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Revista Subjetividades

Print version ISSN 2359-0769On-line version ISSN 2359-0777

Rev. Subj. vol.15 no.1 Fortaleza Apr. 2015

 

ARTIGO ORIGINAL

 

Aconselhamento psicológico: práticas e pesquisas nos contextos nacional e internacional

 

Counseling psychology: research and practice in national and international contexts

 

Consejería psicológica: investigaciones y prácticas en los contextos nacional y internacional

 

Psychologie du conseil: la recherche et la pratique dans les contextes nationaux et internationaux

 

 

Fabio Scorsolini-Comin

Doutor em Psicologia pela Universidade de São Paulo. Professor Adjunto do Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Triângulo Mineiro

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

O objetivo deste estudo foi conhecer as principais investigações realizadas no campo do aconselhamento psicológico, em termos de pesquisas e práticas divulgadas no Brasil e no exterior. Por uma revisão sistemática da literatura científica nas bases LILACS, SciELO, PePSIC e PsycINFO, de 2000 a 2013, foram analisados na íntegra 44 artigos. Internacionalmente predominam estudos com alunos de pós-graduação que discutem diferentes metodologias de pesquisa. Já no Brasil, a maior parte é de caráter qualitativo e traz relatos de experiências desenvolvidas em serviços-escola que utilizaram o aconselhamento como modalidade de atendimento. As evidências indicam a necessidade de maior divulgação das práticas realizadas no Brasil em periódicos especializados do exterior, a fim de que esses saberes possam dialogar com a produção internacional.

Palavras-chave: aconselhamento; aconselhamento psicoterapêutico; orientadores.


ABSTRACT

The aim of this study was to present the main investigations held in the field of Counseling Psychology, in terms of practices and research, published both in Brazil and abroad. Through a systematic review of scientific literature in LILACS, SciELO, PePSIC and PsycINFO databases from 2000 to 2013, 44 articles were fully analysed. Internationally, studies with post-graduate students, which discuss different research methodologies, are dominant, whereas in Brazil, the majority of studies are qualitative and presents experience reports developed at psychology clinics that use counseling. It is necessary for practices developed in Brazil to be published in specialized journals abroad so that greater information exchange is possible.

Keywords: counseling; psychotherapeutic counseling; counselors.


RESUMEN

El objetivo de este estudio fue conocer las principales investigaciones en el campo de la Consejería Psicológica de acuerdo con las investigaciones y las prácticas publicadas en Brasil y en el extranjero. Para una revisión sistemática de la literatura científica en LILACS, SciELO, PePSIC y PsycINFO (2000-2013) fueron analizados 44 artículos. Internacionalmente predominan los estudios con estudiantes de posgrado y discuten diferentes metodologías de investigación. En Brasil, la mayoría son cualitativos y aportan informes de experiencias en los servicios de Psicología de las universidads que utilizan el consejería como modalidad de atención. Las evidencias indican la necesidad de difusión de la producción brasileña en revistas especializadas del extranjero, por lo que este conocimiento puede dialogar con la producción internacional.

Palabras clave: consejería; orientación psicoterapêutica; orientadores.


RÉSUMÉ

L'objectif de cette étude était d'étudier las principales recherches et las pratiques dans le domaine de la Psychologie du Conseil, au Brésil et à l'étranger. Pour une revue systématique de la littérature scientifique dans les LILACS, SciELO, PePSIC et PsycINFO (2000-2013) ont été analysés en plein 44 articles. Prédominer au niveau international des études avec des étudiants des cycles supérieurs de discuter des différentes méthodes de recherche. Au Brésil, la plupart sont de nature qualitative et apporte rapports d'expériences dans l'école des services utilisés conseil comme modalité de soins. Les données indiquent la nécessité de renforcer les pratiques de diffusion menées au Brésil dans des revues spécialisées de l'étranger, de sorte que cette connaissance peut dialoguer avec la production internationale.

Mots-clés: conseil; orientation psychothérapeutique; conseillers.


 

 

O aconselhamento psicológico é uma das áreas mais tradicionais da Psicologia, sendo que as primeiras publicações nacionais neste campo datam da década de 1960. Desde essa época, que coincidem com a implantação dos primeiros serviços de aconselhamento psicológico no país, muitas são as conceituações existentes acerca de suas teorias e técnicas, bem como de suas aproximações e distanciamentos em relação à psicoterapia (Scorsolini-Comin, 2014) e outras práticas psicológicas. Nacionalmente, este campo vem sendo fortalecido pela sua presença em universidades e serviços de extensão à comunidade, possibilitando a oferta de ajuda a diferentes pessoas com distintas demandas, além do emprego de seus pressupostos em atendimentos de emergência, como no caso do plantão psicológico.

