundo pela aparência, a aparência na sociedade hoje, ela é extremamente importante.

Jhony: Porque tem essa parte de se sentir mais higiênico, mas tem a parte de você se sentir melhor, mais bonito, digamos assim. Então aí é a parte da vaidade, entendeu? Como eu te falei, a minha mão tem a parte higiênica, de dizer: poxa eu tô limpinho; mas tem a parte de você olhar a minha mão e dizer: "nossa, a tua mão tá bonita".

Jhony e Cristiano destacam a higiene e a vaidade como a centralidade de suas práticas, além da aprovação social.

1.3 Benefícios Esta categoria revela as vantagens percebidas pelo metrossexual em manter uma boa imagem pessoal, por ter práticas de autocuidado e se preocupar com a aparência. O metrossexual acredita ter vantagens no trabalho, ressaltando também que a imagem pessoal é o "cartão de visita" no meio social. Todos os entrevistados revelaram que a manutenção de uma boa imagem traz benefícios perante a sociedade, sejam benefícios nas relações interpessoais ou no mercado de trabalho.

Jhony: Uma boa imagem, com certeza. Porque eu penso assim, numa entrevista de trabalho, a primeira coisa que eles vão olhar o que é? A apresentação pessoal. É a primeira, isso pra qualquer coisa. [...] Então é mais ou menos isso, eu acho que eu cuidando da minha higiene pessoal, da minha forma de me vestir, no mínimo, no mínimo, no mínimo, a pessoa vai se sentir bem com a minha presença com...

Paulo: quando a gente vai sair que a gente quer tá bem a gente quer ser visto [...] eu acho que as pessoas elas querem receber elogios, ah gente não vou ser hipócrita contigo que a gente faz isso pra receber elogios das outras pessoas entendeu. Na fala de Paulo o elogio emerge como uma das principais vantagens resultantes de suas práticas de autocuidado, Cristiano destaca o diferencial que a metrossexualidade traz na conquista amorosa e Jhony considera a imagem e a apresentação pessoal como um grande destaque e vantagem no ambiente social.

2 Desdobramentos da metrossexualidade

Esta unidade de significado mostra as categorias referentes aos desdobramentos relacionados à metrossexualidade. A partir da análise dos discursos foram identificadas duas categorias: Preconceito acerca da metrossexualidade, com as subcategorias "quanto à masculinidade" e "quanto à sexualidade"; e Sentido da metrossexualidade, com a subcategoria "resistência de associação ao termo".

2.1 Preconceito acerca da metrossexualidade Para analisar esta categoria, utilizou-se o conceito proposto por Pinheiro (2011), no qual o preconceito é entendido como juízos preconcebidos, influenciados por valores diversos e representações que o sujeito tem da realidade, considerando que essas representações "não são frutos apenas de construções individuais, logo que a cultura exerce papel fundamental para a sua elaboração". Todos os entrevistados revelaram em seus discursos que o preconceito existe, tanto em relação à masculinidade quanto à sexualidade.

2.1.1 Quanto à masculinidade

O preconceito quanto à masculinidade está relacionado à condição de homem, ou seja, quando o outro aponta características no metrossexual que não condizem com o "ser homem".

Cristiano: Já teve comentários, tanto dos amigos quanto da família, é... tanto positivos, não vou dizer assim, negativos, mas a gente percebia que tinha... por exemplo, a mamãe costuma dizer que eu sou a filha que ela não tem, as pessoas diziam que eu sou a filha que ela não tem (risos). [...] Ah, é questão de preconceito né, por exemplo, eu tenho algumas partes do meu corpo que eu depilo, mas eu acho que no passado, pro homem era até uma ofensa...

Cristiano é o participante que melhor revela o que é dito pelo outro a respeito de suas práticas, expondo em seu discurso que entende o motivo do tom preconceituoso de tais comentários. Essa reflexão é possível quando Cristiano cita que uma de suas práticas seria até uma ofensa no passado, o que condiz com as proposições de Oliveira e Leão (2012) acerca do conceito de gênero, que distingue as representações atribuídas ao homem e à mulher, definindo como deveria ser o comportamento de cada um na sociedade.

