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Revista Polis e Psique

On-line version ISSN 2238-152X

Rev. Polis Psique vol.10 no.1 Porto Alegre Jan./Apr. 2020

http://dx.doi.org/10.22456/2238-152X.97820 

ARTIGOS

 

Noções de internacionalização nos debates sobre a pós-graduação em Psicologia

 

Concepts of internationalization in debates over graduate studies in Psychology

 

Nociones de internacionalización en los debates sobre posgrado en Psicología

 

 

Joyce Pereira da Costa; Ana Ludmila Freire da Costa; Oswaldo Hajime Yamamoto

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Natal, RN, Brasil

 

 


RESUMO

A investigação ora apresentada objetivou averiguar quais as noções de internacionalização perpassam as reflexões empreendidas sobre tal processo no âmbito da Pós-Graduação brasileira em Psicologia. Analisou-se documentos de eventos da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Psicologia (ANPEPP), responsável por discutir os rumos da pós-graduação na área. Entre os principais resultados, identificou-se que são diversas as formas de conceber a internacionalização: como conjunto de atividades para ampliar a interação entre os pesquisadores nacionais e estrangeiros; como inserção internacional das publicações; como qualidade do conhecimento produzido, dentre outras noções. É relacionada, ainda, com o uso de outro idioma além do nacional, principalmente o inglês. Subjacente a essas ideias, a internacionalização é entendida ora como meio para o desenvolvimento científico e social, ora como um fim em si mesmo. Discute-se as implicações dessas noções para o próprio processo de internacionalização e para a ciência desenvolvida no âmbito da pós-graduação em Psicologia.

Palavras-chave: política científica; produção científica; colaboração internacional; psicologia


ABSTRACT

The present study aimed at determining which concepts of internationalization are present in the reflections used in this process in Brazilian graduate studies in Psychology. Documents were analyzed from National Association for Research and Graduate Studies in Psychology (ANPEPP) events, which discuss the direction of graduate studies in the area. The primary results demonstrate that there are several forms of conceiving internationalization, such as activities to broaden interaction between national and foreign researchers; publish in international journals; and improve the quality of the knowledge produced, in addition to using languages other than Portuguese, mainly English. Underlying these ideas, internationalization is understood as both a means for scientific and social development and an end in itself. The implications of these concepts for the internationalization process and the science developed in graduate studies in Psychology are also discussed.

Keywords: scientific policy; scientific production; international collaboration; psychology


RESUMEN

La investigación presentada tuvo como objetivo investigar qué nociones de internacionalización impregnan las reflexiones sobre tal proceso en el Posgrado Brasileño en Psicología. Se analizaron documentos de la Asociación Nacional de Investigación y Posgrado en Psicología (ANPEPP), encargada de discutir las orientaciones del posgrado en el área. Entre los principales resultados, se identificó que existen varias formas de concebir la internacionalización: como conjunto de actividades para ampliar la interacción entre investigadores nacionales y extranjeros; como inserción internacional de publicaciones; como calidad del conocimiento producido, entre otras nociones. También se relaciona con el uso de un idioma distinto al brasileño, especialmente el inglés. Subyacente a estas ideas, la internacionalización se entiende o como un medio para el desarrollo científico y social, o como un fin en sí mismo. Se discuten las consecuencias de estas nociones para el proceso de internacionalización y para la ciencia desarrollada en el postgrado en Psicología.

Palabras clave: política científica; producción científica; colaboración internacional; psicología


 

 

Introdução

Nos últimos anos, a internacionalização vem recebendo grande atenção por parte da comunidade científica brasileira, sendo alvo de debates e de políticas governamentais específicas. Tais empreendimentos objetivam, dentre outras coisas, qualificar a crescente produção científica, bem como estabelecer um novo padrão de inserção internacional para o país por meio da internacionalização da ciência e do fortalecimento da cooperação científica e tecnológica (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior [CAPES], 2010; Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, 2016).

