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Revista do NUFEN

versão On-line ISSN 2175-2591

Rev. NUFEN vol.13 no.1 Belém jan./abr. 2021

 

EDITORIAL

 

Solidariedade, resiliência empática e conhecimento científico

 

Solidarity, empathic resilience and scientific knowledge

 

Solidaridad, resiliencia empática y conocimiento cientifico

 

 

Adelma Pimentel

Universidade Federal do Pará

 

 

Inauguramos o ano de 2021 com um volume que ressalta a solidariedade a todos os editores de periódicos, que se mantem contribuindo para divulgar o conhecimento na área de Psicologia e Ciências Humanas; e aos autores que submeteram ao periódico suas contribuições oriundas dos vários contextos de trabalho. Nossa atitude empática é em prol da vida que afirmamos usando máscaras, higienizando as mãos para evitar que o Corona vírus alcance a mucosa nasal, olhos e boca.

O combate à pandemia que nos acometeu em 2020, e ainda nos mantem reféns em 2021 segue lento por dissenso de ordem política partidária, distante do sofrimento coletivo e do esgotamento das instancias de saúde pública que recebem os milhares de afetados pela COVID-19. As medidas sanitárias e o duro distanciamento social são formas de manter-nos sem afetação viral. Para ameniza-lo, a escuta virtual, as trocas de comunicação pelos WhatsApp, e as cartinhas poéticas recuperadas no tempo são fontes que nutrem de afeição os amigos e os familiares. São medidas afetivas para manter aquecida nossa condição humana fundamental de ser-com.

No contexto da atitude cientifica, ao sustentar o periódico com todas as dificuldades mencionadas, asseguramos nossa tarefa de manter a Revista um canal para inspiração criativa. Assim, o volume 13, número um, apresenta uma mulher de expressiva força intelectual: Edith Stein: situando aspectos de sua vida na Alemanha, período do nazismo e a produção na área da fenomenologia. Seguimos com material sobre algumas contribuições do existencialismo sartriano à compreensão da experiência vivida por pacientes com câncer em final de vida e seus familiares. Oferecemos uma reflexão acerca da inclusão da pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA), envolvendo considerações baseadas na Gestaltpedagogia e na Gestalt-terapia; oferecemos a experiência de profissionais de saúde de um hospital universitário pernambucano que atendem pessoas surdas; e o texto sobre atividades de Psicólogos que atuam no município de Santarém/Pará ponderou a pratica na clínica tradicional e a atuação em situações de emergências e desastres.

No conjunto do volume apontamos o documento que verificou resultados da psicoterapia Centrada na Pessoa, com o objetivo de compreender como foi estabelecida a relação terapêutica. Temos, além disso um material sobre a interface Psicologia e a musicoterapia, o usuário surdo do Centro de Atenção Psicossocial III e o intérprete da Língua Brasileira de Sinais. Um relato de experiência com abordagem qualitativa do tipo descritivo analisados a partir da perspectiva da Fenomenologia. Por sua vez, o corpo foi objeto de um estudo dialógico entre um enfoque gestáltico com a fenomenologia-existencial de Sartre, tendo como foco o ajustamento psicótico

Um estudo teórico abordou implicações ontológicas e epistemológicas próprias à combinação entre a Logoterapia e a Psicometria, considerando o contexto da construção, adaptação e validação de testes psicológicos de base logo terapêutica. Algumas questões religiosas e espirituais são abordadas no horizonte da pratica de profissionais da saúde, investigando se tais profissionais manejam tais questões junto a seus pacientes nas esferas de saúde pública e privada.

Recebemos ume estudo que descreveu o sentido da vida para mães com filhos na UTI Neonatal, com uso do Teste de Associação Livre de Palavras, que foram analisados a partir da técnica de redes semânticas. Outro em que foi analisada a categoria fenomenológica Henriana de pathos avec. Temos um artigo que pesquisou a experiência de um curso de extensão em Teatro desenvolvido no Instituto Federal Baiano - Campus Serrinha. E por fim, um trabalho voltado para a análise da produção sobre suicídio entre povos indígenas no campo da saúde "mental" no Brasil, buscando discutir as relações de poder na ciência, a ética do cuidado na saúde coletiva a partir da produção científica brasileira.

Usufrua da leitura e utilize-a em seu fazer do dia-a-dia. Relembre permanentemente, que a resiliência criativa e empática contribui para superar adversidades materiais e psicológicas, vividas durante a trajetória existencial, e colocadas a nossa frente por alguns humanos ávidos pela ilusão de poder.

Um abraço.

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