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Revista do NUFEN

versão On-line ISSN 2175-2591

Rev. NUFEN vol.12 no.2 Belém maio/ago. 2020

http://dx.doi.org/10.26823/RevistadoNUFEN.vol12.nº02ensaio67 

Ensaio

DOI: 10.26823/RevistadoNUFEN.vol12.nº02ensaio67

 

A refundação crítica da ciência e a ontopsicologia

 

Critical foundation of Science and Ontopsychology

 

Refundamento crítico de Ciencia y Ontopsicología

 

 

Bruno Fleck da Silva; Patricia Wazlawick; Ricardo Schaefer

Antonio Meneghetti Faculdade

 

 


RESUMO

O ensaio discute o problema crítico do conhecimento pelo viés da refundação crítica da ciência através da Ontopsicologia de Antonio Meneghetti. Busca-se, a partir de método exploratório de revisão sistemática bibliográfica situar esta problemática nas epistemológicas contemporâneas, sobretudo a partir perspectiva exposta na Krisis e Edmund Husserl. Como hipótese resolutória, o estudo teórico aponta para o critério epistêmico da Ontopsicologia, o Em Si ôntico como paradigma que visa superar a distinção entre as esferas objetiva e subjetivas do proceder científico, que a partir disso assume um caráter onto-antropológico: ciência medida pelo homem. A partir do critério ontopsicológico verifica-se a possibilidade de refundação da atitude científica na superação das lógicas indutiva-dedutiva acrescidas da intuição ôntica. Tal possibilidade não limita-se ao conhecimento em âmbito da psicologia, mas estende-se ao proceder científico em geral visando a exatidão.

Palavras-chave: Ciência, Ontopsicologia; Epistemologia


ABSTRACT

The essay discusses the critical problem of knowledge through the critical refoundation of science through Antonio Meneghetti's Ontopsychology. Using an exploratory method of systematic bibliographic review, we seek to situate this problem in contemporary epistemologies, especially from the perspective exposed in Krisis and Edmund Husserl. As a resolutory hypothesis, the theoretical study points to the epistemic criterion of Ontopsychology, the ontic Em Si as a paradigm that aims to overcome the distinction between the objective and subjective spheres of scientific conduct, which from this point on assumes an onto-anthropological character: science measured by man

Keywords: Science, Ontopsychology; Epistemology.


RESUMEN

El ensayo discute el problema crítico del conocimiento a través del sesgo de la refundación crítica de la ciencia a través de la Ontopsicología de Antonio Meneghetti. Mediante un método exploratorio de revisión bibliográfica sistemática, buscamos situar este problema en las epistemologías contemporáneas, especialmente desde la perspectiva expuesta en Krisis y Edmund Husserl. Como hipótesis resolutoria, el estudio teórico apunta al criterio epistémico de la ontopsicología, el Em Si óntico como paradigma que tiene como objetivo superar la distinción entre las esferas objetivas y subjetivas de la conducta científica, que a partir de este momento asume un carácter antropológico: ciencia medida por hombre.

Palabras clave: Ciencia, Ontopsicología; Epistemología


 

 

INTRODUÇÃO

O tema da refundação crítica da ciência é amplamente discutido na contemporaneidade em debate epistemológico que se origina desde do que denominou-se de "crise das ciências". A Ciência Ontopsicológica, iniciada a partir da década de 60 em âmbito teórico e experimental, a partir da experiência clínica de seu fundador, Antonio Meneghetti, recupera esta problemática, lançada, de modo particular, pelas conferências de Edmund Husserl e a partir disso lança os pressupostos de uma nova epistemologia, que tem por horizonte último a revisão crítica da consciência para que esta faça verdade junto do ser.

A busca pelo entendimento da realidade – do movimento dos astros ao funcionamento do corpo humano, das forças físicas da natureza às emoções humanas – conduziu o homem à criação das diversas ciências. Nesse processo de busca pela compreensão científica da realidade interna e externa ao ser humano, que possa levar à atuação e transformação de si e do mundo, Meneghetti (2010, 2013) ressalta que a multiplicidade das ciências nasce da variedade dos problemas aos quais o homem deve responder. Cada setor desenvolve uma técnica específica para resolver um determinado problema e nasce, assim, uma ciência ou disciplina.

Avançando na motivação do ser humano em produzir conhecimento científico, Meneghetti (2010, p. 27) evidencia que "fazer ciência significa escolher um espaço operativo e compreender suas causas para variá-las de acordo a funcionalidade". Nesse sentido, a ciência deve trazer utilidade, função, vantagem, benefício ao ser humano e ao grupo que a produz. O conhecimento científico deve servir, por exemplo, à ampliação da qualidade de vida, ao progresso econômico e social, ao aumento da dignidade e do valor humano no contexto em que é desenvolvido e aplicado.

