SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.10 número1Retorno à Sociedade: Percepções e Experiências de Ex-DetentasTraçando o Perfil de uma Amostra de Usuárias de Crack em Tratamento índice de autoresíndice de assuntospesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Revista de Psicologia da IMED

versão On-line ISSN 2175-5027

Rev. Psicol. IMED vol.10 no.1 Passo Fundo jan./jun. 2018

http://dx.doi.org/10.18256/2175-5027.2018.v10i1.2725 

ARTIGO EMPÍRICO

 

Vitimização e Percepção do Bullying: Relação com a Sintomatologia Depressiva de Adolescentes

 

Vitimization and Perception of Bullying: Relationship with Depressive Symptoms of Adolescents

 

Vitimización y Percepción del Bullying: Relación con la Sintomatología Depresiva de Adolescentes

 

 

Jaqueline Gomes CavalcantiI; Maria da Penha de Lima CoutinhoII; Adriele Vieira de Lima PintoIII; Karla Costa SilvaIV; Emerson Araújo Do BúV

IMestre em Psicologia Social pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social, Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Brasil. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3068-404X | E-mail: gomes.jaqueline@gmail.com
IIProfessora voluntária do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e bolsista de produtividade em pesquisa do CNPQ (1D), Brasil. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3961-2402 | E-mail: mplcoutinho@gmail.com
IIIMestre em Psicologia Social pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social, Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Brasil. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4126-1795 | E-mail: adri.vlp8@gmail.com
IVGraduada em Psicologia pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Brasil. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8454-3787 | E-mail: karlacs18@gmail.com
VMestre em Psicologia Social pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social (UFPB) e professor do IESP. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3864-3872 | E-mail: dobuemerson@gmail.com

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

A presente pesquisa objetivou conhecer a relação entre vitimização, percepção acerca do bullying, e sintomatologia depressiva no contexto de adolescentes escolares. Para isso, contou-se com uma amostra de 243 adolescentes com uma média de idade de 14,81 (DP=1,41). Esses responderam à Escala de Percepção sobre o Bullying Escolar, à Escala Califórnia de Vitimização do Bullying, e ao Inventário de Depressão Infantil (CDI-20). Os principais resultados apontaram para efeitos da vitimização na percepção do enfrentamento frente ao bullying e na sintomatologia depressiva. Também foram verificados que os alunos do sexo feminino, do ensino médio, que se sentem seguros na escola, apresentaram uma maior percepção de enfrentamento frente ao bullying. Já os alunos do sexo masculino, do ensino fundamental, que se sentem inseguros na escola, apresentam-se como sendo os mais vitimizados. Quanto à sintomatologia depressiva, os alunos do ensino fundamental e que se sentem inseguros na escola, apontaram para maiores índices. Ademais, confia-se que esses achados podem contribuir para um aprofundamento teórico e conceitual acerca do bullying e seu correlato com a depressão em escolares adolescentes. Espera-se que os resultados desse estudo possam contribuir para implementação de políticas públicas voltadas para promoção de saúde desse grupo identitário.

Palavras-chave: bullying, adolescente, depressão


ABSTRACT

The present study aimed to comprehend the relationship between victimization, perception about bullying and depressive symptomatology in the adolescent's school context. For this, a sample of 243 adolescents with a mean age of 14.81 (SD = 1.41) was counted. These responded to the School Bullying Perceptions Scale, the California Bullying Victimization Scale, and the Child Depression Inventory (CDI-20). The main results pointed to the effects of victimization on the perception of coping with bullying and on depressive symptomatology. It was also found that female high school students who feel safe at school had a greater perception of coping with bullying. On the other hand, the male students of elementary school who feel insecure at school present themselves as the most victimized. As for the depressive symptomatology, the students of the elementary school and who feel insecure in the school, pointed to higher indices. In addition, it is believed that these findings can contribute to a theoretical and conceptual deepening about bullying and its correlate with depression in adolescent students. It is hoped that the results of this study may contribute to the implementation of public policies aimed at health promotion of this identity group.

Keywords: bullying, adolescents, depression


RESUMEN

La presente investigación tiene por objeto conocer la relación entre victimización, percepción acerca del bullying, y sintomatología depresiva en el contexto de adolescentes escolares. Para eso, contó con una muestra de 243 adolescentes con una media de edad de 14,81 (DP = 1,41). Los participantes respondieron a la Escala de Percepción sobre el Bullying Escolar, la Escala California de Victimización del Bullying, y al Inventario de Depresión Infantil (CDI-20). Los principales resultados apuntaron a los efectos de la victimización en la percepción del enfrentamiento al bullying y en la sintomatología depresiva. También se verificó que los alumnos del sexo femenino de la escuela secundaria, que se sienten seguros en la escuela, presentaron una mayor percepción de enfrentamiento frente al bullying. Los alumnos del sexo masculino, de la enseñanza fundamental, que se sienten inseguros en la escuela, se presentan como los más victimizados. Cuanto a la sintomatología depresiva, los alumnos de la enseñanza primaria que se sienten inseguros en la escuela apuntan a mayores índices. Se espera que estos hallazgos puedan contribuir a una profundización teórica y conceptual acerca del bullying y su correlato con la depresión en escolares adolescentes, y además puedan ayudar a la implementación de políticas públicas orientadas a la promoción de salud de ese grupo identitario.

Palabras clave: bullying, adolescente, depresión


 

 

Introdução

Diversas formas de violência são vivenciadas na escola; dentre elas, um tipo específico de intimidação entre pares, denominado bullying, vem adquirindo destaque devido a sua alta prevalência e implicações negativas para os envolvidos, sendo considerado um grave problema de saúde pública (Brasil, 2013; Forlim, Stelko-Pereira, & Williams, 2014; Vaccari, 2012).

