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Revista do NUFEN

versão On-line ISSN 2175-2591

Rev. NUFEN vol.6 no.2 Belém  2014

 

Artigo

 

Juventude e novas tecnologias da informação e comunicação: tecendo redes de significados

 

Youths and new technologies of information and communication: building networks of meanings

 

 

Jaiane Araujo de Oliveira; Rosemary de Oliveira Almeida

 

 


RESUMO

O objetivo deste trabalho foi identificar e analisar o significado que as novas tecnologias da informação e comunicação, em particular a internet e o celular, ocupam na vida dos jovens. O campo da pesquisa foi a escola Profissionalizante Paulo Petrola, situada na periferia urbana de Fortaleza, Ceará. Os sujeitos foram estudantes do 2º ano do ensino médio das turmas de informática e turismo. Para tanto, realizou-se uma pesquisa qualitativa e quantitativa, utilizando observação, questionário, diário de campo, grupos focais e entrevistas através do facebook. A pesquisa sinaliza que as tecnologias digitais ocupam um espaço privilegiado na vida dos jovens, atingindo a dimensão do: lazer, relacionamento, sociabilidade e do modo de apreensão da informação e do saber. Anunciam ainda a importância que as redes sociais, em particular o facebook, têm assumindo em suas práticas cotidianas, se configurando como um espaço de reivindicação, desabafo, informação, autonomia e de afirmação da juventude.

Palavras-chave: Juventudes; Novas tecnologias; Redes sociais.


ABSTRACT

The aim of this study was to identify and analyze the meaning that new information and communication technologies, particularly internet and mobile, occupy young people's lives. The research was held in Petrola Paul's Technical School, located in the urban periphery of Fortaleza, Ceará, Brazil. Individuals were students of second year high school computer and tourism classes. Therefore, a qualitative and quantitative research was carried out, using observations, surveys, field notes, focus groups and interviews through Facebook. The research indicates that digital technologies have a great importance in young people's lives, reaching areas such as: leisure, relationships, social life and the way of understanding information and knowledge. It announces yet the importance that social networks, particularly Facebook, are taking in their daily practices, configuring as a space of claims, confidences, information, autonomy and affirmation of youth.

Keywords: Youth; New Technologies; Social networks.


 

 

INTRODUÇÃO

O objetivo deste trabalho foi compreender o significado que as Novas Tecnologias da Informação e Comunicação (NTIC's), em particular a internet e o celular, ocupavam na vida dos jovens estudantes da escola de Educação Profissional Paulo Petrola, localizada na Barra do Ceará, município de Fortaleza, Ceará. O trabalho é ainda fruto de pesquisas realizadas no Programa de Educação Tutorial – PET do curso de Economia Doméstica da Universidade Federal do Ceará, no período de 2009 a 2011, na qual iniciei as discussões sobre juventude, gênero, sexualidade, família, relação campo/cidade e novas tecnologias durante as pesquisas e os grupos de estudos.

No decorrer dessa caminhada fomos percebendo os jovens como sujeitos que sabem, que constroem, que participam e que ressignificam a sua condição. Nesse sentido, a concepção de juventude é entendida aqui como uma categoria que tem e está totalmente imbricada ao contexto, ao gênero, a condição geracional, social e cultural que cada sujeito vive, pensando as relações que estes estabelecem com a sociedade, a partir de suas experiências cotidianas, seus agires, suas práticas. Por isso a dificuldade em categorizar ou mesmo homogeneizar a juventude. Pais (2003) coloca que não há um conceito único de juventude que possa abranger os diversos campos semânticos que lhe aparecem associados. O que existe são diferentes maneiras de se perceber esta juventude, que corresponderão a diferentes teorias.

Diante da realidade dos tempos modernos a atuação dos jovens tem modificado bastante, sofrendo variações diversas que inclui desde a relação tempo espaço, assim como entre países, regiões, relações de gênero, espaços urbanos e rurais, classe social, cultura e etnia. Inúmeras podem ser as respostas dos jovens aos desafios presentes no mundo contemporâneo, que é diferente das décadas anteriores em termos de mudanças tecnológicas, de valores, formas de sociabilidade e concepções a respeito de sua própria existência.

Observa-se ainda, que esta categoria está cada vez mais diferenciada em relação ao passado, tanto que muitos antropólogos não utilizam a categoria juventude, como singular. O substantivo se encontra no plural, porque ajuda a evitar que esse marcador opere como algo associado apenas a uma faixa etária, a uma fase da vida, que pertence a um ciclo universal e imutável. Mais do que a idade, a noção de juventude está ligada a um conjunto de significados, práticas e atitudes.

