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TransFormações em Psicologia (Online)

versión On-line ISSN 2176-106X

TransForm. Psicol. (Online) vol.4 no.1spe São Paulo  2012

 

Artigos originais

Original articles

 

O lúdico e o agressivo na psicose infantil: contribuições da etologia à psicopatologia

 

The ludic and the aggressive in infantile psychosis: ethology contributions to psychopathology

 

 

Christian Ingo Lenz Dunker

Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo

 

 

Para Mathias Que até então ainda não era ...

 

Nota introdutória

O texto que se segue compreende o resumo e a discussão dos resultados de minha dissertação de mestrado apresentada ao departamento de Psicologia Experimental do Instituto de Psicologia da USP, sob orientação da professora Emma Otta, em 1991. Entrei no mestrado ainda cursando o quinto ano do curso de psicologia do IPUSP, dando continuidade a uma pesquisa iniciada no segundo ano do curso, na antiga disciplina de Psicologia Comparativa e Animal. Defendi a dissertação um ano e meio depois de formado. Naquele tempo um estudo etológico observacional cruzando categorias da psicanálise era algo bastante improvável do ponto de vista metodológico e deveras suspeito epistemologicamente. Esta é a primeira publicação deste estudo.

 

Introdução

Onze crianças entre sete e onze anos, diagnosticadas como psicóticas foram sujeitos de um estudo observacional, visando a descrição e ocorrência dos comportamentos de agressão e brincadeira turbulenta. As crianças pertenciam a duas instituições especializadas. Aos critérios de Blurton-Jones (1967) para brincadeira turbulenta novos foram acrescidos, bem como variáveis de contexto. Assumimos a hipótese de que a brincadeira turbulenta é uma forma de simbolização que eventualmente possui um papel relevante na formação e na unificação do eu, tal como apresentada na concepção do Estádio do Espelho apresentada pelo psicanalista Jacques Lacan.

Problemas metodológicos ligados à descrição na Etologia e na Psiquiatria são discutidos, assim como a tradição nosológica envolvida. Sugerimos que a observação etológica possui papel análogo ao que a etnologia oferece ao antropólogo. Contribuições da Antropologia e da Psicanálise foram utilizadas na articulação dos resultados. Nestes verificou-se que:

1. Meninos interagem, de maneira geral, mais do que as meninas.

2. Entre as meninas, a brincadeira turbulenta foi mais frequente do que a agressão.

3. Entre os meninos não se observou o mesmo.

4. Os meninos agridem com mais frequência do que as meninas.

Diferenças individuais foram grandes. Há modos preferenciais para a agressão (física) e para a brincadeira turbulenta (diferente entre os sexos). Oposições entre os dois comportamentos foram constatadas tanto quanto para padrões motores quanto para frequência. Essa oposição foi analisada para demonstrar uma estrutura interna aos dois comportamentos, sugerindo uma oposição dialética entre símbolo e imagem. Formulamos a hipótese de que o comportamento se estrutura como uma linguagem. 2. Conclusão: Análise Estrutural dos Resultados

"Assim, a debilidade dos membros infantis é inocente, mas não a alma das crianças. Vi e observei uma, cheia de inveja, que ainda não falava e já olhava, pálida, de rosto colérico, para o irmãozinho colaço." S. Agostino – Confissões 1º capto. VII

Apresentamos aqui resumidamente as indicações levantadas por nossa pesquisa com relação ao grupo estudado.

Os meninos interagem, tanto turbulentamente quanto agressivamente, mais que as meninas. Os meninos ainda brincam turbulentamente tanto quanto agridem. Entre as meninas ouve uma supremacia clara da brincadeira turbulenta sobre a agressão. Há, no entanto, grandes diferenças individuais. Ao contrário do que o estilo de intervenções dos adultos parece indicar as crianças mais turbulentas não são as mais agressivas e vice-versa. O adulto intervém preferencialmente em interação entra meninos não discriminando se trata de uma brincadeira turbulenta. O tipo de relação preferencial é a díade, entre coetâneos do mesmo sexo.