Tal fenômeno tem sido apontado como mais recorrente em indivíduos do sexo masculino, mais jovens, e de séries iniciais; com uma maior ocorrência nos ambientes de recreio e sala de aula, sendo a agressão verbal o tipo de intimidação mais frequente (Garbin, Gato, & Garbin, 2016; Santos, Martins, Souza Filho, Martins, & Souza., 2013; Santos & Kienen, 2014; Serpa & Pontes, 2015; Vieira, Torales, Vargas, & Oliveira, 2016).

Quanto à prevalência de envolvimento, uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que 7,2% dos escolares afirmaram que sempre ou quase sempre se sentiram humilhados por provocações. Os percentuais de estudantes que se declararam vítimas foram maiores entre os do sexo masculino (7,9%) do que do feminino (6,5%). Por outro lado, os resultados demonstraram que 20,8% dos estudantes já praticaram algum tipo de bullying contra os colegas. Os percentuais de escolares que praticam ações dessa natureza foram maiores entre os do sexo masculino (26,1%) do que do feminino (16,0%) (Brasil, 2013).

No que concerne ao conceito de bullying, a definição mais utilizada é a proposta por Olweus (2013), que descreve esse fenômeno como uma forma de comportamento violento, intencional e repetido, que ocorre ao longo do tempo em relações caracterizadas pelo desequilíbrio de poder (Olweus, 2013; Santos et al., 2013). Essa forma de violência distingue-se de agressões pontuais ou momentâneas, pelo fato de acontecer repetitivamente, por um ou mais indivíduos contra outro(s), com a finalidade de maltratar e intimidar causando dor, angústia e sofrimento (Forlim et al., 2014).

Percepção acerca do bullying

Muitos pesquisadores, em seus estudos sobre o bullying, têm buscado considerar a forma como os adolescentes percebem esse fenômeno, sinalizando para a importância da perspectiva do ator social envolvido (Cavalcanti, 2017; Francisco & Lindório 2009; Santos et al., 2013; Santos & Kienen, 2014). Acerca disso, autores afirmam que a percepção do que venha a ser o bullying pode variar no decorrer da idade, uma vez que a compreensão de intimidação para a criança e o adolescente está associada às suas capacidades de pensar ou perceber os outros. Nesse sentido, as experiências relatadas pela criança/adolescente, acerca da vitimização, tem por base sua própria definição do que venha ser esse fenômeno (Monks & Smith, 2006; Smith, Cowie, Olafsson & Liefooghe, 2002).

Para Dellecave (2013), não apenas a idade tem uma influência na percepção do adolescente frente ao bullying, mas também o sexo. No estudo realizado por esse autor, com alunos do sexto ano do ensino fundamental e do primeiro ano do ensino médio, foram encontradas diferenças na percepção do bullying, em relação à idade e o sexo, tendo a idade apresentado, ainda, uma maior interferência. Uma das diferenças de percepção dos estudantes dos distintos anos escolares se dá em relação à estratégia de enfrentamento da vítima. Alunos do sexto ano do ensino fundamental acreditam que a vítima pede ajuda, enquanto os do primeiro ano do ensino médio acreditam que ela se isola. Os alunos do sexto ano acreditam que a vítima é orgulhosa e mandona, enquanto os do primeiro ano acreditam que ela seja bondosa.

Acerca da percepção de enfrentamento do bullying, o estudo delineado por Francisco e Lindório (2009) verificou, na escola periférica, que 16,70% dos alunos acreditavam que falar com a direção, inspetores, pais, professores e a polícia, seria uma alternativa eficaz; 11,30% apontaram que expulsar o agressor da escola resolveria o problema; e 6,60% destacaram que a direção e os funcionários deveriam ser mais atentos com os maus tratos. Já na escola da região central, 30,60% apontaram que a expulsão dos agressores seria o suficiente; 10,70% afirmaram não saberem; e 5,80% destacaram a punição como alternativa.

Uma pesquisa qualitativa buscou conhecer a percepção dos escolares vítimas de bullying, sobre esse fenômeno. Os resultados apontaram que, independente da forma como tenham sido vivenciadas, as agressões provocam, predominantemente, sentimentos negativos. A análise das unidades textuais destacou os seguintes conteúdos: sentir-se mal; chateado; raiva; medo; vergonha. Assim, os sentimentos vivenciados pelos estudantes vitimizados estão relacionados com sentimentos de menos valia, isolamento social, e de medo ou raiva reprimida, causando mal estar psicológico (Santos et al., 2013).

Sob outro enfoque, um estudo sobre a percepção dos alunos do ensino fundamental, acerca dos comportamentos de bullying, identificou que os comportamentos diretos, tais como chutes, socos e tapas, ou agressões verbais, foram percebidos com maior frequência que comportamentos caracterizados como indiretos, que sejam, difamar, isolar ou excluir (Santos & Kienen, 2014).

Vitimização e Depressão

Dentre distintas consequências psicossociais que o bullying pode causar, pode-se citar a depressão, ansiedade, baixa autoestima, variação de humor, estresse, implicações negativas na qualidade de vida e bem estar, comprometimento na socialização e na aprendizagem (Chen & Huang, 2015; Coutinho, Silva, & Araújo, 2009; Silva, 2010; Witter, 2010; Vaccari, 2012; Forlim et al., 2014). Destaca-se, ainda, que a vitimização pode reduzir a percepção de apoio percebido (Rigby, 2000), e de eficácia das estratégias de enfrentamento (Hunter, Boyle, & Warden, 2007).

No que concerne à depressão, a vitimização para o bullying tem sido considerada um fator de risco para essa sintomatologia na adolescência, sendo confirmado em distintos estudos empíricos, de vários países, nos mais diferentes estágios da adolescência (Forlim et al., 2014; Kodish et al., 2016; Santos et al., 2013; Sousa, 2013; Wang, Nansel, & Iannotti, 2011). A despeito disso, um estudo desenvolvido por Forlim et al. (2014), verificou a relação entre tipos de bullying e sintomas depressivos. Os alunos alvos/autores apresentaram 5 vezes mais chances de ter sintomas depressivos do que os outros estudantes. Sexo, idade, ter sido reprovado, e ser exclusivamente vítima, não foram variáveis significativas para predizer a depressão, quando consideradas em conjunto.