Nesse sentido, pensar a relação dos jovens com as tecnologias digitais na sociedade moderna é compreender que nesse processo os sujeitos ao serem interpelados também passam a exercer uma ação sobre este fenômeno. Este pensamento remete ao clássico debate da teoria social sobre a relação entre o indivíduo e a sociedade, onde se põe a questão sobre quem forma quem, ou seja, a sociedade é quem forma o indivíduo ou é este quem forma a sociedade? Observa-se que a realidade contemporânea, mais do que em qualquer outro período da história da humanidade, está impregnada de tecnologias, sobretudo das novas tecnologias, que cada vez mais se fazem presentes, de uma forma direta ou indireta, no cotidiano das pessoas (Sousa, 2011).

O crescimento exponencial do ciberespaço tem resultado em novas formas de ser e estar no mundo. As relações ganham novos contornos, uns consideram mais superficiais, fragmentadas, inerente a sua natureza idiossincrática, enquanto que outros colocam a importância desse fenômeno comparando com a invenção da escrita.

Na perspectiva de Pierre Lévy, filósofo e estudioso das novas tecnologias da informação e comunicação, a internet abre um novo espaço para a liberdade de expressão, porque todos podem publicar, editar e colher informações - mesmo que não tenha nenhum poder econômico. Mesmo com todos os riscos, a internet é uma forma de inclusão, cria possibilidades para os jovens mostrarem seus trabalhos artísticos, suas ideias, democratiza o acesso à informação e funciona como um instrumento de afirmação do potencial político desses indivíduos.

Compartilhando desse entendimento, Almeida (2010) ressalta que o advento das novas tecnologias da informação modifica potencialmente todas as esferas da sociedade. Elas nos permitem ver o que não víamos antes, ao mesmo tempo em que tornam o processo mais complexo, fazendo crescer as camadas de mediação. As tecnologias digitais podem nesse sentido, serem consideradas como mecanismos de mediação.

Corroborando este pensamento, Carrano (2012) anuncia que as mudanças que se operam na vida em sociedade se refletem mais intensamente na vivência do tempo de juventude, daí essa proximidade da juventude com as tecnologias digitais dadas as características desse fenômeno. Diante desse contexto de acentuadas transformações somos desafiados a pensar como as tecnologias digitais transformam a cotidianidade, mas também a percepção do próprio homem em relação ao mundo, a si e ao outro.

Ao apresentar a pesquisa sobre "sociedade em rede", Castells (2003) discorre sobre os conflitos e visões negativas que se teve nos primeiros momentos de difusão exponencial da Internet, isto é, no período de 1995 a 1997. Ele menciona que participou de uma comissão de especialistas nomeada pela Comunidade Europeia, cuja incumbência era "ver como se poderiam atenuar os efeitos devastadores que a Internet poderia produzir na sociedade, na política e na cultura" (p. 257). Nesse período havia uma "mitologia de destruição" que cercava a rede mundial de computadores e, segundo ele, a sociabilidade via Internet era "o tema mais carregado ideologicamente" (Castells, 2003, p. 272).

Passada mais de uma década, cabe indagar se atualmente essas questões ainda são vistas como outrora. De lá para cá temos assistido, cada vez mais, ao avanço e à multiplicidade de formas das novas tecnologias, notoriamente as de telecomunicação interativa como as modalidades de telefonia e, principalmente, a Internet, com suas diversificadas possibilidades de expressões. Neste último exemplo, temos uma diversificação de meios de interação como os correios eletrônicos, o messenger, os blogs, as redes sociais e outros, que têm sido crescentemente utilizados, especialmente pelos jovens.

 

DOS CAMINHOS TRAÇADOS EM BUSCA DE SIGNIFICADOS

No universo da pesquisa um jeito novo de caminhar se faz necessário e se apresenta como desafio para os pesquisadores, sobretudo quando tratamos com jovens, daí a importância de se criar e reinventar formas de entender os sujeitos, uma vez que eles estão sempre mudando e inovando. Portanto, pesquisar o lugar que as novas tecnologias da informação e comunicação, em especial a internet e o celular, ocupam na vida dos jovens passa essencialmente por uma análise mais ampla, no sentido de pensar como essas ferramentas são utilizadas pela sociedade de modo geral, e como tem influenciado as nossas práticas cotidianas, nossas relações com o mundo, as pessoas e com nós mesmos.