A Psicologia brasileira não foge à regra, como atesta a presença do tema no Seminário Novos Horizontes desde a sua primeira edição, em 20081, e nos fóruns de discussão do Simpósio da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Psicologia, ambos organizados pela ANPEPP. A ANPEPP possui aproximadamente 90% dos programas de pós-graduação em Psicologia do Brasil afiliados e, a cada edição, seus eventos contam com participação expressiva de investigadores e coordenadores de programas de todo país (ANPEPP, 2018a; ANPEPP, 2018b). Por meio dos fóruns de discussão e dos seminários, institucionalizam-se os espaços de acompanhamento e gestão da comunidade científica da área quanto as diretrizes estatais voltadas para o setor de ciência e tecnologia (Costa & Yamamoto, 2016; Gomes & Fradkin, 2015). Tratam-se, assim, dos principais âmbitos de discussão da pós-graduação na área no Brasil.

Conquanto seja um tema atual, não há consenso sobre como definir a internacionalização na ciência e no Ensino Superior, sendo possível observar distintas visões e formas de caracterizar o tema. Uma maneira de compreendê-lo seria por meio da atividade de cooperação entre os países: grosso modo, na cooperação horizontalizada, que objetiva o desenvolvimento e fortalecimento de capacidades locais e regionais, predomina a solidariedade e equidade na relação entre os países envolvidos, de economia periférica. Outra forma seria a cooperação verticalizada, na qual se verifica uma relação de dominação e desigualdade no acesso e na produção do conhecimento científico, com predomínio da competitividade e da relação entre países centrais e periféricos - própria de um modelo tradicional de internacionalização (Morosini, 2011). Por sua vez, estas formas podem estar atreladas a diferentes focos -atender ao mercado global ou priorizar o desenvolvimento social, tal como defendidos pela Organização Mundial do Comércio (OMC) e pela UNESCO, respectivamente (Castro & Cabral Neto, 2012; Lima & Maranhão, 2009; Morosini, 2011). As perspectivas que são marcadas pela cooperação verticalizada e voltadas para o mercado podem ser denominadas como mercadológicas. E as tendências que aliam a horizontalidade com o foco no desenvolvimento social podem ser nomeadas como solidárias.

Outro modo de caracterizar a internacionalização é por meio do caráter ativo e passivo que assumem no processo de mobilidade (Lima & Maranhão, 2009). Na internacionalização ativa, geralmente apresentada pelos países centrais, verificase dentre outras estratégias a existência de políticas de Estado para atração e acolhida de estudantes estrangeiros, a oferta de serviços no exterior via mobilidade de seus especialistas, bem como a exportação de programas e de instituições. Além disso, recebem grande número de estudantes de várias partes do mundo, que ali deixam grandes divisas, caracterizando-se, então, como uma fonte de renda para países e instituições. Por seu turno, a internacionalização passiva é mais observada em países periféricos, especialmente os latino-americanos. Diferencia-se pela presença de políticas de internacionalização que privilegiam a emissão de estudantes e profissionais, especialmente para países centrais, visando, em última instância, a formação de uma elite voltada para a modernização de setores estratégicos.

Tais aspectos, que se inter-relacionam, não esgotam o cenário da internacionalização da ciência, mas servem para ilustrar como o fenômeno se organiza e interfere no desenvolvimento científico, podendo reverberar na escolha das questões e dos objetos de pesquisa - ou seja, se a produção internacionalizada versa sobre temas de interesse geral de um país ou região, ou se responde às questões pertinentes apenas aos países onde se almeja publicar e ser citado. Diante disso, torna-se imprescindível refletir sobre o processo de internacionalização na ciência, pelas implicações e possibilidades que oferece ao desenvolvimento científico.

As reflexões e ações sobre a internacionalização também alcançam a Psicologia no âmbito de seus Programas de Pós-Graduação (PPGs), tal como fica evidenciado na discussão sobre as possibilidades de inserção internacional de sua produção científica. Esse debate é absorvido de forma diferenciada entre as subáreas da Psicologia: em algumas, como no caso daquelas próximas as Ciências Naturais, a necessidade/importância de publicação em veículos internacionais é mais explícita para seu desenvolvimento. Em outras, levantam-se maiores questionamentos sobre a viabilidade e as repercussões dessa inserção, evidenciando que tal debate não está resolvido para a área como um todo.