Diante dos aspectos pontuados, compreende-se o bullying como um fenômeno prevalente no âmbito escolar, com implicações nocivas aos envolvidos, podendo apresentar efeitos negativos desde a forma de o adolescente perceber esse fenômeno, bem como o surgimento de problemas na saúde mental dos envolvidos, como, por exemplo, sintomas depressivos. Desse modo, verifica-se a importância de estudos acerca do bullying e suas implicações psicossociais, considerando a perspectiva do envolvido, com vistas a subsidiar a criação de estratégias de intervenção, reconhecimento e enfrentamento desse fenômeno, tendo em vista a prevenção e/ou promoção de saúde no contexto escolar. Nesse sentido, o presente estudo buscou conhecer a relação entre a vitimização, percepção acerca do bullying e sintomatologia depressiva, no contexto de adolescentes escolares.

 

Método

Participantes

Trata-se de um estudo transversal e exploratório que utilizou a técnica de amostragem não aleatória, de conveniência, não sendo efetuado qualquer tipo de cálculo amostral previamente. Nesse sentido, contou-se com uma amostra de 243 adolescentes de escolas públicas da cidade de João Pessoa/PB, com uma média de idade de 14,81 (DP=1,41), majoritariamente do sexo feminino (60,5%), e do ensino médio (57,2%). Dos alunos do ensino médio, 26,5% eram do 1º ano; 18,1% do 2º; e 11,9%, do 3º ano. Quanto aos alunos do fundamental, 12,3% eram do 8º ano e 30,5%, do 9º ano. Da amostra total, 53,5% reportaram ter se envolvido de alguma forma no bullying, tanto na função de vítimas (22,2%), quanto nos papéis de observadores (17,3%), agressores (4,1%) e vítimas-agressoras (10,7%). Do total de alunos, 72,8% relataram se sentirem seguros na escola.

Instrumentos

Utilizou-se a Escala de Percepção sobre o Bullying Escolar, proposta por Cavalcanti (2017). Esta medida é composta por 30 itens, abrangendo dois fatores: Enfrentamento frente ao bullying; e Definições e formas de expressão do bullying. Os itens foram respondidos em uma escala de resposta do tipo Likert, que variaram de 1- concordo totalmente a 5 - discordo totalmente. Os alfas encontrados pela autora foram os seguintes: Enfrentamento frente ao bullying (a= 0,81); e Definições e formas de expressão do bullying (a= 0,65).

A Escala Califórnia de Vitimização do Bullying, elaborada por Félix et al. (2011), foi adaptada para o Brasil por Soares et al. (2015), sendo checado validade fatorial e consistência interna (α =71). Essa medida, por meio de 7 itens, busca diferenciar as vítimas de bullying, de seus pares. Nesse estudo foi encontrado um índice de precisão, apontando para um alfa de 0,77.

O Inventário de Depressão Infantil (CDI-20), elaborado por Kovacs (1992), foi adaptado para o Brasil por Gouveia, Barbosa, Almeida e Gaião (1995). Esse instrumento é utilizado para o rastreamento da sintomatologia depressiva em crianças e adolescentes. Como ponto de corte para o indicativo de sintomatologia depressiva, utiliza-se a pontuação igual ou superior a 17 pontos. O instrumento, composto por 20 itens, respondidos na seguinte pontuação: a = 0 pontos; b = 1 ponto e c = 2 pontos, alcançou um alfa de 0,81, no seu estudo de validação. Convém destacar que embora exista uma versão do CDI 27, optou-se pela adaptação proposta por Gouveia et al., (1995), de 20 itens, por ela ser mais parcimoniosa e poder minimizar a fadiga dos respondentes, uma vez que utilizamos, juntamente com ela, outras medidas longas.

Também foi utilizado um questionário sociodemográfico, com questões como: sexo, idade, série, se já tiveram algum envolvimento no bullying, e qual papel desempenhado nesse envolvimento.

Procedimentos

Inicialmente, obteve-se a permissão dos diretores das escolas, e, em seguida, foram explicitados os objetivos pertinentes ao estudo e solicitada a participação voluntária dos estudantes. Para aqueles que se interessaram em participar da pesquisa, foi solicitada a autorização prévia dos pais/responsáveis, mediante a assinatura do termo de consentimento, conforme exigência prevista no código de ética para pesquisas com seres humanos. Além disso, pediu-se que os escolares assinassem o termo de assentimento. A aplicação da pesquisa foi realizada de forma coletiva, nas dependências da instituição escolar, com um tempo médio de aproximadamente 20 minutos. O projeto que resultou neste artigo foi aprovado por Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal da Paraíba (CAAE: 58471616.1.0000.5188).

Análise de dados

Os instrumentos foram processados e analisados com o auxílio do IBM SPSS (versão 21). Foram realizadas análises descritivas e inferenciais, como percentual, média, frequência, correlação de person, comparação de médias (test t para amostras independentes) e regressão linear.

 

Resultados

Prevalências

Inicialmente, buscou-se conhecer a prevalência de vitimização do bullying, avaliada pelo instrumento Califórnia, 60,9% dos adolescentes relataram já terem sido provocados ou apelidados; 42,8%, vítimas de rumores e piadas; 42%, deixados de fora do grupo ou ignorado; 19,8%, empurrados; 11,9%, ameaçados por seus colegas; 21% terem tido suas coisas roubadas ou danificadas por seus colegas; e 22,6% terem recebido comentários sexuais por seus colegas, em algum momento. Esses percentuais podem ser melhor visualizados na Tabela 1.

