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Psicologia Ensino & Formação

versão impressa ISSN 2177-2061

Psicol. Ensino & Form. vol.4 no.1 Brasília  2013

 

RELATOS DE PESQUISA

Autismo e psicose infantil: produções da pós-graduação no Brasil de 2007 a 2008

 

Infantile Autism and Psychosis: graduate production in Brazil from 2007 to 2008

 

 

André Boccasius SiqueiraI; Graziele Cunha FigueiredoII

IUniversidade Federal de Santa Maria. Doutor em Educação (UNISINOS). aboccasius@yahoo.com.br
II
Universidade do Sul de Santa Catarina. Especialista em Educação Infantil (UNIASSELVI). gr4zuxa@hotmail.com

 

 


RESUMO

Apresenta-se nesta pesquisa, de modo quantitativo, as produções da pós-graduação no Brasil acerca da educação especial, enfatizando dois transtornos globais de desenvolvimento: o autismo e a psicose infantil, no período de 2007 a 2008. Tal tema é de suma relevância uma vez que há poucas produções no Brasil e informações aos educadores, sobretudo aos profissionais de psicologia educacional. Organizaram-se as categorias de análise em relação ao tema proposto. Encontraram-se 38 produções na CAPES e apenas duas no Portal da Biblioteca Digital, não concomitantes. Do universo encontrado, destacam-se sete produções (dissertações e teses) para análise. Conclui-se que há poucas produções acadêmicas no período estudado, que, no entanto, trazem informações de experiências significativas, assim como a importância de conhecer o universo histórico no qual nos deparamos. Tais produções permitem desenvolver um olhar sensível direcionado à diversidade humana e aos processos pedagógicos que permeiam a escolarização das nossas crianças.

Palavras-chave: Educação Especial; Autismo Infantil; Psicose Infantil; Teses e Dissertações Brasileiras.


ABSTRACT

This research makes a quantitative presentation of the graduate academic production in Brazil in the 2007-2008 period on the theme of Special Education, emphasizing two Global Development Disorders: autism and infantile psychosis. That theme is relevant because there is little production in Brazil and information available to educators, especially educational psychology professionals. Categories of analyses were organized around the proposed theme. Thirty eight works were found at the CAPES repository of academic journals and theses (Portal de Periódicos CAPES) and only two at the Digital Library Website (Portal da Biblioteca Digital) which were not concurrent. From all the works encountered, seven (dissertations and theses) were selected for the analyses. It was concluded that although the academic works for the period studied are few, they do report on significant experiences, such as, the importance of fully knowing the historical context we find ourselves in. Those academic productions foster the development of a sensitive perception of human diversity and the pedagogical processes that permeate our children's school education processes.

Keywords: Special education; Infantile autism; Infantile psychosis; Brazilian dissertations and theses.


 

 

El modo pedagógico de lidiar con la diferencia se subordina, me parece, a la obsesión moderna por el orden, por el colocar a cada cosa en su lugar y por el dar un lugar para cada cosa. Y esa obsesión ordenadora es, al mismo tiempo, una obsesión clasificatoria: cada cosa tiene que tener un nombre (tiene que pertenecer a una categoría) y tiene que haber un nombre (una categoría) para cada cosa. Pero clasificar y nombrar son operaciones que identifican, que definen, que determinan, que apartan, que separan. Toda clasificación es un acto de inclusión-exclusión, un modo de dividir el mundo entre lo que pertenece y lo que no pertenece a la categoría, lo que corresponde y lo que no corresponde al nombre. (Jorge Larrosa).

Com a reflexão de Jorge Larrosa iniciamos tal texto que teve origem na pesquisa que tratou de localizar e analisar as formas organizativas do trabalho pedagógico para alunos com autismo e psicose infantil. De forma sistematizada, o presente trabalho procurou mapear, compilar dados quantitativos e qualitativos, identificar experiências que valorizem a escolarização, discutir características do atendimento educacional e, por fim, organizar um banco de dados das produções da pós-graduação no Brasil sobre a educação especial, enfatizando o autismo e a psicose infantil, no período de 2007 a 2008. A pesquisa faz uso do método qualitativo bibliográfico, utilizando como base de dados para o levantamento das fontes bibliográficas o Portal CAPES e a Biblioteca Digital de Teses e Dissertações. Nas categorias de busca foram analisados os termos: autismo; psicose infantil; transtornos globais do desenvolvimento; distúrbios globais do desenvolvimento; trans-tornos invasivos do desenvolvimento; e condutas típicas e espectro autista.