Portanto, diante das questões em torno da internacionalização da ciência brasileira, das preocupações com a internacionalização da Psicologia brasileira, bem como da reconhecida necessidade de se discutir seu direcionamento pelas implicações postas pela e para a área, indagamos: como a Psicologia brasileira, a partir dos seus PPGs, compreende e se posiciona em relação ao processo de internacionalização na ciência? Levando isso em consideração, o objetivo geral da investigação ora relatada foi identificar que noções de internacionalização perpassam as reflexões empreendidas a respeito desse processo no âmbito da Pós-Graduação brasileira em Psicologia.

 

Estratégia Metodológica

Para alcançar os objetivos propostos, empreendemos o levantamento e a análise dos documentos relativos aos fóruns de discussão dos Simpósios da ANPEPP e dos debates dos Seminários Novos Horizontes1. Para coleta dos materiais, acessamos as páginas eletrônicas da Associação e da revista Psicologia: Reflexão e Crítica, em junho/2017 e em junho/2019 (visto que alguns textos foram convertidos em artigos, após os eventos). O material disponibilizado é composto por apresentações, relatórios, textos base para as discussões e artigos publicados no Boletim da ANPEPP2 e na revista Psicologia: Reflexão e Crítica. Parte desses documentos foram elaborados para subsidiar os debates nos eventos; outros, são relatos resultantes dessas atividades. Apenas os materiais dos fóruns do Simpósio de 2010 não foram encontrados.

Para a seleção dos materiais a serem analisados, adotamos como critérios de inclusão: que os documentos fossem referentes aos eventos ocorridos a partir de 2008, ano em que a internacionalização apareceu, pela primeira vez, como um dos principais eixos de discussão em um evento da ANPEPP - no caso, o Seminário Novos Horizontes; que estivessem em formato de relatórios e artigos, possibilitando uma melhor compreensão dos debates empreendidos por possuírem maior detalhamento das reflexões; que os autores fossem pesquisadores vinculados a PPGs brasileiros em Psicologia, uma vez que oferecem uma visão a partir da área; que apresentassem reflexões sobre a internacionalização nos PPGs de Psicologia - seja como tema central, seja como um dos aspectos tratados na discussão sobre os programas.

Como critérios de exclusão, não foram considerados os trabalhos que possuíssem uma das seguintes características: que eram publicações anteriores a 2008; que estivessem em formato de apresentação; que possuíssem autoria com vinculação externa a Psicologia brasileira; que possuíssem como proposta central apresentar uma visão histórica da pós-graduação brasileira em Psicologia. Ademais, uma parte dos trabalhos possuíam duas versões, em diferentes veículos: como textos-base, divulgados antes dos eventos no Boletim da ANPEPP, e como artigos veiculados posteriormente aos fóruns. Diante disso, as primeiras versões foram excluídas, tendo em vista que o conteúdo era bastante similar a última versão publicada - ou seja, sem diferenças substanciais de ideias -, bem como pelo fato de que os artigos se constituíram como produtos dos eventos.

Assim, de um total de 51 trabalhos, 14 documentos atenderam aos critérios adotados e foram submetidos a análise. Por seu turno, a coleta e análise de informações desse material envolveu, inicialmente, a leitura prévia dos documentos, para identificação dos temas em torno dos quais os debates sobre a internacionalização estavam organizados. Identificados os temas, os textos foram transpostos para um banco de dados de análise qualitativa, (software QDA Miner v.4 - Qualitative Data Analysis Miner), que auxiliou na categorização e no procedimento de análise. Uma vez inseridos no banco, os documentos foram submetidos a repetidas leituras com o intuito de qualificar os trechos de acordo com os temas, bem como agrupá-los em subcategorias relativas a determinados componentes dos PPGs conforme eram abordados nos documentos.

