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Revista Psicologia e Saúde

versión On-line ISSN 2177-093X

Rev. Psicol. Saúde vol.13 no.4 Campo Grande oct./dic. 2021

http://dx.doi.org/10.20435/pssa.v13i4.1998 

EDITORIAL

 

Editorial

 

 

Rodrigo Lopes Miranda; Alberto Mesaque Martins; André Elias Morelli; Arnold Groh; Eric Murillo-Rodríguez; Felipe Maciel dos Santos Souza; José Angel Vera Noriega; Luziane de Fátima Kirchner; Márcio Luís Costa; Maria Eugenia Gonzalez; Sonia Grubits

Editores

 

 

Enquanto escrevemos este editorial, temos algumas esperanças e possibilidades de boas-novas em nosso horizonte. Após 19 meses convivendo com a pandemia da covid-19, oficialmente assumida em março de 2020, e de aproximadamente 606 mil mortes, chegamos a 116 mil pessoas vacinadas no país. Dessas, temos cerca de 74% da população com ao menos uma dose e 55% de imunizados graças aos investimentos da ciência e das práticas de Saúde Coletiva operacionalizadas pelo SUS.

As reflexões sobre a pandemia da covid-19 e suas relações com a saúde física e mental de indivíduos e coletivos seguem como pauta da Revista Psicologia e Saúde. No v. 13, n. 4, que ora apresentamos, temos três artigos que abordam especificamente aspectos dessas relações. Eles dizem de impactos na saúde mental de populações específicas (e.g., universitários) e de padrões comportamentais durante o distanciamento sanitário. Além desses manuscritos, temos outros 12 que demonstram que a produção de saúde e adoecimento está ancorada nas condições materiais de existência das pessoas e, necessariamente, pressupõe aspectos físicos e psíquicos.

No presente número, leremos sobre suicídio e violência autoprovocada, fenômenos importantssimos para a Saúde Coletiva Brasileira. Segundo o Ministério da Saúde (2021), entre 2010 e 2019, houve o registro de 112.230 mortes por suicídio, com um aumento de 43% entre o total registrado em cada um daqueles anos. Em 2010, foram 9.454 mortes, enquanto em 2019, 13.523. Concomitantemente, o v. 13, n. 4, apresenta resultados de investigações sobre o adoecimento mental de professores e estudantes do Ensino Superior. Relatório recente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (ANDIFES, 2019) indica que mais de 83% dos estudantes universitários do país relatam sofrimento psíquico, e, desses, quase 9% indicam ideações de autoextermínio. No que tange aos professores universitários, estudos têm indicado o sofrimento psíquico ocasionado pelos embates entre o "orgulho do que faço" e as condições em que se faz (e.g., Goulart & Antunes, 2019; Tundis & Monteiro, 2018). Essa temática se conecta às investigações que ora se apresentam nesse número da Revista Psicologia e Saúde que versam sobre a saúde ocupacional de trabalhadores e trabalhadoras. Por fim, a relação entre aspectos físicos e psíquicos aparece nos demais artigos aqui publicados. Eles sinalizam a integralidade da atenção à saúde a partir de temáticas como drogadição, alimentação e imagem corporal, saúde bucal, entre outros.

Assim, fechamos o ano com um número que reitera aquilo que temos apresentado nos editoriais de nosso periódico ao longo de todo 2021: a saúde não é apenas a ausência de doenças, mas uma condição produzida na interlocução entre bem-estar orgânico e inúmeros atravessamentos de bem-estar social. Ou seja, a saúde e o adoecimento físico e mental se produzem a partir das condições materiais, socioculturais, em que indivíduos e coletivos existem.

Desejamos a todas e todos uma boa leitura!

 

Referências

Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior. (2019). V pesquisa do perfil socioeconômico e cultural dos estudantes de graduação das Universidades Federais. Brasília: ADIFES. Recuperado de http://www.ufes.br/sites/default/files/anexo/v_pes-quisa_do_perfil_dos_graduandos_16_de_maio.pdf        [ Links ]

Goulart, M. S. B. & Antunes, J. C. (2019). Professores: Sofrimento mental na universidade pública. Trabalho & Educação, 29(3),95-112. doi: https://doi.org/10.35699/2238-037X.2020.21962        [ Links ]

Ministério da Saúde. (2021). Mortalidade por suicídio e notificações de lesões autoprovocadas no Brasil. Boletim Epidemiológico, 52(33). Recuperado de https://www.gov.br/saude/pt-br/media/pdf/2021/setembro/20/boletim_epidemiologico_svs_33_final.pdf        [ Links ]

Tundis, A. G. O. & Monteiro, J. K. (2018). Ensino superior e adoecimento docente: Um estudo em uma universidade pública. Psicologia da Educação, (46),1-10. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_artext&pid=S1414-69752018000100001        [ Links ]

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