Pudemos ainda constatar que na que na brincadeira turbulenta entre meninos estes preferiam o "engalfinhamento amistoso", seguido pela "luta simulada" e pelo "contato físico violento". Já entre as meninas observou-se inusitada preferência pelo "contato físico violento" seguido pelo "engalfinhamento amistoso" e pela "luta simulada". Já a agressão demonstrou-se muito pouco frequente entre as meninas. Entre os meninos sobressaiu-se a "agressão física" seguida pela "agressão verbal" e pela" tentativa de agressão".

Quanto ao sentido da evolução dos comportamentos notamos que a brincadeira turbulenta evoluiu com muito maior intensidade para a agressão do que o contrário. Há diferenças individuais que dispõe sobre a condição de sujeito e de alvo na relação.

Quanto à idade notou-se uma preferência por coetâneos se tomarmos as interações em geral. Discriminando-se para o comportamento e para os sexos encontramos a seguinte distribuição. Na brincadeira turbulenta entre meninos a preferência é por coetâneos, seguida por crianças menores, pelos adultos e pelos maiores. Na agressão entre meninos a preferencial foi coetâneos, seguida por adultos, por crianças maiores e finalmente menores. Na brincadeira turbulenta entre as meninas a preferencial foi por coetâneos, seguida pelo adulto, pela criança menor e pela criança maior. Na agressão entre meninas a preferencial foi por coetâneos seguidos por crianças maiores.

Analisando as partes do corpo envolvidas preferencialmente em um e outro comportamento vimos que a brincadeira turbulenta entre meninos implicava o contato com a cabeça e com o tórax preferencialmente, seguidos pelos braços, mãos, barriga, ombro, pernas e pescoço e costas. Na agressão entre meninos a preferencial se estabeleceu em torno da cabeça, seguida pelas costas, braços e pernas, mãos e barriga e pescoço. Na brincadeira turbulenta entre as meninas as costas foram o alvo principal, seguidas pelo traseiro, barriga, mãos e braços e tórax.

 

3. A Função do Corpo na Psicose

Se há uma questão na psicose infantil esta pode passar pelo seguinte: o que é o corpo? Observamos que entre nosso sujeito o corpo parece constituir antes de tudo um objeto, um objeto instrumental de oferecimento ao outro.

Inúmeras vezes constamos crianças que brincam com o corpo do companheiro, manipulando-o, explorando-o, como se de fato ele constituísse uma "coisa". Tocando ritualisticamente e até machucando o próprio corpo essas crianças nos chamaram a atenção por um lado devido a repetição de peculiares movimentos e por outro pela parcialização do corpo em suas relações. Perguntar por um corpo não diz respeito ao fazer com ele, mas sim a como garanti-lo no tempo (repetição) e no espaço (parcialização). Corpus segundo a concepção de Aristóteles (Física) alude a um todo, a um uno. É esse uno que se tem por referencia quando se fala tão exaustivamente em "desintegração" ou "fragmentação" esquizofrênica, o ainda em "cisão" psicótica.

A partir da separação entre a ordem da imagem e a ordem do símbolo postulamos que esta unidade ao qual o corpo teoricamente responde só pode ser dada em nível da imagem e da percepção se tomamos o problema de forma mais geral. É na articulação do espaço e do tempo que nos surge a ideia de um espaço continuo, isto é, de que não há vazios no mundo físico.

Nossas observações surgem que esta não é uma noção tão clara assim para a criança psicótica. Pensamos na premissa visual do ser humano na sua infância, é necessário que num dado momento ele deduza a existência de algo que não pode ver, que esta além da imagem, para que daí possa ascender ao símbolo. Isto é, como dar conta da invisibilidade do corpo, de suas censuras, seus buracos que indicam não o seu interior, mas essencialmente uma descontinuidade espacial, um momento de ruptura da imagem.

A cabeça apareceu em nossa pesquisa como parte mais requisitada, tanto na agressão quanto na brincadeira turbulenta. Não seria ela a região primordial de concentração dessas fendas, com os olhos a boca, o ouvido e as narinas?

Ora, para construir-se a si mesmo como um todo é necessário que a criança tenha noção de si a partir do outro, ou a partir de outro tomado como espelho, pois a partir de si a criança só tem acesso a parcialmente perceptivas (não podemos ver nosso corpo todo ao mesmo tempo). As imagens do próprio corpo precisam ser reunidas por um ponto qualquer externo ao sujeito.