O presente estudo teórico apresenta os horizontes epistemológicos que abrem a crítica ontopsicológica ao modelo de ciência tradicional, bem como, discute esta crítica com o posicionamento crítico de Edmundo Husserl presente na Krisis, destacando, por fim, o critério ontopsicológico de ciência. De um lado há a necessidade de reconsiderar o modelo tradicional de ciência de cunho objetivo, ou em termos husserlianos, objetivo-fisicalista. De outro, a necessidade de refundação crítica do ideal científico a partir de uma ciência de cunho epistêmico e interdisciplinar, isto é, que seja base para todo proceder cientifico. Inerente a tal proposito apresenta-se a hipótese resolutiva ao problema crítico do conhecimento e à crise das ciências através da Ontopsicologia por meio de seu critério: Em Si ôntico.

O critério ôntico do humano para se fazer ciência permite adentrar ao campo do mundo-da-vida e colher ai o originário fazer ciência, saber a ação do ser como sugere a etimologia latina deste termo. Tudo o quanto foi produzido científica foi em direção a esta realidade. A ciência deve não se dirigir ao externo, mas antes ao critério ôntico de cada sujeito humano. O cientista, como lembra Husserl é também ele, antes de tudo, um vivente no mundo-da-vida. Desse modo, a necessidade de refundação da ciência deve passar pelo retorno ao critério ontológico para que a dicotomia objetividade-subjetividade seja superada e a evidência seja perspectiva viva. Tal propósito é expostos nas seções que seguem.

 

HORIZONTES EPISTEMOLÓGICOS PROPEDÊUTICOS À CIÊNCIA ONTOPSICOLÓGICA: A NECESSIDADE DE REFUNDAÇÃO

A problemática da crise das ciências que passa a ser anunciada pelos movimentos do fim do século XIX é amplamente reforçada pelos acontecimentos históricos do século XX, com o evento das guerras mundiais. Inicialmente, há o postulado epistêmico da compreensão como critério próprio das denominadas "ciências humanas". Tal distinção epistemológica levanta pela hermenêutica de Wilhelm Dilthey abriu horizontes que possibilitarem reconsiderar a posição sujeito-objeto, explicação-compreensão, método e verdade, no proceder científico em geral. Posteriormente, os eventos históricos reforçam a necessidade de uma refundação da relação entre homem e agir científico diante do mundo.

Os pressupostos epistemológicos da Ciência Ontopsicológica de Antonio Meneghetti nascem deste horizonte de crise das ciências que permeia o século XX, somado a crise estudantil da década de 60, onde a Ontopsicologia tem sua primeira aparição como seminário especial junto à estrutura curricular do Doutorado em Filosofia da Pontifícia Universidade Católica Santo Tomás de Aquino (Meneghetti, 2010). As noções de crise da ciência e reestruturação da mesma são significativas ao contexto histórico de sua formalização. Entretanto, para uma compreensão aprofundada do problema da crise, é necessário adentrar aos pressupostos epistemológicos que contornaram tal perspectiva em âmbito epistemológico.

A ruptura com o cientificismo defendido pelo paradigma positivista, quase que inquestionável até o início do século XX, ganha, segundo Köche (2009), destaque com alguns eventos. Primeiramente é no interior da própria física que se inicia a ruptura com o dogmatismo e a certeza da ciência; com o advento da mecânica quântica – teoria dos quanta, de Planck (1900), teoria da relatividade, de Einstein (1905), princípio da complementaridade, de Bohr (1928), novo modelo de átomo, de Schrödinger (1927), princípio da incerteza, de Heisenberg (1927), desvaneceu-se a pretensão cientificista e dogmática do determinismo e do mecanicismo, o que implica numa ruptura do mito da objetividade pura, isenta de influências das ideais pessoais dos pesquisadores.

Os avanços no campo da Física, com a passagem da relatividade de Einstein à física quântica, colocam definitivamente em crise a mecânica newtoniana, que não pode mais ser aplicada universalmente. Em particular, o princípio de indeterminação de Heisenberg evidencia que a matéria, apresentando, em nível subatômico, contemporaneamente características corpusculares e ondulatórias, pode ser influenciada pela ação humana. Disso resulta que o pesquisador não é mais um elemento neutro no momento do experimento, não é mais um observador destacado, mas determina o seu andamento. Os grandes pesquisadores da época são os primeiros a compreenderem que a matemática e a física não são capazes de dar demonstrações determinísticas da realidade, mas se baseiam em hipóteses adotadas a priori, as quais não se consegue evitar. O objetivo de unidade de método nas ciências não pode mais ser perseguido e sustentado (Meneghetti, 2010).

