EDITORIAL

 

 

A Psicologia, bem como a variedade de temas que dela se originam, está presente no dia a dia e, em especial, nas relações vividas no ambiente escolar. Beneficiar-se dos conhecimentos da Psicologia pode facilitar a convivência e o entendimento de demandas presentes em situações cotidianas. Assim, este exemplar traz artigos que refletem de que modo a Psicologia repercute nas instituições escolares e nas famílias em diferentes âmbitos e que ensino de Psicologia devemos buscar.

Em um dos textos aqui presentes, realizou-se um mapeamento entre 2004 e 2011, junto a uma Comunidade Virtual em uma Rede Social, analisando como este espaço se converteu em um território de queixas sociais, além de ter despertado um olhar crítico para os sujeitos que o construíram cotidianamente.

Outros temas aqui abordados referem-se a pesquisas com alunos e professores de diferentes áreas de formação e níveis institucionais: Em uma, a qual abrange a pesquisa exploratória com alunos formandos em Direito e Psicologia, buscou-se compreender como ocorre a mediação de conflitos familiares; em outra, realizada junto a professores do Ensino Médio da Rede Pública do Estado de São Paulo, foi abordada a importância do estudo da Psicologia na formação de jovens, e a retirada do mesmo do currículo escolar que, por sua vez, vai na contramão das necessidades que atravessam este espaço.

Enfatizando ainda essa questão, é apresentada uma entrevista semiestruturada com uma docente responsável pela disciplina de Psicologia no ensino médio na cidade de Porto Alegre. Nela, o estudo nesta área é associado a uma proposta de articulação de conhecimentos e visão interdisciplinar, que possibilitaria novos olhares para dilemas da sociedade atual.

Em outro nível de formação, destaca-se uma pesquisa realizada com psicólogos, na qual busca-se compreender como eles percebem seu aprendizado sobre ética e direitos humanos, de modo a concluir que a maioria dos profissionais, apesar de considerar o tema de grande valia para sua formação, sente que o mesmo é trabalhado de maneira vaga durante sua trajetória como aluno.

Nesse sentido, é problematizada a rigidez da grade de disciplinas nos cursos de Graduação em Psicologia, com o intuito de discutir a necessidade e importância de uma formação mais flexível e adequada às demandas profissionais específicas de cada região e do país.

Por fim, com as reflexões acerca das práticas de extensão em escolas públicas, por meio de projetos desenvolvidos nestes espaços, frisa-se a necessidade da inclusão de temas e formulação de políticas públicas que combatam o abuso e a exploração sexuais de crianças e adolescentes. Fazendo-o, destaca-se a responsabilidade de oferecer a eles, e àqueles que trabalham com sua educação, ferramentas que auxiliem a formação e a relação de ambos de forma significativa. Com o apoio da Psicologia, busca-se auxiliar a prática de profissionais comprometidos ética e legalmente com os direitos da população infanto-juvenil nas áreas clínica, social, escolar e judiciária.

Inserindo o leitor nesta perspectiva de reflexão sobre a importância da Psicologia nas relações institucionais, espera-se criar um espaço de discussão sobre um ensino significativo de Psicologia, capaz de lançar novos olhares sobre os temas já conhecidos e aqueles que nos desafiam na atualidade.

 

Carolina Trentini Moraes Sarmento
Editora Assistente