Antes da década de 1940, o aconselhamento psicológico era empregado como uma técnica diretiva que tinha na figura do conselheiro o condutor do processo de ajuda e mais voltado para os campos educacional e organizacional, com forte influência da teoria traço e fator. O aconselhamento passou por uma grande transformação com a divulgação das ideias de Carl Rogers na década de 1940: Passou a ser considerada uma prática mais próxima da psicoterapia, ganhando até mesmo outras nomenclaturas a partir do seu desenvolvimento em determinadas abordagens, como aconselhamento terapêutico no referencial fenomenológico-existencial (Forghieri, 2007).

Ao longo dos anos, o aconselhamento foi definido, muitas vezes, como uma relação de ajuda destinada a pessoas ditas "normais" (Robinson, 1950), com o objetivo de ajustá-las ao seu ambiente, promover aprendizagem e que pode ser empregado para auxiliá-las em diferentes contextos, como o emocional, profissional e educacional (Scheeffer, 1980), podendo se aproximar da atividade clínica em termos da oferta de ajuda e de uma escuta qualificada e atenta ao sofrimento psíquico (Santos, 1982). Segundo a Society of Counseling Psychology (2007), ligada à American Psychological Association (APA), o aconselhamento psicológico está focado nos processos desenvolvimentais considerados típicos, atípicos e disfuncionais, abrangendo sistemas de grupos individuais, familiares e organizações.

Em que pesem as transformações ocorridas na área ao longo dos anos, fruto das pesquisas e da avaliação dos serviços de aconselhamento existentes, bem como do avanço em termos das discussões teóricas e epistemológicas, o aconselhamento pode ser compreendido como um campo de invenção de práticas que permitem que o indivíduo se expresse e elabore suas experiências de modo compreensivo (Schmidt, 2012), ocorrendo na interface entre o modelo médico e as práticas de educação. A pluralidade de práticas existentes e de teorias utilizadas para subsidiar intervenções, notadamente quando analisamos a produção científica internacional (Hutz-Midgett ; Hutz, 2012; Smith ; Valarezo, 2013; Urofsky, 2013), compõe um repertório amplo no qual o aconselhamento psicológico mostra-se uma área de formação profissional e de atendimento psicológico capaz de se flexibilizar em termos de demandas, culturas e settings possíveis (Scorsolini-Comin, 2015a).

Poucos estudos na área buscaram sumarizar tendências e lacunas de produção de modo sistemático, processo esse fundamental para permitir a construção de um panorama atual e nortear novas investigações. Hutz-Midgett e Hutz (2012), a partir de uma revisão narrativa, destacam que o aconselhamento no Brasil está muito voltado à orientação profissional e de carreira. Afirmam, ainda, que os aspectos multiculturais do aconselhamento vêm sendo cada vez mais evocados, abrindo a possibilidade de intercâmbio com as universidades estrangeiras. Em revisão sobre o plantão psicológico (Scorsolini-Comin, 2015b), modalidade relacionada ao aconselhamento foi encontrado muitos relatos de experiência profissional, sendo reduzido o diálogo com os saberes teóricos da área. Em estudo que analisou teses e dissertações desenvolvidas em programas de pós-graduação em Psicologia no Brasil (Scorsolini-Comin ; Santos, 2013), foram encontrados apenas 18 estudos que tratam diretamente da área. O perfil dessas publicações mostra o predomínio de dissertações de mestrado nas abordagens fenomenológico-existencial e centrada na pessoa, com relatos de experiências profissionais desenvolvidas especialmente em serviços de atendimento de instituições públicas de ensino superior, com poucas menções ao trabalho em instituições extramuros. Assim, a pós-graduação revela um cenário de pouca diversidade no aconselhamento psicológico, ainda que as universidades sejam, no contexto nacional, as principais transmissoras dos saberes e das práticas em aconselhamento, notadamente nos atendimentos oferecidos à comunidade e em instituições (Braga; Mosquera; Morato, 2012).

Essas revisões, no entanto, não analisam de modo preciso e integrado a publicação veiculada em artigos científicos nacionais e internacionais, o que pode constituir uma importante fonte de evidência para a prática e a pesquisa. A revisão sistemática dessas produções permite delinear não apenas um conjunto de produções com determinadas características, mas de conhecer lacunas de produção e propor futuras investigações baseadas nas necessidades deflagradas a partir desse panorama da literatura científica. O campo do aconselhamento psicológico, amplamente compreendido como plural, pode ser mais bem delimitado e sistematizado a partir deste estudo de revisão integrando a produção científica nacional e internacional e permitindo, inclusive, a comparação de cenários. A partir dessa necessidade, o objetivo deste estudo foi conhecer as principais investigações realizadas no campo do aconselhamento psicológico, em termos de pesquisas e práticas divulgadas no Brasil e no exterior na atualidade.