Com a figura extremamente significativa de Edmund Husserl admite-se impossibilidade de encontrar resposta aos interrogativos profundos do ser humano por meio apenas das chamadas Ciências Exatas, isto é, do ideal de objetivismo fisicalista em oposição a uma leitura estritamente psicologizante ancora no extremo outro do subjetivismo.

Partindo da inicial constatação do que denominou de crise da humanidade europeia, o cientista denunciou uma realidade em ato ainda mais profunda, descrita na sua obra Die Krisis der europäishen Wissenshaften und die transzendentale Phänomenologie (2012):

A exclusividade com que, na segunda metade do século XIX, toda a visão de mundo do homem moderno se deixou determinar pelas ciências positivas, e cegar pela "prosperity" a elas devida, significou um virar as costas indiferente às questões que são as decisivas para uma humanidade genuína. Meras ciências de fatos fazem meros homens de fatos (Husserl, 2012, p. 3).

Com o sucesso prévio do conhecimento científico para a explicação dos fenômenos naturais (físicos, biológicos, astronômicos) e em decorrência dos seus pressupostos filosóficos, a ciência tinha passado a encarar também o ser humano como objeto de seu conhecimento, da mesma forma que os outros fenômenos naturais. O homem tinha passado a ser visto como um ser natural como todos os demais (naturalismo), submetido às mesmas leis de regularidade (determinismo) e, portanto, acessível aos mesmos procedimentos de observação, experimentação e mensuração (experimentalismo e racionalismo).

Em meio a este proceder crítico que visa a reestruturação do olhar científico frente ao fenômeno homem novas abordagens ontológicas e epistemológicas passam a ser investigadas e desenvolvidas no propósito de marcar o espírito científico contemporâneo:

A ciência é um produto do espírito humano (...) Para que haja ciência, há necessidade de dois aspectos: um subjetivo, o que cria, o que projeta, o que constrói com a imaginação a representação de seu mundo segundo as necessidades internas do pesquisador, e outro objetivo, o que serve de teste, de confronto. Há leis tanto num quanto noutro. O objetivo é conhecê-las. E à medida que as formos desvendando, a ciência reformula, atualiza aqueles conhecimentos provisórios. Esses dois aspectos é que fundamentam o caráter inovador no espírito científico contemporâneo (KÖCHE, 2009, p. 77).

Severino (2010) destaca que a complexidade do fenômeno humano e a insuficiência do paradigma positivista para a sua apreensão e explicação fizeram surgir novas referências teórico-metodológicas na ciência, tais como o Funcionalismo, Estruturalismo, Fenomenologia, Hermenêutica, Arqueogenealogia, Dialética, Pensamento Sistêmico, Complexidade, dentre outras. Entre os novos paradigmas que buscam trazer contribuições de valor humano para a ciência e para o conhecimento está a Ontopsicologia (Mendes, 2009; Giordani; Mendes, 2011; Montenegro, 2012; Spanhol, 2013; Carrara, 2014; Vidor, 2015; Santos, 2016; Wazlawick et. al., 2017; 2019; Azevedo, 2017; 2018; Weber, 2018; Accorsi, 2019). As contribuições da ciência ontopsicológica e a possibilidade de superação da dicotomia objetividade-subjetividade foram motivadas, sobremaneira, pelas críticas advindas de Husserl, de onde é necessário ainda recorrer.

Para Meneghetti (2014), o pressuposto básico de uma Ontopsicologia, isto é, de uma lógica da psique em perspectiva ôntica, consiste na adequação, não em sentido tomista, mas de participação ontológica, da consciência ao ser, em sentido ontológico, para isso, há a necessidade da epoché grega (e por que não husserliana?), da revisão crítica da consciência. Conforme atesta Husserl (2012, p. 8) no parágrafo quinto da Krisis, esta é a problemática filosófica que está no substrato da orientação homem-ciência, isto é: "Se é a razão cognoscente que determina aquilo que é o ente, serão separáveis a razão e o ente?".

A fenomenologia de Edmund Husserl desponta como possibilidade de refundação crítica da ciência, que deve ser uma ciência eidética, isto é, de essência. Por sua vez, a perspectiva sustentada por Meneghetti, é a refundação crítica do proceder científico (que aparecerá especificamente na próxima seção) e da psicologia na ontologia, isto é, do remeterse do saber à essência, em dimensão ontológica.

