SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.10 número3Percepção dos profissionais para implantação do teste rápido para HIV e Sífilis na Rede CegonhaA psicologia clínica e o sujeito da contemporaneidade índice de autoresíndice de assuntospesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Revista Psicologia e Saúde

versão On-line ISSN 2177-093X

Rev. Psicol. Saúde vol.10 no.3 Campo Grande set./dez. 2018

http://dx.doi.org/10.20435/pssa.v10i3.695 

ARTIGOS

 

Violência contra mulher no namoro: percepções de jovens universitários

 

Violence against women in dating: perceptions of university students

 

Violencia contra la mujer en el noviazgo: percepciones de los estudiantes universitarios

 

 

Tatiana Machiavelli Carmo SouzaI; Tainara Evangelista PascoaletoII; Nayra Daniane MendonçaIII

IProfessora Adjunta III na Universidade Federal de Goiás no curso de Psicologia/Regional Jataí e no Programa de Mestrado em Psicologia/Regional Goiânia. É Doutora e Mestre em Serviço Social pela Unesp/Franca; Especialista em Psicopedagogia; e possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal de Uberlândia. Apresenta experiência profissional em Processos Psicossociais, atuando principalmente nos seguintes temas: sociedade, políticas públicas, subjetividade, psicologia social, gênero e violência. E-mail: tatimachiavelli@yahoo.com.br
IIGraduanda em Psicologia pela Universidade Federal de Goiás, Regional Jataí. E-mail: tainara_pascoaleto@hotmail.com
IIIPsicóloga, graduada pela Universidade Federal de Goiás (UFG)/Regional Jataí. Coordenadora comunitária do projeto de extensão universitária InterAções: Psicologia tecendo redes e saberes; e integrante da comissão para a constituição do Núcleo de Relações de Gênero e Étnico-raciais, ambos da referida universidade. Capacitada pela Secretaria Cidadã do estado de Goiás para trabalhar com a temática de gênero. Atua na qualidade de pesquisadora e palestrante frente ao fenômeno de violência contra mulheres. Trabalha como psicóloga no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS)/unidade Mauro Bento, no município de Jataí, GO. E-mail: nayradaniane@hotmail.com

Endereço de contato

 

 


RESUMO

O estudo buscou investigar a violência contra mulheres no namoro de estudantes universitários. Foi realizada pesquisa quanti-qualitativa com uso de questionário online. A amostra (n=47) foi composta por sujeitos do sexo masculino, maiores de 18 anos e heterossexuais. Verificou-se que os participantes identificaram mais facilmente como violento os comportamentos que acarretavam danos visíveis ou corporais. A violência física foi a forma mais reconhecida, em contrapartida, as ofensas de caráter subjetivo foram as mais prevalentes, apesar de menos percebidas como abusivas. As violências moral e psicológica foram evidenciadas como as formas de violência contra mulheres mais presentes no namoro dos participantes, seguidas pelas sexual, física e patrimonial, respectivamente. Os atos agressivos causadores de danos corporais e materiais foram os menos praticados nos relacionamentos dos sujeitos, o que pode ter relação com o reconhecimento dos mesmos como comportamentos violentos.

Palavras-chave: violência de gênero, relacionamento afetivo-sexual, universidade


ABSTRACT

The study sought to investigate violence against women in the dating of University students. Quantitative and qualitative research was conducted using a questionnaire online. The sample (n = 47) was composed by male subjects over 18 years and heterosexual. It was found that participants identified more easily as the violent behaviors that entailed visible damage or body. Physical violence was the most recognized, however, the offence of subjective character were the most prevalent, although less perceived as abusive. The moral and psychological violence were highlighted as the forms of violence against women more present in the dating of the participants, followed by sexual, patrimonial and physics,

Keywords: gender violence, affective-sexual relationship, university


RESUMEN

El estudio trató de investigar la violencia contra mujeres en el noviazgo -de estudiantes universitarios-. Fue realizada una Investigación cuantitativa y cualitativa - mediante un cuestionario on line -. La muestra (n = 47) fue compuesta por sujetos masculinos con más de 18 años y heterosexuales. Se encontró que los participantes identificaron más fácilmente como comportamientos violentos a aquellos que dejan daños visibles o corporales. La violencia física fue la más reconocida, sin embargo, las ofensas de carácter subjetivo fueron las más frecuentes, aunque son las menos percibidas como abusivas. La violencia moral y psicológica se destacaron como las formas de violencia contra la mujer más presente en los noviazgos de los participantes, seguidos de la sexual, física y patrimonial, respectivamente. Los actos agresivos que causan lesiones físicas y materiales fueron los menos practicados en las relaciones de los sujetos, lo que puede estar relacionado con el reconocimiento de ellos como comportamiento violento.