Nota-se que tal ideia se referia, por exemplo, no tema básico da alucinação paranóica; ser observado, ser seguido pelo olhar do outro e mesmo ser perseguido por ele.

Mas o que ocorre com a criança no seu olhar? Nossa observação faz supor que se trata de um olhar que não olha. Notadamente na brincadeira turbulenta o olhar da criança parece perdido, desfocado de seu parceiro, é um olhar que por visar o todo não alcança nada. Na agressão, ao contrario, o olhar visa uma parte do corpo. Trata-se de um olhar que decompõe, que parcializa. Visando capturar o ponto de passagem entre o visível e o invisível, tanto o olhar da brincadeira turbulenta quanto o da agressão se perde numa escopia infinita.

Entendemos que na psicose a passagem do modo primário da linguagem (por imagens) ao modo secundário (por símbolos) encontra-se comprometida. Como diz Lacan (1985):

"O sujeito por não poder restabelecer de maneira alguma o pacto do sujeito com o outro, por não poder fazer uma mediação simbólica qualquer entre o que é novo e ele próprio, entra em outro modo de mediação, completamente diferente do primeiro, substituindo a mediação simbólica por um formigamento, por uma proliferação imaginaria..." (p. 104)

 

4. O Avesso do Corpo

Um movimento que observamos com razoável frequência entre os sujeitos desta pesquisa poderia ser denominado de exploração das fendas corporais. Não apenas na boca, mas no nariz e no ouvido era comum ver uma criança introduzir e retirar objetos. Sua expressão nesses momentos era de júbilo ou de curiosidade diante do desaparecimento e aparecimento do objeto. Mesmo júbilo observado por Piaget (1978) na criança diante do reencontro de um objeto momentaneamente obstruído por um anteparo.

A agressão visa sempre uma parte específica do corpo, a brincadeira turbulenta, ao contrário, parece tomar o corpo como um todo. Reencontramos aqui, a ideia de Chance (1974) de que o modo agonístico está sobre a égide do corte (cut off) e o modo hedonístico, do contato. Nota-se que o modo de brincadeira turbulenta foi o que denominamos engalfinhamento amistoso, que compreende uma interface generalizada entre os corpos dos parceiros, quando rolam pelo chão.

Assim como na questão do olhar, de novo a brincadeira turbulenta se relaciona ao todo corporal e a agressão à parte. O ritual de desaparecimento põe em jogo a incorporação de uma parte no lugar daquilo que falta ao corpo, em imagem, para fazê-lo todo. A curiosidade sobre as bordas corporais pode aludir a seguinte pergunta: o que vai no lugar disso que eu não posso ver? O júbilo está presente no momento da passagem; não quando o objeto, por exemplo, está dentro da boca ou fora dela. O júbilo unificatório exige repetição da experiência. Reencontramos aqui a concepção de que brincar corresponde a "movimento de passagem do ser" precursor da simbolização.

Na psicose infantil, esses objetos correspondem, portanto, a um avesso do corpo, ou seja, a imagem daquilo que lhe falta. A essência deles diz respeito ao circuito escópico, pois onde não é o corpo todo do que se trata, mas formas fundamentais neles inscritas; lembrem-nos da mancha do cara pau estudada por Lorenz (1966) ou da estampagem, conforme Manning (1979) a questão relativa a este objeto-mancha diz respeito tanto ao tempo (ponto crítico do imprinting) quanto ao espaço (Gestalt específica).

As diferenças individuais podem ser explicadas por esta oscilação entre o oferecimento como objeto e o exercício temporal das passagens. Por outro lado; o equilíbrio geral na frequência dos dois comportamentos entre os meninos, sugere que estes dois modos estão sincronizados no grupo.

A repetição e a parcialização formulam dois princípios de um sistema de signos comportamentais. A repetição fornece a temporalidade na ordem do significante e a gramática na ordem do significado. A parcialização fornece a espacialização na ordem do significante e a semântica na ordem do significado. Na brincadeira turbulenta, encontramos a repetição; na agressão a parcialização.

