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Estudos Interdisciplinares em Psicologia

versão On-line ISSN 2236-6407

Est. Inter. Psicol. vol.9 no.2 Londrina maio/ago. 2018

 

Artigos

 

Escala de forças de caráter: relações com instrumentos de avaliação de afetos e interesses profissionais

 

Characters strengths scale: relations with instruments to evaluate the affections and professional interests

 

Escala fuerzas de caracteres: relaciones con instrumentos de evaluación afecta e intereses profesionales

 

 

Bárbara de Paula AlvesI i; Rodolfo Augusto Matteo AmbielI ii

IUniversidade São Francisco

 

 

 


Resumo

Esta pesquisa objetivou relacionar os construtos Forças de Caráter, Afetos e Interesses Profissionais em universitários, utilizando os instrumentos: Escala de Forças de Caráter (EFC), Escala de Afetos Zanon (EAZ), Escala de Aconselhamento Profissional (EAP) e um Questionário Sociodemográfico. Participaram do estudo 350 universitários de diferentes cursos com idades entre 17 a 53 anos (M= 22,57; DP= 5,96). As forças se correlacionaram positivamente com os afetos positivos e com as dimensões dos interesses, sendo que Ciências Agrárias foi a dimensão com as correlações mais altas. Participantes com idades acima de 19 anos apresentam mais Amor ao Aprendizado, Perseverança e Interesses por Atividades Burocráticas. Conclui-se que forças e afetos positivos podem ser relacionados e utilizados de maneira a auxiliar o desenvolvimento das características positivas dos indivíduos e que a relação das forças com as dimensões pode caracterizar possíveis personalidades que demonstram interesse por determinada área.

Palavras-chave: Psicologia positiva; Afetos positivos e negativos; Orientação profissional; Universitários; Características positivas.


Abstract

This research aimed to relate the constructs Character Forces, Affects, and Professional Interests in university students, using the instruments: Escala de Forças de Caráter (EFC), Escala de Afetos Zanon (EAZ), Escala de Aconselhamento Profissional (EAP), and a Socio-demographic Questionnaire. A total of 350 college students from different courses, aged between 17 and 53 (M = 22.57; SD = 5.96) participated in the study. The forces correlated positively with the positive affects and with the dimensions of interests, and Agrarian Sciences was the dimension with the highest correlations. Participants over the age of 19 have more Love for Learning, Perseverance, and Interests for Bureaucratic Activities. It is concluded that positive forces and affections can be related and used in a way to help the development of the positive characteristics of the individuals and that the relation of the forces with the dimensions can characterize possible personalities that show interest by a certain area.

Key words: Positive psychology; Positive and Negative Affections; Professional Orientation; College Students; Positive Characteristics.


Resumen

Este estudio tuvo como objetivo relacionar el carácter construye Fuerzas, afectos e intereses profesionales en la universidad, el uso de los instrumentos: Escala de Forças de Caráter (EFC), Escala de Afetos Zanon (EAZ), Escala de Aconselhamento Profissional (EAP), y cuestionario demográfico. En el estudio participaron 350 alumnos de diferentes cursos de edades comprendidas entre 17-53 años (M = 22.57, SD = 5,96). Las fuerzas se correlacionaron positivamente con afecto positivo y las dimensiones de intereses y Ciencias Agrícolas fue la dimensión donde las correlaciones más altas. Los participantes mayores de 19 años tienen más amor por el aprendizaje, perseverancia e intereses por las actividades burocráticas. En conclusión, las fortalezas y las emociones positivas pueden ser vinculados y se utilizan con el fin de ayudar al desarrollo de las características positivas de los individuos y de la relación de fuerzas con las dimensiones pueden caracterizar posibles personalidades que demuestran interés en un área determinada.

Palabras-clave: La Psicología Positiva; Afecto Positivo y Negativo; La Orientación Profesional; Universidad; Características Positivas.