A oposição moderna entre objetivismo fisicalista e subjetivismo transcendental, que pode ser desenhada por duas grandes estruturas ocidentais, a ciência empirista e a filosofia especulativa, são os extremos a serem superados nesta reforma epistemológica que apontou Husserl e de que se funda a Ontopsicologia de Meneghetti. Nesse sentido, a hipótese desta análise se dá no plano de refundação da ciência para uma ciência de rigor, posteriormente, na próxima seção, se dará pela perspectiva do método.

 

CONTRIBUIÇÕES DA ONTOPSICOLOGIA À CIÊNCIA

O ponto de partida da problemática crítica é que, para a ciência que se reputa objetiva, segundo a abordagem positivista, não se levam em conta as condições subjetivas de quem produz a ciência. Consequentemente, permanece fora de consideração a situação subjetiva do cientista. Desse modo,

(...) o homem deixou de esclarecer quem é o homem, excluindo a sua compreensão interna do seio científico, e preocupou-se em voltar seu olhar para o externo, construindo uma ciência tecnológica de domínio sobre a natureza e de poder para manipular o homem. Com esses conhecimentos, a ciência não tem acesso ao modo de ser e agir da forma humana (Vidor, 2014, p. 37-38).

A perspectiva crítica é a mesma da refundação da ciência em seu sentido originário, isto é, a partir daquilo que Edmund Husserl ressaltou como "europeia". Nesse sentido, para Husserl (2012) não se trata de permanecer na radicalidade dos polos objetivo e subjetivo, mas adentrar a uma compreensão de valor e ação científica onde ambos os polos são pensados em posições análogas. Assim, o propósito husserliano de refundação da ciência, isto é, do voltar-se para uma ciência eidética, é aquele onde o propósito da correlação noésis-noemática aponta um novo paradigma: o sentido objetivo para o subjetivo, estruturado pela Ontopsicologia.

De modo geral, ao reimpostar a dimensão ôntica na psíquica, Meneghetti pretende superar a divisão, iniciada na modernidade, entre espírito e natureza. A revisão crítica da consciência é o seu ater-se ao dado ôntico da ecceidade1 possuidora desta consciência, do sujeito humano. Assim, a ontologia antropológica pressuposta pela Ontopsicologia não é uma ontologia do sentido, mas uma ontologia do eidético ou ecceico em dado concreto e existencial, isto é, do ser individual, histórico, pensando, consciente e corporal.

O fundador da Ontopsicologia (2011, p. 183) evidencia que "a objetividade de qualquer conhecimento se origina da subjetividade do pesquisador". O critério de verdade é sempre correlativo ao criteriante humano, ao mundo-da-vida que desvela a dadidade dos fenômenos.

A Ontopsicologia de Meneghetti, por sua vez, considera o papel determinante daquilo que denomina de "exatidão do pesquisador" (Meneghetti, 2012). O conhecimento deve partir do íntimo da inteligência humana. Quando, no contexto científico, diz-se que o parâmetro da objetividade é externo, é como dizer que o metro deveria aprender a própria objetividade das coisas que mede. Seguindo essa analogia, primeiro se deveria estabelecer a subjetividade do metro e, depois, a partir dessa subjetividade, poder-se-iam impostar todas as outras objetividades.

A Ontopsicologia investiga e opera diretamente na subjetividade humana:

Em qualquer ciência, a precisão da pesquisa se assegura, exclusivamente, à perfeição do instrumento, portanto, [...] é necessária uma subjetividade exata. De fato, defino a Ontopsicologia "ciência da subjetividade", que comporta o aperfeiçoamento gradual, através de metodologia específica, do instrumento de conhecimento (o Eu) (Meneghetti, 2011, p. 185-186).

A ciência ontopsicológica, ao enfrentar o problema crítico do conhecimento, estrutura um método que, se aplicado, possibilita à consciência colher a raiz do acontecimento da ação-vida no aqui e agora. A Ontopsicologia investiga como o intelecto pode colher a lógica do ser, dando o fundamento ontológico à nossa consciência (WAZLAWICK, 2015; 2019; SCHAEFER, 2016; VOLKOVA, 2016; AZEVEDO, 2017; 2018). Isto é, a partir do dado intencional, uma consciência autêntica, revisada, ou, fenomenologicamente falando, reduzia, atem-se ao dado eidético, ôntico. Implícito a isso está a problemática do dado real a sujeito. Isto é:

Obviamente deste aspecto é imediato o problema crítico do conhecimento: o homem quando conhece é real ou é fictício? É memético? É fenomenologia? O conhecer do homem é sincrônico ao real? Qual real? A realidade é aquela que mais identifica, que mais é próxima ao homem enquanto objeto da realidade da natureza, das leis cósmicas. Estabelecida esta exatidão, nós podemos ver o escorrer daquilo que é o procedimento científico e cognoscitivo (Meneghetti, 2005, p. 367).