Neste sentido, trago inicialmente os sentimentos que me inundam nesse processo de investigação. Os sujeitos de que falo são pessoas que tanto quanto os pensadores, disseram e ensinaram saberes que não quero esquecer (Brandão, 1982); são jovens com idade entre 14 a 17 anos, estudante da escola profissionalizante Paulo Petrola, localizada na Barra do Ceará, município de Fortaleza, dos cursos de informática e turismo. A pesquisa teve início em agosto e se estendeu até dezembro de 2011. A escolha por esta escola se justifica por que em 2009 já havia sido realizada uma pesquisa com o tema "juventudes e internet: as tecituras da cultura, comunicação e do viver tecnológico", na mesma instituição, na qual eu era bolsista. Por isso, resolvi voltar à escola para aprofundar algumas questões e reflexões que haviam sido anunciadas nessa pesquisa de 2009.

Este trabalho foi realizado em dois espaços, na escola, onde mantive uma relação direta (face a face) com os sujeitos e também virtualmente, no qual o contato aconteceu através da internet, via rede social, facebook14. O facebook é umaplataforma que permite postar vídeos, músicas, noticias, assim como bater papo. Os amigos podem ter acesso às ultimas informações (atualizações) dos amigos e postar comentários do tipo "curtir", "compartilhar" e comentar sobre o que foi lançado na rede social.

A pesquisa foi de cunho qualitativo e quantitativo. Inicialmente apliquei um questionário nas turmas do segundo ano do curso de informática e turismo, com o objetivo de analisar o perfil dos jovens e qual era a aproximação deles com a internet e o celular. Logo em seguida, iniciei a pesquisa utilizando o grupo focal, no qual permitiu entender atitudes, preferências, necessidades e sentimentos dos sujeitos. Para Gatti (2005) o grupo focal é uma técnica de coleta de dados qualitativos que busca informações não somente de um individuo, mas de um grupo já existente ou formado especificamente para um período.

O trabalho com grupos focais permite compreender processos de construção da realidade por determinados grupos sociais, compreender práticas cotidianas, ações e reações a fatos e eventos, comportamentos e atitudes, construindo-se uma técnica importante para o conhecimento das representações, percepções, crenças, hábitos, valores, restrições, preconceitos, linguagens e simbologias prevalecentes no trato de uma dada questão por pessoas que partilham alguns traços em comum, relevantes para o estudo do problema visado. (Gatti, 2005, p. 11).

Nos grupos focais discuti qual a relação dos jovens com o uso das novas tecnologias, suas opiniões, de que modo se relacionam com esses artefatos e qual o significado disso tudo para eles. . Nesses momentos procurei falar menos, ouvir mais e atentar para não perder nenhuma frase, nenhum gesto que anunciava o entendimento dos jovens sobre as NTIC. A discussão dos grupos foram profundas, envolventes e surpreendentes. Fiquei observando como eles se envolviam no assunto e como queriam registrar suas falas, opiniões, sua compreensão sobre o assunto por que eles sabem, não precisam que o pesquisador falem por eles (Sales, 2005).

A observação permeou toda a pesquisa e após os grupos focais continuei observando detalhadamente os jovens e como as novas tecnologias ocupavam espaço nos momentos de lazer e do tempo livre (no período do almoço e do recreio) Esta investigação se estendeu também no ciberespaço, lugar onde fiz algumas entrevistas e mantive contato diariamente com três jovens. Navegando na rede, descobri um emaranhado de experiências e situações vividas pelos jovens, no qual eles me confidenciaram situações interessantes de suas vidas.

Esta caminhada me proporcionou grandes descobertas, encontros e desencontros. Sentia-se seduzida a navegar no emaranhado da rede com os sujeitos, de tal forma que não conseguia mais desconectar. A pesquisa de campo é sempre um desafio, carregada de medos, incertezas e de certezas que muitas vezes se desfaz, porém tenho me permitido arriscar nos caminhos do desconhecido, do novo, procurando exercitar a escuta e o olhar para entender toda riqueza de gestos, expressões, aromas, cores, imagens, falas e barulhos que cercam esse campo multifacetado.

Também procurei estar atenta àqueles que estavam em silêncio e não pude escutá-los, mas que algumas vezes ao me dirigir o olhar anunciou a sua presença. Durante este trajeto, percebi que as informações não estão dadas facilmente como se fosse "frutos em uma arvore" (Dornelles, 2008). Pelo contrário, exigia de mim um trabalho minucioso, contínuo, sistemático, racional e criativo de modo que fosse possível apreender os diversos processos que acontecia na realidade imersa, por isso resolvi pensar os jovens de modo mais amplo, para além da sua relação com as novas tecnologias.