 

Método

Tipo de Estudo

Trata-se de uma revisão sistemática da literatura científica, que emprega método de pesquisa para a síntese de resultados de estudos originais, quantitativos ou qualitativos. A revisão sistemática busca não apenas mapear a produção existente, mas também apontar lacunas e aberturas para novos estudos a partir da análise da literatura atual. Tem uma questão norteadora central, além de rígidos critérios de inclusão e de exclusão de estudos. A questão norteadora do estudo foi: Qual o perfil das produções científicas sobre práticas e pesquisas no campo do aconselhamento psicológico?

Bases Indexadoras e Unitermos

As buscas foram realizadas nas bases eletrônicas LILACS, SciELO, PePSIC e PsycINFO. Os unitermos empregados foram "Aconselhamento Psicológico" e "Counseling Psychology", que deveriam estar presentes nos campos de busca: "título", "resumo", "assunto" ou "palavras-chave", com textos completos disponíveis. A escolha desses campos visou a possibilitar o registro de artigos que tratassem diretamente do aconselhamento psicológico e que não apenas o mencionassem como uma modalidade de atendimento possível em diversos contextos.

Critérios de Inclusão

(a) Artigos publicados nos idiomas português, inglês, espanhol e francês; (b) publicados entre 2000 e 2013 e com texto completo, a fim de recuperar apenas produções recentes na área; (c) que tratassem diretamente do tema, sem restrições quanto ao tipo de estudo, delineamento metodológico, amostra, instrumentos, abordagem psicológica ou técnicas empregadas. Desse modo, foram incluídos diferentes tipos de estudo, como as próprias revisões de literatura (sistemática, integrativa, crítica, narrativa) como forma de ampliar o escopo do levantamento e permitir um delineamento mais preciso das publicações na área, suas características e escolhas metodológicas.

Critérios de Exclusão

Foram excluídos: (a) livros, capítulos, teses, dissertações, monografias, resumos, anais de congressos, resenhas, cartas, editoriais e obituários; (b) materiais publicados antes do ano 2000; (c) que não se relacionavam diretamente com o tema; (d) que apenas mencionavam o aconselhamento psicológico como uma modalidade de tratamento ou orientação, sem investigá-lo ou discuti-lo, ainda que brevemente.

Coleta de Dados

A revisão foi realizada em sete fases: (1) levantamento bibliográfico nas bases de dados eletrônicas a partir dos critérios de busca, realizada em um único dia, no primeiro semestre de 2014; (2) leitura e análise dos materiais encontrados pelos títulos e resumos; (3) aplicação dos critérios de inclusão e exclusão por parte de dois juízes independentes e com formação na área; caso houvesse discordância entre os dois, um terceiro avaliador poderia ser convocado; (4) seleção dos artigos a partir dos textos completos, processo este realizado por dois juízes independentes e com formação na área; caso houvesse discordância entre os dois, um terceiro avaliador poderia ser convocado; (5) exclusão dos artigos repetidos; (6) composição do corpus a partir dos artigos recuperados e condizentes com os critérios de inclusão e de exclusão; (7) composição do banco de dados em Excel, categorizando as principais informações de cada estudo: título, autores, instituição de origem dos autores, periódico, tipo de estudo, metodologia empregada, instrumentos, amostras, objetivos, principais resultados e conclusões.

Análise dos Dados

A análise foi conduzida a partir da categorização do corpus, discutindo-se as principais tendências na produção de pesquisas e veiculação de práticas em aconselhamento psicológico a partir da frequência dos estudos. A discussão teórica foi realizada a partir dos estudos do corpus, suas contribuições e lacunas, e também de referências na área (Santos, 1982; Schmidt, 2012). A partir da análise dos conteúdos dos estudos recuperados em termos de temáticas, características e apontamentos teóricos e práticas para a área, considerando também sua recorrência na amostra, foram construída três categorias temáticas para a organização da discussão: (a) perfil das publicações; (b) formação profissional em aconselhamento psicológico; (c) contribuições dos estudos para o aconselhamento psicológico.