Palabras clave: violencia de género, relación afectiva-sexual, universidad


 

 

Introdução

O enfrentamento da violência, nas suas diversas expressões, é um dos maiores desafios para a saúde pública mundial. Em todos os contextos, ações hostis originam-se de interações sociais em que indivíduos demonstram maior força e poder sobre outros. Pessoas de todos os sexos podem sofrer ou cometer atitudes agressivas, entretanto, em relacionamentos sexuais afetivos, sabe-se que as mulheres são as maiores vítimas e os homens são os principais autores (Minayo, Assis, & Njaine, 2011). No Brasil, poucos estudos foram realizados sobre violência contra mulheres no namoro e a escassa produção literária sobre o assunto fomenta sua invisibilidade social no país. Além disso, outras questões também contribuem para a falta de reconhecimento, a exemplo, o termo "violência" estar relacionado culturalmente à criminalidade, prejudicando a identificação quando cometida por pessoas com vínculo íntimo de afeto, como os parceiros afetivos-sexuais. Mesmo quando não identificado, o fenômeno caracteriza-se como problema social que inegavelmente demanda investigações e intervenções (Barreira, Lima, Bigras, Njaine, & Assis, 2014).

A assimetria nas relações de poder entre homens e mulheres, fundamentada pela hegemonia patriarcal, resulta em condutas violentas direcionadas majoritariamente a elas. Pelo mesmo fator, dada a desigualdade de gênero na sociedade, as ações tendem a ser intensificadas nas relações afetivas heterossexuais (Bernardes, 2014). A perspectiva sócio-histórica, assim como as teorias feministas, enfatiza a desigualdade de gênero presente em modelos culturais instaurados na sociedade - o patriarcado - como elemento que instaura o surgimento da violência e sua banalização (Gomes, 2011). Dessa maneira, entende-se que as posturas e comportamentos são desempenhados, reafirmados e naturalizados de acordo com a cultura, história de vida e o contexto em que o indivíduo está inserido (Cortez, Souza, & Queiroz, 2010).

Pesquisa realizada por Minayo et al. (2011), em dez cidades brasileiras, com 3.205 adolescentes do sexo feminino e masculino, evidenciou que a ideologia patriarcal, mesmo que arcaica, ainda subsidia pensamentos presentes no padrão de amor vivenciado pela juventude contemporânea, facilitando a naturalização de alguns tipos de violências, como os comportamentos hostis derivados da convicção de posse da parceira (controle, cerceamento, etc.). Nestas relações, também foram notados resquícios do modelo de amor romântico - predominante na sociedade durante o século XIX -, e caracterizado como egoísta e individualista, com vista apenas na felicidade pessoal.

No namoro, a violência se constitui de forma multicausal e está intimamente ligada a fatores culturais, familiares e pessoais (Murta, Santos, Martins, & Oliveira, 2013; Murta et al., 2016). É um fenômeno frequente e vem aumentando de forma habitual em todas as classes sociais, evidenciando que não surge apenas com a efetivação do casamento, união estável ou coabitação (Beserra et al., 2015). Dentre as políticas para enfrentamento, a Lei 11.340 (Brasil, 2006), popularmente conhecida como Maria da Penha, tipifica cinco diferentes formas de violência contra mulheres, sendo elas: psicológica, moral, patrimonial, sexual e física, distinguindo-se pelo comportamento praticado e o dano causado, ainda que possam ocorrer concomitantemente. Conceitualmente,

... a violência psicológica caracteriza-se por qualquer conduta que cause danos emocionais e diminuição da autoestima, visando ... controlar ações, mediante a ameaça, intimidação, ..., e limitação do direito de ir e vir ...; a moral determina-se por qualquer conduta que configure calúnia e/ou difamação ...; a patrimonial configura-se por qualquer conduta que configure retenção, subtração ou destruição de objetos pessoais ..., a sexual define-se como qualquer conduta que anule e/ou limite seu poder de exercer liberdade sexual ..., e sobre a violência física entende-se qualquer conduta que ofenda a integridade ou saúde corporal (Lei 11.340, 2006).

Além das violências física, sexual, patrimonial, psicológica e moral já tipificadas pela legislação brasileira, o Center for Disease Control and Prevention (2007) elenca a perseguição ou stalking como uma forma de assédio ou tentativa de ameaças indesejadas e que causam medo na vítima como uma das violências presente nos namoros. As violências que tangenciam a dimensão psicológica (afetivas, morais e assédios) são as mais presentes no namoro (Minayo et al., 2011).

Usualmente, nos relacionamentos, os atos agressivos ocorrem em um ciclo de violência. A princípio, ofensas psicológicas e emocionais vão sendo cometidas através de insultos, humilhações e/ou intimidações, gerando conflitos e caracterizando o período de tensão. Em seguida, os incidentes de depreciação e inferiorização da mulher se intensificam, incluindo ameaças e resultando no episódio agudo do fenômeno cuja violência física se faz presente. Em momento posterior, o homem tende a se mostrar arrependido e a ficar mais amoroso na relação; por meio de promessas, propõe mudanças em seus comportamentos, fase denominada lua-de-mel (Lucena et al., 2012). O ciclo ocorre de modos diferentes em cada relacionamento, visto que existem inúmeras formas de violentar e agredir que podem ser incorporadas em cada fase de maneira sutil, tendendo a maior violência, frequência e intensidade no decorrer da relação (Mizuno, Fraid, & Cassab, 2010; Fonseca, Ribeiro, & Leal, 2012).