A arte de pesquisar exige de quem se propõem uma investigação cuidadosa e arriscada. Os desafios e as imprecisões são características comuns dessa caminhada. Às vezes os fatos e situações se apresentam de forma embaçada, outras de forma mais clara, às vezes se ver de longe, de perto, claro, escuro, de um uma única cor, de diversas cores. É neste cenário de incertezas e surpresas que a pesquisa foi construída, suscitando questões e reflexões. "Nos caminhos da pesquisa às vezes se anda por veredas ou atalhos pouco conhecidos, noutras por estradas já alargadas, no entanto, repletas de dificuldades e atrativos" (Damasceno, 2005, p.09),

Outro recurso metodológico utilizado foi a entrevista, na qual utilizei a internet como instrumento de mediação. Essa abordagem é denominada de netnografia ou etnografia virtual. A etnografia ou etnografia virtual são terminologias utilizadas para denominar o estudo das trocas simbólicas e das práticas culturais e comunicacionais no âmbito da internet. Isso quer dizer que no espaço virtual também é possível estabelecer ação entre os sujeitos tanto quanto os espaços concretos tradicionais, embora as dinâmicas de comunicação entre os sujeitos sejam mediadas e expostas à outra relação espaço- temporal. Nesse sentido, "a etnografia virtual se dá no e através do online e nunca está desvinculada do off-line, acontecendo por meio da imersão e engajamento intermitente do pesquisador com o próprio meio" (Amaral; Natal; Viana, 2008, p 22). Assim, a etnografia virtual se constitui em um desafio metodológico, cujo objetivo é preservar os detalhes ricos da observação em campo etnográfico usando o meio eletrônico para "seguir os atores" (Braga, 2006).

Importante acrescentar que o ciberespaço é entendido aqui como, o conjunto de computadores interligados/internet que possibilita a "navegação" do internauta, se constituindo como local de convívio social e, portanto, passível de investigação, análise e interpretações se constituindo num instrumento importante de pesquisa e análise teórico-metodológica.

Dornelles (2008) enfatiza que a pesquisa no ciberespaço se desenvolveu muito no Brasil nos ultimos anos, ganhando reconhecimento e prestígio dentro das ciências sociais. Sobre esse reconhecimento do uso da internet como instrumento de pesquisa, Guimarães Júnior (2000) reforça essa defesa e traz um olhar interessante a esse respeito defedendo a utilização da internet não apenas como meio de comunicação, mas como "um espaço de sociabilidade no qual se desenvolvem culturas relativamente autonomas" (p. 141). Ele continua com sua análise e acrescenta que o aumento das comunicações mediadas pela utilização do computador fez com que se iniciasse um novo campo de reflexão e investigação centrado através dos meios de comunicação. Nesse sentido, o autor acredita que "mais do que um meio de comunicação, elas oferecem suporte a um espaço simbólico que abriga um leque muito vasto de atividades de caráter societário, e que é palco das práticas e representações dos diferentes grupos que o habitam" (p. 142).

Durante a pesquisa com as redes sociais acompanhei o dia a dia dos jovens na internet, observando como estes tem se mostrado na rede e para que utilizam esta ferramenta, observando suas interações sociais cotidianas, que dizem respeito a experiências individuais e coletivas, assim como o modo que estabelecem significação e constroem sua identidade entre si e com o ambiente nos quais se relacionam.

A pesquisa qualitativa não escapa aos efeitos da revolução digital e tecnológica do início do século XXI (Flick, 2009). Assim, a internet tem se configurado como um campo em potencial para pesquisas online, apresentando diversas vantagens como, produz dados já disponíveis na forma de textos, o que facilita o trabalho do pesquisador, além de tantas outras. Foi percebendo o ciberespaço por essa dimensão que realizei as entrevistas com três jovens dos cursos de informática e turismo. As conversas individuais permitiram o aprofundamento de algumas questões mencionadas durante os grupos focais.

 

RESULTADOS E DISCUSSÕES

1.1 Juventude e escola

A juventude é um conceito construído histórica e culturalmente, contudo as definições sobre "o que é ser jovem? Quem e até quando pode ser considerado jovem?" tem mudado no tempo e são diferentes nas diversas culturas e espaços sociais (Novaes, 2006).

Circunscrevendo o olhar ao nosso tempo e á nossa cultura, observa-se que isso reflete em disputas e conflitos assim como em mudanças de comportamento. Quando pensamos em novas tecnologias e juventude, por exemplo, observa-se que essas mudanças tornam-se cada vez mais visíveis, tomam novas configurações que se inserem em diversas dimensões, no lazer, na sociabilidade, no modo de aprender e ensinar, de interagir, de perceber o mundo e no comportamento que passamos a assumir a partir dessas transformações.

Neste tópico procuro elucidar a relação que os jovens possuem com a instituição escolar, por entender que a escola é um espaço que permite uma teia de relacionamentos. Na escola profissionalizante, durante todo o dia os jovens estão juntos tecendo suas redes. Observei que a relação entre os jovens estudantes e a escola tem se apresentado como um campo de tensões, no qual os interesses aparecem divididos. Estas tensões têm suscitado reflexões importantes no campo da educação em que a postura da escola tem sido motivo de questionamentos.