Quanto à sintomatologia depressiva, avaliada pelo CDI, tomou-se por base o ponto de corte 17, o que apontou para um percentual de 10,3% de adolescentes com indicativo de sintomatologia depressiva.

Correlação e Regressão

Após verificação dos os aspectos acima, realizou-se uma correlação entre as variáveis do estudo: vitimização, percepção acerca do bullying e sintomatologia depressiva. Esses resultados podem ser observados na Tabela 2.

Verificaram-se correlações negativas entre a vitimização e percepção acerca do enfrentamento frente ao bullying (r= - 0,18; p<0,01), o que significa que quanto maior percentual de comportamentos de vitimização são relatados, menor percepção acerca do enfrentamento frente ao bullying. Contrariamente, vitimização apresentou-se positivamente correlacionado com o fator percepção acerca da definição e formas de expressão do bullying (r=0,19; p<0,01), indicando que os alunos mais vitimizados apresentaram uma maior percepção acerca do que venha ser o bullying.

A vitimização apresentou correlação positiva com a sintomatologia depressiva (r=0,31, p<0,01), de maneira que os adolescentes mais vitimizados apresentaram maior percentual em sintomatologia depressiva. Quanto aos fatores da escala de percepção sobre bullying, não foram encontradas correlações significativas com a sintomatologia depressiva.

Tomando por base os resultados da correlação de Pearson (Tabela 2), decidiu-se conhecer o quanto a vitimização explica a percepção acerca do enfrentamento frente ao bullying e a sintomatologia depressiva. Para isso, procedeu-se com uma análise de regressão, cujos resultados apontaram que a vitimização apresenta efeitos na percepção acerca do enfrentamento frente ao bullying (β = -0,18; p < 0,001), explicando cerca de 3% da variância (R = 0,18; R2 = 0,033; F = 7,588; p < 0,01); bem como, na sintomatologia depressiva (β = 0,30; p < 0,001), explicando 9% da variância (R = 0,31; R2 = 0,094; F = 19,085; p < 0,001).

Sexo, ciclo educacional e segurança na escola

Por fim, realizou-se uma comparação de médias (teste t para amostras independentes), com a finalidade de verificar a existência de diferenças entre as variáveis do estudo em função do sexo, ciclo educacional, e sintomatologia depressiva. A Tabela 3 apresenta os resultados de média e desvio padrão, bem como, o Teste t para amostras independentes.

Conforme observado, foi verificada uma diferença significativa entre meninos e meninas, em função da variável enfrentamento frente ao bullying, na qual as meninas apresentaram uma maior média [t(241) = -4,49; p< 0,001]. Também verificou-se uma diferença no que concerne a vitimização, apresentando os meninos como sendo os mais vitimizados [t(222) = 1,45; p< 0,001].

Com relação à comparação de médias entre os alunos de ensino fundamental e médio, também foram encontradas diferenças significativas. O fator enfrentamento do bullying apresentou diferenças entre esses grupos, em que o ensino médio mostrou uma maior percepção de enfrentamento frente ao bullying [t(241) = -6,62; p< 0,001]. Quanto à vitimização, houve diferenças significativas, de modo que os alunos do ensino fundamental apresentaram-se como sendo os mais vitimizados [t(222) = 3,78; p< 0,05]. Do mesmo modo, também foram observadas diferenças no que diz respeito à sintomatologia depressiva, indicando que os alunos do ensino fundamental apontaram para mais sintomas depressivos [t(198) = 3,00; p< 0,001].

Finalmente, buscou-se verificar se haviam diferenças entre aqueles que se sentiam seguros na escola e aqueles que não se sentiam seguros, em relação às variáveis do presente estudo. Esses resultados apontam para uma diferença na percepção acerca do enfrentamento frente ao bullying em função da segurança na escola, de modo que aqueles que relataram se sentir seguros apresentaram uma maior média [t(234) = 0,94; p< 0,05]. Contrariamente, quanto ao fator de percepção acerca da definição e formas de expressão, verificou-se uma diferença estatisticamente significativa, na qual os escolares que se sentem inseguros apresentaram uma maior média [t(180) = -0,51; p< 0,05]. Também observou-se que os alunos apresentaram uma média significativamente maior na vitimização [t(220) = -3,36; p< 0,05] e sintomatologia depressiva [t(196) = -3,54; p< 0,001], em detrimento dos que relataram se sentirem seguros.

 

Discussão

Prevalência

No que se refere aos percentuais de vitimização do bullying, o comportamento mais indicado foi o de provocação ou apelido (60,9%); seguido de rumores e piadas (42,8%); exclusão de grupo ou ignorado (42%); empurrados (19,8%); ameaçados (11,9%); coisas roubadas (21%); e vítimas de comentários sexuais (22,6%). Ou seja, verifica-se um maior percentual da presença do bullying verbal, seguida do relacional e físico, o que coaduna com estudos prévios (Vieira et al., 2016; Garbin et al., 2016). Este aspecto pode ser explicado pelo fato do bullying verbal ser uma violência mais velada, e por vezes, encarada como brincadeira. Além disso, por essa não apresentar marcas tão visíveis quanto o físico; ou mesmo se apresentar como comportamento de menor risco; bem como, pela tendência de pais e professores intervirem mais no bullying físico do que no verbal.

Quanto à sintomatologia depressiva, o percentual encontrado na presente pesquisa, de 10,3%, se aproxima aos apontados por outros estudos similares (Coutinho et al., 2016; Forlim et al, 2014; Grolli, Wagner, & Dalbosco, 2017), reafirmando a necessidade de se trabalhar com a saúde mental de adolescentes em idade escolar. Tendo em vista, ser essa etapa do desenvolvimento atravessada por mudanças biológicas e sociais, que podem favorecer altas prevalências, pode-se trabalhar na escola através de estratégias de prevenção e intervenção em saúde mental, bem como, da criação de espaços de escuta (Grolli et al., 2017).