Tal tema é de suma relevância, uma vez que há poucas produções no Brasil no que se refere às metodologias pedagógicas, com reduzidas informações aos educadores, aos psicólogos em formação e profissionais atuantes nas instituições escolares que, muitas vezes, desconhecem o que sejam estes distúrbios. Tal como Dubois (2008, p.17), o grupo de trabalho da escola pública, construída sob a supervisão da autora, constatou que há "uma bibliografia restrita e poucas experiências, nenhuma escola pública no Brasil e nada publicado no que diz respeito a qualquer escola", exceto dissertações, teses, parcos livros e artigos em periódicos. Há, também, poucas experiências, tais como a da mãe que relata o dia a dia de seu filho com síndrome autista (CRUZ, 2008). É preciso primeiramente situar a pesquisa, contextualizando historicamente a criança e tais distúrbios.

 

CONSTRUINDO O UNIVERSO INFANTIL

As crianças são sujeitos sociais de plenos direitos e não miniaturas componentes da sociedade dos adultos. Há uma imensa capacidade de produção simbólica por parte das crianças, constituindo suas representações e crenças em sistemas organizados, ou seja, na cultura. O termo cultura, segundo Ilse Schwidetzky (1955, p.24), está relacionado ao que o ser humano, neste caso a criança, produz a partir de sua capacidade criadora e adaptação ao meio físico em que vive. Nas palavras da autora:

o homem é um 'ser que atua' e, a partir de sua atuação, mobilidade e faculdade criadora, modifica as condições do ambiente físico e o torna apto para sua existência. Este ambiente criado pelo próprio homem, e que o denomina cultura, é infinitamente diversificado e, muitas vezes, mais suscetível de mudanças que o ambiente natural onde desenvolve a vida humana.

Ao interpretar a cultura das crianças, precisamos examinar sob quais condições sociais elas vivem e interagem com o outro dando sentido ao que executam. Portanto estes grupos infantis solidificam sua própria cultura, observada por meio de suas ações, mesmo que traduzam os elementos que fazem parte do meio social dos adultos, sendo reestruturada segundo as necessidades de cada etapa de desenvolvimento infantil.

A infância, segundo Philippe Áries (1986), é uma construção histórica, portanto, a que se tem hoje é fruto desta evolução, com características e inserções diferenciadas pelo tempo e pelo fator econômico e social no qual se encontra.

No ano de 1800, em uma floresta no sul da França, foi encontrada uma criança que vivia isolada da vida em sociedade e que cresceu como animal na selva até aproximadamente 12 anos. Jean Itard, um médico francês, diante da conduta inóspita da comunidade em julgar, repudiar e excluir o garoto de toda e qualquer relação humana, adotou-o para que pudesse tratá-lo e assim educá-lo. Chamavamno de Victor, O Selvagem de Aveyron. Segundo informações de Souza (2004, p. 21) o referido médico "desenvolveu com ele um programa de ensino que compreendia a educação dos sentidos, ou seja, o aprendizado das sensações e as transformações dessas, em operações como julgar, comparar, raciocinar". Diante deste contexto constata-se que esta foi a primeira experiência de um médico utilizando instrumentos pedagógicos para tratar e ensinar uma criança a viver em sociedade.

Acredita-se ter sido este o primeiro caso registrado com características de um transtorno global do desenvolvimento.

 

AO INFINITO E ALÉM… EDUCAÇÃO: POSSIBILIDADES, PERFIL E DEFINIÇÕES

Há grande necessidade de alguns autores de definir que "tipo" de criança é aquela com transtorno global de desenvolvimento, assim nos questionamos: será que existem tipos de crianças, ou elas são únicas como indivíduos pensantes e culturais? Teriam elas então, características que definem um perfil, apresentando certos comportamentos que as iguala a grupos específicos?

Portanto tais contextos conseguem explicar somente alguns comportamentos, como se fôssemos fatiar as crianças para estudá-las, não levando em conta que elas são seres humanos por inteiro. Dividi-las em partes para tal intento, não contribui para termos a compreensão de nos adaptarmos ao desenvolvimento desta criança por meio da vivência escolar, desse modo, abrindo um leque de reflexões sobre as diferentes possibilidades de construção no processo da inclusão escolar e, sobretudo, social.

Para garantir o acesso e a escolarização destas crianças nas instituições escolares faz-se necessário assegurar por lei seus direitos, uma vez que estes não são respeitados, muitas vezes por desconhecimento, despreparo e conceitos pré- estabelecidos dos profissionais da educação1.

Nesse sentido, a Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n.9.394 de 1996 (LDBEN), fundamentam a educação especial como uma modalidade de ensino, tendo a responsabilidade de ser realizada, de modo preferencial, na escola comum. Rege o texto oficial (BRASIL, 1996):

Art. 58: Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais.

§ 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender as peculiaridades da clientela de educação especial.