Costa e Pires (2007) colocam uma questão importante, no sentido de pensar como a escola deveria se portar diante da juventude:

A escola precisa conhecer um pouco mais o cotidiano da juventude – ou melhor, juventudes – para poder intervir, atuar e interagir com os alunos, e não contra os alunos, também a partir de suas realidades, de seus momentos de convívio escolar, de suas falas, de seus grupos e de suas diferentes formas de interação (p. 52). 79

Uma situação que me chamou a atenção no primeiro contato na escola foi quando a coordenadora comunicou, na sala de aula, que a aula de educação física tinha sido trocada pela de física. Isso causou certa tensão quando um dos alunos hesitou a tomada de decisão e comentou: Olha! Nós sabemos que temos que cumprir os nossos deveres aqui na escola, mas também nós temos os nossos direitos, e nós não queremos trocar a aula de educação física pela de física (jovem de 16 anos).

Este episódio ocorreu por que a aula de educação física tinha sido trocada pela de física e os alunos, não queriam permanecer na sala, mas ir para a quadra, embora o professor não estivesse presente. A coordenadora argumentou que sem a presença de um adulto não era possível eles irem para a quadra, o que culminou com a discussão. Essa situação remete algumas discussões feitas por alguns estudiosos quando pensam a relação dos estudantes com a instituição escolar

Os jovens se vêem emaranhados por teias que cerceiam e modelizam sua forma de se comportar, de falar e a forma de ver o mundo. E, como se não bastasse à usurpação da mente, também são usurpados seus corpos, que precisam ser docilizados, disciplinados para serem explorados sem resistência (Sales, 2001, p.27).

A atitude do jovem também evidencia que ele possui consciência dos seus direitos e deveres, porém a escola tem sentido dificuldade em reconhecer esse componente de estabelecer um dialogo mais aberto com os alunos. Nos grupos focais foi possível ouvir diversas narrativas dos jovens relacionando sua relação com a escola. Um dos estudantes ao colocar que os desejos dos jovens não são ouvidos e não tem importância, exemplificou dizendo que: "a escola não escuta os jovens, aqui mais parece uma ditadura e a diretora pensa que nós somos robôs".

Refletindo sobre isso, Carrano (2003) diz que se faz necessário considerar os jovens como sujeitos do processo de ensino aprendizado, pois eles pensam e agem sobre o meio em que estão inseridos.

O conhecimento do aluno não envolve apenas o aspecto racional, mas uma predisposição para sentir, entender e julgar com ele. Estamos sempre querendo saber o que o aluno sabe ou deixa de saber; entretanto, o que ele sente é algo indissociável daquilo que ele é como sujeito cultura (p. 156).

Na compreensão de Dayrell (2005) a escola se mostra distante dos interesses dos jovens, reduzida a um cotidiano enfadonho, com professores que pouco acrescentam à sua formação, tornando-se cada vez mais uma "obrigação", tendo em vista a necessidade dos diplomas. Ele reforça concluindo que, "parece que assistimos a uma crise da escola na sua relação com a juventude, com professores e jovens se perguntando a que ela se propõe" (p.23). Certamente que esse comportamento coloca em xeque a relação e o aprendizado dos pesquisados:

Os alunos que chegam à escola são sujeitos socioculturais, com um saber, uma cultura e também com um projeto, mais amplo ou mais restrito, mais ou menos consciente, mas sempre existente fruto das experiências vivenciadas dentro do campo de possibilidades de cada um. A escola é parte do projeto dos alunos (Damasceno, 2001, p.23).

Para os jovens, a mídia, os políticos e os adultos de modo geral possuem uma concepção negativa da condição juvenil: "Hoje os jovens são mais passivos, não fazem revolução como acontecia antigamente e mesmo aqueles que se atrevem a fazer algo do tipo são vistos como rebeldes, como vagabundos, como problema" (jovem de 15 anos, turismo). 81

Outra estudante completou dizendo que, "os políticos pensam que os jovens não sabem formar opinião, são fáceis de serem manipulados" (jovem, de 16 anos turismo). Esses discursos se assentam numa construção, sobretudo dos políticos e da própria mídia que muitas vezes tende a criminalizar as ações desses sujeitos, sobretudo quando saem nas ruas reivindicando por direitos, mais políticas públicas, educação de qualidade, acesso a espaços públicos de lazer e cultura, trabalho, segurança, enfim. A fala dessa ultima aluna nos faz pensar na necessidade de desconstruir essa concepção de juventude como sendo alienada, apolítica e desinteressada pelas questões e problemas do seu tempo. Exemplo revelador desse equívoco é o que temos assistido nos últimos tempos, a juventude, mesmo criminalizada por algumas instituições, é quem mais tem assumido comportamento de representatividade dos demais grupos da sociedade. Através das redes sócias, principalmente, os jovens tem afirmado sua participação, essas redes de indignação se revelam também em redes de esperança por um modelo mais democrático, participativo e representativo de sociedade.