 

Introdução

A Psicologia Positiva tem como objetivo estudar os sentimentos, emoções e comportamentos benéficos à vida dos indivíduos, buscando intensificar os sentimentos bons como alegria, felicidade, amor e esperança (Seligman, 2004). De acordo com Seligman, o movimento da Psicologia Positiva iniciou-se em 1999, buscando perpassar a procura de explicação de fenômenos negativos e psicopatológicos, dominantes na Psicologia ao longo de todo o século XX. Nessa direção, em 2000, foi criado em Nova Iorque um instituto chamado Values in Action (VIA), uma organização sem fins lucrativos com o objetivo de desenvolver pesquisas científicas sobre as forças humanas. Um dos trabalhos desenvolvidos no VIA foi o desenvolvimento inicial dos estudos acerca das virtudes e forças de caráter focadas no desenvolvimento positivo do ser humano (Peterson & Seligman, 2004).

Peterson e Seligman (2004) e Park e Peterson (2006) estudaram conceitos e teorias da psicologia, sociologia, teologia, literaturas e filosofia, a fim de identificar o que representaria os melhores elementos da humanidade, em termos de virtudes e forças. Assim, os autores definem as virtudes como características humanas fundamentais, podendo ser organizadas em seis grandes categorias, quais sejam, sabedoria e conhecimento, coragem, humanidade, justiça, temperança e transcendência. Os autores defendem que essas características são baseadas em um processo evolutivo como meio de resolver tarefas importantes e necessárias para a sobrevivência do ser humano, sendo assim, essas virtudes devem estar presentes nos valores de um indivíduo, ou seja, em sua moral.

Por sua vez, as forças humanas, chamadas por Peterson e Seligman (2004) de forças de caráter, são atributos habituais, positivos e mensuráveis do funcionamento psicológico de uma pessoa, que levam a desejar e perseguir o bem pessoal e social, sendo que sua expressão se dá por comportamentos competentes moralmente e éticos em busca de uma vida mais alegre e plena (Park & Peterson, 2006; Wright & Lauer, 2013). As forças de caráter são compreendidas como componentes das virtudes. Por exemplo, para o indivíduo possuir as virtudes sabedoria e conhecimento, ele necessita mostrar algumas forças como criatividade, pensamento crítico, amor ao aprendizado e sensatez (Park & Peterson, 2006).

Outro construto que também vem sendo estudado no âmbito da Psicologia Positiva são os afetos, os quais constituem componentes do conceito mais amplo de bem-estar subjetivo (Snyder & Lopez, 2009). Diener (2000) conceitua o bem-estar subjetivo como as avaliações cognitivas e afetivas que as pessoas fazem acerca de suas próprias vidas e está relacionado a uma percepção favorável relacionada ao prazer e felicidade.

De forma específica, entende-se que o afeto é a resposta imediata de uma pessoa a um estímulo, a um acontecimento, e geralmente se baseia em uma sensação de excitação, avaliando certo evento como prazeroso ou doloroso para o indivíduo (Snyder & Lopez, 2009). Assim, compreende-se que o afeto positivo reflete o quanto uma pessoa está sentindo-se entusiasmada, ativa, alerta, que possui jovialidade, autoconfiança e uma postura atenciosa. Ele é um estado positivo puro, experimentado em um determinado momento como um estado de consciência e de atividade. É um sentimento transitório de prazer ativo, trata-se mais de uma descrição de um estado emocional do que um julgamento cognitivo (Watson, Clark, & Tellegen, 1988). Por outro lado, o afeto negativo é uma sensação desconfortável, relacionada à angústia ou desprazer, que inclui uma variedade de estados de humor aversivos, como raiva, culpa, desgosto, medo. Ele refere-se a um estado de distração e engajamento desprezível que também é transitório, mas que inclui emoções desagradáveis.

Os afetos favorecem a forma como o indivíduo olha sua vida e as pessoas que o circundam. Com isso, se o indivíduo percebe mais afetos positivos, ele tem a tendência a sentir mais prazer em suas atividades diárias, enquanto que se possuir mais afetos negativos, terá uma tendência em olhar suas atividades e as pessoas que o circulam de uma forma mais negativa e triste (Watson et al., 1988). Na literatura, estudos mostram que as forças de caráter mais associadas a avaliações positivas do bem-estar subjetivo são transcendência, liderança, esperança, ânimo, gratidão, amor e curiosidade (Park, Peter, & Seligman, 2004; Weber et al., 2013).