Ao apresentar o paradigma conceitual sobre a motivação e obra da ciência ontopsicológica, Meneghetti (2014, p. 308) desdobra a definição de Ontopsicologia em:

- "Psicologia": conhecimento e lógica da atividade psíquica, entendida como: a) processos emotivos, b) processos intelectivos, c) processos voluntários.

- "Onto": é a causalidade que autoriza e explica o efeito ou fenomenologia. "Onto" é a causalidade de toda fenomenologia, portanto, o mundo da causalidade da nossa vida e sociedade. O autor avança na explicação, evidenciando que a consciência,

(...) sede de reflexão cerebral individual física e lógica, é impressionada pelas imagens pré-fabricadas. Não há o nexo causal com o 'onto'. Portanto, é necessário fazer metanoia com método ontopsicológico. Então, é possível o verdadeiro para o operador de conhecimento, isto é, a vivência intencional como reflexão autêntica do verdadeiro ôntico (Meneghetti, 2014, p. 308).

Desse modo, a Ontopsicologia contribui para a refundação crítica da ciência, ao passo que considera a medida de critério o próprio sujeito em atualidade ôntica. Essa presença ôntica não é um dado metafísico ou próprio de uma ontologia do sentido, mas, além disso, remete-se ao modo de colher o dado originário dos fenômenos, o que Meneghetti (2012) considera como "real", no próprio horizonte de uma consciência, de uma subjetividade revisadas. Em outras palavras, é a partir da revisão crítica da consciência que o sujeito humano estabelece contato com o real, pois o dado apriórico que correlaciona sujeito-objeto está em sua própria dimensão ôntica.

A Ontopsicologia, ou Ontologia do homem, possui um objeto, um método e um fim específicos que a caracterizam enquanto ciência distinta das outras, mas, ao mesmo tempo, interdisciplinar (Mendes, 2009; Spanhol, 2013; Schaefer; 2016; Wazlawick et. al., 2016; 2019; Azevedo, 2017; 2018; Weber, 2018; AccorsI, 2019). Ontopsicologia é ontologia aplicada ao projeto humano com racionalidade científica, o que o autor define também como "empirismo ecceico" (MeneghettI, 2014), isto é, a pragmática do dado ôntico no homem, no ente, ecceidade. Caracteriza-se como uma ciência epistêmica, um conhecimento elementar que pode ser usado como preliminar à exatidão científica em geral. Seu objeto de estudo é a atividade psíquica em primeira atualidade, incluída a compreensão do ser. Para essa investigação, estruturou um método capaz de restituir ao homem a possibilidade de atuar o nexo ontológico, ou seja, fazer coincidir o modo com que pensa e reflete (psique) com o modo do real (onto) (Meneghetti, 2010).

O método científico utilizado pela Ontopsicológica é definido como bilógico: "processo racional indutivo-dedutivo com novidade dos princípios complementares do campo semântico, Em Si ôntico e monitor de deflexão" (Meneghetti, 2010, p. 131). O primeiro momento do método ontopsicológico (processo racional indutivo-dedutivo) é aquele descrito já por Aristóteles na Antiguidade Clássica e que passou a fundamentar a ciência ocidental. Toda a história das ciências converge sobre este ponto: o homem usa um sistema de racionalidade que é indutivo-dedutivo. A Ontopsicologia acrescenta um segundo aspecto metodológico: o processo racional indutivo-dedutivo é necessário, mas não suficiente; para se ter uma racionalidade exata, é preciso integrá-lo àquilo que Meneghetti considera como as três descobertas da ciência ontopsicológica, três epistemes complementares, que são: o campo semântico, o monitor de deflexão e o Em Si ôntico. Essas três descobertas, complementam o processo indutivo-dedutivo, consentindo a capacidade exata de leitura do real, ou seja, a exatidão de consciência, ao passo que das três, a que aparece como critério é o que é definido como "Em Si ôntico" (Mendes, 2009; Miranda, 2012; Spanhol, 2013; Bazzo et. al, 2014; Vidor, 2015; Schaefer, 2016; Wazlawick et. al., 2016; 2019; Azevedo, 2017; Weber, 2018; Accorsi, 2019).