 

Resultados e Discussão

Uma vez realizado o processo de coleta descrito anteriormente, obtivemos 14 documentos - apresentados na Tabela 1.

Na maior parte dos documentos analisados, não se identificou uma definição explícita sobre a internacionalização. Apesar disso, a análise de alguns aspectos oferece pistas sobre que concepções parecem estar subjacentes aos debates.

Uma definição é apresentada por Tourinho e Bastos (2010) que, ao apontarem possíveis caminhos para promover a qualidade dos PPGs brasileiros em Psicologia, definem:

A internacionalização, entendida como o esforço para alargar os horizontes de interação dos grupos de pesquisa brasileiros com seus pares no exterior. Por internacionalização, podemos entender não apenas uma maior taxa de publicação em revistas de circulação internacional (como usual), mas também (e, talvez, principalmente) uma maior mobilidade de docentes e discentes brasileiros, em direção aos centros de pesquisa estrangeiros, assim como um recebimento mais regular de visitantes estrangeiros no país, em ambos os casos com foco principal no estabelecimento de colaborações mais regulares para a atividade científica. (p. 2)

Nesse trecho podemos verificar duas compreensões. A primeira considera a internacionalização como circulação internacional das publicações - que, de acordo com os autores, seria mais comumente associada ao processo. A segunda, que se propõem mais ampliada, entende a internacionalização como um conjunto de atividades voltadas para ampliar a interlocução entre pesquisadores brasileiros e estrangeiros.

Uma ideia mais restrita associada à noção de internacionalização é a sua consideração como visibilidade internacional da produção científica, tal como pode ser identificada em Souza, Carlotto, Hazin & Maheirie (2016). Neste documento, observamos que há uma distinção entre internacionalização e cooperação; esta, fundamental ao desenvolvimento científico, seria fomentada pela socialização internacional do conhecimento por meio da produção científica:

O que impulsiona o desenvolvimento científico e tecnológico são a cooperação e a internacionalização [grifo nosso], dentre outras estratégias.... Por isso, os diferentes países têm uma preocupação grande com a internacionalização da produção científica, apontando um caminho promissor no enriquecimento da ciência e na transformação dos diferentes contextos na direção de uma sociedade mais justa e igualitária, pela socialização do que produzem (Souza e cols., 2016, "Sobre a avaliação de artigos em processo editorial", para. 5).

Seja como um conjunto de atividades ou como visibilidade da produção científica, em ambos os casos a internacionalização é compreendida como um meio para alcançar algo - ampliar a colaboração científica internacional, impulsionando a ciência, o que, por sua vez, contribuiria para o desenvolvimento social.

Outra ideia relacionada à internacionalização é a noção de qualidade, expressa na afirmação de que tal processo seria voltado para promover a “reputação” das IES (Souza e cols., 2016), para melhorar a qualidade da pós-graduação (Lo Bianco, Hutz, & Yamamoto, 2015), bem como para qualificar a formação e produção científica (Lo Bianco, Almeida, Koller, & Paiva, 2010). Esta última relação aparece em sentido inverso em Souza e cols. (2016) ao argumentar que, para alcançar a internacionalização, é necessário melhorar a qualidade da produção. Ou seja, enquanto que em Lo Bianco e cols. (2010) a internacionalização aparece como um meio para aprimorar a produção, em Souza e cols. (2016) ela é considerada como um fim a ser obtido por tal aperfeiçoamento.

O sistema avaliativo também pode contribuir para que a internacionalização seja encarada como um fim em si mesmo. Isso pode ser visualizado pela avaliação dos PPGs realizada pela CAPES, ao colocar a internacionalização como importante critério de qualificação. Um dos efeitos colaterais dessa condição é discutido pela comissão de política científica da ANPEPP (Guzzo, Linhares, Teodoro, & Koller, 2015), ao apontar como questão o surgimento dos periódicos “predatórios”:

A profusão desses artigos até alimentou a criação de periódicos por “editores predatórios”, caracterizados por editores que exploram a necessidade do pesquisador de publicar para criar periódicos internacionais com baixos requisitos de publicação, rápido processo editorial e altos custos financeiros para publicação (Wood Junior, 2013) (p. 38).