Pensando nos construtos da Psicologia Positiva, criou-se a hipótese de que pessoas que possuem um maior número de forças de caráter desenvolvidas, também demonstram mais afetos positivos e possivelmente estão congruentes com seus interesses profissionais e a área que estão cursando. Além disso, considera-se que em um processo da escolha de carreira, é importante que a pessoa compreenda suas características e seus interesses de forma a otimizar seu planejamento profissional, visando a uma escolha otimista e mais adequada ao seu perfil (Noronha & Ambiel, 2006). Dessa forma, compreender as relações entre aspectos positivos do funcionamento humano e os interesses profissionais pode ser útil para pesquisas futuras e intervenções.

Lent, Brown e Hackett (1994) definem os interesses como padrões de preferência, aversão ou indiferença frente a atividades profissionais. Rounds (1995) complementa a definição afirmando que as preferências por atividades direcionam comportamentos e objetivos para certos ambientes e cita também que os interesses são contextualizados, por abordarem uma atividade que é em geral desenvolvida em um local ou cenário. Savickas (1999) afirma que os interesses profissionais têm um componente afetivo e outro cognitivo, sendo, os mesmos, uma tendência em buscar satisfação pessoal por meio de respostas a estímulos ambientais.

Assim, os interesses se manifestam em ações que satisfazem o sujeito e que ajudam na promoção do desenvolvimento pessoal e na melhor adaptação da pessoa em seu contexto pessoal e profissional. O construto é entendido com um conjunto de preferências que tendem a se formar na adolescência e permanecerem relativamente estáveis até a entrada e atuação no mercado de trabalho (Armstrong, Su, & Rounds, 2011). Também há pesquisas mostrando que os interesses tendem a predizer a motivação, produtividade e satisfação no trabalho (Armstrong et al., 2011; Rounds & Su, 2014), além de tenderem a apresentar padrões definidos de diferenças em relação aos sexos (Noronha, Ottati, Mansão, & Cezar, 2011; Sartori, Noronha, & Nunes, 2009).

Alguns estudos já abordaram os interesses profissionais e suas relações com forças de caráter e afetos. Proyer, Sidler, Weber e Ruch (2012) estudaram as relações entre forças de caráter e interesses em adolescentes e encontraram que os tipos de interesse Artístico e Investigativo se relacionaram com a pontuação geral das forças, de forma positiva e moderada. De forma específica, foram observadas relações fracas entre os tipos Empreendedor e Social com a força Liderança, enquanto que os tipos Investigativo, Social e Artístico se correlacionaram com as forças Modéstia, Perdão e Justiça, sempre de forma fraca. Em outro estudo, Littman-Ovadia, Potok e Ruch (2013) também objetivaram analisar a relação entre interesses e forças de caráter, mas em adultos. Os resultados mostraram que o tipo Investigativo se relacionou com a força Amor pelo Aprendizado, tipo Artístico com Criatividade e Apreço pelo Belo e o tipo Social relacionou-se com as forças Espiritualidade, Esperança e Gratidão, sempre de forma positiva e fraca.

No Brasil, Noronha e Mansão (2012) estudaram a relação entre afetos e interesses profissionais em estudantes de ensino médio. Foram encontradas correlações significativas, porém nulas, variando de 0,09 a 0,15. Em outro artigo, Barros, Noronha e Ambiel (2015) estudaram interesses, afetos e personalidade em uma amostra de adolescentes. Os dados evidenciaram que apenas correlações significativas entre os interesses Empreendedor e Convencional com afetos positivos foram encontradas. Por outro lado, análises de regressão mostraram que os afetos negativos incrementaram o poder preditivo dos fatores de personalidade em relação aos interesses Investigativo, Social e Convencional.