A desqualificação do discurso dos jovens leva a sociedade a tratá-los como indivíduos que não podem falar por si. Dessa maneira, a mídia, a religião e diversos campos de conhecimento disputam a hegemonia de uma discursividade sobre a juventude. Quando lhes é dada a palavra, é apenas simbolicamente, uma vez que a fala é controlada, selecionada, para conter o perigo que ela pode advir (Sales, 2001, p. 27).

Os discursos dos jovens anunciam que existe uma descrença no potencial político de suas ações, mas também de seu pensar e agir. Seus discursos nem sempre são levados a sério.

1.2 Rede e convivialidade: tecendo tramas de aproximação

Na análise de Vieira (2013) "a tecnologia está inserida de tal forma em nossas vidas que muitas vezes parece que nunca vivemos sem televisores, aparelhos de telefonia, sobretudo a móvel, e, mais destacadamente computadores e os serviços e produtos advindos da utilização da Internet" (p.154).

Ao analisar os dados dos questionários, 98% dos jovens responderam que têm acesso a internet diariamente, destes, 53,5% acessam internet em casa, 36, 5% em lan houses e 22,5% acessam na escola. Com relação à finalidade que acessam a internet, 68% disseram que utilizam a rede para acessar sites de relacionamentos (Orkut, MSN, e-mail, facebook e blogs). Conversar e manter contato com os amigos é o que mais os jovens fazem quando estão nesses sites, conforme responderam 69% dos jovens.

Esses dados revelam um panorama da relação dos jovens com as novas tecnologias, nos fazendo pensar a dimensão que elas têm alcançado no cotidiano dos jovens e como eles tem se apropriado dessas ferramentas, uma vez que o uso crescente da internet, assim como de outros artefatos tecnológicos, tem proporcionado mudanças na forma e na concepção de sociabilidade. Cada vez mais esses instrumentos têm mediado às práticas sociais das pessoas, o modo como se relacionam, como interagem com o mundo, como vivem e registram suas experiências.

Com o processo de ampliação e do acesso à tecnologia da informática e seu uso pessoal, também incentivou e incrementou o número de pessoas que vêem, nestes objetos, extensões de si, contribuindo para sua aceitação social e para o incentivo à utilização dos demais. Pensando, a juventude nesse aspecto particularmente, observa um desejo muito intenso de aparecer, de ser visibilizado, seja através da imagem, da fala, da escrita.

Em relação às redes sociais, os sujeitos colocaram que ela representa um espaço de troca, do qual servem para conhecer pessoas, obter informações e principalmente estabelecer contato com os amigos. De acordo com Pais (2006), a sociabilidade no ciberespaço é bastante diferenciada, há lugar para relacionar-se afetivamente, entreter-se, passar o tempo, conhecer pessoas e reativar contatos. Durante este trabalho os jovens mencionaram como sendo estas as principais finalidades com que acessam a internet. Um aspecto interessante observado por Vieira (2013) sobre as redes sociais:

O plural das performances e práticas encontradas nas redes sociais da internet são mostras da própria diversidade humana, de seus comportamentos e de formas de pensar o mundo e a si mesmo. Inicialmente pensados para serem grandes máquinas com propósitos essencialmente matemáticos, atualmente, a sedução da tecnologia dos computadores ultrapassou os campos da programação e hoje se encontra enraizada na questão do relacionamento com a interface deste objeto tecnológico (p. 155)


Conceber essas dimensões no espaço virtual requer pensar suas implicações com o mundo real, de modo que não estão dissociadas, embora exista uma diferenciação na relação espaço – temporal. Castells (2003) pontua que a comunidade virtual "é um novo tipo de comunidade que reúne pessoas on-line em redor de uma serie de valores e interesses partilhados, criando laços de apoio e amizade que poderiam por sua vez estender-se à interação cara a cara" (p.148).

Na compreensão de Vieira (2013) "as redes sociais se tornaram capazes de atravessar o tempo, o espaço e de se relacionar com indivíduos e contextos distintos, tornando-se sujeitos de uma história própria" (p. 160).