Dentre os fatores de risco para a violência no namoro destacam-se a crença de que a violência no relacionamento é aceitável; depressão, a ansiedade e sintomas relacionados à agressividade; o uso de substâncias ilícitas; ter atividade sexual precoce; ter amigos que vivenciam violência nos relacionamentos afetivos; vivenciar violência intrafamiliar e doméstica; não saber manejar a raiva e ciúmes (Center for Disease Control and Prevention, 2007). Somado a esses aspectos, Earnest e Brady (2016) acrescentam que o sentimento de insegurança na escola e cuidados precários recebidos por pais são elementos fortemente vinculados à prevalência da violência no namoro. É certo que a violência no namoro pode ser prevenida a partir de ações educativas e sociocomunitárias.

Estima-se que cerca de 10% dos jovens nos Estados Unidos das América (EUA) sejam vítimas de violência física no namoro (Centers for Disease Control and Prevention, 2012). Já James, West, Deters, e Armijo (2000) apontam em 25% dos namoros na adolescência são recorrentes violências físicas e psicológicas. No Brasil, a Fundação Perseu Abramo (2001) estima que entre 2% a 12% dos relacionamentos afetivos sexuais entre jovens sejam marcados pela violência. Os atos violentos nas relações sexuais-afetivas resultam em agravos à saúde, mesmo quando não reconhecidos (Minayo et al., 2011). Altas taxas de ideação suicida em jovens de ambos os sexos, doenças sexualmente transmissíveis, gravidezes indesejadas e outros problemas com efeitos prejudiciais à vida são evidenciados pela literatura (Randle & Graham, 2011). Conforme estimativas divulgadas pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP, 2011), a violência contra mulheres é responsável por mais mortes de pessoas do sexo feminino com idades entre 15 e 44 anos do que doenças como câncer, malária, AIDS, problemas respiratórios, metabólicos, infecciosos, ou, ainda, acidentes de trânsito e guerras.

Atualmente, ainda que existam as políticas nacionais que objetivam o enfrentamento da violência contra mulheres, os elevados índices de feminicídios comprovam a fragilidade dos mecanismos, que não ofertam efetivas garantias de prevenção e coibição das agressões. No Brasil, estima-se que são agredidas, violentamente, cinco mulheres a cada dois minutos e, de cada dez mulheres, uma já teria sido espancada alguma vez durante a vida (Fundação Perseu Abramo, 2010). Barreira et al. (2014), em pesquisa com jovens, identificaram prevalência de 83,9% de violência no namoro. Essa disparidade pode estar relacionada à dificuldade dos jovens em nomear e identificar a violência e às diferentes metodologias abordadas nos estudos.

Ainda que os estudos populacionais referentes às temáticas de relações de gênero e violência contra mulheres, bem como pesquisas operacionais de serviços e programas contribuam para a implementação e/ou fortalecimento de redes de enfrentamento, os mesmos são escassos no país (Murta et al., 2013; Murta et al., 2016; Souza & Souza, 2015). O município de Jataí, estado de Goiás (GO), lócus dessa pesquisa, apresenta alto índice na escala nacional (82°) e estadual (8°) de feminicídio (Waiselfisz, 2015). Visto isso, o presente estudo buscou investigar as agressões cometidas por universitários em relacionamentos afetivo-sexuais e suas percepções sobre violência contra mulheres no namoro.

 

Metodologia

Delineamento da pesquisa

Tratou-se de uma pesquisa empírica pautada na metodologia quanti-qualitativa (Minayo, 2000).

Local

O lócus do estudo foi a Universidade Federal de Goiás/Regional Jataí (UFG).

Procedimento

Foi enviado e-mail às coordenações de todos os 25 cursos da universidade com solicitação de reenvio aos estudantes. A mensagem continha o link para o instrumento de obtenção de dados. A pesquisa também foi divulgada em redes sociais, sendo acessada e respondida por 106 pessoas. A utilização do recurso digital deu-se com o intuito de possibilitar maior alcance do número de participantes.

Participantes

Foram aplicados os critérios de inclusão e exclusão da amostra. Os participantes deveriam ser pessoas do sexo masculino, com idade igual ou superior a 18 anos, autodeclarados heterossexuais, regularmente matriculados na referida universidade no primeiro semestre de 2017 e que vivenciavam um relacionamento afetivo-sexual (namoro). Após a adequação aos critérios, a amostra foi composta por 47 sujeitos.

Instrumento

Foi utilizado questionário eletrônico1 dividido em três partes. O primeiro segmento do questionário foi composto por informações sociodemográficas, com perguntas referentes a hábitos violentos na relação afetiva apresentadas com alternativas de múltipla escolha. Para analisar o conhecimento dos jovens a respeito dos tipos de violência contra mulheres utilizou-se de medidas em escala Likert. A escala avaliava o grau de concordância do entrevistado com relação a comportamentos que poderiam ser caracterizados como violentos. Ademais, concepções patriarcais e machistas difundidas na sociedade também foram averiguadas pela escala mencionada.