Portanto de acordo com a atual LDBEN, toda criança tem a garantia do acesso à educação especial na escola regular, iniciando na faixa etária de zero a seis anos, entrementes da Educação Infantil (BRASIL, 1996). De forma que além da legislação garantir o acesso, seu Artigo 59 diz que a esta deverá ser assegurado pelos sistemas de ensino instrumentos e meios para a efetivação da inclusão escolar, buscando por meio de ações pedagógicas desenvolver uma metodologia que atenda às necessidades individuais dos educandos portadores de necessidades especiais, como: "I-currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos"; "II- terminalidade específica para quando não puderem atingir o nível exigido", ou seja, o patamar mínimo para concluir o ensino fundamental, tais como "aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar", quando a sua condição for de altas habilidades ou superdotação; "III- professores com especialização adequada em nível médio ou superior", para garantir o atendimento especializado, com professores do ensino regular capacitados para promover a inclusão nas classes comuns; "IV-educação especial para o trabalho", almejando a "efetiva integração na vida em sociedade, incluindo condições adequadas" para aqueles que não têm capacidade de inserção nos modos atuais de trabalho e "Vacesso igualitário aos benefícios dos programas sociais", tais como os "programas sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular".

Atualmente encontramos documentos e políticas públicas que, além de garantir o acesso às escolas regulares, tratam de contemplar as pessoas com transtornos globais do desenvolvimento na prática inclusiva, descrevendo suas características para uma maior compreensão a respeito deste universo. Assim, conforme a Política Nacional da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008, p.15),

os alunos com transtornos globais do desenvolvimento são aqueles que apresentam alterações qualitativas das interações sociais recíprocas e na comunicação, um repertório de interesses e atividades restrito, estereotipado e repetitivo. Incluem-se nesse grupo alunos com autismo, síndromes do espectro do autismo e psicose infantil.

Neste sentido, segundo a descrição de Leboyer (1935), nas relações de tais crianças com o meio, já na primeira infância, há uma inaptidão nas brincadeiras de grupos e dificuldades quanto aos laços de amizade. Elas demonstram pouca empatia pelos outros, bem como reduzidas emoções e simpatias. Por volta dos cinco ou seis anos podem desenvolver maior ligação pelos cuidadores e pelas crianças de seu convívio, entretanto, as relações sociais conservam-se basilares e imaturas, ou seja, o desenvolvimento de suas relações não condiz com o esperado de sua idade cronológica.

A criança que apresenta uma psicose sobrepõe a realidade com a fantasia, em outros termos, é como se ela vivesse em mundos imaginários, buscando o isolamento, afastando-se da realidade externa e entrando profundamente em sua realidade interna. Segundo a perspectiva genética,

a respeito dos determinantes da psicose infantil consiste em concebê-la como uma parada ou uma recusa de avançar sobre a linha do desenvolvimento, ou seja, a psicose infantil é entendida, dessa perspectiva, como uma defesa contra uma realidade excessivamente perigosa ou frustrante. Esses perigos podem advir, segundo ele, de fatores inatos ou de uma atitude materna inadequada. Dessa perspectiva, o tratamento será concebido como sendo essencialmente um tratamento do "pequeno sujeito", e se fundamentará na interpretação ou na explicação sobre a causa "interna" desta parada. Portanto, a orientação psicanalítica da instituição resume-se à presença de um psicanalista exercendo a psicanálise sobre a criança, e é indiferente que esse tratamento se realize em uma instituição ou em um consultório particular. (ZENONI, 1991 apud KUPFER; FARIA; KEIKO, 2007, p.2).

Comparando os distúrbios, temos as seguintes descrições: autismo é um mecanismo de isolamento (aquiescência; apatia frente à realidade externa); psicose é um mecanismo de fuga, parte do que lhe fermenta confrangimento.

O Código Internacional das Doenças CID-10 apresenta o autismo e a psicose infantil como pertencentes a categoria dos transtornos mentais e de comportamento, em particular no grupo dos transtornos globais do desenvolvimento. Dependendo do viés estudado, há termos diversificados que definem tais distúrbios, como se vê no excerto abaixo de Vasques e Baptista (2009, p. 9):

Os Transtornos Globais do Desenvolvimento têm como unitermos: Distúrbios Globais do Desenvolvimento (DSM-III-R,1989), Transtornos Invasivos do Desenvolvimento (DSM-IV,1994), Transtornos Abrangentes do Desenvolvimento (CID-10,1993). No Brasil, por uma questão de tradução, utiliza-se o termo Transtornos Invasivos do Desenvolvimento (DMS-IV) com os critérios diagnósticos do CID-10.