Considerar esse processo como um fim em si mesmo trata-se de um equívoco que limita e, consequentemente, desvirtua seus propósitos (Knight, 2012; De Wit, 2013). No caso dos PPGs, consideramos que a internacionalização deveria ser encarada como um meio para aprimorar as funções da pós-graduação - seja de formação ou de produção do conhecimento científico. Em última instância, a internacionalização deveria contribuir para promover a colaboração entre os países visando o desenvolvimento pleno da sociedade (Costa, Coelho-Lima, Costa, Seixas, & Yamamoto, 2014).

Ainda a respeito da relação entre internacionalização e qualidade, identificamos outro sentido em Hutz (2014), de acordo com o qual a qualidade seria determinada pelo impacto internacional e poder de atração de colaboradores estrangeiros:

Finalmente, há a necessidade de valorizar o mérito, não apenas na quantidade produzida, mas principalmente na qualidade do que se produz. Estudos originais e de excelente qualidade são aqueles que não apenas poderão ser publicados no exterior, mas que serão lidos e atrairão colaboradores (Hutz, 2014, p. 14).

A relação entre internacionalização e impacto internacional também foi identificada em Kind, Carlotto e Ronzani (2018), ao ressaltarem que na busca pela internacionalização, o impacto recebe grande atenção no sistema avaliativo. Manifestando preocupação a esse respeito, os pesquisadores salientam que o uso exclusivo de indicadores de impacto para aquilatar a produção cientifica deve ser vista com cautela, já que proporcionam “avaliações indiretas, superficiais e manipuláveis” e que “muitas vezes geram produções ou conhecimentos inócuos, baseado no produtivismo em si” (Kind e cols., 2018, “internacionalização”, para. 3).

Podemos observar, ainda, que a qualidade também está relacionada à publicação de artigos de revisão, como pode ser depreendido Menandro, Linhares, Bastos e Dell'Aglio (2015), ao sugerirem a publicação de estudos de revisão como meio para ampliar a visibilidade, bem como de Souza e cols. (2016):

Buscando impulsionar a publicação científica de qualidade no domínio da Psicologia, a ANPEPP lançou a Revista Internacional de Revisões em Psicologia, cuja missão é a de publicar artigos de revisão. As revisões identificam, avaliam, combinam e sumarizam os achados dos estudos mais relevantes produzidos sobre um tópico específico (“Sobre as ações da ANPEPP”, para. 1).

Se, por um lado, os estudos de revisão são importantes para organizar e conferir uma visão geral de todo conhecimento construído em uma temática, por outro, chama atenção que a qualidade da produção científica seja diretamente vinculada a esse tipo de estudo. Além disso, considerando o fato de que tal iniciativa é reconhecida, no documento, com potencial de impacto internacional, identificamos aqui um exemplo de como essa busca pela internacionalização incide na conformação do conhecimento produzido.

Seja como impacto, visibilidade ou divulgação, o que fica expresso é que a noção de internacionalização está fortemente vinculada com a inserção internacional da produção científica dos programas. Isso também pode ser depreendido pelo grande foco que as publicações recebem nas avaliações dos PPGs (Hutz, 2014; Lo Bianco e cols., 2010, 2015), reduzindo assim o sentido de internacionalização a um único aspecto da pós-graduação (a publicação científica). Cumpre destacar que em alguns documentos, tal compreensão, mais focalizada, é alternada por um entendimento mais ampliado. Isso pode ser visto em Lo Bianco e cols. (2015), os quais ora relacionam a internacionalização com a “produção internacional”, ora reconhecem a necessidade de se considerar outras iniciativas além das publicações para impulsionar o processo.