 

Resultados e Discussão

As buscas realizadas nas bases eletrônicas conduziram ao seguinte resultado em termos de quantidade de registros a partir do emprego dos unitermos: SciELO (n = 22), PePSIC (n = 14), LILACS (n = 25) e PsycINFO (n = 191), totalizando 252 ocorrências. A partir da aplicação dos critérios de inclusão e de exclusão e retirando-se os registros repetidos, foram recuperados e analisados em profundidade 44 artigos, que compuseram o corpus da presente revisão. Os artigos recuperados (N = 44) correspondem a 17,46% dos registros encontrados e a maior parte foi selecionada na base PsycINFO (n = 33), com destaque para práticas e pesquisas desenvolvidas no contexto internacional. Além dos critérios de exclusão já mencionados no Método, os principais motivos de exclusão dos registros encontrados foram: menção ao aconselhamento psicológico como método auxiliar no tratamento de doenças, sem discutir técnicas ou pressupostos dessa orientação; estudos conduzidos com estudantes de aconselhamento psicológico para investigação do relacionamento entre alunos, orientadores e supervisores, sem discutir os achados em termos de suas implicações para o campo do aconselhamento; estudos sobre o aconselhamento de modo generalista, sem estabelecer quaisquer relações com o aconselhamento psicológico; estudos estatísticos e bibliométricos realizados em periódicos específicos do aconselhamento psicológico, mas sem estabelecimento de relações com a produção científica na área.

Perfil das Publicações

A Tabela 1 sumariza as principais características dos estudos recuperados em termos de autoria, instituição de origem do primeiro autor de cada artigo, método, tipo de estudo, instrumentos, amostras e abordagem teórica. A maioria dos estudos recuperados foi redigida no idioma inglês (n = 33), sendo que todos estes foram publicados em periódicos internacionais.

A análise da autoria foi realizada a partir da caracterização do primeiro autor de cada estudo. Sobre o gênero do primeiro autor de cada estudo, a maioria é do sexo feminino (n = 26, 56% do corpus). Não foram encontradas repetições de autores na primeira posição, ou seja, foram registrados 44 diferentes primeiros autores. Sobre as instituições de origem desses autores, apenas um estudo é proveniente de uma clínica de atenção à saúde da mulher, sendo que os demais são originários de universidades. A maioria dos estudos é proveniente dos Estados Unidos (n = 30), seguida por Brasil (n = 9), Canadá (n = 3), Rússia (n = 1) e Portugal (n = 1).

No Brasil, a maior parte dos registros é proveniente do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (n = 3), achado que corrobora a análise da produção da pós-graduação em Psicologia (Scorsolini-Comin ; Santos, 2013). Esta universidade possui um importante papel na construção e consolidação da área no país, haja vista a existência do Serviço de Aconselhamento Psicológico, considerado pioneiro no Brasil e que ofereceu um sólido modelo de extensão à comunidade para diversas universidades públicas e privadas. Grandes expoentes nacionais na área estiveram e estão relacionados a esse serviço, participando ativamente da formação de conselheiros, como Henriette Morato, Maria Luísa Sandoval Schmidt e Rachel Léa Rosenberg.

No exterior, a maior frequência de estudos é oriunda da University of Maryland (n = 3), seguida pela University of Wisconsin, Loyola University of Chicago, Ball State University e University British Columbia, cada uma com dois registros. Os estudos multicêntricos, ou seja, desenvolvidos a partir da parceria de duas ou mais universidades, foram expressivos na amostra (n = 20), correspondendo a 45,45% dos estudos. Alguns desses estudos multicêntricos foram realizados por pesquisadores provenientes de mais de um país.

Em termos do período das publicações, a maior parte dos estudos data de 2005 (n = 12), seguido pelos anos de 2007 (n = 7) e 2011 (n = 5). Os anos de 2006, 2008, 2009, 2010, 2012 tiveram três registros cada. Nos últimos cinco anos, foram recuperados 16 artigos (36,36% do corpus), o que revela a constância dessas publicações, além da atualidade dessa produção. Conforme afirma Schmidt (2012), a produção atual difere da veiculada no início da área, a partir da década de 1950. Anteriormente, predominavam estudos acerca da diretividade ou não dos atendimentos, com predomínio da teoria traço e fator, bem como havia a tentativa de caracterizar o aconselhamento psicológico e firmar suas práticas entre os conhecimentos dos psicólogos. Na contemporaneidade, observa-se maior diversidade na produção, bem como maior amadurecimento de técnicas e propostas interventivas, com espaço para a criação e discussão acerca da formação do conselheiro. Essa diversidade é mais expressiva quando analisamos a produção internacional (Lee; Rosen; Burns, 2013), que discute fortemente a consideração da cultura e do contexto na atenção psicológica oferecida.