Atualmente nos deparamos com bibliografias que desvalorizam o sujeito autista enfatizando somente seus prejuízos relacionados ao distúrbio, negando quaisquer tentativas de aprendizagem. Nesta mesma direção, Roth (2006, p. 65) afirma que há pesquisas que "apontam para a ausência e a precariedade de serviços destinados a prestarem algum tipo de atendimento ao indivíduo com autismo".

Porém, paralelo a este contexto, há várias discussões a respeito da possibilidade de escolarização destas crianças. A Educação Especial é um tema cuja discussão histórica, abordada por educadores e educandos, promove a contextualização de formas organizativas do trabalho pedagógico e do profissional de psicologia na instituição escolar. Isso não é o suficiente para subsidiar o modelo de instituição escolar atual. Para que possamos desenvolver uma organização escolar na perspectiva inclusiva, a fim de atender tais crianças, é pertinente que educadores e instituições escolares sigam para além dos limites impostos pelo tradicionalismo pedagógico. Nesta direção Vasques e Baptista (2006, p.160) afirmam que, ao se referirem

às estratégias de ensino, o atendimento educacional desses alunos não demanda metodologias específicas, mas alterações curriculares semelhantes àquelas que devem ser ativadas quando ocorre a inclusão de outros perfis de alunos no ensino comum: necessidade de individualização e flexibilização do planejamento (importância de elaborar formas de acolher a produção dessas crianças); das estratégias de avaliação; dos tempos escolares; oferta de apoios diferenciados para os alunos e os docentes; interlocução entre diferentes profissionais e áreas do conhecimento, sob forma de acompanhamento e construção de estratégias que favoreçam o percurso e o rendimento escolar etc.

Ter um olhar diferente e sensível em relação à inclusão escolar nos concebe a ideia de um universo infantil como meio onde se efetivam as interações sociais que permeiam a inclusão, contemplando-se a diversidade e a individualidade de cada criança, respeitando assim suas experiências como produtoras de cultura. Quando compreendemos este processo nos perguntamos: Será que a instituição de educação infantil está preparada para delinear formas que abordem e atendam a estas necessidades de desenvolvimento dos sujeitos com autismo e psicose infantil?

Ao educador sensível, há o grande desafio de observar e entender esta criança. Tal perspectiva demanda um mecanismo de estudo e dedicação ao "outro", permitindo-nos ir "ao infinito e além…". Em outros termos, o infinito transforma-se no encontro de alternativas que incluam o aluno e, o além na superação de nossas capacidades, partindo para o mais longe possível do imaginado que podemos, até alcançar e acompanhar e, se possível, encontrar um caminho de entusiasmo e novas possibilidades de crescimento físico, cognitivo, motor, psicológico, enfim, de interação social e de aprendizagens diversas. Desse modo, concordamos com Vasques (2008, p.46) quando reitera que

Abordar a escolarização dessas crianças é deparar-se com um campo em construção. Nesse caminho, marcado por dúvidas e respostas provisórias, a escola e a educação emergem cada vez mais como espaços possíveis desde que seja superada a concepção de escola como espaço social de transmissão em seu valor instrumental e adaptativo. Há então, um enorme trabalho a ser feito no sentido de superar as interpretações mais estreitas, alargar perspectivas e flexibilizar os processos educacionais.

Assim, mediar os processos de aprendizagem, não se delimita apenas às relações, mas também ao meio em que estas ações ocorrem. É necessário apaixonar-se pela educação, sentir que realmente há possibilidades, proporcionar aos infantes um ambiente rico de imaginação e de criatividade, sendo este o mais próximo possível do meio social a que pertencem. Todos estes fatores viabilizam a flexibilização curricular e o planejamento didático, contudo, estamos mais perto de uma relação de respeito sem preconceitos, havendo trocas de experiência e confiança mútuas, construindo um universo de aprendizagem da criança e do educador.

Entendendo que as poucas produções acadêmicas podem nos trazer informações valiosas a respeito do tema em estudo, pesquisamos nas principais agências de fomento no Brasil, isto é, nas produções stricto sensu, sobretudo na CAPES (CNPq) e na Biblioteca Digital, sendo esta última um espaço de divulgação de produções brasileiras. Alguns dos textos encontrados na página da web da CAPES não são os mesmos da Biblioteca Digital, uma vez que o autor da tese ou da dissertação pode autorizar ou não sua publicação por um ou outro endereço eletrônico. Porém, muitas vezes o autor autoriza a publicação em ambos. Por esse motivo, pode-se pensar que nos equivocamos na quantificação dos textos. Não se trata disso, o que evitamos foi apresentar o mesmo texto.