Correlação e Regressão

No que tange aos resultados da análise de correlação das medidas aqui utilizadas, verificou-se que a vitimização apresentou relação negativa e estatisticamente significativa com a percepção dos adolescentes acerca do enfrentamento frente ao bullying, o que indica que vítimas de bullying tendem a ter uma percepção de enfrentamento diminuída. Este resultado corrobora estudos prévios, os quais apontam que indivíduos que sofreram algum tipo de situação agressiva repetidas vezes, tendem a diminuir sua autopercepção e a capacidade de manifestar comportamentos pró-sociais, os quais são fatores de proteção importantes para o enfrentamento de situações como o bullying (Calbo et al. 2009; Reppold & Hutz, 2003). Na mesma direção, Lisboa, Braga e Ebert (2009) apontam que a vitimização tem consequências imediatas e tardias sobre os envolvidos e está relacionada a problemas de rendimento, a uma visão negativa da escola e à construção dos laços de amizade.

Nesse sentido, a aceitação pelos pares é fundamental para o desenvolvimento saudável de crianças e adolescentes. Portanto, é consensual a necessidade de atuar em diferentes níveis da sociedade (adolescentes, família, escola, comunidade), buscando desenvolver a cooperação, percepções positivas frente ao enfrentamento do bullying e possibilidades de ações coletivas para a diminuição da vitimização (Coutinho et al., 2009; Lisboa et al., 2009).

Outro fator que apresentou relação estatisticamente significativa com a vitimização foi o de percepção da definição e formas de expressão do bullying, o qual evidenciou que adolescentes que sofrem agressões repetidas vezes conseguem definir melhor o fenômeno. Em consonância, Araújo (2011), através dos estudos sobre as representações sociais do bullying, apontou que os adolescentes que se consideravam vítimas foram os que mais contribuíram para a definição do plano fatorial de sua pesquisa, a qual utilizou como variáveis de opinião: bullying, vítima, agressor e eu mesmo.

Semelhante resultado foi obtido ao encontrar relação estatisticamente significativa entre vitimização e sintomatologia depressiva, sugerindo que vítimas de bullying tendem a apresentar maiores índices de sintomatologia depressiva. De fato, este resultado corrobora evidências científicas sobre o impacto negativo que o bullying causa às vítimas. Dentre as consequências nocivas, encontra-se a incidência, cada vez maior, da depressão (Forlim et al., 2014; Santos et al., 2013).

Os resultados também apontaram para efeitos negativos da vitimização na percepção acerca do enfrentamento, e na sintomatologia depressiva, o que confirma a pesquisa desenvolvida por Hunter et al (2007), a qual apontou que vítimas de bullying apresentaram menores níveis de percepção de enfrentamento e níveis mais elevados de sintomatologia depressiva. Acerca disso, segundo Hunter et al. (2007) esperam-se níveis mais baixos de controle entre os alunos intimidados, tendo em vista que a percepção de um desequilíbrio de poder entre eles e seus agressores pode reduzir a crença de que certas estratégias de enfrentamento serão eficazes. Quanto aos efeitos da vitimização na sintomatologia depressiva, destacam-se, também, resultados similares nas pesquisas de Wang, Nansel e Iannotti (2011); Forlim et al. (2014); Kodish et al. (2016).

Conforme observado, os resultados do presente estudo revelam correlações não tão altas, o que pode ser explicado pelo fato do estudo ser eminentemente exploratório, tendo em vista que considera variáveis como: percepção conceitual e de enfrentamento; aspectos pouco contemplados na literatura nacional. Por essa razão, recomenda-se a replicação desses achados, inclusive com a inserção de outras variáveis igualmente importantes, para uma possível confirmação ou refutação dos dados.

Sexo, ciclo educacional e segurança na escola

No que tange aos resultados que apontam os meninos como sendo os mais vitimizados, quando comparados às meninas, verifica-se uma concordância com os achados de Continente, Giménez e Adell (2010); Santos, Cabral-Xavier, Paiva e Leite-Cavalcanti (2014), nos quais a vitimização foi mais prevalente entre estudantes do sexo masculino. Embora esse resultado seja um dado muito relatado na literatura, é imprescindível ressaltar que as meninas em geral tendem a apresentar formas mais sutis de expressar a intimidação, conforme apontado por Moura, Cruz e Quevedo (2011). Também foi observada uma diferença estatisticamente significativa entre meninos e meninas, em relação à percepção acerca do enfrentamento frente ao bullying, dado esse que se coaduna aos resultados do estudo proposto por Dellecave (2013), que observou que as meninas apresentavam-se com maior capacidade de enfrentar fatores de risco em relação ao bullying, do que os meninos.

No que diz respeito a variável ciclo educacional, observou-se que os alunos do ensino fundamental apresentam-se como sendo os mais vitimizados por bullying, em relação aos do ensino médio; o que pode ser explicado pelo fato do ensino fundamental constituir-se de alunos mais novos, conforme também apontam Serpa e Pontes (2015) e Vieira et al. (2016). Essa redução de violência também foi observada conforme a idade, de modo que, com o aumento da idade, verificou-se uma menor incidência de bullying (Santos et al., 2014).

Para Dellecave (2013), o que ocorre não é uma diminuição de vitimização com o aumento da idade, mas uma mudança na forma de manifestação desse fenômeno, ou seja, são utilizadas novas modalidades de agressão. Enquanto alunos mais jovens, de séries escolares iniciais, tendem a utilizar o bullying mais direto, os alunos de séries mais avançadas utilizam do bullying indireto, tipo de intimidação mais velada, de difícil identificação.