Os periódicos que mais destacaram a produção sobre aconselhamento psicológico foram os internacionais Journal of Counseling Psychology (n = 18), Training and Education in Professional Psychology (n = 7) e Professional Psychology: Research and Practice (n = 6). Há que se destacar que o Journal of Counseling Psychology é o periódico mais tradicional da área, sendo, inclusive, o mais mencionado em termos de estudos de revisão. Alguns estudos recuperados são revisões que analisam especificamente a produção científica deste periódico, destacando a sua importância na veiculação de teorias e práticas e considerando a sua representatividade na área (Buboltz Jr.; Deemer; Hoffmann, 2010; Lee, Rosen; Burns, 2013; Perez; Constantine; Gerard, 2000; Yoon; Langrehr; Ong, 2011). Tais revisões recobrem diferentes períodos de produção a partir de 1954 (Perez; Constantine; Gerard, 2000). Dois artigos realizaram revisões específicas nos cinco periódicos considerados mais importantes no campo do aconselhamento psicológico. Desses periódicos, dois foram registrados na presente revisão: Journal of Counseling Psychology (n = 18) e Cultural Diversity and Ethnic Minority Psychology (n = 1). Não foram encontrados registros nas revistas The Counseling Psychologist, Journal of Counseling and Development e Journal of Multicultural Counseling and Development, como destacado em outras revisões (Foley-Nicpson ; Le, 2012; Yoon; Langrehr; Ong, 2011).

No Brasil, o periódico de maior frequência foi o Boletim de Psicologia (n = 2), que se trata de um órgão oficial da Associação de Psicologia de São Paulo e que não possui em sua política editorial qualquer menção à veiculação de estudos na área do aconselhamento, ou seja, não se trata de um periódico temático. Ainda no cenário nacional, destaca-se a presença de periódicos não relacionados diretamente à Psicologia em suas políticas editoriais, como: Revista Brasileira de Enfermagem, Revista de Saúde Pública, Revista Brasileira de Psiquiatria e Revista de Nutrição, cada uma com um registro.

Em termos dos tipos de estudos e métodos empregados, observa-se que a maioria dos artigos é de delineamento transversal, com abordagem qualitativa (n = 16). Trata-se de estudos empíricos (n = 23) desenvolvidos em universidades e serviços-escolas de Psicologia (n = 16), com amostras de alunos universitários (graduação e pós-graduação) e profissionais de Psicologia (n = 18) e que utilizam, em sua maioria, questionários e escalas para a obtenção de informações (n = 12). Alguns estudos apontam a utilização de escalas e instrumentos como o Demonstrated Multicutural Counseling Competence (DMCCC) (Sehgal; Saules; Young; Grey Gillem; Nabors, 2011) e a Research Training Environment Scale-Revised (RTES-R) (Hollingsworth ; Fassinger, 2002).

As amostras utilizadas são compostas quase exclusivamente por adultos, com exceção do estudo de Campos e Cury (2009), desenvolvido com crianças de três a seis anos de idade em uma creche. Além das universidades e serviços localizados em seus institutos, poucos estudos foram realizados em outras instituições, havendo poucos relatos sobre trabalhos desenvolvidos em hospitais, escolas de ensino fundamental e médio e comunidades religiosas, por exemplo, o que corrobora os apontamentos de Scorsolini-Comin e Santos (2013). O cenário universitário ainda é priorizado como campo de investigação do aconselhamento psicológico (Lee; Rosen; Burns, 2013; Sato ; Schmidt, 2004) e os estudantes em formação são considerados um público-alvo privilegiado para se investigar a transmissão dos saberes da área. No contexto internacional, os estudos abordam também alunos de pós-graduação, em programas de doutorado específicos na área do aconselhamento (Hollingsworth ; Fassinger, 2002; Shivy; Mazzeo; Sullivan, 2007), o que difere dos estudos nacionais, com foco em estudantes de graduação envolvidos em experiências de estágios obrigatórios para a formação do psicólogo (Nunes ; Morato, 2008).

Contribuições dos Estudos para o Aconselhamento Psicológico

A Tabela 2 sumariza os principais objetivos dos estudos e a Tabela 3 reúne seus principais resultados, possibilitando uma visão panorâmica acerca da área e seu status na atualidade. Como se pode observar, a maioria dos estudos enquadra-se na seguinte classificação de categorias temáticas: formação em aconselhamento psicológico (Deemer; Martens; Podchaski, 2007; Gross, 2005) ; prática do aconselhamento (Braga; Mosquera; Morato, 2012; Fouad, 2006); revisão de literatura em periódicos internacionais da área (Buboltz Jr.; Deemer; Hoffmann, 2010; Foley-Nicpon ; Lee, 2012); e metodologias empregadas nos estudos sobre aconselhamento (quantitativas, qualitativas e mistas) (Beck, 2005; Young; Valach; Domene, 2005).