No segundo, buscou-se obter informações acerca das vivências dos participantes a respeito dos abusos e violências possivelmente praticados em seus relacionamentos afetivos. Foram disponibilizadas afirmações contendo distintas situações de violências cometidas no namoro. Cada afirmação referia-se propositalmente a um tipo de violência (psicológica, moral, física, patrimonial e sexual), que foram apresentadas separadamente e aleatoriamente nas frases. A finalidade era de que os participantes, após lerem a afirmação dada, assinalassem somente uma resposta das três opções contidas (Sim; Não; Não Sei) para que fosse possível identificar quais tipos de violência já haviam cometido em suas respectivas relações.

No terceiro segmento, almejou-se analisar o entendimento dos sujeitos a respeito das distintas formas de violências praticadas contra mulheres. Foram disponibilizadas afirmativas contendo situações que exemplificavam condutas agressivas. Em seguida, foi solicitado que os participantes assinalassem alternativas que correspondiam a seu grau de concordância tanto em relação à conduta agressiva com a parceira quanto ao que consideravam como sendo uma violência contra a mulher (Concordo Totalmente; Concordo Parcialmente; Não Concordo, Nem Discordo; Discordo Parcialmente; Discordo Totalmente). Para fins de análise, foram contabilizados apenas o que assinalaram "Concordo Totalmente".

Análise de dados

Os dados quantitativos foram analisados por meio de estatística descritiva e discutidos qualitativamente a partir do referencial teórico adotado. Os dados foram tabulados em planilha eletrônica. Os tipos de violência contra mulheres mais cometidos foram identificados por meio de respostas de múltipla escolha. O conhecimento acerca das diversas formas de abusos e a reprodução da ideologia patriarcal foi analisado utilizando cálculos estatísticos e observando as respostas mais frequentes inseridas na escala. Por fim, problematizou-se o fenômeno sob a ótica da perspectiva sócio-histórica e das teorias feministas (Minayo, 2001).

 

Resultados e discussões

A amostra foi composta majoritariamente por sujeitos pertencentes a aérea de Ciências Agrárias (n=16, 34%); com faixa etária entre 20 a 23 anos (n=30, 63,8%). Quanto à residência, a maior parte (n=26, 55,3%) morava com os familiares e uma parcela possuía emprego remunerado (n=16, 34%) ou era beneficiária das bolsas concedidas pela universidade (n=12, 25,5%), sendo estas, auxílios alimentação, moradia e pesquisa, conforme disposto na tabela 1.

Quando expostos a situações-problema que afirmavam a prática de comportamentos violentos realizados em desfavor da parceira, os participantes, na maior parte das vezes (78,46%), as negaram. Foi possível inferir que a maior parcela (78,3%) dos sujeitos tinha a crença de que não havia sido agressivo em seus relacionamentos. Como se pode ver na Tabela 2, os que responderam positivamente às circunstâncias disponibilizadas apontaram a ocorrência de violência psicológica (46,8%) e moral (31,9%) em maiores proporções, seguida pela violência sexual (40,4), física (8,5%) e patrimonial (2,1%), respectivamente.

Notou-se maior prevalência da violência psicológica, visto que 46,8% (n=22) dos sujeitos assinalaram já ter investigado ou questionado reiteradamente a namorada acerca dos lugares que ela frequentava e 4,3% (n=2) ameaçaram cometer agressão física contra a parceira. Estes dados corroboram com os achados de Minayo et al. (2011) ao verificarem que 85,3% dos jovens apontaram a violência psicológica como a forma de agressão mais vivenciada nos relacionamentos sexuais-afetivos. Diferentemente, Cecchetto, Oliveira, Njaine, e Minayo (2016), em estudo feito em dez cidades brasileiras, com adolescentes do sexo masculino, apontaram a agressão física como a principal forma de violência cometida em relacionamentos sexuais-afetivos. Entretanto, os abusos psicológicos foram evidenciados por esses jovens como recurso que o homem poderia dispor para garantir sua autoridade e supremacia, causando impactos tão ou mais nocivos que a violência física.

A juventude tem naturalizado a violência psicológica e a configurado como forma de comunicação e instrumento para a resolução de conflitos, tornando-a preditora da violência conjugal (Cecchetto et al., 2016). Percebeu-se que a agressão de cunho psicológico era comumente praticada nos relacionamentos dos participantes, podendo, em muitos casos, nem ser reconhecida como violência propriamente dita, mas entendida como estratégia utilizada para supostamente evitar traições e controlar o comportamento da parceira.

Quanto à violência moral, 31,9% (n=15) dos participantes admitiram ter feito brincadeiras insinuando que a namorada tinha um amante ou outros relacionamentos; 15,2% (n=7) apontaram ter depreciado a namorada a outra pessoa e 17% (n=8) assinalaram ter se referido à parceira de modo que ofendia sua conduta sexual. A violência moral configura-se a partir da realização de comentários ou afirmações que denigrem a imagem da mulher para ela e/ou terceiros e, mesmo em tom de brincadeira, resulta em constrangimentos, causando prejuízos à autonomia e a autoconfiança (Gomes, 2011).