A consciência do homem, portanto, antes de produzir conhecimento, analisar e julgar, estabelecendo regras externas para a ciência, necessita de metanoia ou de consciência exata. "Não se trata de conformar a consciência a uma nova ideologia, mas de desfazer-se de opiniões infundadas para construir o saber que coincide com a ordem e a forma de ser da vida humana, trata-se de conformar a mente consciente a como se é" (VIDOR, 2014, p. 99). Para tanto, a Ontopsicologia revê e requalifica a posição de responsabilidade do homem enquanto tal, no seu posicionamento natural e original, ou seja, como o homem é constituído pelas leis da natureza. O seu interesse e escopo é a autenticidade, a exatidão do operador enquanto homem. Por consequência, configura-se como uma ciência interdisciplinar, pois, uma vez que o homem é exato, autêntico na hipótese de natureza, pode fazer as devidas ciências: física, biologia, filosofia, informática, etc. (Meneghetti, 2005).

Tendo como objeto de estudo a atividade psíquica em conexão com a dimensão ontológica do homem, que é o sujeito de toda pesquisa científica, a Ontopsicologia pode ser a epistemologia-base de toda pesquisa particular, isto é, fornece o critério e o método que certifica a exatidão cognoscitiva de qualquer práxis científica (SCHAEFER, 2016). "O fato de que a Ontopsicologia seja epistêmica a todas as outras ciências significam que pode dar as premissas a fim de que cada ciência seja exata, enquanto ensina a exatidão ao cientista e abre a exatidão da natureza das coisas" (Meneghetti, 2013, p. 72).

Resgatando a origem etimológica de "ciência" na língua latina, temos que ciência é scio entis actio, ou seja, saber a ação do ser, saber como o ente age. O pensar, portanto, necessita refletir em coincidência com a variação do ser. A ciência não pode limitar-se à percepção de alguns sentidos externos para produzir conhecimento verdadeiro em função do humano. "O acréscimo que se pretende dar ao método é o de voltar o olhar ao interior mundoda- vida, da atividade psíquica, como inteligente condutora do saber humano adequado para humanizar" (Vidor, 2014, p. 41).

 

EM SI ÔNTICO: O CRITÉRIO EM ONTOPSICOLOGIA

Por Em Si ôntico, Meneghetti define: princípio ôntico existencial no homem; ecceidade do ato psíquico; critério de base da identidade do sujeito e princípio formal que estrutura o orgânico psícobiológico do indivíduo humano (MeneghettI, 2012). Isto é, além da subjetividade e da consciência, o que possibilita o dado apriórico do conhecimento, que possibilita verdade e evidência na relação sujeito-objeto, ou ainda noésis e noema, é esta princípio ôntico.

A partir de tal elemento temos a reestruturação da ciência a partir de um ponto unitário e de medida, no sujeito humano, que possibilita medir o dado eidético, ou ôntico, isto é, a verdade no sujeito e para além do sujeito em direção aos fenômenos. Essa estrutura préreflexiva e viva é o que inferimos ser, de modo análogo, a esfera do mundo-da-vida. Portanto, a revisão crítica da consciência é o processo que permite ao eu ater-se à própria autopercepção ôntica, onde o próprio Em Si ôntico do sujeito colhe a verdade do ser no eu lógico-histórico do sujeito humano, uma vez que: "Toda a práxis ontopsicológica consiste na individuação e na aplicação do Em Si" (Meneghetti, 2010, p. 166).

Tal empreendimento exige uma postura do sujeito. Se Husserl atentou para a atitude ingênua que permite ao eu ater-se à efetividade do mundo-da-vida, Meneghetti, através do método ontopsicológico propõe uma atitude natural, onde este "Em Si ôntico" mede-se enquanto corporeidade essencial, através daquilo que o cientista italiano denomina de "Em Si organísmico". Por Em Si organísmico, compreende-se em Ontopsicologia, toda a dimensão da corporeidade como fonte de verdade, medida pelo em si, tomando então como organísmico (Meneghetti, 2014). Organísmico significa que corpo biológico é forma de percepção e evidência, isto é, a inteligência do biológico, entendida como corporeidade essencial é o que se define por organísmico e não orgânico. Ou seja, no mundo-da-vida, o aprioria é pre-reflexivo enquanto corpo e este é também "instrumento" do Em Si ôntico.