Portanto, pode-se perceber que conhecer as relações entre forças de caráter, afetos e interesses profissionais pode ser profícuo tanto em relação ao aprofundamento do conhecimento acerca das possíveis intersecções entre os construtos, quanto uma aproximação para a aplicação dos preceitos da Psicologia Positiva ao campo da Orientação Profissional e de Carreira. Os estudos prévios sugerem uma tendência de correlações baixas entre os construtos. Contudo, foram adotados outros instrumentos, outros modelos teóricos, principalmente de interesses e com amostras diversas sem o foco em estudantes de ensino superior. Nesse sentido, este estudo, de caráter exploratório, tem o objetivo de estudar as relações entre os construtos, tais como avaliados pela Escala de Forças de Caráter (EFC – Noronha, Dellazzana-Zanon & Zanon, 2015), Escala de Afetos Zanon (EAZ - Zanon, Bastianello, Pacico, & Hutz, 2013) e Escala de Aconselhamento Profissional (EAP - Noronha, Sisto, & Santos, 2007) em uma amostra de estudantes universitários. Em acréscimo, serão verificadas eventuais diferenças de sexo e faixas etárias nos construtos.

 

Método

Participantes

Participaram deste estudo, uma amostra de conveniência de 350 alunos universitários, ambos os sexos, sendo 243 mulheres (69,4%) e 105 homens (30%). Não houve registro do sexo em dois casos. As idades variaram entre 17 e 53 anos (M= 22,57, DP=5,96), sendo que a maior porcentagem foi com a idade de 18 anos (20%). Foram coletados dados dos cursos de administração, psicologia, engenharias, farmácia e fisioterapia de uma universidade particular do estado de São Paulo, sendo que fisioterapia foi o curso com maior porcentagem, 27,7%, seguido do curso de administração com 24,3%.

Instrumentos

Escala de Forças de Caráter (EFC – Noronha et al., 2015).

Propõe-se a avaliar 24 forças, que são: criatividade, pensamento crítico, amor ao aprendizado, sensatez, curiosidade, autenticidade, bravura, perseverança, vitalidade, amor, bondade, inteligência social, cidadania, liderança, imparcialidade, autorregulação, modéstia, perdão, prudência, apreciação do belo, gratidão, humor, esperança e espiritualidade. Este instrumento é composto por 71 itens avaliados em uma escala Likert, com respostas que variam de 0 (nada a ver comigo) a 4 (tudo a ver comigo). Exemplos de itens: “Sou competente para dar conselhos” (Sensatez), “Gosto de fazer gentilezas para os outros” (Bondade). Cada força é avaliada por três itens, à exceção de Beleza, que é formada por apenas dois itens. Contudo, uma análise de componentes principais identificou que o instrumento é unidimensional. Também foi realizada a análise de consistência interna da escala, na qual foi obtido o coeficiente alfa de 0,95 (Noronha et al., 2015). Sendo assim, o instrumento avalia as 24 forças propostas por Peterson e Seligman (2004), dentro de um único grande fator, ou seja, um escore geral das forças.

Escala de Afetos Zanon (EAZ - Zanon et al., 2013)

O objetivo desta escala é avaliar os afetos positivos e negativos dos indivíduos. Este instrumento é respondido em uma escala Likert, variando de 1 a 5 pontos, sendo que 1 ponto significa ter menos a ver com o indivíduo e 5 pontos significam ter mais a ver com ele. A escala possui 20 itens, sendo 10 referentes a afetos positivos e 10 a afetos negativos. Exemplos de itens: “Muitas vezes eu fico nervoso” (afeto negativo), “Sou corajoso” (afeto positivo). A EAZ obteve índices de consistência interna, avaliados pelo Alfa de Cronbach satisfatórios para ambos os afetos, sendo 0,83 para positivos e 0,77 para negativos.