No que se refere a variável percepção acerca do enfrentamento, observou-se uma diferença significativa em função do ciclo educacional, na qual o ensino médio obteve maior média, dado que confirma a ideia de que a compreensão de intimidação, para a criança e o adolescente, está associada as suas capacidades de pensar ou perceber os outros (Monks & Smith, 2006; Smith et al., 2002). No estudo proposto por Dellecave (2013), a idade e o ciclo educacional apresentaram diferenças na forma de perceber o bullying.

Ainda sobre diferença entre o ciclo educacional, observou-se uma diferença significativa em relação à sintomatologia depressiva, na qual o ensino fundamental obteve maior média. Esse dado corrobora aos achados de Aglio e Hutz (2004) e Oliveira-Brochado e Oliveira-Brochado (2008), que apontam as idades iniciais da adolescência como as de maior risco para a presença de sintomas depressivos. Segundo Dellecave (2013), o ensino médio é um período de maior estabilidade, quando comparado ao ensino fundamental. O último é considerado uma etapa em que os alunos saem do ensino infantil, sofrendo, pois, uma transição quanto aos conteúdos e metodologia, uma vez que saem da unidocência para pluridocência.

Foram obtidas, também, evidências com relação à diferença entre os grupos de adolescentes que se sentiam seguros e os que não se sentiam seguros na escola, em no que diz respeito aos fatores da escala do bullying. Nesse sentido, observou-se diferenças quanto ao domínio percepção acerca do enfrentamento frente ao bullying, no qual o grupo de adolescentes que se sentiam seguros obtive maior média. Este resultado coaduna com os estudos de Casarin e Ramos (2007), indicando que um ambiente provido de segurança, estabilidade, afetividade e compreensão seria ideal para adequação aos processos de aprendizagem escolar e desenvolvimento social das crianças e adolescentes. Esse cenário se opõe, caso o ambiente seja desfavorável, cedendo lugar para agressividade, sentimento de incapacidade e comportamentos antissociais (Leão, 2010; Silva, 2015). Nesse sentido, a percepção maior do bullying, por aqueles que se sentem seguros na escola, desperta a necessidade de maior investigação, podendo indicar um importante fator para o desenvolvimento de estratégias de enfrentamento, como o próprio incentivo à identificação e denúncia de situações geradas pelo bullying, dentro do ambiente escolar.

Outro dado obtido pelo estudo em tela está relacionado com o fator percepção acerca da definição e formas de expressão do bullying, vitimização e sintomatologia depressiva, dentre os quais obtiveram maiores médias aqueles que informaram sentirem-se inseguros na escola. De fato, estes resultados reforçam as implicações negativas que um ambiente percebido como inseguro pode trazer. Associado a isso, os adolescentes que se sentem vitimizados já apresentam algum grau de incapacidade, pois a presença da sintomatologia depressiva foi constatada.

Portanto, em conformidade com a literatura, as vítimas de agressões verbais e físicas sofrem múltiplas consequências negativas, incluindo ajustes sociais e acadêmicos pobres, além de maior incidência de serem acometidos pela depressão e ansiedade (Evan, Fraser & Cotter, 2014; Ribeiro, Coutinho & Nacimento, 2010). Este fato propicia algumas reflexões acerca desse grupo, pois eles perceberam de forma mais clara a definição do bullying. Nesse sentido, o fato de serem alvos desse tipo de violência e passarem por constantes e repetidas agressões, constrangimentos e discriminação, parece dar a eles uma maior apropriação, ao sentirem e perceberem as diversas facetas que o fenômeno pode apresentar.

Fica evidente, pois, a necessidade de prevenir o bullying, através da promoção de espaços mais seguros, que proporcionem o diálogo, a tolerância e o desenvolvimento de habilidades sociais mais assertivas. Neste mesmo sentido, o debate sobre esse fenômeno deve ser constante e envolver diversos setores da sociedade: escola, família, segurança, saúde, meios de comunicação e universidades.

 

Considerações finais

Considerando o objetivo geral, que foi encontrar a relação entre vitimização, percepção acerca do bullying, e sintomatologia depressiva, no contexto de adolescentes escolares, os resultados revelaram que a vitimização apresenta efeitos na forma como os adolescentes percebem o bullying e seu enfrentamento; bem como, na sintimatologia depressiva. Além disso, foi encontrado que alunos do sexo feminino, do ensino médio, que se sentem seguros na escola, apresentaram uma maior percepção de enfrentamento frente ao bullying. Já os alunos do sexo masculino, do ensino fundamental, que se sentem inseguros na escola, apresentam-se como sendo os mais vitimizados. Quanto à sintomatologia depressiva, os alunos do ensino fundamental e que se sentem inseguros na escola, apontaram para maiores índices.

Mediante as contribuições apresentadas, convém destacar que esses resultados não podem ser tratados de forma conclusiva, uma vez que partem de uma perspectiva exploratória. Por essa razão, o presente estudo não está isento de limitações, que podem ser descritas devido ao fato de, em um primeiro momento, a amostra ser exclusivamente composta por alunos da rede pública. Além disso, destaca-se o aspecto da desejabilidade social, que diz respeito ao fato do participante apresentar respostas que sejam socialmente desejáveis.

Diante disso, sugere-se que os resultados aqui apresentados constituam-se como ponto de partida para posteriores estudos e intervenções formativas com a comunidade escolar e seu entorno social. Recomenda-se que pesquisas futuras considerem, não apenas a vitimização do bullying, mas a perpetração; e que sejam delineados modelos explicativos para a relação deles com a percepção frente ao bullying escolar. Finalmente, que outras variáveis sejam consideradas na explicação da percepção conceitual e interventiva do bullying.

Por fim, confia-se que os resultados do estudo podem contribuir para um aprofundamento teórico e conceitual acerca do bullying e da depressão em escolares adolescentes, dessa forma, aprimorando o conhecimento acerca de tais construtos, como também, contribuindo para pesquisas posteriores. Ademais, espera-se que a pesquisa possa contribuir para intervenções que busquem subsidiar a criação de estratégias de prevenção e/ou promoção de saúde e enfrentamento desse fenômeno, que considerem as diferenças existentes entre sexo, ciclo educacional ou faixa etária; tendo em vista que tais distinções podem influenciar na eficácia da intervenção.