As redes proporcionam também espaço de lazer, de encontro com seus pares, conforme ressaltou um dos jovens: "quando não tenho nada para fazer eu vou para o celular, converso com amigos, marco encontros". Esse jovem me chamou a atenção, por que ele não "desgrudava" do celular. Conversando com ele pela internet me confidenciou a seguinte frase: "o celular é uma das quatro coisas que eu mais gosto, é como se ele fosse uma parte do meu corpo". (Jovem de 17 anos, informática). Quando questionado sobre as outras três, o jovem hesitou em comentar e acrescentou que as outras eram sem importância.

A sala de informática no horário do intervalo fica cheia de estudantes, a maioria acessa jogos e redes sociais. Observei ainda que, cada vez mais os jovens estão emaranhados na teia da rede, ficar um dia sem acessar a internet, sobretudo as redes sociais é motivo de tristeza e chateação.

É interessante observar como esse discurso é forte, pois aqui o jovem associa o objeto (celular) com um membro do seu corpo, dando a ideia de que o funcionamento de suas capacidades físicas poderia ser prejudicada, caso deixasse de ter o objeto. Sales (2011), já anunciava sobre esse aspecto colocando que "o celular parece ser um coração que pulsa, fala e vibra dentro dos jovens", do mesmo modo a professora comparava o objeto com um membro do corpo humano, capaz de produzir um espaço de escrita, de signos, códigos, revelações, exposição e de interação.

Segundo Sales (2010) "nas redes sociais, por exemplo, os jovens estabelecem suas redes de relacionamento, criam formas de afiliação, assim esse tipo de interatividade proporciona identificação de gostos, de estilo de uma estética e linguagem própria" (p. 26). Esta forma de sociabilidade, peculiar da juventude contemporânea também permite pensar que este é um processo de expressão coletiva das experiências sociais de comunicação, informação e relacionamento entre os jovens.

Os jovens reconhecem que as redes sociais como um instrumento com grande potencialidade, do qual podem se manifestarem sobre os diversos assuntos, sociais, políticos alcançando visibilidade e reconhecimento. Nesse sentido, a rede é também um espaço de produção do conhecimento, do qual os jovens conseguem se apropriar e refletir suas implicações na sociedade.

O facebook é um espaço onde agente pode se expressar, desabafar sobre as coisas que não concordamos na sociedade, serve também pra gente reivindicar, pois permite que qualquer pessoa opine sobre os assuntos e os fatos que estão acontecendo no mundo. (jovem de 16 anos, informática).

Na concepção desses sujeitos o acesso a internet permite descobrir novos espaços, do qual desenvolvem teias de relações, redes de discussão, assim como conhecimentos, emoções e sentimentos. Para eles hoje ninguém consegue viver sem um aparelho eletrônico, pois é uma necessidade. Outro aspecto interessante de ser analisado é a linguagem na rede, como é resinificada.

Mesmo com uma escrita abreviada, com adequação linguística, nunca os jovens escreveram tanto. Essa escrita informal, às vezes truncada, cifrada, tem justificativa na rapidez do diálogo, ganhar tempo, ter maior volume de informações. (Sales, 2010, p. 11 e 12).

A internet tornou-se, com o decorrer dos anos, um veículo de socialização, responsável tanto por novos conhecimentos e informações, como pelo dinamismo atual das relações sociais, desfrutadas por meio de uma rede de computadores, podendo expressar, além de palavras digitalizadas, diversas simbologias características de um ambiente virtual, demonstrando interesses, vontades, desejos e comportamentos que outrora eram expressos somente face a face. 85

No decorrer dessa pesquisa o celular apareceu como instrumento muito importante tanto quanto à internet, ou até mais, devido a maior facilidade de mobilidade, assim como pela diversidade de funções que existe. Os novos modelos de celulares, cada vez mais sofisticados e cheios de atrativos, agregam uma diversidade de funções, nesse sentido, um dos jovens fez questão de enfatizar: "Todas as ferramentas que agente usa através da internet, também pode ser usada pelo celular, não tem muita diferença entre um e outro, eu acesso internet no meu celular a hora que quero", enfatizou (Jovem de 16 anos, turismo).

Além de acessar a internet, o celular é muito usado para enviar mensagens, sobretudo para as (os) namoradas (os), assim como ouvir músicas, alguns chegaram a dizer que passa quase o dia inteiro ouvindo músicas. Não é por acaso, que 74,5% dos jovens utilizam o celular para ouvir músicas, de acordo com o questionário. Esse dado foi confirmado durante as observações que fiz na escola. Os jovens utilizam o celular na hora do intervalo, quando estão fazendo as refeições, no momento do intervalo do almoço, onde o intervalo é maior, em todos esses momentos foi possível perceber os jovens com seus aparelhos de celular, seja: enviando mensagens, ouvindo músicas, fazendo ligações, jogando, se afirmando cada vez mais como uma mídia interativa capaz de mudar hábitos e costumes, pois cria linguagem e formas de se comunicar.