Escala de Aconselhamento Profissional (EAP – Noronha et al., 2007)

Avalia sete dimensões de interesses, quais são: Ciências Exatas, Artes e Comunicação, Ciências Biológicas e da Saúde, Ciências Agrárias e Ambientais, Atividades Burocráticas, Ciências Humanas e Sociais Aplicadas e Entretenimento. O instrumento é composto por 61 itens que representam todas as áreas do trabalho e várias possibilidades profissionais e são avaliados em uma escala Likert de cinco pontos de 5 a 1, sendo 5 – frequentemente (desenvolveria a atividade do item) até 1 - nunca a desenvolveria (a atividade descrita no item). Exemplos de itens: “Desenhar logotipos e embalagens” (Artes e Comunicação), “Realizar cirurgias” (Ciências Biológicas e da Saúde). Os autores realizaram análises fatoriais exploratórias na escala, na qual encontraram sete dimensões, cujos coeficientes Alfas de Cronbach, obtidos posteriormente, variaram entre 0,79 e 0,94.

Questionário Sociodemográfico

Este questionário teve o objetivo de identificar o sexo, idade, curso universitário e semestre em curso, a partir de perguntas fechadas.

Procedimentos

A aplicação ocorreu de forma coletiva em sala de aula com tempo aproximado de 40 minutos. Após a explicação dos instrumentos, estes foram entregues para os estudantes juntamente com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para assinatura daqueles que aceitaram participar. Os instrumentos foram intercalados, ou seja, metade dos participantes começou com a EFC, seguida pela EAZ, pelo Questionário Sociodemográfico e após a EAP. A outra metade iniciou pela EFC, seguida da EAP e por fim a EAZ e o Questionário, visando evitar o efeito de ordem de aplicação.

 

Resultados

A fim de atender aos objetivos do estudo, os dados foram analisados por meio de provas inferenciais, quais sejam, a correlação de Pearson, teste t de Student e ANOVA, com prova post hoc de Tukey. Na Tabela 1 são exploradas as correlações da EFC com a EAZ e a EAP. Apenas as correlações significativas (p≤0,05) com coeficientes maiores ou iguais a 0,20 são apresentadas.

Observa-se que entre as forças e os afetos positivos todas as correlações foram significativas, sendo que as correlações mais altas foram com as forças Vitalidade, Perseverança e Esperança. Com afetos negativos, foram observadas seis correlações significativas, negativas e superiores ao ponto de corte estabelecido, sendo que a mais forte foi com a força Autorregulação.

Sobre a correlação com a EAP, é possível verificar que todas as dimensões se correlacionaram significativamente com pelo menos duas forças, exceto Entretenimento, cujas correlações foram inferiores a 0,20. Dentre essas, vale destacar que as preferencias por atividades de Ciências Agrárias e Ambientais obtiveram os maiores coeficientes de correlação, com as forças Bravura e Cidadania. Essa mesma dimensão de interesses foi a que obteve a maior quantidade de correlações significativas com as forças. Por fim, vale destaque o fato de que os interesses por Ciências Biológicas e da Saúde, Ciências Agrárias e Ambientais, e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas correlacionaram-se simultaneamente com um mesmo conjunto de forças, formado por Bravura, Bondade e Espiritualidade. Na Tabela 2, são apresentados os resultados das comparações entre sexos. São apresentados apenas os resultados significativos (p≤0,05) e/ou com tamanho de efeito igual ou superior a 0,50, ou seja, efeitos médios (Cohen, 1988).

 

 

Os resultados mostraram que, nas duas variáveis em que se observaram diferenças entre sexos, considerando os valores de significância estatística (p), em ambas as mulheres obtiveram as maiores médias, quais sejam, na força Espiritualidade e nos interesses por atividades de Entretenimento. Os homens pontuaram mais apenas em Ciências Exatas, ainda que a diferença não tenha sido significativa.

Para verificar a diferença de médias em relação às idades dos estudantes, utilizou-se a ANOVA. Para tanto, a amostra foi organizada em três grupos, quais sejam, o primeiro com idades até 19 anos (n=130), o segundo grupo de 20 a 23 anos (n=123) e o terceiro com idades igual ou superior a 24 anos (n=90). A Tabela 3 mostra os dados das ANOVAs que foram significativas e suas respectivas provas post hoc de Tukey.