 

Referências

Aglio, D. D. D., & Hutz, C. S. (2004). Depressão e desempenho escolar em crianças e adolescentes institucionalizados. Psicologia: Reflexão e Crítica, 17(3), 341-350. doi: https://doi.org/10.1590/S0102-79722004000300008        [ Links ]

Araújo, L. C. (2011). As Representações Sociais Dos Estudantes Acerca Do Bullying No Contexto Escolar. Dissertação (Mestrado em Psicologia Social) - Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa. Retrieved from: http://tede.biblioteca.ufpb.br:8080/handle/tede/6889        [ Links ]

Brasil, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2013). Pesquisa Nacional de Saúde Escolar 2012. Rio de Janeiro, Brasil. pp. 256.

Casarin, N. E. F., & Ramos, M. B. J. (2007). Família e aprendizagem escolar. Revista Psicopedagogia, 24(74), 182-201. Retrieved from: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84862007000200009&lng=pt&tlng=pt        [ Links ]

Calbo, A. S., Busnello, F. B., Rigoli, M. M., Shaefer, L. S., & Kristensen, C. H. (2009). Bullying na escola: comportamento agressivo, vitimização e conduta pró-social entre pares. Contextos Clinicos, 2(2), 73-80. Retrieved from: http://docplayer.com.br/8242540-Bullying-na-escola-comportamento-agressivo-vitimizacao-e-conduta-pro-social-entre-pares.html        [ Links ]

Cavalcanti, J. G. (2017). Bullying e suas implicações na adolescência: um estudo psicossociológico. (Dissertação de mestrado não publicada). Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Paraíba, Brasil.         [ Links ]

Chen, Y. Y., & Huang, J. H. (2015). Precollege and in-college bullying experiences and health-related quality of life among college students. Pediatrics, 135, 18-25. doi: https://doi.org/10.1542/peds.2014-1798        [ Links ]

Continente, X. G., Giménez, A. P., & Adell, M. N. (2010). Factores relacionados con el acoso escolar (bullying) en los adolescentes de Barcelona. Gaceta Sanitaria, 24(2), 103-108. doi: https://doi.org/10.1016/j.gaceta.2009.09.017        [ Links ]

Coutinho, M. P. L., Silva, C. M. L., & Araújo, l. S. (2009). O adolescente e o bullying no contexto escolar: um estudo psicossociológico. In: IV Conferência Brasileira Sobre Representações Sociais. Tema central: A escola Brasileira de Representações Sociais. 2-4 set. Rio de Janeiro: UERJ.         [ Links ]

Coutinho, M. P. L, Pinto, A. V. L., Cavalcanti, J. G., Araújo, L. S., & Coutinho, M. L. (2016). Relação entre Depressão e qualidade de vida de adolescentes no contexto escolar. Psicologia, Saúde & Doenças, 17(3), 28-41. doi: https://doi.org/10.15309/16psd170303        [ Links ]

Dellecave, M. R. (2013). O bullying na percepção de meninos e meninas do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. Recuperado em 14 de janeiro. 2017, de https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/107435        [ Links ]

Evans, C. B. R., Fraser, M. V., & Cotter, K. L. (2014). The effectiveness of school-based bullying prevention programs: A systematic review Show more. Aggression and Violent Behavior, 19(5), 532-544. doi: https://doi.org/10.1016/j.avb.2014.07.004        [ Links ]

Forlim, B. G.; Stelko-Pereira, A. C. & Williams, L. C. A. (2014). Relação entre bullying e sintomas depressivos em estudantes do ensino fundamental. Estudos de Psicologia, Campinas, 31(3), p. 367-375. Recuperado de: http://www.scielo.br/pdf/estpsi/v31n3/05.pdf        [ Links ]

Francisco, M. V., & Libório, R. M. C. (2009). Um estudo sobre bullying entre escolares do ensino fundamental. Psicologia: Reflexão e Crítica, 22(2), 200-207.         [ Links ]

Garbin, C. A. S., Gatto, R. C. J., & Garbin, A. J. Í. (2016). Prevalência de bullying em uma amostra representativa de adolescentes. Archives of health investigation, 5(5),256-261. doi: https://doi.org/10.21270/archi.v5i5.1701        [ Links ]

Grolli, V., Wagner, M. F., & Dalbosco, S. N. P. (2017). Sintomas Depressivos e de Ansiedade em Adolescentes do Ensino Médio. Revista de Psicologia da IMED, 9(1), 87-103. doi: https://doi.org/10.18256/2175-5027.2017.v9i1.2123        [ Links ]

Hunter, S. C., Boyle, J. M., & Warden, D. (2007). Perceptions and correlates of peervictimization and bullying. British Journal of Educational Psychology, 77(4), 797-810. doi: https://doi.org/10.1348/000709906X171046        [ Links ]

Kodish, T., Herres, J., Shearer, A., Atte, T., Fein,J., & Diamond, G. (2016). Bullying, depression, and suicide risk in a pediatric primary care sample. Crisis, 37(1), 241-246. doi: https://doi.org/10.1027/0227-5910/a000378        [ Links ]

Leão, L. G. R. (2010). O fenômeno bullying no ambiente escolar. Revista FACEVV, Vila Velha, 4, pp.119-135. Recuperado de: http://faculdadecnecbento.cnec.br/wp-content/uploads/sites/52/2015/10/O-FEN%C3%94MENO-BULLYING-NO-AMBIENTE-ESCOLAR.pdf        [ Links ]

Lisboa, C., Braga, L. L., & Ebert, G. (2009). O fenômeno bullying ou vitimização entre pares na atualidade: definições, formas de manifestação e possibilidades de intervenção. Contextos Clínicos, 2(1), 59-71. Recuperado de: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1983-34822009000100007&lng=pt&tlng=pt        [ Links ]