Todos os estudos internacionais preocupam-se em destacar o aconselhamento como área de pesquisa e intervenção, ao passo que no contexto nacional predominam relatos de experiências profissionais nas quais o aconselhamento psicológico foi empregado como modalidade de atendimento. A ênfase nacional nas experiências profissionais também foi pontuada por Scorsolini-Comin (2015b) no contexto dos atendimentos na modalidade de plantão psicológico. Conforme propõem Deemer, Martens e Podchaski (2007), o interesse na atividade de pesquisa deve ser fortemente investigado em alunos de doutorado em aconselhamento psicológico, haja vista a indissociabilidade entre a atividade prática do aconselhamento e a pesquisa científica. Embora a formação profissional em aconselhamento psicológico seja destacada no próximo tópico da discussão, há que se considerar que uma expressiva quantidade de estudos recuperados trata dessa temática (n = 15, 34,09%), ou seja, observa-se a tentativa tanto de delimitar a formação em aconselhamento como o movimento de se construir balizas para a formação na área. Desse modo, esses estudos, justamente por destacarem aspectos relevantes nos programas de formação e suas implicações práticas, contribuem para o aperfeiçoamento dos programas existentes e também para a criação de novas propostas tanto no Brasil quanto no exterior.

A valorização internacional da área, observada tanto pela quantidade de estudos recuperados quanto pela profundidade das discussões nesse cenário e pela existência de reconhecidos periódicos especializados, mostra que a pesquisa em aconselhamento se distancia do modo como esta se organiza no Brasil (Scorsolini-Comin, 2015a). A partir dessa consideração, os estudos nacionais poderiam se articular às tendências internacionais na área, buscando construir não apenas diferentes perspectivas de pesquisa e prática, mas também de maior penetração desse campo nas universidades brasileiras. Segundo Schmidt (2012), o aconselhamento psicológico é uma prática que se constituiu historicamente entre o modelo médico e a educação, por isso é capaz de incorporar ações multiprofissionais nas quais o conselheiro atua como um facilitador da aprendizagem. Carl Rogers (1942/1974) é um dos principais expoentes da área ao introduzir uma prática focada na escuta do problema, sem o auxílio da abordagem psicométrica e voltada à avaliação psicológica do cliente.

Entre as principais contribuições dos estudos recuperados, pode-se sumarizar: (a) necessidade de avaliação constante dos programas de formação e pós-graduação em aconselhamento psicológico, a fim de traçar um perfil dos alunos envolvidos, bem como para o aprimoramento dos currículos e das propostas de intervenção; (b) necessidade de diferenciar o aconselhamento psicológico de outras áreas e modalidades de atendimento, a exemplo da psicoterapia clínica tradicional, permitindo maior autonomia da área; (c) importância do refinamento teórico na área, incorporando saberes advindo de diferentes perspectivas, a exemplo da utilização de ferramentas etnográficas e dos saberes multiprofissionais; (d) necessidade de compreender como a área se constituiu e se organizou em diferentes países, a exemplo de uma seção existente no Journal of Counseling Psychology and Development e que traz o panorama de alguns países, com seus desafios, inovações e aberturas para a mudança; (e) discussão sobre diferentes metodologias empregadas nos estudos da área, como cartografia clínica, aprendizagem significativa, etnografia, mapas conceituais, competência multicultural, métodos mistos, entre outros, promovendo um debate sobre a diversidade que constitui o campo; (f) necessidade de articulação entre pesquisa e prática como forma de fomentar a construção de saberes na área; (g) incentivo à pesquisa em aconselhamento e à formação do pesquisador.

Formação Profissional em Aconselhamento Psicológico: Aproximações e Distanciamentos

Muitos estudos destacam a importância da formação do conselheiro, com pesquisas realizadas com estudantes de graduação (a maioria no contexto nacional), de pós-graduação em aconselhamento psicológico (sobretudo no contexto internacional), supervisores, orientadores educacionais e psicólogos clínicos. Os estudos brasileiros concentram-se na formação oferecida em estágios supervisionados de cursos de Psicologia, sendo que a formação em aconselhamento psicológico não é obrigatória para a formação do aluno. Assim, destacam-se experiências bem-sucedidas realizadas em instituições que possuem laboratórios e grupos de pesquisas envolvidos na temática, a exemplo dos existentes na Universidade de São Paulo (Nunes ; Morato, 2008; Sato ; Schmidt, 2004). No cenário internacional, os programas de pós-graduação em aconselhamento são colocados em evidência por serem espaços não apenas de pesquisa, mas de formação clínica desses profissionais. Assim, o aconselhamento constitui uma especialidade distinta da atividade clínica e para a qual o aluno deve se envolver ativamente em pesquisas para a redação da tese e também em atividades práticas e atendimentos para a sua formação como conselheiro. Os estudos abordam os conhecimentos desses alunos, bem como suas percepções sobre a formação e a futura atuação tendo por base as experiências na pós-graduação (Deemer; Martens; Podchaski, 2007; Lampropoulos ;Dixon, 2007; Shivy; Mazzeo; Sullivan, 2007).