A respeito da violência sexual, 23,4% (n=11) dos sujeitos afirmaram ter insistido para que a namorada tivesse relações sexuais quando ela não demonstrava desejo e 17% (n=8) alegaram ter pedido a ela que praticasse atos sexuais indesejados. Esses dados demonstram as coerções sexuais cometidas pelos participantes contra as parceiras por meio de intimidação e/ou indução a participar e/ou realizar condutas sexuais em desacordo com elas. Estudo de Minayo et al. (2011) também apontou prevalência de 38,9% de jovens que perpetraram violência sexual contra parceira em contexto de namoro. A agressão sexual perpetrada por homens ilustra os pressupostos relacionais ainda presentes no imaginário coletivo e oriundo do sistema patriarcal que designa a eles o papel ativo no cenário social e sexual, restringindo a sexualidade feminina à passividade e à reprodução. Ademais, o ato sexual ainda é socialmente representado como obrigação feminina de satisfação do prazer masculino (Souza, 2013). Neste cenário, a violência sexual praticada nos relacionamentos afetivos pode ser negligenciada, naturalizando os abusos praticados pelo parceiro íntimo (Vilhena, 2009).

Sobre a violência física, 8,5% (n=4) dos participantes certificaram já ter dado tapas, empurrões e/ou apertões em sua namorada. No estudo de Minayo et al. (2011), a violência física foi apontada como a segunda modalidade mais praticada nos relacionamentos amorosos entre adolescentes, com prevalência de 24,1%. A baixa prevalência deste tipo de violência, em nosso estudo, permite um questionamento: os participantes poderiam ter tido receio de afirmarem ter praticado violências físicas? Este tipo de violência é facilmente identificado devido às marcas visivelmente deixadas no corpo e pela equivocada crença social de que apenas essa modalidade de agressão provoca a ruptura de integridade da mulher. Embora as violências contra mulheres sejam negligenciadas e banalizadas socialmente, quando visibilizadas, as agressões de caráter corporal tendem ser vistas como de maior agravante (Saffioti, 2004).

Quanto à violência patrimonial, 2,1% (n=1) dos sujeitos afirmaram ter quebrado pertences de suas namoradas por elas terem desrespeitado suas opiniões, constituindo-se como a forma de violência de menor prevalência nos relacionamentos dos participantes. Para Pereira, Loreto, Teixeira, e Sousa (2013), a violência patrimonial implica em perda de direitos, significando tristeza, dor, medo e angústia.

As condutas agressivas mais identificadas entre aqueles que assinalaram "Concordo Totalmente" foram, respectivamente, a ameaça de agressão (violência psicológica, n=44, 93,6%); forçar a relação sexual (violência sexual, n=40, 85,1%); difamação (violência moral, n=39, 83%), destruição de objetos (violência patrimonial, n=32, 68,1%); xingamento (violência psicológica, n=30, 63,8%); perseguição (violência psicológica, n=28, 59,6%) e manipulação (violência psicológica, n=20, 42,6%), conforme tabela 3. Já Guerreiro et al. (2015), em estudo com jovens, observou que a violência física foi evidenciada, perante todas as outras formas.

A violência patrimonial foi apresentada no instrumento de obtenção de dados como ação que causa danos de ordem material, contudo, a definição também abarca atitudes naturalizadas socialmente, como a retenção de objetos da parceira e/ou apropriação de algo que a pertença (Brasil, 2006). Partindo disso, é imprescindível que novas discussões acerca das violências cometidas em desfavor das mulheres sejam realizadas, entendendo que as relações vão se configurando de diferentes maneiras, atendendo as mudanças históricas e sociais.

Pesquisa realizada pelo Instituto Patrícia Galvão (2014) revelou que a evolução e disseminação das novas tecnologias da internet e da telefonia móvel mudaram a maneira como as pessoas vivenciam suas experiências sociais. A ampliação do círculo social alcançada pelas redes sociais e a instantaneidade com que mensagens de voz e de texto, vídeos e fotos, trocados e replicados nesse ambiente virtual, estão no cotidiano de parcela considerável da população brasileira. Apesar de úteis e de facilitar a troca de informação e debate, as redes sociais e outras áreas da comunicação digital têm sido também espaço de efetivação de violências. Neste cenário, a apropriação de ferramentas tecnológicas - como obrigar a parceira a compartilhar senhas de redes sociais - também pode ser elencada como violência patrimonial, embora seja pouco reconhecida e evidenciada.

A violência sexual, embora tenha sido reconhecida por grande parte dos participantes (n= 40, 85,1%), foi também bastante praticada (n=19, 40,4%), o que demonstra sua banalização. Schleiniger e Strey (2016) pontuam que a naturalização desse tipo de violência decorre da alta prevalência de sua prática. As mulheres são, desde a infância, expostas ao machismo que domina não apenas o espaço público, mas também o ambiente doméstico. Os padrões de comportamento feminino e masculino transmitidos nos lares brasileiros perpetuam, por exemplo, a ideia do homem como sujeito viril e agressivo e da mulher, como sexualmente recatada à procura de um parceiro para o casamento. Dessa maneira, entende-se que a violência sexual é socialmente invisibilizada e a desigualdade de gênero é o meio de conservá-la.