A inserção internacional da produção envolve um contexto específico, qual seja, o de países de economia central, tal como revela Menandro e cols. (2015) a respeito da citação que as publicações brasileiras recebem:

A citação de periódicos brasileiros é limitada. Os brasileiros que publicam internacionalmente em várias subáreas da psicologia estão cientes dessas restrições, mesmo que seu trabalho apareça em inglês em periódicos nacionais. No entanto, a imersão no contexto internacional (EUA, Canadá e alguns países europeus) [grifo nosso] não significa que devemos desconsiderar a produção do Brasil. Ocasionalmente, encontramos textos brasileiros examinando um aspecto da vida brasileira que não tem referências a estudos do Brasil. (Menandro e cols., 2015, p. 58).

O primeiro ponto a ser destacado refere-se à delimitação do “contexto internacional”, restringindo-o aos EUA, Canadá e países europeus, revelando alinhamento a perspectiva tradicional de internacionalização (Morosini, 2011). Nos documentos mais recentes, identificamos a preocupação em promover cooperação e divulgação científica entre brasileiros e demais pesquisadores de países do hemisfério Sul, aproximando-se de uma perspectiva horizontalizada (A. Araújo, Nardi, & Sato, 2018; Kind e cols., 2018). O segundo ponto remete-se à limitada citação que os trabalhos brasileiros recebem, observada até mesmo em algumas produções brasileiras. Situação similar foi apontada por Tudge e Freitas (2012) ao analisar duas importantes revistas de Psicologia do Desenvolvimento: os artigos escritos por pesquisadores brasileiros citavam predominantemente trabalhos estadunidenses; já o inverso não foi identificado, de modo que os artigos de pesquisadores dos Estados Unidos quase nunca citavam autores fora da América do Norte e do Reino Unido.

Sem negligenciar o fato de que a citação envolve diversos fatores, o que desejamos ressaltar é que tal tendência de citação das pesquisas brasileiras prejudica a visibilidade da produção científica local. Ademais, a internacionalização que ignora o contexto local contribui para processos de homogeneização e hegemonia na ciência, quando deveria servir para complementar e estender o que conhecimento produzido localmente (Knight, 2012).

O padrão de citação identificado pode ser relacionado com a posição que, historicamente, a Psicologia brasileira assume em seu desenvolvimento científico - marcada pela importação de conhecimento e tecnologia, sobretudo, estadunidense e europeia, bem como pelo envio de alunos e docentes para formação no exterior (Lo Bianco e cols., 2015). Ampliando a ideia de internacionalização ativa e passiva apresentada por Lima e Maranhão (2009) - que a adotam especificamente na análise da mobilidade internacional -, para contemplar a posição produtora e consumidora que uma área ou instituição assume em atividades de internacionalização, identificamos no desenvolvimento histórico da Psicologia um traço passivo na sua relação com outros países. Hoje, as estratégias com esse traço convivem com ações de caráter ativo - a exemplo das recomendações identificadas nos documentos analisados, que reforçam tanto o envio de estudantes e pesquisadores, quanto a atração de estrangeiros para os programas brasileiros e a maior visibilidade dos cursos e de sua produção científica.

As noções sobre internacionalização que sublinhamos até aqui indicam que o parâmetro para a “qualidade” almejada é inspirada nas características das ciências exatas e biológicas. Expressa isso o fato de que a parcela com maiores indicadores de internacionalização da Psicologia abarca as subáreas que se aproximam teórico-metodologicamente desse grupo, com prejuízos àquelas ligadas às Ciências Humanas e Sociais (CHS). Para a Psicologia, sua diversidade epistemológica converte-se, então, em uma das principais questões para internacionalização da área (A. Araújo e cols., 2018; Kind e cols., 2018; Menandro e cols., 2015).