Essa formação distinta para a prática do aconselhamento permite a delimitação exata do campo de atuação do conselheiro no contexto internacional, ou seja, o espaço existente entre a psicoterapia e o aconselhamento são mais claro do que no cenário nacional, em que predominam as reflexões acerca de um saber clínico e a legitimação do exercício clínico dos psicólogos (Schmidt, 2012), a exemplo das propostas de Rogers (1942/1974). Embora as ideias de Rogers tenham se originado nos Estados Unidos e sua atuação nas universidades americanas tenha se dado de 1940 a 1963, a sua apropriação ocorreu de modo diferente no Brasil. A conceituação da psicoterapia e do aconselhamento como práticas psicológicas que se mesclam em termos de alguns procedimentos e saberes adotados permite que a reflexão se detenha não nos limites de cada área, mas em como estas contribuem para o atendimento das reais necessidades de cada cliente em busca de ajuda (Scheeffer, 1980).

Em todas essas investigações, destaca-se o papel das atitudes básicas do aluno em formação e a importância da realização de sua psicoterapia individual e da supervisão como espaços de aprendizagem e crescimento pessoal. Packard (2009) destaca algumas das principais características que devem ser desenvolvidas nos alunos que desejam atuar na área do aconselhamento, entre elas: altruísmo para melhorar o bem-estar dos clientes; estabelecimento de relações positivas para promover mudanças; integração entre pesquisa e prática; busca pelo desenvolvimento saudável a partir de elementos como trabalho e carreira; destacar a resiliência, os pontos fortes e o enfrentamento positivo; postura de respeito comprometida com a justiça social; incentivo à pesquisa e à prática multidisciplinar. Algumas dessas atitudes são priorizadas em dados estudos, como a questão da diversidade (Suzuki, Ahluwalia; Mattis; Quizon, 2005), do engajamento pessoal e abertura para as competências multiculturais (Sehgal et al., 2011), da justiça social (Caldwell ; Vera, 2010) e do trabalho multidisciplinar em contextos de saúde (Pequeno; Macêdo; Miranda, 2013).

Os atendimentos realizados em comunidades e em instituições são compreendidos como uma das principais aplicações do aconselhamento psicológico, com vistas a promover o bem-estar das pessoas, o respeito pelo outro e suas características sociais, culturais e históricas (Braga; Mosquera; Morato, 2012). O emprego de referenciais que colocam em evidências a noção de cultura e as estratégias etnográficas e multiculturais mostra a importância desse campo na área do aconselhamento, o que é comprovado quando se revisa a literatura científica (Fouad, 2006; Lee; Rosen; Burns, 2013; Pérez; Constantine; Gerard, 2000; Suzuki et al., 2005). Assim, a diversidade e o multiculturalismo devem ser cada vez mais incorporados nas práticas em aconselhamento. Nos Estados Unidos, a APA indica a necessidade de treinamento de competências multiculturais em programas de formação por ela reconhecidos, o que nem sempre ocorre. Muitos dos estudantes relatam ter conhecimentos na área, mas nem todos os incorporam em suas práticas (Sehgal et al., 2011).

As diferenças e semelhanças entre o aconselhamento psicológico e a psicoterapia em termos de demandas, focos e formação profissional são destacadas em alguns estudos, a exemplo dos elementos explorados por Santos (1982). Em que pesem as aproximações e os distanciamentos entre o aconselhamento psicológico e a psicoterapia, há certo consenso de que se trata de intervenções distintas, embora mantenham estreito relacionamento (Schmidt, 2012; Scorsolini-Comin, 2014). Na proposta de Rogers (1942/1974), as delimitações entre o aconselhamento e a psicoterapia acabam sendo fluidas.

A maior parte dos autores compreende que o aconselhamento está mais ligado a ajudar o cliente a tomar alguma decisão e envolve situações objetivas que permitem uma melhor utilização de recursos e potencialidades pessoais, sendo que as demandas estão relacionadas, geralmente, a conflitos ambientais e situacionais, a conflitos conscientes e acompanhados de uma ansiedade considerada normal (Scheeffer, 1980). A psicoterapia seria desenvolvida em um nível mais profundo e teria como foco os conflitos de personalidade (Santos, 1982). Na presente amostra, foram recuperados estudos que comparavam estudantes de Psicologia Clínica e de aconselhamento quanto à competência multicultural (Sehgal et al., 2011), perfil, expectativas profissionais e programas de pós-graduação e de estágio (Morgan ; Cohen, 2008; Neimeyer; Rice; Keilin, 2009; Shivy; Mazzeo; Sullivan, 2007).