Sobre a violência psicológica, três diferentes modos de ação compunham o questionário eletrônico. Curiosamente, a maior anuência se deu sobre aquelas afirmações cujo ato violento era a ameaça de agressão física, conduta associada a uma violência corporal. Este dado demonstra a visibilidade dos comportamentos que culminam em danos facilmente identificáveis. Nessa direção, Machado (2010) salienta que quanto menos concreta for a agressão, menor o seu reconhecimento como violência. A este respeito, as demais afirmativas apresentadas aos participantes, que possuíam caráter subjetivo (xingar, perseguir e manipular), foram as menos reconhecidas. Nas relações contemporâneas, a busca pelo sentimento do outro é almejada e exigida de maneira intensa, acreditando-se que a parceira deve estar sob seu poder, o que favorece a prática de atos invasivos, como a perseguição, agressão e a humilhação (Souza & Sabini, 2015).

O machismo legitima o poder do homem de controlar a parceira. Essa ideologia, ainda prevalece nos relacionamentos atuais (Souza & Sabini, 2015). De acordo com Lins (2013), o amor deriva das construções sociais; por essa razão, as maneiras de expressar o afeto diferenciam-se em cada época da história, sendo influenciadas por diversos aspectos. Na atualidade, mantém-se, ainda, a crença errônea de que o amor não é real quando não é explosivo e obsessivo. Há também a desconfiança sobre a qualidade do afeto quando não há ciúmes em excesso, sendo estes comportamentos interpretados equivocadamente como cautela, preocupação e cuidado.

A violência psicológica praticada nas relações sexuais-afetivas tem se tornado estratégia utilizada pelos indivíduos para a solução de desacordos. Estes, podem ser resolvidos de maneiras construtivas e destrutivas, entretanto, efetivam-se por meio dessa segunda opção, em virtude de elementos sócio-históricos mantenedores da cultura violenta. Reclamações em excesso, o silêncio, discussões em tom exaltado sem consenso ou negociação, as ofensas e acusações, indisposição à resolução dos conflitos e o foco excessivo nos interesses pessoais em detrimento dos conjugais são comportamentos comuns frente às divergências (Falcke, Wagner, & Mosmann, 2013; Rasera & Guanaes, 2010). Desta maneira, a violência tende a ser menosprezada, sendo cometida corriqueiramente na relação, podendo resultar em comportamentos cada vez mais intensos e reincidentes, nutrindo o ciclo da violência (Mizuno et al., 2010; Fonseca et al., 2012).

Para que as relações se constituam de maneira saudável é preciso o incentivo e orientação em direção ao diálogo construtivo e não violento. Compreender as limitações do parceiro e da relação, comunicar de forma respeitosa opiniões e percepções, flexibilizar a negociação de interesses individuais com o parceiro, de modo que ambos tenham suas necessidades atendidas, gerenciar as próprias emoções, entre outras formas, exemplificam condutas que podem resultar em novos significados às relações e minimizar as ações violentas no cotidiano dos casais (Falcke et al., 2013; Rasera & Guanaes, 2010).

 

Considerações finais

O estudo almejou investigar agressões cometidas por universitários em relacionamentos sexuais-afetivos e suas percepções sobre violência contra mulheres no namoro, discutindo-os a partir dos padrões relacionais oriundos da hegemonia patriarcal. Como principais achados, constatou-se que os comportamentos que acarretavam danos físicos foram mais facilmente identificados pelos participantes. A violência física foi a modalidade mais reconhecida, contudo, agressões psicológicas e morais tiveram maior prevalência apesar de menos percebidas como abusivas. Dessa forma, verificou-se que as violências de caráter psicológico e moral foram as mais presentes no namoro.

Notou-se que cada tipo de violência foi cometido por no mínimo um participante, revelando que há um longo caminho a se percorrer no enfrentamento à violência de gênero, especificamente, na praticada contra mulheres, uma vez que ainda é naturalizada, banalizada e invisibilizada na sociedade contemporânea. Os dados desta pesquisa corroboraram com outros estudos realizados sobre a violência no namoro, reiterando que as ações hostis cometidas nas relações íntimas dos jovens é um problema social preocupante, podendo se intensificar ao longo do relacionamento e tornar-se crônicas nas relações conjugais.

Nesse sentido, destaca-se a necessidade de reconhecer ameaças, controle, coerções e perseguições como práticas violentas e modo de violação dos direitos das mulheres. Portanto, precisam ser desnaturalizadas, considerando as possíveis repercussões emocionais que podem desencadear. Ainda, que os casais disponham de maneiras mais igualitárias e não coercitivas de vivenciarem os envolvimentos afetivos.

Dentre as limitações desse estudo encontra-se o pequeno tamanho da amostra, ter se centrado em homens homossexuais jovens e estar restrito ao sudoeste goiano. Propõe-se que pesquisas futuras investiguem a violência em relações afetivo-sexuais entre parceiros homossexuais, assim como estratégias de prevenção da violência no namoro e práticas violentas nos relacionamentos a partir das novas ferramentas de comunicação e tecnologias.