A Tabela 3 evidencia que em todos os fatores da EFC com diferença significativa entre os grupos de faixa etária, os mais jovens obtiveram sistematicamente as menores médias. Somente em relação aos interesses por Ciências Exatas, é possível observar que os mais jovens obtiveram a maior média em relação aos alunos mais velhos. Já o grupo da faixa etária intermediária obteve as maiores médias em seis das oito forças. Por fim, o grupo de pessoas mais velhas pontuou mais nas forças Imparcialidade e Prudência, bem como nos interesses por Atividades Burocráticas e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.

 

Discussão

O presente estudo teve como objetivo estudar as correlações entre a Escala de Forças de Caráter com medidas de tipos de afetos e tipos de interesses profissionais, bem como as diferenças entre sexos e faixas etárias nas mesmas variáveis. De caráter exploratório, o presente estudo tem como justificativa buscar uma aproximação entre conceitos da psicologia positiva, enfocando as forças de caráter, com os interesses profissionais, uma variável importante em processos de decisão de carreira, área ainda pouco explorada pela Psicologia Positiva. De forma geral, foi possível observar que as correlações entre os instrumentos de forças de caráter e interesses, apesar de diferentes de outros utilizados previamente, seguiram as tendências de outros estudos, ou seja, correlações em geral de baixa a moderadas (Barros et al., 2015; Littman-Ovadia et al., 2013; Noronha & Mansão, 2012; Proyer et al., 2012).

Inicialmente, pode-se observar que a medida de afetos tendeu a se correlacionar com as forças de caráter de forma geral, sendo que o sentido das correlações acompanhou a conotação dos afetos, ou seja, de forma positiva ou negativa. Além disso, as correlações observadas entre as forças e os afetos positivos foram mais frequentes e de maior magnitude do que as outras correlações observadas. Este achado vai ao encontro com as asserções de Perterson e Seligman (2004), no sentido de que as forças são características pessoais usadas para se atingir níveis ótimos de bem-estar pessoal e social e os afetos positivos, enquanto componentes do bem-estar subjetivo, são avaliações positivas do momento atual de vida. Dessa forma, a intersecção entre os construtos já havia sido relatada na literatura (Park et al., 2004; Weber et al., 2013) e foi corroborada neste estudo. Porém, vale ressaltar que mesmo os resultados sendo corroborados, ainda precisam ser considerados com cautela, pois as correlações, ainda que significantes, são médias ou baixas.

Quanto às correlações das forças com interesses profissionais, os coeficientes tenderam a ser baixos, sendo que os maiores foram de 0,31, sempre de forma positiva. Assim, pode-se considerar que os construtos avaliados apresentam pouco conteúdo em comum e vão no mesmo sentido dos achados de Noronha e Mansão (2012) e Barros et al. (no prelo). Contudo, observando de forma mais específica, pode-se notar que três forças e três dimensões de interesses se correlacionaram de forma mais sistemática, quais sejam, Bravura, Bondade e Espiritualidade, que se correlacionaram simultaneamente com interesses por Ciências Biológicas e da Saúde, Ciências Agrárias e Ambientais e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.

Algo a ser destacado nesses agrupamentos é que os três fatores de interesses mencionados são relativos a interesses do tipo Social (Armstrong et al., 2011; Rounds & Su, 2014). Pois, nos três fatores, as atividades básicas dizem respeito à disponibilidade para o cuidado e ensino de outras pessoas (ou animais, no caso das Ciências Agrárias – Noronha et al., 2007). Dessa forma, pode-se dizer que, na amostra deste estudo, pessoas com maior preferência por atividades de ajuda e cuidado apresentam mais forças de caráter relacionadas a encarar desafios e dificuldades, com tendência a ser bom, cuidadoso, generoso, interessado com outras pessoas e portadores de crenças coerentes a respeito do significado do universo e em propósitos maiores (Peterson & Seligman, 2004; Park & Peterson, 2006). Tais resultados corroboram parcialmente os resultados prévios de Littman-Ovadia et al. (2013), que encontraram uma correlação média entre Espiritualidade e o tipo Social.