Analisando os currículos de programas de pós-graduação em aconselhamento e em Psicologia Clínica nos Estados Unidos, Morgan e Cohen (2008) afirmam que os programas de aconselhamento oferecem menos estágios em instituições extramuros, como em hospitais ou em áreas como saúde mental, com menor ênfase nas psicopatologias. Segundo esses autores, historicamente o aconselhamento psicológico tem sido compreendido como uma disciplina holística, com um foco em questões multiculturais, profissionais, perspectivas sociais do desenvolvimento e estratégias mais globais para o atendimento aos clientes. Ainda com essas diferenças, os programas assemelham-se em termos do perfil dos alunos, formas de seleção, organização de práticas de estágio e expectativas de formação. Também comparando alunos de formação clínica com estudantes de aconselhamento, Shivy; Mazzeo ; Sullivan (2007) destacaram que estes são focados no prestígio da universidade, qualidade da supervisão, no grau de doença física do cliente e no conforto em trabalhar com essa população.

Acerca das competências dos alunos de cursos de pós-graduação em aconselhamento psicológico, alguns estudos destacam o comprometimento dos mesmos com questões como a justiça social e como ela é desenvolvida na formação (Beer; Spanierman; Greene; Todd, 2012; Miller ; Sendrowitz, 2011), além do foco em aspectos multiculturais (Sehgal et al., 2011). Os estudos internacionais enfatizam a justiça social e a competência multicultural como características dos processos de aconselhamento psicológico, destacando que a sua prática está mais aberta à consideração dos aspectos culturais do cliente e do grupo no qual está inserido. A chamada competência multicultural (Sehgal et al., 2011), ou seja, a capacidade para atuar com minorias étnicas e raciais é uma ferramenta que deve perpassar toda atividade clínica. Embora os estudos recuperados privilegiem tal recurso nos estudos sobre o aconselhamento psicológico, trata-se de uma das exigências da APA para instituições que oferecem formação a psicólogos nos Estados Unidos.

 

Considerações Finais

A partir do panorama apresentado, uma das principais características da produção científica revisada reside na diversidade de práticas e pesquisas desenvolvidas, bem como nas diferenças existentes entre a produção nacional e internacional. Internacionalmente predominam estudos com alunos de pós-graduação em aconselhamento e que discutem diferentes metodologias de pesquisa. Já no Brasil, a maior parte dos estudos é de caráter qualitativo e traz relatos de experiências profissionais que utilizaram o aconselhamento como modalidade de atendimento e intervenção, sendo poucas as pesquisas que visam a construir um campo de investigação específico na área. A maioria dos estudos foi realizada com profissionais e estudantes, não havendo relatos com clientes ou pessoas atendidas, de modo que a avaliação dos serviços (no caso brasileiro) ocorre predominantemente por meio das falas dos estagiários e estudantes de Psicologia, enquanto que internacionalmente essa avaliação ocorre na maior parte pelos estudantes de pós-graduação em aconselhamento. As pesquisas empíricas envolvendo serviços e programas de intervenção constituem uma lacuna importante na área. Desse modo, aponta-se para a necessidade de que os pesquisadores brasileiros desenvolvam pesquisas na interface com as diversas instituições nas quais ocorre a prática do aconselhamento, promovendo não apenas relatos de experiências pontuais, mas delineando pesquisas que possam agregar conhecimento às intervenções já realizadas. No cenário internacional, embora existam periódicos especializados e programas de pós-graduação voltados ao aconselhamento, destaca-se a possibilidade de relatos advindos de serviços de saúde e comunitários como forma de ampliar a gama de espaços nos quais o aconselhamento pode ser desenvolvido.

As evidências na área indicam a necessidade de maior divulgação das pesquisas brasileiras em periódicos internacionais, de preferência os especializados em aconselhamento, como forma de fomentar o diálogo entre esses contextos. Embora o aconselhamento seja uma área historicamente mais tradicional nos Estados Unidos, importantes intervenções desenvolvidas no Brasil podem contribuir com os achados internacionais. Em relação ao nosso contexto, é premente a necessidade de fortalecer a pesquisa na área e discutir a formação do pesquisador em aconselhamento psicológico, o que não precisa ser desenvolvido de modo deslocado da sua atuação prática. A presente revisão não pretende esgotar o conhecimento produzido, mas justamente apontar para lacunas e potencialidades para novos estudos e práticas, o que pode ser fomentado pelo incentivo à produção brasileira e à presença dessas pesquisas em periódicos internacionais, constituindo um campo de promoção de competências para a formação do conselheiro, de avaliação de práticas e de incremento à pesquisa.

 

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Endereço para correspondência:
Fabio Scorsolini-Comin
Endereço: Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Departamento de Psicologia
Instituto de Educação, Letras, Artes, Ciências Humanas e Sociais
Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Avenida Getúlio Guaritá, nº 59, Abadia.
Uberaba/MG, CEP: 38025-440.
E-mail: fabioscorsolini@gmail.com

Recebido em: 05/08/2014
Revisado em: 26/02/2015
Aceito em: 02/03/2015

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