 

5. A Repetição:

Observamos que muitas crianças de nossa pesquisa permaneciam em uma repetição contínua de uma única atividade, como o balançar, a movimentação estereotipada dos dedos, ou o espalhamento dos brinquedos, ou a divisão ad infinitum de um pedaço de papel ou de planta. Tratava-se de uma repetição automática, aparentemente incontrolável e contemplativa. Interessantemente, essas mesmas crianças tinham uma atitude peculiar com relação aos comportamentos estudados. Todas elas, brincavam muito pouco turbulentamente e quando agrediam o faziam a de modo característico. Repentinamente, iniciavam uma ação motora muito violenta e intensa; nesses momentos dificilmente eram acalmadas, além disso, eram crianças que falavam pouco.

A repetição, inscrita na temporalidade produz um júbilo na passagem entre o antes e o depois, entre ainda e a volta do balanço, que faz alternâncias na imagem, não na sua representação. Eram crianças para as quais não havia como se. É interessante lembrar que a brincadeira turbulenta típica dos bosquímanos estudados por Konner (1981) era evocada primordialmente por um indivíduo que se fingia de animal. Ela era mesmo instigada pela metaforização da imagem ("como se eu fosse um animal") há um momento criativo.

Na psicose infantil, ao contrário, a semântica do comportamento não é essencialmente poética, como se demonstrou ser para os bosquímanos; e sim a repetição de um mesmo e estando o júbilo na igualdade e não na diferença entre a imagem e o símbolo, entre a presença e a ausência.

Neste modo de repetição, encontramos o olhar da fascinação, o olhar que não olha da brincadeira turbulenta. Não hesitaríamos em dizer que estas atividades de repetição são um deslocamento da função significante da brincadeira turbulenta; daí os dois tempos da repetição, onde o corpo é primeiro objeto que passa pela experiência do tempo permitindo o reencontro entre eles, o júbilo e a fascinação. Comparemos os significantes corporais dos comportamentos demonstrados como estas atividades de repetição são relacionados à brincadeira turbulenta:

 

 

Há, portanto, uma oposição ponto a ponto entre agressão e repetição e ao mesmo tempo uma diminuição ou ausência de brincadeira turbulenta. O perfil encontrado em nossas pesquisas indica que crianças psicóticas, assim como crianças desta idade em geral, descritas fartamente, preferem coetâneos, do mesmo sexo, em configuração de díade. Trata-se de uma relação em espelho, subsidiária do processo de simbolização. A brincadeira turbulenta surge depois da agressão na ontogenia, ou seja, a imagem é necessariamente anterior a sua simbolização. Isso explica também porque tanto na bibliografia (Carvalho, 1986), quanto em nossa pesquisa, a brincadeira turbulenta evolui para a agressão e não o contrário. O processo turbulento enquanto incipiente simbolizador é frágil, implicando acesso a uma gramática das significações do agir (do fingir a mentira), a agressão por sua parte demanda apenas mais imagens.

 

6. A Parcialização

Vimos que a agressão, no contexto do imaginário visa resgatar no outro a parte de si mesmo alienada. Conforme Lacan (1985):

"(..) a tensão agressiva deste eu ao outro está absolutamente integrada a todas espécie de funcionamento imaginário do homem."

Se na brincadeira turbulenta a repetição visava à hipérbole da presença do objeto a agressão de dirigirá à hipérbole do desaparecimento. A agressão é iminência do desaparecimento. Encontra-se justificada a divisão proposta por Cabas (1988) e discutida no capítulo II, acerca das psicoses de ausência e psicoses de presença. Nas primeiras há um deslocamento da brincadeira turbulenta, na segunda, da agressão.

O tema do desaparecimento e da ausência é uma referência também em temas da psicose adulta, principalmente esquizofrênica onde se encontra a iminência de dissolução do corpo e da alma além de fantasias escatológicas e apocalípticas. Pensamos num dos motivos clássicos da psicose, qual seja a ideia de que o corpo está sendo transformado numa máquina. O "delírio tecnológico" demonstra como nossa cultura oferece elementos para a enunciação de uma dialética entre as partes da máquina e aquilo que a configura, a repetição. O que mais além de uma máquina pode ser desmontado, feito em pedaços, parcializado? E o que mais além de uma máquina expressa a ideia de uma repetição pura, formal, sem sentido?