2.1.2 Quanto à sexualidade

Existe também o preconceito relacionado à sexualidade, quando o outro confunde metrossexualidade com homossexualidade. Jhony: Aí, tipo assim, os meus amigos dizem que isso é coisa de gay porque o homem tem que ter... quem não usa pelos debaixo do braço, nas axilas, são as mulheres, os homens tem que usar, porque senão não é homem, se o cara tirar o cara é gay. Mas eu tiro, eu sempre tirei. [...] Então, de eu ouvir assim comentários irônicos: "hummm... Essa coca é fanta!", "nossa" (comentários feitos com um tom de voz mais afeminado), comentários assim que você entende o que ele quer dizer... No discurso dos participantes fica claro o conflito com relação ao preconceito que ainda perdura na sociedade, o que não os impedem de continuar investindo em si mesmos, pois os benefícios parecem ser maiores do que o desconforto causado por esses entraves. Destaca-se no enunciado de Jhony comentários explícitos de preconceito com relação às suas práticas, chegando ao ponto de abertamente lhe dizerem que o que faz é "coisa de gay". Remetendo a Oliveira e Leão (2012) quando afirmam que, com a pós-modernidade, as identidades de gênero se entrelaçam, desconstruindo a antiga concepção.

2.2 Sentido da metrossexualidade

Nesta categoria buscou-se revelar qual o sentido e significado dado pelos participantes ao serem nomeados de metrossexuais.

Cristiano: Não vejo problema nenhum, pra quem conhece o que isso significa né a palavra "metrossexual" não vejo problema nenhum.

Jhony: Não me sentiria ofendido.

Paulo: [...] eu não vejo tipo uma coisa meio que preconceituosa (ênfase) [...] mas é porque se a pessoa me chamar eu agiria numa boa eu acho eu acho é isso entendeu pra mim a palavra significa isso, é você se cuidar de você tá se sentindo bem é, eu não tenho nenhum tipo de preconceito com relação à metrossexualidade, e hoje em dia é o a, o termo num tá sendo tão utilizado, assim diretamente, as pessoas elas se cuidam né é, mas num num vejo de uma forma agressiva.

Os participantes declararam não sentir nenhum problema se fossem chamados de metrossexuais. Paulo afirma não ver nenhum problema na palavra, pois entende que é um termo que se destina a uma especificidade de práticas de um público alvo. No entanto, percebe-se, ao longo da entrevista, que a palavra "metrossexual" parece carregada de um sentido conotativo que provoca certa hesitação em Jhony em associar suas práticas ao termo. Oliveira e Leão (2012) apontam que, em suas pesquisas, muitos participantes recearam assumir-se como tal temendo atitudes preconceituosas, e Garcia (2011) ressalta que alguns disfarçam sua vaidade para evitar o preconceito por parte de amigos ditos "machões". Assim, a metrossexualidade para Jhony possui um significado claro, porém, receoso.

2.2.1 Resistência de associação ao termo

Esta subcategoria revela a hesitação em se afirmar como metrossexual, mesmo com conhecimento amplo sobre o tema, o relato de práticas e hábitos de autocuidado mantidas, os quais condizem com os conceitos da metrossexualidade. Apenas Jhony demonstra hesitação ao se reconhecer metrossexual.

Jhony: É... (risos) é como eu te falei, se for pra te dar quesitos, mas eu não me intitularia. Como assim? Se você chegar assim comigo e disser assim: "nossa, eu te acho muito metrossexual, ou você é metrossexual". Se você tá me intitulando, é porque você tá percebendo que eu me cuido a mais do que..., mas eu não me intitularia...

Percebe-se que Jhony não se intitula metrossexual, mas se a denominação vier do outro ao perceber o seu autocuidado, o termo é bem aceito. Referente aos estudos de Garcia (2011) e Oliveira e Leão (2012), os elementos discursivos de Jhony corroboram com a ideia de que o metrossexual é reconhecido pelo seu "excesso" de autocuidado estético e que muitos não se reconhecem ou se consideram metrossexuais, afirmando serem apenas vaidosos.

Já a respeito da alteridade como um aspecto central constituinte da identidade do metrossexual abordado por Oliveira e Leão (2012), o relato de Jhony reafirma tais concepções, quando discursa sobre como o outro o vê e o percebe metrossexual mesmo ele não se intitulando como tal, ressaltando a importância do olhar reconhecedor do outro em seu processo de subjetivação.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir da análise das categorias reveladas no discurso dos entrevistados, observou-se que a metrossexualidade é um fenômeno em construção. Mesmo sendo evidenciada frequentemente na sociedade pós-moderna, o perfil metrossexual entra em conflito com a visão de masculinidade construída historicamente, a qual continua em processo de reformulação. A flexibilidade do meio social às novas práticas de autocuidado entre os homens influencia na mudança dos hábitos masculinos e ganha cada vez mais novos adeptos desse perfil. Tal abertura possibilita a aceitação (ou não) da metrossexualidade. Como na visão da Gestalt-Terapia o humano é indissociável do meio, a metrossexualidade (em processo) e a influência da visão antiga de masculinidade refletem na "confusão" dos homens que possuem o perfil e hesitam em se afirmarem metrossexuais. 66