Nas primeiras análises foram encontradas 95 teses e dissertações no Portal da CAPES e 29 no site da Biblioteca Digital, sendo que vinte delas se encontravam também no primeiro. Organizando as categorias de análise em relação ao tema proposto, foram encontradas 38 produções na CAPES, sete na área da educação, trinta na área da saúde, e uma na área das ciências biológicas. No Portal da Biblioteca Digital, apenas duas produções na área da saúde estavam de acordo com os objetivos da pesquisa.

Analisando as informações contidas nas produções, somente quarenta se relacionavam ao tema de pesquisa, isto é 38 produções encontradas no Portal da CAPES e duas no da Biblioteca Digital. Destas quarenta produções apresentadas, apenas sete relacionam-se com os objetivos deste estudo. Dentre as produções encontradas, apenas em seis delas tivemos acesso ao texto na íntegra, sendo que em uma só nos foi permitido aceso ao resumo. Os textos foram lidos e analisados, trazendo uma gama de conceitos, definições, metodologias e ações que tratam de descrever sobre o autismo e a psicose infantil. Serão descritos individualmente buscando esclarecer os objetivos da pesquisa em cada uma das sete produções:

1- Aída Teresa dos Santos Brito: Defendeu sua dissertação de Mestrado em Educação em 2008, na Fundação Universidade Federal do Piauí, com o título A aplicação de sistemas de comunicação na educação infantil em crianças com transtornos globais do desenvolvimento. Em seu trabalho, a autora objetivou "analisar as implicações do uso de

Sistemas Suplementares e ou Alternativos de Comunicação (SSAC) como instrumentos de um processo de inclusão de crianças com Transtornos Globais do Desenvolvimento em uma escola regular da rede particular de ensino". Metodologicamente, utilizou a pesquisa-ação, "sendo as atividades realizadas com cinco professoras de uma escola regular, visando compreender o fenômeno da transformação do ambiente escolar em um contexto que promova inclusão dessas crianças". A autora assessorou um grupo de professoras com produção de material didático, a fim de ampliar e transformar as práticas daquelas. Ela concluiu que obteve "a ampliação do processo comunicativo dos alunos nas situações de ensino e aprendizagem, num percurso em que foram selecionados, implementados e adequados os recursos comunicativos". O referencial teórico tem como direcionador a "abordagem histórico-cultural de Vygotsky".

2- Andréa Regina Nunes Misquiatti: Autora da tese A interferência do contexto ambiental no desempenho funcional da comunicação de crianças com Transtornos do Espectro Autístico, defendida no ano de 2007, na área de Linguística, na Universidade São Paulo. O objetivo foi de "analisar e comparar a interferência do contexto ambiental, no desempenho funcional da comunicação, em dois ambientes diferentes de terapia de linguagem: uma sala comum de terapia e outra com ambientação específica, denominada 'sala NIC', no recorte do processo terapêutico fonoaudiológico". Os sujeitos que fizeram parte da pesquisa foram dez crianças e adolescentes com diagnósticos incluídos nos transtornos do espectro autístico, sendo seis do sexo masculino e quatro do feminino, com idades variando entre quatro a treze anos. A pesquisadora analisou imagens, com o auxílio de uma filmadora, em oito momentos de gravação e "cada sujeito foi filmado quatro vezes, na sala comum, e quatro vezes, na sala NIC, intercaladamente".

A autora concluiu que o contexto ambiental não interfere significativamente no desempenho funcional da comunicação de indivíduos do espectro autístico, possibilitando concluir que a diferença no desempenho estaria relacionada ao interlocutor e não encontrando resultados que pudessem identificar qual ambiente seria mais favorável à comunicação entre os sujeitos.

3- Camila Graciella Santos Gomes: Autora da dissertação intitulada Desempenhos emergentes e leitura funcional em crianças com transtornos do espectro autístico, defendida na Universidade Federal de São Carlos, Educação Especial, em 2007.

A autora faz um estudo histórico trazendo autores que abordam o tema de sua pesquisa destacando o autismo e a psicose infantil. Nos inúmeros eventos reflexivos, através dos tempos, o autismo deixou de ser tratado como uma psicose e passou a ser considerado um distúrbio do desenvolvimento, caracterizado por alterações em diversas áreas deste. Por essa razão não há uma teoria única ou uma forma explicável de intervenção que atenda a todas as necessidades das pessoas com este diagnóstico.

A pesquisa foi realizada com tarefas propostas a cinco mulheres e quinze homens, com idades entre quatro anos e onze meses e 31 anos, com diagnósticos de autismo. Sete participantes estavam matriculados em escolas regulares e treze em escolas especiais; onze utilizavam a fala para se comunicar e os demais não falavam.