Esse debate também é feito por outras áreas das CHS, as quais argumentam que as especificidades desse campo - como a tradição de publicação de livros, a preferência pelo uso do idioma local e pela autoria individual (Fiorin, 2007; Ortiz, 2016; Rego, 2014) - impõem maiores dificuldades à internacionalização diante dos parâmetros adotados - que priorizam a publicação de artigos, a colaboração internacional e o uso do inglês. Diante disso, as recomendações de que a avaliação da internacionalização dos programas considere as especificidades das subáreas são pertinentes. É preciso reconhecer que há caminhos distintos de internacionalização a depender dos temas abordados, de modo que, para algumas subáreas, a internacionalização possível nesse campo e não menos importante poderá ser aquela que ocorre entre Sul-Sul, pelas capacidades de desenvolvimento e condições contextuais similares. Aqui, os estudos nacionais, mesmo que tratem de um aspecto local, terão espaço nesse processo já que também são de potencial interesse de outros países e serão compartilhados em bases de acesso irrestrito ao conhecimento produzido.

Nesse processo, a adoção de um segundo idioma é considerada importante, sendo o inglês defendido em diversos espaços, tal como se expressa nos documentos analisados (ANPEPP, 2011a; Bastos, Tomanari, Trindade, & Andery, 2015; Hutz, 2014; Hutz, Rocha, Spink, & Menandro, 2010; Menandro e cols., 2015; Souza e cols., 2016). Há também a defesa pelo uso de outros idiomas além do inglês, como é o caso de Souza e cols. (2016), ao tratar da organização de uma revista para publicação de artigos de revisão, cujo potencial de internacionalização estaria relacionado a sua veiculação em três línguas - no caso, português, espanhol e inglês.

Contudo, preocupações em relação ao uso do inglês também se expressam em alguns documentos. Esse é o caso de Lo Bianco e cols., (2010), que ressaltam que o uso do inglês poderia estabelecer uma barreira para o acesso ao conhecimento científico por parte das populações locais. Quanto a isso, sem negligenciar que o uso de um outro idioma pode se constituir em mais um obstáculo para o acesso a esse saber por parte de grande parcela da sociedade, é importante ponderar que o uso do idioma local não parece ser condição suficiente para promover a aproximação entre ciência e sociedade. Sem perder de vista que o uso do inglês envolve diversas questões, o fato é que, sendo a língua franca na ciência, tal idioma torna-se imprescindível para a internacionalização da Psicologia brasileira (Fradkin, 2017; Gamba e cols., 2015; Gibbs, 1995; Meneghini & Packer, 2007). Diante disso, as recomendações para que os cursos e as publicações sejam bilíngues (com uso do inglês e da língua materna) se constituem em uma saída interessante, por facilitar maior intercâmbio de pessoas e conhecimentos nos PPGs e acesso ao conhecimento produzido tanto pelos países originários dos estudos quanto pela comunidade estrangeira (Gamba, Packer, & Meneghini, 2015; Meneghini & Packer, 2007).

 

Considerações Finais

A partir dos resultados aqui apresentados, foi possível verificar que são diversas as ideias relacionadas a internacionalização; concepções que ora demonstram uma compreensão mais global - tais como um conjunto de atividades que envolvem a articulação com outros países -, ora a restringem a um aspecto - a exemplo da publicação científica e tudo que possa ampliar sua inserção internacional. Ainda, demonstram que a internacionalização é tratada, às vezes, como um meio para alcançar um objetivo e, em outros casos, como fim em si mesmo. Algumas ideias revelam o alinhamento da Psicologia brasileira a uma tendência mais tradicional (Morosini, 2011), como se expressa pela consideração de contexto internacional relacionada a países de economia central. Por outro lado, há tentativa da área de se posicionar a favor de uma internacionalização que também envolva a articulação com países periféricos - tal como aparece no último fórum de internacionalização -, bem como pela defesa por um processo avaliativo que considere as especificidades da área, sobretudo no que tange as suas diversas subáreas.