Dada à influência da metrossexualidade e adaptado o conceito original, surgido nos EUA, à realidade amazônica de Belém/PA, revelou-se nas entrevistas com os participantes que a identidade de gênero masculina construída historicamente ainda influencia a dinâmica social, implicada na subjetivação e na autoimagem desses homens. Práticas de autocuidado masculina ainda são alvos de preconceito, porém, os entrevistados demonstraram que os benefícios de manterem um perfil metrossexual são mais significativos para eles do que os preconceitos vividos, obtendo, inclusive, vantagens nas relações pessoais, de trabalho e no meio social, o que garante satisfação e confirmação social.

O fenômeno da metrossexualidade amplia seu espaço na sociedade, atingindo ambientes que culturalmente não favorecem tais práticas, tendo como exemplo dois participantes deste estudo que estão inseridos em ambiente militar, evidenciando a amplitude dessa nova configuração da identidade masculina.

Ressaltamos a abertura deste estudo à realização de novas pesquisas acerca desse fenômeno, especialmente no que diz respeito aos elementos que influenciam o processo de subjetivação e construção de identidades metrossexuais, tendo constatado a influência da metrossexualidade nos novos processos de subjetivação masculina e criação de novas identidades.

No que concerne à fronteira entre os gêneros e os padrões de conduta regentes em cada um, a metrossexualidade é um reflexo da aproximação do gênero masculino e do feminino, havendo um encurtamento na distância que os separam. Segundo Fontes, Borelli e Casotti (2012), a linha divisória entre os gêneros é tênue. 67

O que pensar então de gerações próximas e seus processos de hibridização de identidades? Debater a metrossexualidade é interrogar gêneros, identidades, sexualidade, preconceito, consumo, sociedade e cultura em geral. É colocar estereótipos e velhos (pré)conceitos suspensos, tendo em vista a rápida transformação que as sociedades pós-modernas apresentam, assim como sua forte valorização da beleza estética incentivada pelo consumo.

"Ser humano é estar imerso, desde logo cedo, em um mar de polaridades, entre as quais: identidade e diversidade, permanência e mudança, realidade e sonho, necessidade e desejo, ordem e desordem, enraizamento e abertura." (Távora, 2005, p.106)

 

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Recebido em agosto de 2014
Aprovado em dezembro de 2014

 

 

Notas sobre os autores
Luciano Jorge Fernandes Moura:
Acadêmico de Psicologia da Universidade Federal do Pará cursando o 8º semestre.
Foi bolsista de pesquisa PIBIC/CNPq 2011-2012. Estagiário na Clínica Escola de Psicologia/UFPA.
e-mail: jorge_189@yahoo.com.br

Márcia Nami Endo Souza:
Acadêmica de Psicologia da Universidade Federal do Pará cursando o 8º semestre.
Integrante do Núcleo de Pesquisas Fenomenológicas (NUFEN).
Participa como voluntária do projeto: Pesquisa-intervenção com mulheres adolescentes negras atendidas na
Unidade Básica de Saúde do Marco - UBS, acerca das práticas sexuais, gravidez precoce e violência de gênero.
Bolsista de Iniciação Científica FAPESPA, Edital 08/2014.
e-mail: endo_souza@hotmail.com

Tatiane Pontes Rodrigues:
Acadêmica de Psicologia da Universidade Federal do Pará cursando o 8º semestre.
e-mail: tatianepontes08@gmail.com

Soraya Cristina Melo Wanzeller:
Acadêmica de Psicologia da Universidade Federal do Pará cursando o 8º semestre. Integrante do Laboratório de Estudos do Luto e Saúde (LAELS)
do Hospital Universitário João de Barros Barreto.
e-mail: sorayawanzeller@gmail.com

Kamilly Souza do Vale:
Doutoranda em Psicologia pela Universidade Federal do Pará.
Psicóloga Clínica. Editora adjunta da revista do NUFEN/UFPA.
Professora do curso de Aprimoramento em Psicologia clínica Gestalt-terapia pelo
Instituto de Ensino e Pesquisa em Psicologia e Saúde. e-mail: k.millyvale@gmail.com