A relação entre a agressão e a constituição do objeto na sua face espacial pode ser exemplificada no antigo paradoxo proposto por Zenão de Eléia para refutar a tese aristotélica acerca do movimento. Nele Aquiles (notável corredor) e uma tartaruga (símbolo da morosidade) travam uma corrida onde o herói grego concede 10 metros de vantagem ao quelônio. A partir desta vantagem torna-se impossível a Aquiles alcançar a tartaruga, pois quando este alcançar a posição de partida dela ela terá andado um pouco além. E quando ele alcançar esta posição novamente a tartaruga terá se locomovido. Pelo paradigma de que existem infinitos pontos entre dois pontos é impossível a ultrapassagem. O fato é que há um limite perceptivo entre presença e ausência.

Observamos que entre nossas crianças algumas tinham a sua frequência de agressão diminuída e ao mesmo tempo mantinham níveis razoáveis de brincadeiras turbulentas. Uma delas se notabilizava por dividir os pedaços de seu lanche antes de comê-los. Outra parecia ter um especial apreço por quebrar janelas e vidros em geral. Olhando depois disso, com expressão de júbilo para os pedaços. Essa mesma criança, certa vez toma uma garrafa e joga-a no chão espatifando-a. Em seguida calca o pé em cima de um dos cacos com expressão de júbilo produzindo um profundo corte. Uma semana depois repete a operação servindo-se de uma porcelana. Outra criança se via acometida por uma fascinação pela caneta do observador. De maneira geral, e isso foi apresentado por outros pesquisadores, é comum na psicose a existência de objetos fetichizados, que assumem uma importância "mágica". Neste grupo encontramos uma incidência da brincadeira turbulenta diferente da mais comum. Aqui ela primava por ser coletiva (o perfil é em forma de díade ou de perseguição).

 

 

Tomamos os significantes comportamentais e vemos que eles dizem respeito a uma espacialidade, ao mesmo tempo que sua significação parece ser semântica (aspecto mágico ou sagrado do objeto). Comparemos a incidência da brincadeira turbulenta com essa atividade que chamamos de parcialização:

Novamente podemos deduzir um deslocamento da agressão para a parcialização, assim como vimos um deslocamento da brincadeira turbulenta para a repetição. Na parcialização há uma supremacia do processo semântico, o objeto sem articulação; e por outro da espacialização.

Portanto, nossa hipótese de que há um predomínio da linguagem icônica na psicose e que no interior desta o comportamento se estrutura como se estrutura esta linguagem, uma dialética da ausência e da presença de uma posição entre seus significantes comportamentais, fica parcialmente demonstrada...

 

Referências

Aristóteles (1973) Física. in Coleção Os Pensadores, Abril Cultural, São Paulo.         [ Links ]

Blurton-Jones (1967) An ethological study of some aspects of social behaviour of children in nursery school. In Primate Ethology Ed. Desmond Morris Weinfeld and Nicolson, Londres.         [ Links ]

Cabas, A. G. (1988) A Função do Falo na Loucura. Papiros, Campinas.         [ Links ]

Carvalho, Ana Maria Almeida. (1986) Brincar juntos, natureza e função da interação entre crianças. In Ades, C. (org.) Etologia de Animais e Homens, Edicon, São Paulo.         [ Links ]

Chance (1974) Sociedades Hedônicas e Sociedades Agonísticas entre Primatas. In Coleção Por uma Antropologia Fundamental – a Unidade do Homem. Vol III Cultrix, Edusp, São Paulo.

Konner (1981) Etologia de um povo que vive da caça e da coleta. In Blurton Jones, N. Estudos Etológicos do Comportamento da Criança, Pioneira.         [ Links ]

Lacan, J. (1945) El Estádio del espejo como formador de la función del Yo (Je) tal como se nos revela em la experiência psicanalítica. In Escritos, Sglo XXI, Buenos Aires, 1988.         [ Links ]

Lorenz (1966) On Agression. Methuen, London.         [ Links ]

Manning (1979) Introdução ao Comportamento Animal. Livros Técnicos e Científicos, Rio de Janeiro.         [ Links ]

Piaget (1978) A Formação do Símbolo na Criança. Zahar, Rio de Janeiro.         [ Links ]