As noções de internacionalização captadas pelo presente estudo permitem entender como os programas de pós-graduação em Psicologia, por meio da ANPEPP, vêm compreendendo esse processo. Entretanto, estudos adicionais são importantes por permitirem maior aprofundamento em relação à internacionalização e seus efeitos para o desenvolvimento científico da pós-graduação em Psicologia. Nesse sentido, pesquisas que focalizem as articulações internacionais efetuadas pelos programas, tais como os intercâmbios de estudantes e pesquisadores e a colaboração internacional em investigações, podem contribuir para ampliar a compreensão de como esse processo vem sendo empreendido pela área. Estudos bibliométricos também se fazem pertinentes e podem auxiliar na compreensão quanto aos possíveis efeitos da internacionalização para a ciência, a exemplo do compartilhamento da produção - uma vez que parte das bases de dados de reconhecimento internacional não são gratuitas, impondo restrições ao seu acesso.

Não temos dúvidas quanto à importância da internacionalização para o desenvolvimento da ciência, tendo em vista o potencial avanço que tal processo pode agregar à construção do conhecimento, pela troca de saberes e recursos entre os países envolvidos. Uma vez que se trata de um meio para alcançar objetivos - tal como discutimos na seção de resultados -, é imprescindível que os propósitos da internacionalização estejam esclarecidos. Além de facilitar um melhor delineamento para esse processo (S. F. Araújo, 2018), tal clareza contribui, em última instância, para assegurar que os frutos aí gerados possam, de fato, atender ao desenvolvimento da sociedade como um todo. E, para a definição desses objetivos, torna-se imperativo maior clareza quanto a que projeto de sociedade se deseja contribuir e qual o papel da ciência nesse processo (Bernal, 1938; Varsavsky, 1969).

Por fim, é preciso atentar para o fato de que, atualmente, a continuidade de qualquer projeto de internacionalização para a pós-graduação encontra-se ameaçada, dada situação de crise política e econômica pelo qual passa o Brasil nos últimos anos. Para a ciência brasileira, tal conjuntura impôs restrições aos recursos destinados à diversas atividades científicas - incluindo aquelas ligadas à internacionalização3. A magnitude e a frequência dos cortes comprometem atividades essenciais, condenando a ciência brasileira como um todo a regressão. E sem ciência nacional, não há internacionalização. Resta saber o quanto a comunidade científica conseguirá se mobilizar para reverter esse cenário, o que certamente não deve se limitar aos muros acadêmicos.

 

Notas

1 Naquele ano, o evento foi intitulado como “Seminários Novos horizontes da Psicologia Brasileira”, tendo seu nome modificado para Seminário Novos Horizontes nas edições seguintes.

2 O Boletim da ANPEPP é uma publicação produzida pela ANPEPP, de periodicidade mensal, que tem como intuito principal divulgar as atividades empreendidas pela diretoria da entidade.

3 Vale lembrar que em 2017 o programa Ciência Sem Fronteiras foi encerrado por falta de recursos (Marques, 2018). Mais recentemente, em 2019, o recém-criado Programa Institucional de internacionalização (PRINT) da CAPES também foi afetado, já que teve seu prazo de execução ampliado de quatro para cinco anos. Em decorrência, das 5.913 bolsas previstas para 2019, 1.774 serão transferidas para o último ano do programa, em 2023, promovendo assim um contingenciamento nos recursos do presente ano (Rocha, 2019).

 

REFERÊNCIAS

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Enviado em: 29/10/19
Aceito em: 26/11/19

 

 

Joyce Pereira da Costa é mestre em Psicologia pelo Programa de Pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Atualmente, é aluna do curso de doutorado pelo mesmo programa e pesquisadora do Grupo de Pesquisas Marxismo & Educação (GPM&E).
E-mail: joycepcosta@gmail.com
Ana Ludmila Freire Costa é Doutora em Psicologia pelo Programa de Pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, professora do curso de Psicologia da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e pesquisadora do Grupo de Pesquisas Marxismo & Educação (GPM&E).
E-mail: analudmila@gmail.com
Oswaldo Hajime Yamamoto é professor titular do Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, doutor em Educação pela Universidade de São Paulo e coordenador do Grupo de Pesquisas Marxismo & Educação (GPM&E).
E-mail: oswaldo.yamamoto@gmail.com

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