Foram desenvolvidos dois estudos: O primeiro avaliou o desempenho de vinte alunos autistas em tarefas de emparelhamento por identidade sob dois procedimentos, matching típico e matching adaptado. O segundo estudo investigou a emergência, em autistas, de desempenhos não diretamente ensinados, entre eles, a leitura funcional de palavras impressas. A dissertação sugere a organização dos estímulos nas tarefas diárias a fim de promover o estabelecimento de comportamento simbólico de pessoas com autismo.

4- Carla Karnoppi Vasques: Autora da tese Alice na biblioteca mágica: uma leitura sobre o diagnóstico e a escolarização de crianças com autismo e psicose infantil, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em Educação, defendida em 2008.

Realizou um estudo bibliográfico de 264 produções, sendo 224 dissertações de mestrado acadêmico, três mestrados profissionalizantes, 34 teses de doutorado, dois estudos pós-doutorado e uma tese de livre docência.

Sua pesquisa acadêmica traz os conceitos de autismo e psicose infantil baseando-se historicamente em autores clássicos da Psicologia, Psiquiatria e Educação. Além deste estudo temporal, a autora descreveu, analisou e relacionou sob a ótica da inclusão educacional, 264 produções acadêmicas de mestrado e doutorado, num espectro de 28 anos, entre 1978 e 2006. Com sua pesquisa, procurou contribuir para a construção de um novo olhar sobre tais sujeitos e suas possibilidades subjetivas e educacionais, descrevendo que, em seu "primeiro gesto de leitura" primou por mapear "as diversas áreas envolvidas e a singularidade do debate instituído". Segundo a autora, "pode-se dizer que a principal pergunta é pelo diagnóstico e a etiologia, modo pelo qual se formaliza a questão sobre quem são esses sujeitos e de onde derivam as múltiplas propostas terapêuticas e educacionais" (VASQUES, 2008,p.8).

A autora constrói, segundo sua metodologia, uma biblioteca de informações realizando um percurso histórico onde permanecem construções filosóficas, médicas e educacionais, entre outras linhas de estudo sobre o diagnóstico na condução dos caminhos educacionais de crianças com autismo e psicose infantil. Contudo, todas estas informações dão apenas sustentação, não há uma fórmula pronta, pois "o professor e a escola responsabilizam-se por suas escolhas, visando à experiência escolar de seu aluno. Daí a base de sua conduta ser ética, em lugar de um método ou técnica. Do impossível de saber ao contingencial do ser constroem-se as possibilidades de escolarização" (p.20).

Tal escolarização na rede formal e pública é o que defendemos para todos os educandos, isto é, uma postura ética acima de tudo, valorizando o sujeito em seu estado global de desenvolvimento.

5- Maria das Graças Carvalho Silva de Sá: Autora da tese Cartografando processos inclusivos na educação infantil em busca de movimentos instituintes, da Universidade Federal do Espírito Santo, em Educação, defendida em 2008.

A autora aponta que o autismo é um termo derivado do grego autos, cujo significado se remete ao conceito de si mesmo, trazendo autores que vão tratar de descrever algumas características do autismo como, por exemplo, dificuldade de relacionamento; padrões restritos, repetitivos e estereotipados de comportamento; comunicação social, aquisição e uso da linguagem. O autismo surge por volta dos 30 primeiros meses de vida, e há uma incidência maior em sujeitos do sexo masculino. Entretanto, explica que existem vários vieses de estudo e que são pautados em duas concepções: organicistas, que tratam de explicar o autismo e a psicose infantil com origem nas ciências naturais; e não organicistas, que envolvem perspectivas das ciências humanas.

A pesquisa efetivou-se por um estudo qualitativo a fim de conhecer os processos educacionais que permeiam uma paisagem escolar infantil em relação aos movimentos instituintes/instituídos como inclusivos que ali se moldam, em busca de instrumentos que favoreçam os processos inclusivos deste universo.

O método de pesquisa utilizado foi o cartográfico, a partir de entrevistas semiestruturadas, de observações livres e participantes, de diário de campo e de registros fotográficos, a fim de contextualizar e analisar as relações que permearam a paisagem investigada e seus possíveis envolvimentos com os processos inclusivos de ensino.

Outra questão abordada pela autora e que merece nosso vislumbre por propor resignificações nos movimentos educacionais inclusivos, bem como sendo uma questão a ser problematizada, remete-se

à formação continuada em contexto, em especial o planejamento semanal existente, por entender que esse momento deveria se organizar de forma que todos os envolvidos com a criança em foco, seja a professora de sala, seja a do laboratório pedagógico, seja a de Educação Física, Artes, seja a estagiária e as pedagogas, bem como toda a equipe multidisciplinar (psicólogas, fonoaudiólogas, terapeutas, entre outros) envolvida, tivesse garantido, sistematicamente, condições para, juntos, trocarem experiências sobre os possíveis caminhos pedagógicas a serem percorridos (SÁ, 2008, p. 180).