Em relação às diferenças entre mulheres e homens, observou-se que o grupo feminino obteve maiores médias nas forças relacionadas a serem verdadeiras, honestas e responsáveis em relação à sentimentos e ações; bondosas, cuidadosas e generosas com as outras pessoas; e a ter crenças sobre significado e propósito de vida (Park & Peterson, 2006). Porém, as mulheres também apresentaram maiores médias que homens nos afetos negativos, ou seja, tendem a fazer avaliações mais negativas de suas experiências, mediadas por emoções desagradáveis. Sobre a Bondade, Park e Peterson (2006) dizem que se refere a pessoa com tendência a expressar bondade, cuidadoso e generoso com as outras pessoas. A Inteligência Social é demonstrada nas habilidades de processar melhor as informações emocionais, enquanto a Espiritualidade é a característica de se ter crenças coerentes a respeito do significado do universo e o seu lugar nele, além de acreditar em um propósito maior no mundo. Diante disso, pode-se dizer que as mulheres possuem mais qualidades voltadas à doação, respeito e compreensão com o próximo, além de serem mais emocionais, olharem mais para seu interior e acreditarem mais em crenças espirituais, comparadas aos homens (Snyder & Lopes, 2009). Vale lembrar que estes resultados precisam ser levados em consideração, porém com cautela, pois os tamanhos de efeitos observados foram de média magnitude em sua maioria.

Ainda na diferença de média por sexo, em relação aos interesses, os homens apresentaram maior média em Ciências Exatas, enquanto as mulheres apresentaram maior interesse por Artes e Comunicação. Em relação às mulheres, este resultado corrobora os achados de Noronha et al. (2011), pois as mulheres também tiveram as maiores médias em todas as dimensões menos em Ciências Exatas e também identificaram maiores médias para mulheres em atividades que envolvam cuidados com outras pessoas e organização de eventos e ambientes. Já o resultado de maior média em Ciências Exatas para os homens, além de ter sido encontrado por Noronha et al. (2011), também foi achado no estudo de Sartori et al. (2009), no qual identificaram maiores médias para os homens em atividades típicas das Ciências Exatas. Pode-se entender que, nesta amostra, os homens apresentaram maior interesse por atividades mais precisas, que envolvam números, dados e planilhas, enquanto as mulheres apresentaram um padrão de interesse mais voltado para questões artísticas, físicas e de cuidado. É importante mencionar que, embora diferentes estudos encontrem padrões semelhantes, deve-se afirmar que tais diferenças não são naturais, mas fruto de aprendizagens ocorridas ao longo da vida, a partir de uma sociedade que impõe padrões de gênero para diversos aspectos, entre eles, no campo profissional. Assim, embora os resultados estejam de acordo com achados anteriores, deve-se discutir o papel de psicólogos e de orientadores profissionais em relação ao questionamento de tais padrões, o que pode implicar em abertura de oportunidades tanto para homens quanto para mulheres.

Por fim, a análise de comparação entre as faixas etárias realizada, demonstrou que os alunos mais jovens (até 19 anos) obtiveram sistematicamente as menores médias nas forças de caráter, o que pode conduzir à hipótese de que haja uma influência desenvolvimental na expressão das forças, sendo um fator predominante para a compreensão e utilização dos resultados em situações práticas. Isso vai na direção da afirmação de Park e Peterson (2006), de que as forças de caráter são de papel fundamental para o desenvolvimento bem-sucedido de atributos, competências e habilidades ao longo da vida. As forças são mais bem desenvolvidas e utilizadas, conforme a evolução do jovem em suas atividades diárias, assim como no cumprimento de metas socialmente valorizadas, demonstrando suas habilidades para realizar tarefas sociais e cotidianas (Park & Peterson, 2006). Por outro lado, também se pode questionar se isso não seria resultado de um maior autoconhecimento adquirido com a idade, uma vez que a medida que as pessoas vão tendo experiências de vida mais diversas e em diferentes contextos, isso poderia implicar um maior conhecimento acerca das próprias forças. Sendo uma hipótese para um futuro estudo longitudinal.