O modo pelo qual verdade subjetiva e verdade objetiva coincidem é o que é denominado de evidência. Para Meneghetti, a evidência é o dado efetivo de uma intuição em estado ôntico, onde o Em Si colhe no objeto a coincidência de relação e verdade ao sujeito. Para Husserl, "A infinita pesquisa psicológica, como pura e transcendental, diz respeito a estre entrelaçamento intencional dos sujeitos e da sua vida transcendental" (HUSSERL, 2012, p. 209). Isto, em ambas as perspectivas faz-se a necessidade do dado absoluto, puro, transcendental, ôntico do sujeito para que a verdade possa acontecer, para que os dados fenomênicos possam ser enverar-se. De outro modo, através do Em Si ôntico, o que se sustente é que: "(...) o indivíduo pode identificar a evidência do outro permanecendo na própria evidência" (MeneghettI, 2010, p. 158). Ou seja, do íntimo do humano é que é possível colher o real e a refundação da ciência deve situar-se neste princípio, ai reside base epistemológica da Ontopsicologia.

 

METODOLOGIA

O presente ensaio no formato de estudo teórico teve como orientação metodológica uma pesquisa exploratória de revisão sistemática bibliográfica. Uma vez lançado o problema, buscou-se o referencial bibliográfico condizente à sustentação da hipótese teórica. Como fonte principal para este estudo, optou-se por dois textos fulcrais nas perspectivas fenomenológica e ontopsicológica: A crise das ciências europeias e a fenomenologia transcendental: uma introdução à filosofia fenomenológica (2012), versão em língua portuguesa, de Edmund Husserl e Manual de Ontopsicologia (2010), versão em língua portuguesa, de Antonio Meneghetti. Os textos permitem contextualizar a problemática exposta e sustentar a hipótese teórica. Ainda mais, bibliografias complementares e de publicação recente sustenta as interfaces do tema exposto, que no caso da Ontopsicologia, sustentam indiretamente a hipótese evidenciando o caráter epistêmico de base interdisciplinar às áreas diversas.

 

6. RESULTADOS E CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir da obra husserliana e em especial a Krisis, é possível compreender o contexto crítico em que a Ontopsicologia surge. A Ontopsicologia se configura como uma psicologia do mundo-da-vida. A compreensão da própria identidade, enquanto dimensão ontológica, sustenta a exatidão e o valor do conhecimento humano. A intencionalidade é substanciada pelo Em Si ôntco, que sustenta o absoluto apriorico que permite o sujeito humano reduzir os fenômenos e adentrar ao mundo das essências, aquilo que Meneghetti denomina de nexo-ontológico (Meneghetti, 2010).

A dimensão pré-reflexiva de eu reduzido ou transcendental, ou ainda, de sujeito com consciência revisada e disposta à acolher a evidência ôntica é pressuposta de uma nova postura científica. De modo ainda mais radical, Meneghetti (2010, p. 438) salienta que:

Os conceitos de medida, exatidão e ciência são todas projeções inevitáveis da nossa existência. Essas, se fixadas, são tanáticas. Se ao invés, são vividas com equilíbrio funcional transeunte, maturam a consciência ôntica. Qualquer ciência basilar leva à anulação da existência enquanto a confirma no ser, que é incomensurável, e é, por essência, a negação de qualquer discurso, de qualquer aprendizagem, de qualquer dialética.

Posto isso, o que se conclui é que o Em Si ôntico enquanto realidade absoluta que faz evidência do real que a tua a si mesmo na ordem psíquica do sujeito. Conforme condenou Husserl (2012), o mundo-da-vida enquanto espaço de doação prévia e horizonte das configurações teleológicas do humano está por vezes fora de questão para o proceder científico em geral.

É necessário que a refundação ciência seja ancora no propósito da ideia de verdade em dimensão ôntica (Meneghetti, 2014). Em outras palavras, é necessário que o proceder científico possa contrastar "(...) com a ideia da verdade e do conhecimento da vida extracientífica que, nas suas validades de ser, e no horizonte universal aberto que ela de modo permanente abrange conscientemente, designa o conceito de mundo da vida com o qual nos deparamos em primeiro lugar (Husserl, 2012, p. 385).

A intuição ôntica através do Em Si ôntico é o critério indispensável para um conhecimento que produz ciência, em seu sentido originário. Para que o conhecimento humano seja coincidente com a própria identidade e, portanto, função para o coletivo, o homem necessita resgatar a própria dimensão ontológica: aquilo que sabe deve ser coincidente com aquilo que é.

A dimensão interna da vida humana manteve-se desconhecida e impossibilitada de acesso por longos períodos da história da ciência. No entanto, existem objetos internos a serem compreendidos, informações da vida subjetiva que devem ser consideradas para se ter acesso à forma original e autenticamente humana.