Desta forma, para a autora, deve-se refletir a fim de compreender que a instituição escolar pode favorecer a potencialização dos educandos, quando pensada de forma multi/pluridisciplinar, desde que tais movimentos sejam disparados por diferentes fios a serem tecidos, a partir das pistas que procedem dos/no/com envolvidos.

6- Patrícia Menk: Autora da dissertação Um estudo sócio-antropológico com um grupo de mães de pessoas portadoras de autismo infantil, defendida em 2007, na Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho/Araraquara/SP, em Educação. A autora fez um estudo histórico trazendo as definições da Organização

Mundial de Saúde, as quais destaca que o sujeito autista apresenta desde o nascimento três sintomas principais: prejuízo grave do desenvolvimento de interações sociais recíprocas e da comunicação; padrões de comportamento, tais como interesses e atividades restritas, repetitivos e estereotipados e tendência a impor rigidez e rotina a uma ampla série de aspectos do funcionamento diário.

O estudo se ateve às relações cotidianas de mães de crianças portadoras de autismo infantil, no que se refere a sua elaboração simbólica frente à deficiência/desvio, para compreender conceitos "mãe de criança especial" e "deficiência", da forma como são concebidos pelas pessoas, e como é organizada a partir daí a construção e a percepção social deste viver tão peculiar. Assim, a autora realizou discussões sobre o papel social de um grupo de mães e como é vivido por elas o estigma da deficiência.

A metodologia de pesquisa foi baseada na Sócio-Antropologia do Cotidiano proposta por Michel Maffesoli, abordagem através da qual as experiências cotidianas destas mães, por meio de suas representações simbólicas, são narradas pelas próprias em entrevistas semiestruturadas. A pesquisa localizou os processos de assimilação dos estigmas socialmente introjetados pelas mesmas, manifestos em sua vivência cotidiana. A etnometodologia do cotidiano é um método bastante comum na Antropologia. Em outros termos, as mães foram o objeto de pesquisa e, concomitantemente, agiram como pesquisadores. A etnometodologia é, por assim dizer, uma forma de valorizar os participantes da pesquisa a fim de que possam contribuir ativamente para sua realização com planejamento e ações.

7- Pedro da Silva Guimarães: Autor da dissertação Tecendo sons e palavras: oficina musical dirigida a portadores de distúrbios graves, da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, em Música, defendida no ano de 2008.

Aborda uma visão psicodinâmica em relação ao autismo e à psicose infantil, na qual a causa dos transtornos está relacionada ao encontro defeituoso com os pais, ou seja, atribui-se aos pais a responsabilidade do surgimento dos sintomas de autismo e psicose, pois estão diretamente relacionados à constituição psíquica da criança.

O autor coloca que os pressupostos legais estão por trás da prática pedagógica inclusiva, e assim justificando a inclusão por meio dos movimentos históricos mundiais que deram impulso para mudanças na legislação e na prática escolar, afirmando que

o projeto de educação inclusiva, no que diz respeito, especificamente, aos portadores de distúrbios graves, não tem a tarefa de adaptar a criança ao meio social, adestrando-a a uma norma, mas sim, a de lhe oferecer um lugar de sujeito inserido nesse meio, com a plenitude de sua particularidade (p. 30).

A pesquisa coloca como métodos estratégias educacionais e culturais para crianças e jovens com distúrbios sociais severos à luz dos pensamentos lacanianos. Discute a importância da música para o desenvolvimento cognitivo e social, sendo o autor ministrante de uma oficina no "Projeto Tecer", um espaço terapêutico destinado ao tratamento de crianças e jovens portadores de distúrbios graves, visando à sua inclusão na sociedade.

Nesta perspectiva, o trabalho desenvolvido teve como ponto de partida a criação de procedimentos abertos, por meio da Música, que fizessem estes indivíduos saírem de suas inibições para se incluírem em um grupo que trabalhasse em torno de objetivos comuns, usando a musicalidade por meio da expressão corporal para desenvolver suas especificidades. Após as atividades práticas, o autor conclui,

Com respeito às propostas de inclusão social e escolar, descobriu-se que, na contramão destes projetos, apresentam-se os problemas da exclusão e evasão escolar, um fato que cobra mudanças profundas nos aportes pedagógicos, principalmente aqueles que forçam a exclusão de indivíduos que não correspondem aos ideais de produção e eficácia, valorizados na sociedade atual. Ideais liberais que tomam conta da sociedade atual (p. 118).