Ainda na análise de médias por idade, mas em relação aos interesses, as dimensões Ciências Exatas, Atividades Burocráticas e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas demostraram-se diferentes em relação ao nível de idade. Nesse caso, as duas últimas tiveram os alunos mais velhos com as maiores médias, enquanto que em Ciências Exatas, os mais jovens destacaram-se. Sobre esse resultado, a literatura não favorece conclusões sobre preferencias típicas em relação a faixas etárias, ainda que Armstrong et al. (2011) tenham encontrado resultados acerca da estabilidade dos mesmos ao longo da vida.

 

Considerações Finais

O objetivo deste estudo foi atingido, qual seja, de explorar as relações entre forças de caráter, afetos e interesses, sendo observado que forças e afetos positivos podem ser relacionados e utilizados de maneira a auxiliar o desenvolvimento das características positivas dos indivíduos. De maneira geral, o estudo permitiu verificar que as forças e os afetos podem ser relacionados e utilizados de maneira a auxiliar o desenvolvimento das características positivas das pessoas, além de que as dimensões dos interesses possuem forças específicas que caracterizam cada área de estudo, podendo ajudar em futuras pesquisas e intervenções voltadas para os cursos e o melhor desempenho dos alunos em relação as seus estudos e atividades propostas em aulas, por exemplo. Assim, pode-se perceber que a utilização das Forças de Caráter possivelmente auxilie psicólogos na tarefa de promover autoconhecimento nas pessoas, por exemplo, em intervenções relativas à escolha profissional, além de, auxiliar o ser humano no melhor desenvolvimento de seu bem-estar. Conhecer as relações entre interesses e forças de caráter pode ajudar a aprofundar as intersecções entre interesses e personalidade (Barros et al., 2015), já que as forças são características positivas encontradas na personalidade de cada indivíduo, sendo esse um estudo proposto para o futuro.

Contudo, algumas limitações do estudo devem ser notadas. Inicialmente, a amostra do estudo, apesar de um tamanho considerável, foi bastante limitada em suas características, por exemplo, foi uma amostra selecionada por conveniência, são todos estudantes de ensino superior e de uma única instituição particular. Isso por si só já limita a generalização dos achados e cuidados devem ser tomados em estudos futuros para minimizar esse tipo de viés. Além disso, do ponto de vista metodológico, em estudos futuros seria interessante delinear procedimentos longitudinais e mesmo experimentais, além de usar estratégias estatísticas mais robustas.

Em que pesem as limitações, o presente estudo pode contribuir para aproximar os estudos da psicologia positiva da orientação profissional, embora não seja pioneiro nesse sentido. Espera-se que, no futuro, estudos que embasem intervenções tenham potencial para aprofundar o conhecimento e os métodos em ambos os campos.

 

Declaração de conflitos de interesse

Não há conflitos de interesse.

 

Referências

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Endereço para correspondência
Bárbara de Paula Alves

e-mail: barbarap.a@bol.com.br

Endereço para correspondência
Rodolfo Augusto Matteo Ambiel

e-mail: ambielram@gmail.com

 

Recebido em: 11/07/2016
Revisado em: 09/06/2017

Aceito em: 30/06/2017

 

 

 

Certificamos que todos os autores participaram suficientemente do trabalho para tornar pública sua responsabilidade pelo conteúdo.

A contribuição de cada autor pode ser atribuída como se segue: B. P. A. e R. A. M. A. contribuíram para a conceitualização, investigação e visualização do artigo e são os responsáveis pela redação final (revisão e edição).

Os autores agradecem a CAPES pelo financiamento da pesquisa.

 

i Psicóloga e mestre em Psicologia pela Universidade São Francisco. Bolsista CAPES.

ii Psicólogo, mestre e doutor em Psicologia pela Universidade São Francisco. Trabalha na linha de pesquisa Avaliação em Psicologia Educacional do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Psicologia da Universidade São Francisco e recebe financiamento de pesquisa do CNPq.

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