Assim, o conhecimento humano necessita reencontrar a unidade do saber, mediante a tradução do próprio ser. O mundo-da-vida reúne em si o mundo interno e o mundo externo, que se fazem presentes no modo de ser humano. Dessa maneira, o saber só promove ação de valor humano se estiver em conexão com o constituinte da natureza humana: ser, saber e fazer devem convergir em unidade.

A Ontopsicologia é uma ciência que permite restabelecer o nexo entre a lógica da atividade psíquica e o ser do homem (nexo ontológico). É ciência interdisciplinar, porque reencontrou o constituinte-base que projeta o conhecimento científico, segundo a medida da dimensão ontológica humana, permitindo integrar as ciências e restabelecer o equilíbrio entre o homem e seus produtos. É ciência epistêmica, pois leva ao fundamento do saber, que é o critério para verificar o valor e a veracidade do conhecimento humano, permitindo, assim, o discernimento para examinar os limites da ciência constituída, eventuais imprecisões e aperfeiçoar o conhecimento funcional e útil à humanidade.

O ser compreendido como comum universal (Meneghetti, 2014) é compreendido na individuação humana como Em Si ôntico, o critério que permite medir o mundo pelo homem e para o homem, o que implica em uma retomada do ideal antigo de ciência abandonada pela objetividade fisicalista: a função suprema do saber (filosofia especulativa) como totalidade especificada na relação homem e mundo.

Assim, a Ontopsicologia desponta como perspectiva científica que reposiciona o saber na centralidade do sujeito humano entendido como estrutura psíquica em dimensão ontológica. Todo saber do mundo, mais do que evidência é portanto, autoevidência. Consuma-se o real para além do dado fenomênico, objetivismo fisicalista e subjetivismo transcendental unem-se na perspectiva de que o humano existe para o mundo e o mundo para o humano, conforme salienta o fundador da Ontopsicologia; "Faço o sujeito dentro do objeto, o romper-se do objeto e do sujeito" (Meneghetti, 2014, p. 135). A evidência ôntica é critério por meio do Em Si ôntico. O real é sempre real na medida em que toca o sujeito, este é o preceito deve orientar uma ciência do homem

 

 

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Notas sobre os autores:

Bruno Fleck da Silva: Mestre em Filosofia (Fenomenologia e Hermenêutica) pela Universidade Federal de Santa Maria, UFSM. Especialização em Ontopsicologia pela Antonio Meneghetti Faculdade, AMF (em andamento). Especialização em Filosofia pelo Centro Universitário Claretiano. Graduação em Filosofia com Licenciatura Plena pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, PUC-Camp. Professor Adjunto da Antonio Meneghetti Faculdade, AMF.

Patricia Wazlawick: Doutorado em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC. Mestrado em Psicologia pela Universidade Federal do Paraná, UFPR. Especialista pós-graduada em Psicologia com abordagem em Ontopsicologia pela Saint-Petersburg State University (Universidade Estatal de São Petersburgo, SPbU, Rússia. Especialista pósgraduada em Gestão do Conhecimento e o Paradigma Ontopsicológico, AMF. Especializacao em Psicologia Positiva, Ciencia do Bem Estar e Autorrealizacao, pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, PUC-RS. Graduação em Musicoterapia pela Faculdade de Artes do Paraná. Professora Titular da Antonio Meneghetti Faculdade, AMF.

Ricardo Schaefer: Doutorado em Administração pela Universidade Federal de Santa Maria, UFSM; Mestrado em Comunicação Midiática pela UFSM. Especialização em Gestão de Negócios pela Universidade Cidade São Paulo (UNICID) e em Ontopsicologia pela Universidade Estatal de São Petersburgo. Graduação em Ontopsicologia pela Antonio Meneghetti Faculdade, AMF. Graduação em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC. Professor Titular da Antonio Meneghetti Faculdade, AMF.

Recebido em: 09/10/2019
Aprovado em: 13/06/2020

 

 

 

1 Meneghetti recupera a noção medieval de ecceidade, do latim: haeccetas. O termo aparece na ontologia de Duns Scotus, onde sua função é justificar que o intelecto apreende as essências somente enquanto individuadas, isto é, enquanto atinentes aos entes, individuações (ZENORINI, 2012). Isto é, o intelecto colhe o objeto em seu estado atual. Ou ainda, o objeto (ente) particular tem a sua universalidade dada no intelecto: intuição e abstração. A nosso ver é possível que tal perspectiva não esteja distante da de intentio, recuperada por Brentano como
intencionalidade.

 

 

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