Monks, C. P., & Smith, P. K. (2006). Definitions of bullying: Age differences in understanding of the term, and the role of experience. British Journal of Developmental Psychology, 24(4), 801-821. doi: https://doi.org/10.1348/026151005X82352        [ Links ]

Moura, D. R., Cruz, A. C. N., & Quevedo, L. A. (2011). Prevalência e características de escolares vítimas de bullying. Jornal de Pediatria, 87(1), 19-23. doi: https://doi.org/10.2223/JPED.2042        [ Links ]

Oliveira-Brochado, F., & Oliveira-Brochado, A. (2008). Estudo da presença de sintomatologia depressiva na adolescência. Revista Portuguesa de Saúde Pública, 26(2), 27-36.         [ Links ]

Olweus, D. (2013). School bullying: Development and some important challenges. Annual Review of Clinical Psychology, 9(1), p. 751-780. doi: https://doi.org/10.1146/annurev-clinpsy-050212-185516        [ Links ]

Reppold, C. T., & Hutz, C. S. (2003). Prevalência de indicadores de depressão entre adolescentes no Rio Grande do Sul. Avaliação Psicológica [online]. Recuperado de: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S167704712003000200008

Ribeiro, K. C. S., Coutinho, M. P. L., & Nascimento, E. S. (2010). Representação social da depressão em uma Instituição de Ensino da Rede Pública. Psicologia: Ciência e Profissão, 30(3), 448-463. doi: https://doi.org/10.1590/S1414-98932010000300002        [ Links ]

Rigby, K. E. N. (2000). Effects of peer victimization in schools and perceived social support on adolescent well-being. Journal of adolescence, 23(1), 57-68. doi: https://doi.org/10.1006/jado.1999.0289        [ Links ]

Santos, L. C. S., Martins, M., Souza Filho, M.D. de, Carvalho e Martins, M. C. de, & Souza, E. M. S. del. (2013). A cultura bullying na escola a partir do olhar das vítimas.

Santos, L., Martins, M., Souza Filho, M., Martins, M., & Souza, E. (2013). A cultura bullying na escola a partir do olhar das vítimas. Estudos e Pesquisas em Psicologia, 13(1), 27-40. doi: https://doi.org/10.12957/epp.2013.7881. Recuperado de: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/epp/v13n1/v13n1a03.pdf        [ Links ]

Santos, M. M., & Kienen, N. (2014). Características do bullying na percepção de alunos e professores de uma escola de ensino fundamental. Temas em Psicologia, 22(1), 161-178. doi: https://doi.org/10.9788/TP2014.1-13        [ Links ]

Santos, J. A. D., Cabral-Xavier, A. F., Paiva, S. M., & Leite-Cavalcanti, A. (2014). The prevalence and types of bullying in 13 to 17 year-old Brazilian schoolchildren. Revista de salud publica, 16(2), 173-183. doi: https://doi.org/10.15446/rsap.v16n2.30302        [ Links ]

Silva, C. M. L. (2010). Bullying e depressão no contexto escolar: um estudo psicossociológico. Dissertação de Mestrado em Psicologia Social. Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa. Recuperado de: http://bdtd.biblioteca.ufpb.br/handle/tede/7004        [ Links ]

Silva, F. K. C. V. (2015). Bullying no ambiente escolar: percepções sobre bullying no CEM 03 de Ceilândia - Distrito Federal e possibilidades de enfrentamento. Trabalho de conclusão de curso (Especialização em Educação em e para os Direitos Humanos no Contexto da Diversidade Cultural). Universidade de Brasília, Brasília.         [ Links ]

Smith, P. K., Cowie, H., Olafsson, R. F., & Liefooghe, A. P. (2002). Definitions of bullying: A comparison of terms used, and age and gender differences, in a Fourteen-Country international comparison. Child development, 73(4), 1119-1133. doi: https://doi.org/10.1111/1467-8624.00461        [ Links ]

Serpa, A. L., & Pontes, L. A. F. (2013). Bullying escolar e sua percepção pelos alunos: um estudo do SARESP. Estudos em Avaliação Educacional, 24(54), 118-141. doi: https://doi.org/10.18222/eae245420131905        [ Links ]

Sousa, R. F. C. de (2013). Bullying: agressão e vitimização em contexto escolar: repercussão ao nível da autoestima e da depressão. Dissertação de Mestrado. Universidade Católica Portuguesa, Lisboa. Recuperado de: http://repositorio.ucp.pt/handle/10400.14/17352.         [ Links ]

Vacarri, V. L. (2012). Resiliência e bullying: a possibilidade da metamorfose diante da violência. Recuperado em 23 de setembro. 2016, da: http://bvsms.saude.gov.br/

Vieira, I. S., Torales, A. P. B., Vargas, M. M., & da Cunha Oliveira, C. C. (2016). Atitudes de alunos expectadores de práticas de bullyng na escola/Attitudes of bullying practices bystanders students at school. Ciência, Cuidado e Saúde, 15(1), 163-170. doi: https://doi.org/10.4025/cienccuidsaude.v15i1.29403        [ Links ]

Wang, J., Nansel, T. R., & Iannotti, R. J. (2011). Cyber and traditional bullying: Differential association with depression. Journal of adolescent health, 48(4), 415-417. doi: https://doi.org/10.1016/j.jadohealth.2010.07.012.         [ Links ]

Witter, G. P. (2010). Ponto de vista: Violência e escola. Temas em Psicologia, 18(1), 11-15.         [ Links ]

 

 

Endereço para correspondência:
Jaqueline Gomes Cavalcanti
Avenida Aragao e Melo, 861, Torre, João Pessoa, PB, Brasil

Recebido: Junho 12, 2018
Aceito: Dezembro 26, 2018

Creative Commons License