Ao pensar nessa relação entre comunicação e interatividade, Levy (2008), faz uma comparação entre telefone e internet.

A comunicação por mundos virtuais é, portanto, em certo sentido, mais interativa que a comunicação telefônica, uma vez que implica na mensagem, tanto a imagem da pessoa como a da situação, que são quase sempre aquilo que está em jogo na comunicação. Mas, em outro sentido, o telefone é mais interativo, porque nos coloca em contato com o corpo do interlocutor. (...) O telefone á a primeira mídia de telepresença. (p.81).

A relação dos sujeitos com o celular é bastante profunda, podendo ser evidenciada através dessas afirmações; "eu não vivo sem o meu celular, até por que o celular tem funções do computador, envia mensagens, acessa internet" "O celular tem mil utilidade, só não faz café" [risos]. (jovem de 16 anos, turismo). "Eu não largo o meu celular, ele está comigo nos momentos EMO" (jovem de 15 anos,turismo). Momento EMO, significa para esta jovem, quando ela está triste, introspectiva, então vai ouvir música pelo celular e a tristeza é amenizada.

Na escola pesquisada a quase totalidade dos estudantes possui o aparelho, 88% dos que responderam os questionários. Segundo os entrevistados o celular tem a função de passa tempo, diversão e também como uma forma de lazer, já que podem acessar jogos, bater papo, enviar mensagens, ouvir música, acessar a internet e ficar conversando nas redes sociais.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Durante a realização desse trabalho foram anunciadas situações em que realidade e virtualidade são acionadas a cada momento pelos sujeitos e os elementos dessas duas dimensões, tanto virtualmente como face a face se encontram. Nesse sentido observei que a relação entre as novas tecnologias, principalmente o celular e a internet, tem se apresentado de forma intensa e presente na vida dos jovens. Cada vez mais os jovens usam essas mídias para realizar as mais diversas atividades estudar, conhecer pessoas, namorar, manter sua teia de amizade, ter acesso à informação e ao conhecimento. Estar conectado para os jovens investigados é uma condição importante para está incluído na sociedade. Os significados que eles atribuem às novas tecnologias estão para além de percebê-las como um dispositivo de interação e sociabilidade, embora esta seja uma das características mais fortes, sobretudo quando estão conectados as redes sociais, mas também as utilizam como um instrumento que facilita o acesso a informação e comunicação, media trocas, proporciona diversão, auxilia em trabalhos escolares e no aprendizado. 87

A vida na rede foi diversas vezes associada a um "passa tempo" necessário, pois os jovens consideram que está conectado é uma forma de ter lazer, de descobertas, de emitir suas opiniões, conhecer e compartilhar saberes, uma vez que a rede, sobretudo as redes sociais é um espaço de encontros. Observei que para os jovens, após um período de fascinação com a tecnologia, o envolvimento com ela aumenta criando estruturas simbólicas de dependência e os sujeitos não mais se imaginam distantes do aparato tecnológico. O tempo livre dos jovens na escola está intensamente mediado pela internet e pelo celular. Assim, esta pesquisa revela que o significado e a dimensão que as novas tecnologias assumiram na vida cotidiana dos jovens é bastante ampla, pois permite que estes construam e mantenham uma teia de relações importantes em suas vidas, namoro, amizade, mas também que eles possam compartilhar suas vidas e experiências com outras pessoas.

Esta investigação também provocou questionamentos, no sentido de perceber quais são os aspectos positivos e negativos que esse fenômeno das novas tecnologias causa na vida dos jovens. Para mim o trabalho trouxe revelações surpreendentes, no qual ajudou a entender melhor os desdobramentos que essas tecnologias causam na vida dos estudantes, refletindo em suas práticas, maneiras de se comportar, experimentar e viver a vida.

 

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Recebido em julho de 2014
Aprovado em dezembro de 2014

 

 

14 Facebook é uma rede social lançada em 4 de fevereiro de 2004, fundada por Mark Zuckerberg, Dustin Moskovitz, Eduardo Saverin e Chris Hughes, ex-estudantes da Universidade de Harvard. Inicialmente, a adesão ao facebook era restrita apenas aos estudantes da Universidade de Harvard, somente em 2006 que seu acesso foi difundido a outras pessoas. O website possui 750 milhões de utilizadores. Em agosto de 2011, o facebook atingiu 30,9 milhões de visitas (chegando a 68,2% dos internautas brasileiros), se constituindo na maior rede social do país.