 

CONCLUSÕES NECESSÁRIAS OU ÚLTIMAS PALAVRAS

Legitima-se a presente exploração de dados e da literatura como fator determinante em busca de antigas e atuais informações para que haja confronto sobre os temas pertinentes à educação especial, que nos levam a pensar nas dificuldades enfrentadas pelas instituições como um todo, em relação à constituição das condutas a serem tomadas neste processo inclusivo. Infinitas são as dúvidas, pois há uma diversidade humana que vai além das culturas ou concepções declaradas. Cada ser é único e é preciso reconhecer a importância de criticar o que está pronto e acabado, ver novas possibilidades a cada momento, em cada ação no interior dos processos pedagógicos e orientações psicológicas.

Sobretudo esta pesquisa nos proporcionou uma visão mais ampla em torno das produções científicas realizadas no Brasil, onde constatamos que há poucas, mas trazem informações de experiências significativas em relação aos transtornos globais do desenvolvimento e a inclusão educacional.

Tal pesquisa torna-se importante tanto ao pedagogo quanto ao psicólogo, uma vez que terão subsídios para realizar trabalhos no campo educacional no porvir. Há que se ter presente a interdisciplinaridade e, com isso, a ampliação das visões dos profissionais tanto da pedagogia (no que se refere às metodologias do trabalho), quanto da psicologia (ao tratar questões educacionais com estudantes e familiares de estudantes com autismo e/ou psicose infantil ou mesmo na formação de professores com tais alunos e demais cuidadores).

Percebeu-se como é longo o caminho a percorrer na busca de uma educação pautada na inclusão do indivíduo, no singular, pois há uma imensa diversidade. Somos seres únicos e partilhamos de uma mesma sociedade que necessita de uma mudança em seu perceber o outro, não simplesmente olhar o outro. Portanto, há a necessidade do aprofundamento das pesquisas em busca de não somente respostas, as quais serão inacabadas, pois estarão sempre em construção, por meio de incentivos que nos levem a entender o outro de maneira sensível. Quando pegamos uma rosa precisamos ter cuidado para não nos espetar com os espinhos, procuramos então lacunas entre eles para poder segurá-la, que linda flor! Estas lacunas é que devemos encontrar nas crianças para chegar até a linda rosa. Respeitar o tempo dos pequeninos, perceber quais são suas dificuldades, trabalhar com suas potencialidades e dedicar-se a encontrar instrumentos que despertem a curiosidade para o aprender são algumas das estratégias que precisamos adotar em prol de uma ação inclusiva não só nas instituições escolares e de educação infantil, mas também dentro do universo do qual fazermos parte, como, por exemplo, o atendimento individual de psicologia ou em uma visão mais ampla, a sociedade civil. Por fim, concordamos com Figueiredo (2011, p.44) em sua reflexão:

Mediar os processos pedagógicos que permeiam a educação, a qual não se limita às relações com o outro, mas também no ambiente onde estas ações se efetivam. Portanto, estes contextos viabilizam a adaptação da escola à criança, permitindo a flexibilização curricular dos planejamentos do educador e institucionais, contudo, estamos mais próximos de uma relação de harmonia e respeito à individualidade do outro, nos permitindo viver novas experiências. Reconhecendo a desconstrução de mitos em relação à possibilidade de escolarização e de desenvolvimento de qualquer ser humano, seja a criança azul, rosa ou branca, construindo assim um universo educacional de respeito à criança e ao educador.

Todas as produções analisadas nos mostram a importância de conhecer o universo histórico com o qual nos deparamos, sejam eles encontrados nas mídias, como a web que nos dá acesso a informações de várias partes do globo, nas prateleiras empoeiradas das bibliotecas ou até mesmo nos relatos de experiências vividas pelos próprios indivíduos.

Estas reflexões entranham em nossos corpos e mentes de maneira a emocionar quem ardentemente não se acomoda com o simples discurso de que temos limitações, mas que por meio deste arder, busca não apenas entender, mas compreender que precisamos nos apaixonar pelo outro, nos sensibilizar com aquilo que parece perdido e vem ao nosso encontro, não esperando ajuda, mas um incentivo de que tudo podemos e há possibilidades… sejam quais forem os meios e as limitações impostas pelo preconceito e o medo em relação aos processos pedagógicos que permeiam a escolarização dessas crianças.

 

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Recebido em: 25/07/2012
Aceito em: 05/11/2012

 

1 Por profissionais da educação compreendemos aqueles que desenvolvem suas atividades laborais na instituição escolar (tanto nas atividades pedagógicas e psicológicas quanto nas administrativas) ou em órgãos administrativos da unidade mantenedora.

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