 

Referências

Barreira, A. K., Lima, M. L. C., Bigras, M., Njaine, K., & Assis, S. G. (2014). Direcionalidade da violência física e psicológica no namoro entre adolescentes do Recife, Brasil. Revista Brasileira de Epidemiologia, 17(1),217-228. Disponível em https://dx.doi.org/10.1590/1415-790X201400010017ENG        [ Links ]

Bernardes, M. N. (2014). Violência doméstica, opressão de gênero e justiça social: Uma análise da Lei 11340/06 a partir do princípio da paridade de participação. In: XXIII Encontro Nacional Conpedi (pp. 334-357) Florianópolis,         [ Links ] SC.

Beserra, M. A. et al. (2015). Prevalência de violência no namoro entre adolescentes de escolas públicas de Recife/Pe - Brasil. Referência - Revista de Enfermagem, 7,91-99. Disponível em https://dx.doi.org/10.12707/RIV15006

Brasil. Lei n. 11.340, de 7 de agosto de 2006. Brasília: Presidência da República; Casa Civil; Subchefia para Assuntos Jurídicos. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm.         [ Links ]

Cecchetto, F., Oliveira, Q. B. M., Njaine, K., & Minayo, M. C. S. (2016). Violências percebidas por homens adolescentes na interação afetivo-sexual em dez cidades brasileiras. Interface - Comunicação, Saúde, Educação, 20(59),853-864. Epub 28 June 2016. Disponível em https://dx.doi.org/10.1590/1807-57622015.0082        [ Links ]

Center for Disease Control and Prevention. (2007). Dating abuse fact sheet. Washington, DC: National Center for Injury Prevention and Control. Disponível em https://www.cdc.gov/violenceprevention/intimatepartnerviolence/teen_dating_violence.html        [ Links ]

Centers for Disease Control and Prevention. (2012). Youth risk behavior surveillance - United States, 2011. Morbidity and Mortality Weekly Report, 61(SS-4), 1-162. Disponível em https://www.cdc.gov/mmwr/preview/mmwrhtml/ss6104a1.htm        [ Links ]

Cortez, M. B., Souza, L., & Queiróz, S. S. (2010). Violência entre parceiros íntimos: Uma análise relacional. Revista Psicologia Política, 10(20), 227-243. Disponível em http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-549X2010000200004&lng=pt&tlng=pt.         [ Links ]

Earnest, A. A. E., & Brady, S. S. (2016). Dating violence victimization among high school students in minnesota: Associations with family violence, unsafe schools, and resources for support. Journal of Interpersonal Violence, 31(3),383-406.         [ Links ]

Falcke, D, Wagner, A., & Mosmann, C. (2013). Estratégias de resolução de conflito e violência conjugal. In T. Féres-Carneiro (Org.). Casal e família: Transmissão, conflito e violência (pp. 159-176). São Paulo: Casa do Psicólogo.         [ Links ]

Fonseca, D. H., Ribeiro, C. G., & Leal, N. S. B. (2012). Violência doméstica contra a mulher: Realidades e representações sociais. Psicologia & Sociedade, 24(2),307-314. Disponível em https://dx.doi.org/10.1590/S0102-71822012000200008        [ Links ]

Fundação Perseu Abramo. (2001). A mulher brasileira nos espaços público e privado. São Paulo: Autor.         [ Links ]

Fundação Perseu Abramo. (2010). Mulheres brasileiras e gênero nos estados públicos e privado. Disponível em https://fpabramo.org.br/publicacoes/wp-content/uploads/sites/5/2017/05/pesquisaintegra_0.pdf        [ Links ]

Gomes, R. (2011). Invisibilidade da violência nas relações sexuais afetivas. In M. S. C. Minayo, S. G. Assis, & K. Njaine (2011). Amor e violência: Um paradoxo das relações de namoro e do 'ficar' entre jovens brasileiros (pp. 141-151). Rio de Janeiro: Fiocruz.         [ Links ]

Guerreiro, A., Pontedeira, C., Sousa, R., Magalhães, M. J., Oliveira, E., & Ribeiro, P. (2015). Intimidade e violência no namoro: Refletir a problemática nos/as jovens. Revista do Centro de Estudos Sociais, 10,14-26. Disponível em https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/78885/2/101832.pdf        [ Links ]

Instituto Patrícia Galvão. (2014). Violência de gênero na internet. Disponível em http://www.agenciapatriciagalvao.org.br/dossie/violencias/violencia-de-genero-na-internet/#apresentacao        [ Links ]

James, W. H., West, C., Deters, K. E., & Armijo, E. (2000). Youth dating violence. Adolescence, 35(139).         [ Links ]

Lins, R. N. (2012). O livro do amor (Vol. 2). Rio de Janeiro: Best Seller.         [ Links ]

Lucena, K. D. T., Silva, A. T. M. C., Moraes, R. M., Silva, C. C., & Bezerra, I. M. P. (2012). Análise espacial da violência doméstica contra a mulher entre os anos de 2002 e 2005 em João Pessoa, Paraíba, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, 28(6),1111-1121.Disponível em https://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2012000600010        [ Links ]

Machado, L. Z. (2010). Feminismo em movimento. São Paulo: Francis.         [ Links ]

Minayo, M. C. S. (2000). O desafio do conhecimento: Pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo/Rio de Janeiro: Hucitec-Abrasco.         [ Links ]

Minayo, M. S. C., Assis, S. G., & Njaine, K. (2011). Amor e violência: Um paradoxo das relações de namoro e do 'ficar' entre jovens brasileiros. Rio de Janeiro: Fiocruz.         [ Links ]

Mizuno, C., Fraid, J. A., & Cassab, L. A. (2010). Violência contra a mulher: Por que elas simplesmente não vão embora? In: Anais do I Simpósio sobre Estudos de Gênero e Políticas Públicas. GT 5. Gênero e Violência (pp. 16-23), Londrina, PR.

Murta, S. G., Santos, B. R. P., Martins, C. P. S., & Oliveira, B. (2013). Prevenção primária à violência no namoro: Uma revisão de literatura. Contextos Clínicos, 6(2),117-131. Disponível em https://dx.doi.org/10.4013/ctc.2013.62.05        [ Links ]

Murta, S. G., Moore, R. A., Miranda, A. A. V., Cangussú, E. D. A., Santos, K. B., Bezerra, K. L. T., & Veras, L. G. (2016). Efeitos de um Programa de Prevenção à Violência no Namoro. Psico-USF, 21(2),381-393. Disponível em https://dx.doi.org/10.1590/1413-82712016210214        [ Links ]

Pereira, R. C. B. R., Loreto, M. D. S., Teixeira, K. M. D., & Sousa, J. M. M. (2013). O fenômeno da violência patrimonial contra a mulher: Percepções das vítimas. Revista Brasileira de Economia Doméstica, 24(1),207-236. Disponível em http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/13801        [ Links ]

Randle, A. A., & Graham, C. A. (2011). A review of the vidence on the effects of intimate partner violence on men. Psychology of Men & Masculinity, 12(2),97-111. Disponível em http://dx.doi.org/10.1037/a0021944.         [ Links ]

Rasera, E. F., & Guanaes, C. (2010). Momentos marcantes na construção da mudança em terapia familiar. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 26(2),315-322. Disponível em https://dx.doi.org/10.1590/S0102-37722010000200013        [ Links ]

Saffioti, H. I. B. (2004). Gênero, patriarcado, violência. São Paulo: Fundação Perseu Abramo.         [ Links ]

Schleiniger, C. S., & Strey M. N. (2016). Violência & gênero nas relações afetivos-sexuais entre adolescentes: Enfrentamento intersetorial. Disponível em http://ebooks.pucrs.br/edipucrs/anais/sipinf/edicoes/I/30.pdf        [ Links ]

Secretaria Nacional de Segurança Pública. (2011). Rede Nacional de Educação à Distância para a Segurança Pública. Atendimento a mulheres em situação de violência doméstica. MJ/Senasp. Disponível em www.ead.senasp.gov.br        [ Links ]

Souza, T. M. C., & Sabini, K. (2015). Mas o que é o amor? Representações sociais em mulheres em contexto de violência doméstica. Perspectivas em psicologia, 9(1),162 -178.         [ Links ]

Souza, T. M. C., & Sousa, Y. L. (2015). Políticas públicas e violência contra a mulher: a realidade do sudoeste goiano. Revista da SPAGESP, 16(2),59-74. Disponível em http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-29702015000200006&lng=pt&tlng=pt        [ Links ]

Souza, B. T. (2013). Reflexões sobre os aspectos sociais da violência doméstica contra a mulher (Trabalho de Conclusão de Curso, Curso de Serviço Social, Universidade Federal Fluminense,         [ Links ] Polo Universitário de Rio das Ostras, RJ).

Vilhena, V. C. (2009). Pela voz das mulheres: Uma análise da violência doméstica entre mulheres evangélicas atendidas no Núcleo de Defesa e Convivência da Mulher - Casa Sofia (Dissertação de Mestrado em Ciências da Religião, Faculdade de Humanidades e Direito, Universidade Metodista de São Paulo). Disponível em http://tede.metodista.br/jspui/handle/tede/529

Waiselfisz, J. J. (2015). Mapa da violência 2015: A cor dos homicídios no Brasil. Brasília: ONU, Flacso.         [ Links ]

 

 

Endereço de Contato:
Tatiana Machiavelli Carmo Souza
Rua Dona Esmeralda, 1176. Setor Hermosa
Jataí, GO. CEP 75803-303
Telefone: 64 984047716
E-mail: tatimachiavelli@yahoo.com.br

Recebido: 20/02/2018
Última revisão: 11/05/2018
Aceite final: 12/05/2018

 

 

1 Para maior conhecimento do instrumento de obtenção de dados, consulte https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSeapoLdyUP8p3TjZuF5W9-NTZc-RMnYbB_cG-gSqBtEQuAFkw/viewform?c=0&w=1&fbzx=-4532502639397303300Estudantes

Creative Commons License